PARECER CME nº 03/06
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- Neusa Aranha Domingues
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1 PARECER CME nº 03/06 Interessada: Secretaria Municipal da Educação. Assunto: Formação docente para atuar na educação infantil. Relatoras: Maria José Garcia Diniz Marques e Roseli Mara Ricardo Bernardes. Histórico: I - A Secretaria Municipal de Educação de São José do Rio Preto, encaminhou ofício em 31 de julho do corrente ano, solicitando manisfestação deste Conselho sobre a formação docente definida em lei para professores de Educação Infantil, visto que os editais dos últimos concursos não exigiram habilitação específica para atuar nessa etapa. Sugere que a questão deveria ser resolvida com ações diferenciadas: 1 Para os professores efetivos que hoje atuam na Educação Infantil sem a habilitação específica. 2 Para os que irão prestar as provas para concurso público para provimento de cargos de PEB I. II - A formação dos professores diante da nova legislação educacional. O artigo 62 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB define que a formação do professor para a Educação Básica deve ser realizada em nível superior, em cursos de licenciatura, de graduação plena, em universidades e em Institutos Superiores de Educação mas, admite como formação mínima para o exercício na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. Se é verdade que a lei apresenta, que, a formação dos profissionais da Educação Básica deve se dar em nível superior, também é verdade que, mais uma vez a lei mantém a ambiguidade e a provisoriedade de formação do professor das séries iniciais, entre os níveis médio e superior. Diferentes interpretações, como as que defrontam o artigo 62 e o artigo 87 da LDB, o teor do Decreto Federal nº de 06/12/99, alterado pelo Decreto Federal nº de 07/08/2000, a Resolução CNE/CEB nº 2 de 19/04/99, a Resolução CNE/CP nº 2 de
2 26/06/97, o Parecer CNE nº 970/99, a Resolução CNE/CP nº 1 de 18/02/02, evidenciaram o teor complexo e polêmico que envolve as diferentes instituições e as novas iniciativas no campo da formação docente, tornando-se fator de insegurança para os professores. Em pouco tempo, uma realidade de formação do professor em escolas de nível médio viu-se substituída por propostas de formação em cursos de nível superior, afirmando-se que a partir do final da década da educação, em 2006 só serão admitidos professores com esse nível de formação. Por meio desta redação de significado pouco preciso, muitas pessoas foram levadas a pensar que após 10 anos da promulgação da Lei, o acesso às funções docentes passasse a ser prerrogativa exclusiva de professores com formação em nível superior. III - O Conselho Nacional de Educação em razão de inúmeras consultas sobre o assunto, se manifestou por meio dos pareceres CNE/CEB nº 01/03, CNE/CEB nº 03/03, CNE/CEB nº 04/03, Resolução CNE/CEB nº 01/03 e CNE/CEB nº 04/04. À vista da legislação vigente e análise dos pareceres do CNE, da Lei Complementar 138/01 que dispõe sobre o Estatuto, Plano de Carreira, Vencimentos e Salários do Magistério Público do Municipio de São José do Rio Preto e os editais dos concursos anteriores, esse egrégio Conselho manifestou-se: Mérito: I Para os professores efetivos que hoje atuam na Educação Infantil, sem a habilitação exigida. Do Direito A consulta formulada pela autoridade educacional diz respeito aos direitos dos professores portadores de diploma de Curso Normal e Pedagogia. A Lei Complementar 138/01, entre outros, institui o plano de carreira do magistério e define no artigo 6º, o Quadro dos Profissionais da Educação, constituído de classes de docentes e especialistas, sendo que: Art 6º I Classe de docentes a) Professor de Educação Básica I (PEB I) b) Professor de Educação Básica II (PEB II) e no artigo 8º define o campo de atuação do PEB I:
3 Art 8º Os integrantes das classes de docentes exercerão suas atividades na seguinte conformidade: I Professor de Educação Básica I: a) Educação Infantil; b) 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental, em todas as suas modalidades. c) Salas de atendimento a portadores de necessidades especiais. No artigo 10, define os requisitos para o provimento dos cargos ou empregos das classes de docentes, constantes no Anexo II da mesma lei, ou seja, Licenciatura Plena em Pedagogia com habilitação para o magistério nas séries iniciais do Ensino Fundamental ou nível médio, na modalidade Normal. A Resolução CNE/CEB nº 01/03 dispõe sobre os direitos dos profissinais da educação com formação de nível médio, na modalidade Normal, em relação à prerrogativa do exercício da docência, em vista do disposto na lei 9394/96, e dá outras providências. Artigo 1º Os sistemas de ensino, de acordo com o quadro legal de referência, devem respeitar em todos os atos praticados os direitos adquiridos e as prerrogativas profissionais conferidas por credenciais válidas para o magistério na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, de acordo com o disposto no artigo 62 da Lei 9394/96. Conclusão Dessa forma, os profissionais que obtiveram a habilitação, em nível médio, modalidade normal estão aptos a exercer a docência de 0 a 3 anos, de 4 a 6 anos, bem como até a quarta série do ensino fundamental ou ciclo correspondente, como também os portadores de diploma de Pedagogia que atenderam aos requisitos exigidos no edital do concurso. Portanto todos os professores que se efetivaram no cargo têm seu direito garantido, de neles permanecer, desde que os requisitos necessários tenham sido atendidos. No entanto, os pareceres e resoluções atuais convergem no sentido dos profissionais obterem habilitação especifica para o exercíco da docência, seja, nas séries iniciais do ensino fundamental ou da educação infantil. Esse desejo em direção da habilitação docente pode ser constatado no parecer CNE/CP nº 5/2006; a seguir: o Curso Normal Superior poderá prever uma ou ambas as habilitações: (i) Licenciatura para o Magistério na Educação Infantil, (ii) Licenciatura para o Magistério nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, sendo permitida a obtenção de segunda habilitação
4 para os concluintes dos Cursos de Pedagogia ou Normal Superior regidos pelas normas anteriormente vigentes, segundo os Projetos Pedagógicos correspondentes; A intenção deste Conselho ao sugerir a complementação de estudos em nível superior ao professor, é atingir a melhoria da qualidade do ensino, que é um dos objetivos centrais do Plano Nacional de Educação, que para ser alcançada, necessita de uma formação sólida do professor, na área de atuação. Esta intenção está expressa no artigo 87, parágrafo 4º da Lei 9394/96 e também nas metas do PNE: Artigo 87 É instituida a Década da educação a iniciar-se a partir da publicação desta lei. 4º Até o fim da Década da Educação somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço. O PNE estabelece em relação à Educação Infantil: Meta nº 5: b) que, em cinco anos, todos os professores tenham habilitação específica de nível médio e, em dez anos 70% tenham formação específica de nível superior. Os professores que possuem habilitação em nível médio, modalidade Normal, poderão complementar seus estudos em Nível de Graduação de acordo com a Resolução CNE/CP nº 01/06, que instituiu diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura. Para os professores que já possuem nível superior, em cursos de Pedagogia, concluídos no regime de normas anteriores a esta Resolução, poderão complementar seus estudos de acordo com o artigo 12, da Resolução CNE/CP 01/06: Artigo 12 Concluintes do curso de Pedagogia ou Normal Superior que, no regime das normas anteriores a esta Resolução, tenham cursado uma das habilitações, a saber, Educação Infantil ou anos iniciais do Ensino Fundamental, e que pretendam complementar seus estudos na área não cursada poderão fazê-lo. III Quanto aos requisitos de formação a serem exigidos para o provimento de cargo de PEB I, para atuação em Educação Infantil, serão válidos: a) diploma de nível médio, devidamente registrado, na modalidade Normal, expedidos no regime de normas anteriores à Lei 9.394/96, ou concluídos sob sua égide. b) diploma de nível superior, devidamente registrado, obtidos em cursos normais superiores em Institutos Superiores de Educação, com habilitação para educação infantil de acordo com a Resolução CNE/CP nº 01/99 e decreto 3.276, de 06 de dezembro de 1999, alterado pelo decreto 3554 de 2000; c) diplomas de nível superior de graduação, devidamente registrados, em Pedagogia, com habilitação específica para atuação na Educação Infantil. Recomenda-se à Secretaria Municipal da Educação que o Edital do Próximo concurso deva exigir o diploma e o histórico escolar (inciso VII do artigo 24 da LDB, bem como, seguir as orientações do parecer CNE/CEB 27/04, sem abrir mão das atuais
5 exigências, ressalvadas as garantias do direito intertemporal. Recomenda-se ainda a revisão da Lei Complementar nº 138/01 nos artigos 8º e anexo II do artigo 10. São José do Rio Preto, 14 de dezembro de Maria José Garcia Diniz Marques; Roseli Mara Ricardo Bernardes. O Presente Parecer foi aprovado por unanimidade pelos Conselheiros titulares em reunião realizada na data supra. Presente os Conselheiros: Andréa Ferreira, Adriana Fasanelli Petreca, Antonio Carlos Tozzo, Elisabeth Maria Amantéa Rocha, Elso Drigo Filho, Farize Candida Aydar Nogueira, Luiz Tadeu Pessutto, Maria José Bacurau Figueiredo, Maria José da Cunha Carreteiro, Maria José Garcia Diniz Marques, Rosa Aparecida Musa de Oliveira, Roseli Mara Ricardo Bernardes, Rosycarmen Pontes Gestal Alvares, Valdelir Elvira Perez Brognaro, Vera Lucia de Souza Góes e Vera Lucia Morais Bechuate. Encaminha-se ao Gabinete da Senhora Secretária, São José do Rio Preto, 14 de dezembro de Vera Lucia Morais Bechuate Presidente
diversificadas do currículo da sala comum e de forma não substitutiva à escolarização.
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