Oficina 2: ANIMAIS. 1. Introdução
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- Maria do Loreto Braga Bergmann
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1 Oficina 2: ANIMAIS 1. Introdução Para compreender e respeitar a diversidade dos seres vivos é importante o estudo da reprodução dos vegetais e animais e para isso é necessário que as crianças percebam que podemos analisar o fenômeno vida, estudá-lo em etapas, nele interferir, mas que não deciframos completamente e tampouco podemos reproduzi-lo. A continuidade de qualquer espécie viva depende de sua capacidade de reprodução. Podemos mesmo dizer que a capacidade de se reproduzir, gerando descendentes com as mesmas características, é uma qualidade básica de um ser vivo. Se um ser qualquer não tiver capacidade de se reproduzir, não pode ser considerado um ser vivo. Sempre é bom fazer algumas comparações com outros animais e mostrar semelhanças e diferenças. Nessa oficina enfocaremos o desenvolvimento de dois seres vivos dentro de ovos (pintinho e borboleta), que podem ilustrar uma forma de reprodução. Proposta do Programa As crianças de 6 a 8 anos estão ávidas de descobertas, prontas para admirar o mundo. Manifestam espontaneamente o desejo de descobrir, experimentar, compreender. Cabe a nós, como educadores, aproveitar essa curiosidade, selecionando e organizando os conteúdos de forma contextualizada e significativa. Dentro desta perspectiva, a proposta curricular desta oficina prevê que, nos anos iniciais do ensino fundamental, o aluno deve ser levado a observar a reprodução dos seres vivos e sua inter-relação no ambiente. Essa perspectiva busca privilegiar, no estudo de Ciências, a compreensão do começo da vida e não a classificação, nomenclatura e definição memorizada. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais: a reprodução dos animais pode ser estudada enfocando-se o desenvolvimento dos filhotes no interior do corpo materno ou em ovos postos no ambiente, alimentação dos filhotes e o cuidado com a prole, os rituais de acasalamento, as épocas de cio, o tempo de gestação, o tempo que os filhotes levam para atingir a maturidade e o tempo de vida. São funções rítmicas, interessantes e importantes a serem estudadas. Dentro desse eixo propomos desenvolver o conhecimento da anatomia de um ovo de galinha, a construção de um borboletário e o desenvolvimento da borboleta, a importância das penas para as aves, formas de classificação dos animais e cuidados e prevenção contra a Dengue. CONTEÚDOS Quem passou por aqui? ATIVIDADES Seguir uma trilha com diversas pistas de animais O guarda chuva das aves Molhar uma ave para descobrir o óleo que impermeabiliza as penas das aves.
2 Construindo a casa da borboleta. Visitar o borboletário Observar uma borboleta alimentando-se Observar o desenvolvimento de uma lagarta Aprender a construir um borboletário Identificar a seqüência das fases do desenvolvimento de uma borboleta Como nasce o pintinho Mosquitinho da Dengue Identificar ovo galado Registrar, em um desenho, as estruturas do ovo, identificando-as Observar um mosquito da Dengue, conhecer o ciclo reprodutivo e formas de prevenção contra a Dengue Atividade 1: Quem passou por aqui? 1 Apresentação do problema O nosso problema é descobrir quais foram os bichinhos que passaram na trilha. À medida que avançarmos na trilha serão fornecidas algumas dicas. A pergunta fundamental será: Quem passou por aqui? Objetivos: Identificar os diversos tipos de animais a partir da observação de pistas, vestígios de alguns animais. Material: Pelo de cachorro Ovos de codorna Teia de aranha Leite de vaca Milho Cabelo e unha Seda (tecido) Botão (madre pérola) ou conchinhas Escama de peixe Pena de passarinho, pavão... Um potinho de mel Perna de barata ou grilo ou cigarra ou asa de borboleta Perna de rã Pote com terra (minhoca) Rabo de lagartixa ou pele de cobra
3 2 Levantamento de hipóteses Pista Os alunos observarão a trilha e completarão a tabela abaixo. Nome do Animal 3 Experimentação Os alunos seguirão as pistas na trilha observando e pegando os vestígios dos animais para identificá-los. 4 Discussão Coletiva: Após cada aluno preencher sua ficha de identificação dos animais, eles se sentarão em círculo e o professor perguntará o que encontraram em cada pista questionando sobre: - Onde vive - O que ele come - Sua forma de reprodução - Como se defende - Etc... O professor nesse momento vai mostrando que cada animal que possui características semelhantes pertence a um mesmo grupo introduzindo assim a classificação dos animais (mamíferos, répteis, aves, anfíbios, artrópodes, molusco, peixes) deixando bem claro para o professor que os alunos nessa fase não necessitam memorizar essa classificação, apenas conhecê-la a título de curiosidade. 5- Registro Escolher um animal que achou mais interessante e criar uma história fantástica colocando-o como personagem principal e utilizando as informações obtidas sobre ele na aula. Não esquecer de ilustrar a história.
4 Atividade 2: O guarda chuva das aves 1 Apresentação do problema Levar uma codorna para a sala de aula, jogar água sobre ela e perguntar aos alunos: Por que as aves não molham quando andam na chuva? Objetivo: Conhecer a importância das penas para as aves. Material: Codornas Bacias Água Massinha de modelar Penas Palitos de dente Miçangas pretas Garrafa PET com furinhos na tampa (simulando um chuveirinho) 2- Levantamento Cada aluno colocará sua opinião, buscando assim identificar os conhecimentos prévios dos mesmos. 3 Experimentação Cada grupo receberá uma codorna, bacia e uma garrafa PET com água. O professor deverá chamar a atenção dos alunos quanto a temperatura debaixo das penas da codorna, pedir que molhem-na sem passar as mãos em suas penas e observem o que impede as penas de se molharem. 4- Discussão coletiva Cada grupo apresentará suas conclusões justificando cada opinião, a professora deverá conduzir a discussão questionando a organização das penas, mostrando a presença de um óleo que fica armazenado próximo à cauda (glândula uropigiana). O professor poderá levar um dorso de galinha, cortar e mostrar aos alunos. 5- Registro Fazer pintinhos com massinha de modelar e penas. Em seguida os alunos irão produzir uma frase para colocar numa faixa como manifestação contra os dejetos de detergente que são jogados nos rios e tiram essa proteção das aves aquáticas. O professor pode pedir que os alunos criem uma poesia coletiva, sobre as aves, tendo como fundamento o que aprenderam na aula.
5 Atividade 3: Construindo a casa da Borboleta 1 Apresentação do problema A professora leva algumas borboletas e bruxas para a sala de aula e faz os seguintes questionamentos aos alunos: Podemos construir uma casa para as borboletas? Objetivos: Conhecer o ciclo de vida das borboletas (metamorfose) e sua importância nos ecossistemas. Materiais: Caixa de papelão Filó Fita crepe Tesoura Galho seco Chumaço de algodão Tampa de maionese Lagartas Folhas da planta onde estava a lagarta Papel A4 Giz de cera 2 Levantamento de hipóteses O professor incentiva a escrita de hipóteses para garantir o sucesso da experiência. Cada grupo deverá sugerir o que é preciso para a construção da casa da borboleta, levando em consideração seu hábitat natural e nicho ecológico. 3 Experimentação Esta é a ocasião de trabalhar com as crianças os medos e nojos desnecessários, de repensar tabus. Se elas não se sentirem seguras para tocar a borboleta, não as obrigue, mas encoraje-as mostrando a elas como se faz. Construir com elas um borboletário e observá-lo durante alguns dias fazendo anotações sobre o que vêem. Construindo o borboletário: - pegue a caixa de sapato de papelão e recorte em um dos lados, fazendo uma espécie de janela, que servirá para você fazer o manejo do borboletário. - na tampa da caixa, recorte um pedaço de papelão em forma de um retângulo. Tampe essa janela que se formou com o filó; - coloque as folhas que servirão de alimento para as lagartas de acordo com a espécie.
6 - com um pequeno pedaço de madeira, pegue a lagarta (cuidado para não tocá-la para não ter problemas com seu pelos) e coloque-a dentro do borboletário. - coloque um chumaço de algodão umedecido sobre o filó para manter o ar umedecido dentro da caixa. 4 Discussão Coletiva: As crianças discutem no interior do grupo sobre o desenvolvimento da lagarta até a sua metamorfose, onde se transforma em borboleta. 5- Registro ( ler um livrinho com história de uma borboleta e pedir para os alunos confeccionarem dobradura de borboleta) Fazer desenhos, colagens, pinturas de borboletas. Criar um personagem e uma história com uma borboleta. Acompanhar o desenvolvimento da lagarta completando a seguinte tabela: Dias º Observações Fazer um grande desenho de borboleta, onde todos os alunos poderão fazer colagens, sobre a vida e a transformação destas, podendo colar folhas secas, fotos de variadas espécies, seus alimentos, etc. Fazer um texto com desenhos para registrar as atividades realizadas.
7 1 Apresentação do problema A professora mostra aos alunos dois ovos e pergunta: - Todos os ovos postos por uma galinha originam pintinho? Objetivos: Identificar a importância reprodutiva do ovo. Diferenciar ovo galado de ovo não-galado. Comunicar de modo oral, escrito e por meio de desenhos, perguntas, suposições, dados e conclusões, respeitando as diferentes opiniões e utilizando as informações obtidas paraa justificar suas idéias; Materiais: Atividade 4: Como nasce o pintinho? Paraa cada grupo: 1 ovo galado e 1 não-galadoo 2 pratinhos transparentes Cartaz de desenvolvimento embrionário Lupas 2 Levantamento de hipóteses Discutir no grupo a importância do ovo como fonte de alimentação e reprodução, e quais os ovos que podem originar pintinho. Observar as partes que constituem o ovo. 3 Experimentação Coloque à sua frente dois ovos de galinha. Quebre cuidadosamente o pólo maior e observee o espaço de ar; Verifique a presença de duas membranas: a externa, aderida à casca e a interna, envolvendo a clara; Quebre o ovo num pratinho; Observee a mancha germinativa na gema do ovoo Observee a mancha germinativa e a calaza; Tente identificar as partes do ovo mostradas na figura 01. Figura 1: Corte transversal de um ovo de galinha permite diferenciar com nitidez as partes fundamentais que o constituem e outras também com alguma importância.
8 4 Discussão Coletiva: As crianças discutem no interior do grupo sobre a anatomia do ovo de uma galinha e a função de cada parte. O professor conduzirá a discussão levando os alunos a concluírem que a galinha que não cruzou com o galo não bota ovo galado (com embrião). Somente ovo galado produz o pintinho e que nutrido pela gema, o embrião (pintinho) se desenvolve, protegido pela casca, trocando ar com o ambiente através da casca porosa e fina. 5 Registro: Cantar a música do Pintinho Amarelinho e pedir que eles desenhem no espaço ao lado o desenvolvimento do ovo até o pintinho. O pintinho Amarelinho Meu pintinho amarelinho Cabe aqui na minha mão, na minha mão Quando quer comer bichinhos Com seu pezinho ele cisca o chão Ele bate as asas Ele faz piupiu E tem muito medo é do gavião Atividade 5 Mosquitinho da Dengue 1 Apresentação do problema A professora levará para a sala de aula larvas e o mosquito Aedes aegypti e outros (que poderá conseguir com o setor de Vigilância Epidemiológica do município) e iniciará uma conversa com os alunos sobre a epidemia da Dengue que tem feito muitas vitimas em nosso pais. A partir de então, perguntará aos alunos: Todo mosquito transmite a Dengue? Objetivos: Conhecer o ciclo reprodutivo do mosquito e as medidas de prevenção contra a Dengue. Materiais:. Larvas do mosquito e mosquitos. Cartolina. Canetinha hidrocor. Tesoura. Fita adesiva. Lupa. Palito. Tinta guache preta e branca. Pincel. Papel A4
9 2 Levantamento de hipóteses Os alunos irão apresentar o que já sabem sobre o assunto. 3 - Experimentação Utilizando a lupa, os alunos observarão os mosquitos e descreverão as diferenças entre eles. 4 - Discussão Coletiva Após a observação dos mosquitos, cada grupo deverá apresentar aos outros grupos o que descobriram com a observação. O professor conduzirá a discussão levando os alunos conhecerem o mosquito e seu ciclo de vida, ressaltando a importância dos sintomas e formas de prevenção da doença. 5 Registro Confeccionar o modelo de mosquito. Criação de um cartaz de orientação e prevenção contra a Dengue, utilizando as informações adquiridas na aula. O professor pode ainda ensinar músicas sobre a Dengue.
10 Anexo 01: Texto de apoio ao professor A Borboleta A borboleta, invertebrado da classe dos lepidópteros, deve ter surgido a cerca de 70 milhões de anos atrás. É um bichinho que causa grande fascínio por sua capacidade de transformação. Depois de se reconhecerem pelas cores e formatos das asas, machos e fêmeas flertam, cruzam, e a fêmea deposita seus ovos em uma folha, deixando-os lá e indo borboletear em outros cantos por aí. Se as condições climáticas estiverem favoráveis, a larva (lagarta) vai sair do ovo. Senão, ela espera. E espera, espera, espera Até conseguir nascer. Isso é uma coisa interessante para se aprender com os embriões de borboletas - a espera e a sensibilidade às condições do ambiente. Embrião apressado é lagarta morta. E quando nasce, a lagarta nasce voraz. Devora a própria casca do ovo, e é capaz de comer uma planta com o triplo de seu tamanho em poucos minutos. Talvez porque a lagartinha, em sua sábia programação biológica, sabe que a maior responsabilidade de ser lagarta é a de extrair do ambiente o máximo que conseguir guardar em si mesma, para que consiga ficar forte depois. A vida da lagarta, que pode durar de meses até um ano, é andar por aí e se alimentar. Como acontece com todos os animais, ela está sujeita ao ataque de predadores. Por isso, ela guarda em si uma substância ácida e fedida que pode queimar, desagradar e afugentar os bichos que tentarem devorá-la. E não hesita em usá-la quando necessário. Espertinha, essa menina. Durante essa fase, a lagarta troca de pele várias vezes. Imagina o que aconteceria se ela resistisse em abandonar a velha pele Iria explodir apertada dentro de uma casca que já não lhe serve mais. É que as lagartas, como agente, crescem muito. E quando a gente cresce, deixa pra trás um pedaço de si mesma, para poder ganhar novas formas e cumprir o ciclo da vida. A lagarta, mais uma vez espertinha, não perde tempo quando está de casca nova. Começa a comer mais e mais, até crescer e ficar enorme, forte, gordinha e pronta pra virar borboleta. O fato é que, na hora certa, nem antes nem depois, ela procura um lugar seguro, muito seguro para iniciar seu processo de reclusão. Nesse momento, ela perde todas as pernas, e fica incapacitada de andar. Troca de pele uma última vez, enquanto vai tecendo seus fios. Alguns lepidópteros se enterram, ou constroem uma espécie de casinha com gravetos e fios. E pronto: ela se fecha lá dentro, e vira uma pupa (ou crisálida, ou casulo).
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