Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça

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1 Acórdãos STJ Processo: 08A194 Nº Convencional: JSTJ000 Relator: SEBASTIÃO PÓVOAS Descritores: ARRENDAMENTO LICENÇA DE UTILIZAÇÃO RECURSOS Nº do Documento: SJ Data do Acordão: Votação: UNANIMIDADE Texto Integral: S Privacidade: 1 Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça Meio Processual: Decisão: Sumário : Decisão Texto Integral: REVISTA NEGADA 1) As conclusões da alegação de recurso são proposições sintéticas a condensar o desenvolvido no corpo do texto não se podendo limitar a uma mera afirmação da procedência do pedido, antes devendo conter um raciocínio lógico-juridico com as especificações do n.º 2 do artigo 690.º do Código de Processo Civil. 2) O artigo 9.º do R.A.U aplica-se aos arrendamentos celebrados após 1 de Janeiro de 1992 e não fulmina de nulidade o arrendamento de fracção não licenciado para a finalidade do contrato, antes,e se a falta de licença é da responsabilidade do senhorio, sancionando-o com coima e facultando ao arrendatário pedir a resolução do contrato ou a realização de obras que, adequando o locado, permitam o licenciamento. 3) A licença a que se refere o n.º 1 do artigo 9.º do RAU é a autorização genérica para o exercício de actividade inserível no sector económico pertinente, cumprindo ao inquilino a obtenção de licenças ou alvarás para o exercício de actividade especifica que se propõe. 4) Estando o prédio licenciado para o exercício de actividades terciárias, está cumprido o citado artigo 9.º do RAU se o senhorio o arrenda para instalação de um salão de cabeleireiro, devendo o inquilino obter licenças e alvarás típicas para aquela espécie de prestação de serviços. 5) Sendo declarado nulo o arrendamento de espaço detido e fruído pelo arrendatário deve este, enquanto durar a ocupação, pagar o valor correspondente à utilização da coisa (normalmente equivalente à renda acordada). Acordam, no Supremo Tribunal de Justiça: AA Importação e Exportação, Limitada intentou acção, com processo ordinário, contra BB Cabeleireiro Unipessoal, Limitada, CC e DD. Pediu a resolução do contrato de subarrendamento celebrado entre a Autora e a Ré sociedade e a condenação desta a restituir o locado, livre e desocupado. Pediu ainda a condenação das Rés CC e DD a pagarem-lhe a quantia de 4462,50 euros de rendas vencidas, além das vincendas até à restituição. Alegou nuclearmente ser arrendatária de uma fracção que sublocou à 1.ª Ré para o exercício da actividade de cabeleireiro, manicure e pedicure, pela renda mensal de 750,00 euros, que não lhe vem sendo paga.

2 A 1.ª Ré contestou alegando, em síntese, ter intentado acção contra a Autora pedindo a suspensão do pagamento das rendas até decisão sobre a obtenção da licença; arguiu a anulabilidade do subarrendamento por inexistência de licença para o exercício da actividade; e pediu a condenação da Ré a indemnizá-la por investimentos feitos e pela perda de clientela. Na 2.ª Vara Cível da Comarca de Lisboa a acção foi julgada procedente e improcedente a condenação das Rés no pagamento da indemnização, excepto quanto a rendas vencidas de Dezembro de 2004 a Maio de 2005 e desde Novembro de 2005 até à restituição do locado. Apelou a 1.ª Ré tendo a Relação de Lisboa confirmado o julgado. Pede, agora, revista assim concluindo as suas alegações: -Na data da celebração do ajuizado contrato, não existia Licença de Utilização para os fins comerciais pretendidos do espaço em questão, exigida pelo art 9 do Regime do Arrendamento Urbano, aprovado pelo Decreto- Lei n 321/90, de 15 de Outubro (RAU). -Ora, o n 1 do art 9.º do RAU estabelece que só podem ser objecto de arrendamento urbano os edifícios ou suas fracções cuja aptidão para o fim pretendido pelo contrato seja atestado pela licença de utilização, passada pela autoridade municipal competente, mediante vistoria realizada menos de oito anos antes da celebração do contrato. -Consagra, é certo, o n 2 do art 9 do RAU, a possibilidade de, quando as partes aleguem urgência na celebração do contrato, a licença de utilização pode ser substituída por documento comprovativo de a mesma ter sido requerida. -Ora por um lado, tal estipulação essencial, fixada imperativamente pela Lei para a celebração do contrato, não foi incluída no mesmo, o que determinava a respectiva nulidade. -Por outro lado, o n 2 do art 9 do RAU não derrogou o disposto no art 8 do Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU), o qual se mantém vigente, e que determina a exigência de tal Licença de Utilização, para fins comerciais de um locado, cominando a utilização, nomeadamente para fins comerciais, de um prédio não licenciado, com o despejo sumário dos inquilinos, a ordenar pela Câmara Municipal competente (art 165 ). -Mesmo que se entenda que tal disposição já não se mantém vigente, o que apenas por dever de patrocínio se admite, sempre se dirá que a Ré nunca poderia correr um risco de continuar a permanecer no locado sem a Licença Municipal. -Tendo em consideração as divergências de conteúdo do subarrendamento com o contrato de arrendamento, e o facto de não existir Licença de Utilização, entendeu a Ré não existirem condições, quer de ordem negocial, quer de ordem jurídica para a manutenção do ajuizado subarrendamento. -Ainda relativamente a esta questão sublinha-se o facto de, apesar do ajuizado contrato ter sido celebrado em 2003, apenas em 2004, foi apresentado, na Câmara Municipal de Lisboa, o pedido de vistoria a que alude o n 1 do art 9 do RAU, facto que é, por si só, demonstrativo da falta de diligência (que impendia sobre a locadora). -Tendo em atenção os factos vertidos na petição inicial, verificou-se claramente o incumprimento definitivo, por parte da Autora, do ajuizado contrato. -Com fundamento no incumprimento verificado, a Ré pediu, em sede de reconvenção, a resolução do subarrendamento. -Dos factos referidos, julga-se à sociedade, não ser exigível à Ré o pagamento da renda. -A responsabilidade pela resolução do contrato por parte da Ré, deve-se, conforme se observou, e em exclusivo, à Autora. -O acórdão recorrido deve ser substituído por outro que julgue a acção

3 improcedente, e procedente o pedido reconvencional. Não foram oferecidas contra alegações. As instâncias deram por assente a seguinte matéria de facto: -A Ré instaurou contra a ora Autora uma acção declarativa de condenação, sob a forma ordinária, que corre os seus termos na 17.ª Vara, 1.ª Secção deste tribunal sob o n 1912/05 e em que pede a anulação do contrato de arrendamento em causa por impossibilidade legal do objecto, com restituição à aí Autora e aqui Ré de tudo quanto tenha sido prestado, a condenação da aí Ré a indemnizar a Autora por todos os prejuízos causados à ai Autora com a perda de clientela originada pela obrigação de abandonar o locado, indemnização a liquidar em execução de sentença e pelos investimentos pela mesma feitos no locado e a dispensa da Autora de pagar as rendas até decisão final ou até obtenção da licença por parte da aqui Autora e ali Ré, acção que em Novembro de 2005 aguardava o trânsito em julgado da deserção de um recurso, após o que seria aberta conclusão para os fins do art 508-A ou 508-B do C. P. Civil, encontrando-se nesta data aberta conclusão nesse processo para despacho saneador ou marcação da audiência preliminar. -Na acção referida em 1 a ora Autora ali Ré foi citada em 26 de Abril de 2005, tendo a acção dado entrada em juízo em 31 de Março de Estes autos deram entrada em juízo em 13 de Abril de 2005, tendo a ora Ré sido citada em 21 de Abril de Por acordo escrito datado de 26 de Fevereiro de 1990 AR e SA declararam ser donos e legítimos possuidores da cave, fracção B do prédio sito na Rua..., n 00, em Lisboa e que prometiam dar de arrendamento à ora Autora, contra o pagamento da quantia mensal de Esc $00, a referida fracção, pelo prazo de seis meses, renováveis por iguais períodos, contando-se o seu início a partir de 1 de Junho de 1990, locado que se destinava exclusivamente à instalação de escritórios comerciais, lojas de roupa e similares, bem como confecções, serviços de informática, venda e assistência de computadores e prestação de serviços conexos com as actividades referidas, na condição dos restantes moradores não serem incomodados por horários anormais, ruídos ou cheiros impróprios de um prédio de habitação. -A renda referida em 4 deveria ser paga na residência de um dos proprietários no primeiro dia útil do mês anterior àquele a que dissesse respeito. -Nos termos do acordo referido os promitentes locadores autorizaram a promitente locatária a sublocar parcialmente a fracção em causa para os ramos referidos em 4. -Por acordo datado de 17 de Julho de 2003 a Autora declarou ser arrendatária do prédio referido e que subarrendava à primeira Ré para instalação exclusiva de salão de cabeleireiro, manicure e pedicure, não podendo a Ré dar-lhe outro uso nem sublocá-lo ou ceder a sua posição contratual sem autorização prévia, por escrito, da Autora as salas 1 e 2 do referido prédio, pelo prazo de seis meses renováveis e contra o pagamento da quantia de 750 Euros mensais, a pagar no primeiro dia útil do mês imediatamente anterior àquele a que dissesse respeito no domicílio da Autora ou no lugar por esta indicado. -O acordo referido teve o seu início em 1 de Agosto de Na data referida e no mesmo acordo a Ré declarou reconhecer que o locado realizava cabalmente o fim a que se destinava e que não lhe podia dar outro uso nem sublocá-lo ou ceder a sua posição, no todo ou em parte, sem autorização prévia por parte da Autora, por escrito. -Na data referida e pelo mesmo documento as segunda e terceira Rés declararam assumir, solidariamente com a Ré, a obrigação do fiel cumprimento de todas as cláusulas do referido acordo, seus aditamentos legais e suas renovações até à efectiva restituição do locado, livre e devoluto de pessoas e bens e que as fianças acabadas de prestar subsistiriam ainda que

4 houvesse alteração da renda então fixada e mesmo depois de decorrido o prazo de cinco anos a que se refere o art 655, n 2 do C. Civil. -Na data referida as partes acordaram que a Ré não poderia fazer quaisquer obras de alteração do arrendado sem autorização prévia e por escrito da Autora nem levantar quaisquer benfeitorias pela mesma realizadas, ainda que autorizadamente nem por elas pedir indemnização ou alegar retenção. -A Ré não pagou a renda vencida em 1 de Dezembro de 2004 nem as que se venceram posteriormente até 13 de Abril de Em 23 de Setembro de 2005 a Ré efectuou um depósito autónomo na Caixa Geral de Depósitos no valor de Euros. -Por carta datada de 12 de Julho de 2003 AR comunicou à Autora, por carta, autorizar a sublocação das salas 1 e 2 do prédio referido para ali ser instalado um salão de cabeleireiro, manicure e pedicure. -Em data não apurada de 2004 a Ré requereu à Câmara Municipal de Lisboa a emissão de uma licença de utilização específica para poder exercer a sua actividade. -Até Novembro de 2005 a licença em causa ainda não fora concedida -O espaço sublocado à Ré beneficia de uma licença de utilização composta de uma ocupação destinada a actividades terciárias com área superior a 100 metros quadrados. -A Ré, imediatamente após o acordo referido fez no locado as obras que entendeu e começou a exercer a sua actividade, mantendo-se explorar o estabelecimento comercial em causa até hoje. -A Autora e os promitentes locadores à mesma do espaço nunca se opuseram ao exercício, pela Ré, da sua actividade de cabeleireiro, manicure e pedicure no mesmo espaço. -Em 12 de Novembro de 2004 deu entrada na Câmara Municipal de Lisboa um requerimento de AR de licenciamento de obras de alteração / legalização do espaço, ao abrigo do disposto no Dec. Lei n 370/99 de 18 de Setembro, o qual corre seus termos sob o n 1 907/EDJJ2004 para licenciamento do espaço para salão de cabeleireiro e clínica de estética. -Por carta do mandatário da Autora datada de 2 de Dezembro de 2004 foi comunicado ao mandatário da Ré que o proprietário do prédio procedera já em 8 de Novembro de 2004 ao pedido de licenciamento. -A Ré angariou clientela de cabeleireiro, manicure e pedicure no locado. Foram colhidos os vistos. Conhecendo. 1- Objecto do recurso. 2- Licença de utilização. 3- Rendas. 4- Conclusões. 1 Objecto do Recurso A ora Recorrente culminou a sua contestação pedindo a anulação do contrato por impossibilidade legal do objecto restituindo-se-lhe tudo o que prestou; a condenação da Autora a indemnizá-la pela perda de clientela e investimentos feitos no locado ; dispensa do pagamento de rendas até à decisão judicial, ou até à obtenção da respectiva licença. Na 2.ª Vara Cível da Comarca de Lisboa foi declarado resolvido o arrendamento; as Rés condenadas no pagamento de rendas; e julgados improcedentes os pedidos de declaração de nulidade do contrato de arrendamento e de indemnização à Ré. Nas conclusões da apelação a Ré afirmou a nulidade do contrato de arrendamento dizendo ser lícito o não pagamento das rendas e culminando

5 pedindo que julgue procedente o pedido formulado pela Ré. A Relação negou provimento ao recurso remetendo para a sentença, nos termos do n.º 5 do artigo 713.º do Código de Processo Civil. Nas conclusões da revista, acima elencadas, a recorrente pede a resolução do subarrendamento por incumprimento definitivo por parte da Autora, afirma não lhe ser exigível o pagamento da renda e a final que se julgue a acção improcedente e procedente o pedido reconvencional. Sendo o objecto do recurso limitado pelas conclusões da alegação, nos termos conjugados dos artigos 684.º, n.ºs 3 e 4 e 690.º, n.ºs 1 e 2 do Código de Processo Civil, certo é que tais proposições sintéticas não podem consistir na mera afirmação da procedência do pedido da recorrente, antes contendo todo um raciocínio lógico-juridico a contrariar as razões adoptadas no aresto posto em crise, sempre com as especificações do n.º 2 do citado artigo 690.º. E se a recorrente assim procedeu quanto à invocação da nulidade do contrato e à não obrigação do pagamento de quaisquer quantias, a titulo de rendas, não alinhou quaisquer argumentos para contrariar o julgado no segmento indemnizatório pelos investimentos feitos e pela perda de clientela. E nem se diga que deveria ser proferida, nesta parte, o despacho aperfeiçoador a que se refere o n.º 4 do artigo 690.º da lei processual. É que, já na apelação a recorrente deixara aquele ponto sem controvérsia o que convence da sua não impugnação aceitando, assim, o decidido e limitando, tacitamente, e desde então, o âmbito do primeiro recurso. De outra banda, a afirmação final não reflecte o desenvolvido no corpo da alegação. Passar-se-ão a conhecer, apenas as questões correctamente suscitadas: nulidade do arrendamento por ausência de licença de utilização; não obrigação de pagamento das rendas vencidas. 2 Licença de utilização 2.1 Louvando-se no artigo 9.º do R.A.U. (Decreto-Lei n.º 321/90, de 15 de Outubro) a recorrente pugna pela nulidade do contrato por, aquando da sua celebração não existir licença de utilização para os fins pretendidos do espaço em questão. Invoca, ainda, o artigo 8.º do Regulamento Geral das Edificações Urbanas. Mas não tem razão. O artigo 9.º do R.A.U tem, precisamente, a sua origem no artigo 8.º do RGEU (Decreto-Lei n.º de 7 de Agosto de 1951) e ainda nos artigos 1.º do Decreto-Lei n.º 329/81, de 4 de Dezembro ( Só poderão ser efectuadas escrituras de arrendamento para comércio, indústria ou profissão liberal mediante a apresentação pelo locador de licença camarária donde conste ser essa a finalidade do imóvel ou que autorize a mudança de finalidade, se for outra, ou de certidão emitida pela repartição de finanças competente comprovativa de que foi declarado anteriormente o arrendamento do imóvel com essa finalidade, nos termos do artigo 116.º do Código da Contribuição Predial e do imposto sobre a indústria agrícola. ) e 2.º, n.º1, alínea e) do Decreto-Lei n.º 13/86 de 23 de Janeiro (este, reportado aos arrendamentos

6 para habitação), e é de aplicar aos arrendamentos celebrados após 1 de Janeiro de A exigência da licença de utilização radica-se na necessidade de obrigar os proprietários dos imóveis (novos, reconstruídos ou alterados) ao cumprimento de todas as normas legais, quer relativas à construção, quer de segurança, salubridade ou estética. E é obrigatória para qualquer arrendamento, quer habitacional, quer para o exercício de actividade comercial, industrial, de profissão liberal ou de outra actividade, desde que licita, já que, e como nota o Conselheiro Aragão Seia (in Arrendamento Urbano, 7.ª ed, 508) é um requisito formal do contrato de arrendamento e destina-se a salvaguardar a posição jurídica do arrendatário, obviando a que este venha a encontrar-se sujeito a uma medida administrativa de despejo, quando o local arrendado não disponha de funcionalidade adequada ao seu uso. Daí que o senhorio só possa outorgar o contrato se detiver uma licença de utilização para o fim pretendido com o arrendamento, com base em vistoria realizada há menos de oito anos. Essa vistoria poderá ser global aquando da abertura do edifício ou parcelar para cada espaço a arrendar. (cf. Conselheiro Pinto Furtado, in Manual do Arrendamento Urbano, 2.ª ed, 338/9). Mas há sempre que proceder a um distinguo entre licença de utilização para o exercício de uma actividade genérica (v.g., habitação, comércio, profissão liberal, etc.) e a licença de utilização para o exercício de qualquer species daquele genus (lar residencial, farmácia, consultório médico, etc.). Só a primeira é obrigação do senhorio por se tratar de licenciamento do edifício para necessidades comuns a certo tipo de utilização e conciliá-lo com os direitos dos restantes condóminos (que,e v. g., vêm os espaços comuns frequentados por estranhos) e com a própria estrutura e configuração do edifício e suas acessibilidades. Já licenças tantas vezes equivalentes a alvarás para o exercício de certo ramo (que podem implicar a realização de obras internas, instalações de água e electricidade próprias e definição de áreas de compartimentos) cumprem ao arrendatário que pretende exercer a actividade específica. Assim decidiu este Supremo Tribunal (Acórdão de 13 de Dezembro de A 2766 desta mesma conferência) ao dizer que o senhorio tem a obrigação de assegurar o gozo da coisa ao locatário estando este obrigado ao pagamento da renda, como contrapartida, não cumprindo ao locador a obtenção de qualquer licença ou alvará. Se nada tiver sido convencionado em contrário, e tratando-se de arrendamento para exercício de restauração, é ao arrendatário que compete proceder às obras de adaptação, gestão de áreas, instalação de equipamentos e decoração para instalar o seu estabelecimento., entendimento que agora melhor se clarifica. Também o Acórdão de 31 de Março de A639 assim julgou: o sinalagma que à obrigação (do arrendatário) do pagamento de rendas corresponde é o da prestação (do senhorio) de entregar e assegurar o gozo do locado e não o de obtenção da licença.. Este aresto foi tirado para arrendamento de pretérito do artigo 9.º do R.A.U. mas já não vigência do

7 artigo 8.º R.G.E.U. 2.2 Aqui chegados, verifica-se resultar da matéria de facto assente pelas instâncias (resultante de admissão por acordo e do documento de fls. 150) que o espaço sublocado à Ré beneficia de uma licença de utilização composta de uma ocupação destinada a actividades terciárias com área superior a 100 metros quadrados. É sabido que o sector terciário da economia compreende todas as actividades relacionadas com o comércio e a prestação de serviços. Engloba, para além do comércio tradicional, o comércio electrónico (ou informático) e, na prestação de serviços, desde a limpeza ao aconselhamento fiscal, incluindo a prestação de serviços quer a pessoas singulares quer a empresas. É um sector que não produz bens mas essencial numa sociedade capitalista desenvolvida. Proporciona às pessoas todos os produtos industriais e agrícolas para consumo e ocupação dos tempos de lazer. Contribui para o PIB de forma muito significativa, chegando aos 90% em certos países (v.g. Bélgica e Luxemburgo). Desenvolve-se, fundamentalmente, nos centros urbanos contribuindo, decisivamente, para o seu desenvolvimento. Fora de dúvida, pois, que a actividade de cabeleireiro (e conexas, como manicure, pedicure, etc.) se integra no sector terciário. Daí que o locado estivesse devidamente licenciado para, e na perspectiva de licença geral acima acenada, a instalação da actividade da recorrente. Mais não cumpria à recorrida na qualidade de locadora. 2.3 Mas mesmo que assim não se entendesse o que só por mero raciocínio académico, e ex abundantia, se admite- nunca o contrato estaria ferido de nulidade. É que, a falta de licença de utilização imputável ao senhorio na vigência do artigo 9.º do R.A.U sujeitava-o a coima (n.º5) e permitia ao arrendatário pedir a resolução do contrato ou, em alternativa, a realização de obras que permitam adequar a fracção à finalidade pretendida. (cf. o Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça de 27 de Junho de 2006 P.º 1871/06 e, quanto à mudança de finalidade da fracção, salvo tratando-se de arrendamento habitacional, o Acórdão de 31 de Janeiro de A4649 desta mesma conferência) o que demonstra que o objecto do negócio não seria, neste caso, impedido por norma imperativa por contra legem ou in fraudem legis. Improcedem, assim, as razões da recorrente. 3 Renda Outrossim, não tem a recorrente razão quando pretende exonerar-se do pagamento das rendas vencidas e vincendas, estas até à restituição do locado. Por um lado, o contrato não surge viciado de nulidade ou de causa de anulação.

8 Mas ainda que fosse nulo o que como acima se disse não se concede sempre seriam devidas aquelas quantias. É esta a jurisprudência constante deste Supremo Tribunal (cf., v.g, e entre muitos, os Acórdãos de 15 de Fevereiro de 2005 P.º n.º 4401/04-6.ª e de 6 de Abril de B4346) que decide que se, na sequência de contrato de arrendamento nulo, se constituiu posse (ou detenção) do arrendado, sem pagamento, mas subsistindo a ocupação do imóvel, é devido o valor correspondente à utilização da coisa (a renda acordada). Sempre, em consequência, improcederia a argumentação da recorrente. 4 Conclusões Pode concluir-se que: a) As conclusões da alegação de recurso são proposições sintéticas a condensar o desenvolvido no corpo do texto não se podendo limitar a uma mera afirmação da procedência do pedido, antes devendo conter um raciocínio lógico-juridico com as especificações do n.º 2 do artigo 690.º do Código de Processo Civil. b) O artigo 9.º do R.A.U aplica-se aos arrendamentos celebrados após 1 de Janeiro de 1992 e não fulmina de nulidade o arrendamento de fracção não licenciado para a finalidade do contrato, antes,e se a falta de licença é da responsabilidade do senhorio, sancionando-o com coima e facultando ao arrendatário pedir a resolução do contrato ou a realização de obras que, adequando o locado, permitam o licenciamento. c) A licença a que se refere o n.º 1 do artigo 9.º do RAU é a autorização genérica para o exercício de actividade inserível no sector económico pertinente, cumprindo ao inquilino a obtenção de licenças ou alvarás para o exercício de actividade especifica que se propõe. d) Estando o prédio licenciado para o exercício de actividades terciárias, está cumprido o citado artigo 9.º do RAU se o senhorio o arrenda para instalação de um salão de cabeleireiro, devendo o inquilino obter licenças e alvarás típicas para aquela espécie de prestação de serviços. e) Sendo declarado nulo o arrendamento de espaço detido e fruído pelo arrendatário deve este, enquanto durar a ocupação, pagar o valor correspondente à utilização da coisa (normalmente equivalente à renda acordada). Nos termos expostos, acordam negar a revista. Custas a cargo da Recorrente. Lisboa, 19 de Fevereiro de 2008 Sebastião Póvoas Moreira Alves Alves Velho

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