INVEST 90Q O SEGUNDO CICLONE TROPICAL NO ATLÂNTICO SUL.
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- Natália Gil Neiva
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1 INVEST 90Q O SEGUNDO CICLONE TROPICAL NO ATLÂNTICO SUL. Expedito Rebello; expedito.rebello@inmet.gov.br José de Fátima da Silva; jose.fatima@inmet.gov.br - Nadir Sales; nadir.sales@inmet.gov.br Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Eixo Monumental Sul Sudoeste. CEP: , Brasília-DF. ABSTRACT As tropical cyclone INVEST - 90Q, that it was formed in the coast of Santa Catarina and Rio Grande do Sul presented hybrid characteristics, typical of tropical cyclones and extratropical cyclones. As the tropical cyclone that if it formed in the Brazilian coast, was most registered with numerical images of satellites, some models, acknowledgments of trajectories (best track's) emitted by the National Hurricane Center, NHC/NOAA of the United States responsible for the monitoring of tropical cyclones in the south Atlantic, the World-wide System of Forecast of Area and Forecast in the CAP. 3 in Annex 3 for the International Civil Aviation Organization (ICAO), define that the National Hurricane Center (NHC), Miami -U.S.A., is the responsible one to monitoring and to divulge you alert of tropical cyclones for the area of security of Brazil. The federal national agencies of meteorology of Brazil had ignored the phenomenon in its synoptic analyses and monthly meteorological summaries of March of 2010, were not made no citation to the phenomenon, that was given to the had importance for the regional agencies of meteorology of Santa Catarina and the Rio Grande do Sul and private companies of meteorology of the south of Brazil. Palavras-Chave: Ciclone tropical, Ventos fortes, NASA, NHC 1-- INTRODUÇÃO No dia 11 de março de 2010, foi detectado no Atlântico Sul, próximo da costa Brasileira o segundo ciclone tropical INVEST 90Q. A tempestade tropical INVEST 90Q, é o segundo ciclone tropical conhecido a se formar no Oceano Atlântico sul e confirmado por dois satélites da NASA o deslocamento do ciclone para longe da costa sul do Brasil. O primeiro ciclone tropical foi o que se formou na costa de Santa Catarina sendo o primeiro a ser documentado e captado por satélites o que nunca tinha acontecido na história da meteorologia brasileira e foi chamado de "Catarina" em março de O Laboratório de Investigação Naval dos Estados Unidos forneceu a informação do sistema, embora não emitissem uma declaração formal do ciclone tropical, porque o oceano Atlântico sul não é coberto atualmente por um centro meteorológico especialista em ciclones tropicais (os ciclones tropicais típicos nunca apareceram nessa área), entretanto, essa condição pode mudar no futuro. Figura 01 - Fonte: NASA/ESA Fonte: TRMM/NASA
2 O escaterômetro (estimativa de vento por satélite), figura-01, disponibilizado pela NASA/ESA mostra um centro de circulação fechada de vento junto à costa do Sul do Brasil, não deixando qualquer dúvida sobre a circulação ciclônica fechada em superfície. No dia 11 de março as 08h45min GMT (05h45min hora de Brasília), a tempestade tropical INVEST 90Q produziu ventos máximos) ao redor de 80 Km/h. Foi localizado a aproximadamente a 0,5Km a leste de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, nas águas do oceano Atlântico sul, posicionado nas coordenadas 30ºS e 45.8ºW. No dia 10 de março, quartafeira, a medição da precipitação no ciclone tropical, por satélite, através do TRMM (Tropical Rainfall Measuring Mission) Figura 02 e 03 que é um projeto de exploração espacial entre a NASA e a Agência de Exploração Aeroespacial Japonesa (JAXA), os satélites tiveram uma passagem razoável sobre a tempestade tropical INVEST 90Q nas primeiras horas da manhã e mostraram precipitação intensa, caindo a uma taxa 50mm/h no lado sudeste da tempestade ( Fonte:NASA/JPL). Os dados do satélite TRMM foram usados pelo Goddard Space Flight Center/NASA, para criar uma imagem em três dimensões do INVEST 90Q. A imagem mostrou algumas partes superiores razoavelmente elevadas do temporal perto do centro da tempestade que alcança às alturas acima de 12,5 quilômetros, que corresponde às áreas de chuva intensas. No dia 11 de março, o instrumento infravermelho (AREJA) que está no satélite AQUA, capturou uma imagem infravermelha do INVEST 90Q. A imagem infravermelha mostrou algumas nuvens associados aos temporais com topo de até 13 km ( topo frio) no centro da tempestade, confirmando uma forte convecção (Figura 03). As quatro imagens do satélite GOES12 do dia 11/03/2010, mostra o posicionamento do ciclone tropical atuante no Atlântico Sul (Figura 04). A tempestade tropical INVEST 90Q continuou a se mover no sentido oeste-leste, já longe da costa brasileira e enfraqueceu antes de ser absorvido por uma frente fria no final de semana (13 e 14 de março). O outro ciclone tropical conhecido como Catarina que ocorreu no Oceano Atlântico sul que se desenvolveu nos dias de março de 2004, e que atingiu a costa no dia 28 de março de 2004 (Silva Dias, P.L. e AL, 2006). O sistema internacional de monitoramento de ciclones tropicais da Marinha dos Estados Unidos classificou o ciclone na costa catarinense e gaúcha. A tempestade no mar teve o registro pelo código INVEST 90Q pelo NHC e Marinha americana e INVEST 90L pela NOAA. Há quatro anos, nenhum ciclone recebia classificação INVEST na costa do Sul do Brasil. Do ponto de vista científico e de previsão, a grande notícia é que com a classificação, as atenções da comunidade científica se voltaram para este sistema na costa sul do Brasil e passa a surgir uma
3 enormidade de dados antes indisponíveis e em tempo real, principalmente para estudos do Aquecimento Global e Mudanças Climáticas. O ciclone enquadra-se como tropical, e que chegou a formar um olho nas imagens de satélite, o que é absolutamente incomum nos ciclones que atuam litoral sul do Brasil (Gan et al, 1991). De acordo com o Serviço Norte Americano de monitoramento de furacões (NHC) com a velocidade que o ciclone atingiu durante a madrugada ele pode ser classificado como Tempestade Tropical. De acordo com o Instituto quando a força dos ventos atingiu velocidades entre 34 e 63 nós e o fenômeno passou a receber a classificação de ciclone tropical. De acordo com o monitoramento do NHC/NOAA o fenômeno tinha força de 50 nós, ou seja, 85 km/h. Fonte: NHC/NOAA. Best track, Escala Dvorak, emitido no dia , 18h53min GMT. O modelo operacional GFDL (Geophysical Fluid Dynamic Laboratory), que foi desenvolvido pela Universidade de Princeton (EUA), é um modelo baroclínico operacional, de área limitada, desenvolvido especificamente para prognósticos de ciclones tropicais como furacões, assim, apenas era utilizado para as áreas onde este tipo de fenômeno ocorre comumente, no Atlântico Tropical norte. Os Estados Unidos rodaram o modelo GFDL, para monitorar o ciclone que estava na costa sul do Brasil, sua permanência e dissipação no Atlântico Sul, com características tropicais, até ser sugado por uma frente fria. Uma das saídas deste modelo rodado no dia 10 de março de 2010, com inicialização às 18h00min GMT (15h00min horas de Brasília). Na imagem abaixo nota-se que a menor pressão que foi mostrada pelo GFDL foi 984,5 hpa, válido para 12 de março de 2010, já com o ciclone bem afastado da costa de Santa Catarina. MODELO GFDL Figura 05 Fonte: NOAA/UNIVERSITY OF PRINCETON
4 O mapa da tempestade ou do ciclone tropical que deram forma na costa do Brasil em março Os ciclones tropicais no Atlântico Sul são eventos que raros e foi nomeado oficialmente durante sua trajetória, sendo dadas as designações de INVEST 90Q (N HL) e INVEST 90 SL (NHC/NOAA). Foi denominada Tempestade Tropical ANITA, por Centros Regionais de Meteorologia do Sul do Brasil e empresas privadas de meteorologia. Os pontos mostram a posição da tempestade em intervalos de 6 horas. A cor representa o nível de velocidade máxima do vento que são classificadas pela escala de furacão Saffir-Simpson, e a forma dos pontos de dados representam a intensidade da tempestade, de acordo com a legenda abaixo (Figura 06). 2- MATERIAL E MÉTODOS O material utilizado no trabalho foram informações das imagens de satélite GOES (GOES 12) com alta resolução, informações sobre a estrutura da convecção do satélite TRMM (Gevaerd el al. 2004), Best Tracks emitidos pelo National Hurricane Center (NHC/NOAA), análises e imagens disponibilizadas pelo site Goddard Space Flight Center/NASA ( resultados do modelo GFDL (NO AA e Universidade de Princeton) entre outros sites como da 3- RESULTADOS E CONCLUSÕES - O INVEST 90Q ou ciclone ANITA foi o segundo ciclone tropical que se formou na costa sul do Brasil, foi detectado e foi o sistema mais bem monitorado e documentado de toda a história dos ciclones tropicais desde o CATARINA, os dois ocorridos em março (2004 e 2010). - Os Serviços Oficiais de Meteorologia do governo federal, não deram ênfase e nem reportaram o fenômeno, haja vista as análises meteorológicas de março de 2010 dos referidos órgãos que não citam o fenômeno. - Os serviços meteorológicos estaduais e empresas privadas de meteorologia do sul do Brasil e as agencias meteorológicas internacionais deram grande destaque ao fenômeno como a NASA, NOAA e o NHC (Centro de Previsão de Furacões dos Estados Unidos), que acompanharam e emitiram avisos (Best track e warnings) com alertas sobre o ciclone tropical INVEST 90Q. - Em março de 2010, foi registrado pelo NHC (National Hurricane Center)/NOAA e que também foi considerado pela NASA como Ciclone Tropical.
5 4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Gan, M. A. and V. B. Rao, Surface cyclogenesis over South America. Mon. Wea. Rev. 19 (5): Gevaerd, R., M., M. Longo, P. L. Silva Dias e F.V. Branco, 2004: Análise da Precipitação Associada ao Ciclone Catarina. Artigo submetido ao XIII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Fortaleza, Agosto Reale, O. and R. Atlas, 2001: Tropical cyclone-like vórtices in the extratropics: observational evidence and synoptic analysis. Weather.Forecasting,Vol. 16, 7-34 Kousky, V.E.; Gan, M.A Upper tropospheric cyclonic vortices in the tropical South Atlantic. Tellus, 36(6): , Dec. Site da NASA, acessado em 20 de março de Site da Wikipédia, acessado em 02 de abril de O mapa mundial dos ciclones tropicais divulgado em tempo real pela NASA, a agência espacial norte-americana, mostrava duas tempestades tropicais no Hemisfério Sul, Hubert em Madagascar, no Índico, e o ciclone sem nome, no Atlântico, na costa do Rio Grande do Sul. (fonte: Metsul).
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