Como as instruções maçônicas mudaram minha vida
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- Bruno Bergmann Pinhal
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1 1 TEMA Como as instruções maçônicas mudaram minha vida Paulo Cesar de Freitas Machado - A M CAD. Nº 8064
2 2 A Glória do Grande Arquiteto do Universo Como as instruções maçônicas mudaram minha vida INTRODUÇÃO: O presente trabalho, elaborado ao final dos estudos do grau de Aprendiz Maçom, visa a apresentar as percepções do A M a respeito da necessidade constante de evoluirmos enquanto lapidamos nossa pedra bruta. A caminhada iniciática e os primeiros ensinamentos ministrados, para nós os aprendizes, foram suficientes para revolucionar definitivamente minha forma de ver: o mundo, as outras pessoas e a mim mesmo. Há tempos que ansiava por encontrar e participar de uma forma de estudo, discussão e aprendizado em grupo que me auxiliasse no caminho do desenvolvimento pessoal tanto nas esferas espirituais como na esfera de autoconhecimento e nos inter-relacionamentos. Sempre acreditei haver homens com os mesmos interesses e com a mesma sede de conhecimento que estariam dispostos a compartilhar conhecimento através de métodos científicos, filosóficos, espirituais e exotéricos. DESENVOLVIMENTO: O APRENDIZADO. Nos primeiros momentos, a avalanche de assuntos novos, desconhecidos e raramente abordados na vida profana me fizeram crer que a caminhada exigiria muito mais de mim do que supunha inicialmente. Passei então, enquanto recebia as primeiras instruções, a vivenciar efetivamente o conteúdo da literatura instrucional de forma que os assuntos abordados impulsionavam minhas pesquisas para outras fontes de informações e com isso, meus horizontes foram ampliando-se com os novos conhecimentos e exercícios.
3 3 Minhas verdades tão diminutas em formato, amplitude e conhecimento, ganharam nova dimensão sob a luz do aprendizado de que não há verdades imutáveis e absolutas, apenas fatos em processo de análise e que compõem nossa existência individual a que julgamos ser precursora de verdades. A cada dia da nossa existência, recolhemos elementos de nossas experiências pessoais e os transformamos em peças de um gigantesco mosaico que irá compor nossas verdades. Portanto, percebo que todas as verdades são relativas ao conhecimento que se possui e na postura que tomamos frente aos fatos. Essa postura é ditada por nosso caráter e nossa formação espiritual, social, ética e religiosa. Esse mosaico de experiências que junto com nosso julgamento formam nossas verdades relativas, não possui uma forma estática. Sua característica é a mutabilidade e a adequação a novos cenários o que confere ao homem a possibilidade do eterno processo de aprendizado. Aprofundei meus conhecimentos sobre filosofia e descobri o sentido mais profundo de liberdade. Como afirma Emanuel Kant em seus postulados, "o homem só tem certeza absoluta de sua liberdade quando age propositadamente contra seu desejo natural deixando de fazer algo que lhe seria permitido e mesmo assim ele delibera o contrario". Percebe-se então que ser livre é justamente o contrário do que afirmam muitos "pseudo" intelectuais ao insistirem que liberdade é fazer absolutamente tudo o que se tem vontade de fazer. Segundo a filosofia Kantiana essa seria a comprovação de nossa escravidão aos nossos instintos básicos, não tendo portanto, o indivíduo, a LIBERDADE de escolher entre atender ou não aos seus instintos. Descobri porque se exige que o maçom seja um "Homem Livre" pois somente o homem que é livre de qualquer grilhão que limite suas faculdades é que poderá evoluir emocional e espiritualmente para os objetivos, níveis e caminhos que nos apontam os ensinamentos maçônicos Por fim, acabei descobrindo que ganhei muito mais do que supunha ser possível quando ingressei na maçonaria. Ganhei uma nova família de homens valorosos. Ganhei irmãos incríveis que demonstram seu amor a todo instante em que estamos juntos. Homens que aprendi a amar e a respeitar me dispondo inclusive, dentro da ótica libertária e dos princípios da moral, se necessário for, a dividir com orgulho e prazer as dificuldades de uma trincheira.
4 4 Homens para os quais minha vida eu confiaria e pelos quais honrar-me-ía o fato de morrer defendendo-os. Minha intolerância, que ainda carece de tanto exercício, passou a ser foco da minha atenção. Todos os exercícios de aprendizado que nos confrontam com nossos erros enquanto caminhamos e trabalhamos na direção de lapidar nossa pedra bruta, nos habilitam a identificar, refletir e reagir de forma adequada perante episódios de certa forma comum e aceitáveis ao mundo profano mas inadequados ao mundo maçônico. Quando nossa instrução afirma ser a senda iniciática um caminho de extrema dificuldade de se trilhar age como um bálsamo, pois entendemos então, que a dificuldade não é exclusiva daquele APRENDIZ em especial, mas de todos que concordam em deixar o lugar comum o conforto do que já está estabelecido em busca do aperfeiçoamento e a lapidação do seu EU. A mudança por si só gera dificuldades e enfrentá-las talvez seja a maior demonstração de coragem do ser humano. Combater a si mesmo na intenção de derrotar seus próprios erros é o maior combate a ser travado. Minha observação e conseqüente conclusão é de que a centelha divina, a unidade primordial que encontra-se em nós, nos garante sim, que é possível a lapidação até que surja a pedra cúbica. Conforme afirmam alguns mestres escultores, A escultura final, a obra prima, está no interior de cada bloco de mármore. Cabe a mim remover a crosta disforme para expor e revelar a obra contida e escondida no interior do bloco". Portanto a pedra cúbica está em nosso interior assim como o G A D U está em todos os recantos do Universo mas é preciso trabalho para remover as crostas aderidas por esse ou aquele motivo. Saber que a centelha divina esta em mim gera segurança e suavidade em meu íntimo para continuar na busca pelo equilíbrio. Percebo a necessidade de conhecer a mim mesmo e obter razão suficiente para sob bom juízo, separar do meu EU moral e do meu EU espiritual, o que não faz parte de mim, do que é apenas "crosta" agregada pelos vícios profanos sendo desta forma objeto a ser excluído, removido para que surja a pedra cúbica em sua perfeição. Aprendi com certa profundidade nesse período, as diferenças do ser moral e espiritual. Discutimos sobre a alma e sua imortalidade. Fui apresentado aos três adjetivos principais simbolizados em Loja pelos Tronos do Venerável Mestre, 1º e 2º Vigilantes, sendo eles respectivamente: a Sabedoria, a Força e a Beleza.
5 5 Percebi a necessidade de levarmos os ensinamentos maçônicos para a vida profana pois em Loja, executamos a ritualística mas é na vida profana que praticamos a verdadeira maçonaria. Deparei-me com assuntos como fé, esperança e caridade sem que para isto fosse preciso estar no banco da escola na condição de aluno do curso de religião. Abordamos esses e outros assuntos como: fraternidade, união, amor, igualdade e justiça sob a abordagem de homens adultos, livres e compromissados com os altos valores da ética e da moral. Homes que buscam a elevação espiritual através do conhecimento, da pratica e do exemplo. Homens comprometidos com a busca de soluções aos problemas sociais e atentos ao combate do mal e na proteção dos valores éticos elevados. CONCLUSÃO: Concluo este trabalho, despido do padrão didático das instruções e utilizando a linguagem emotiva do meu entendimento particular para que não haja dúvidas entre meus irmãos de que a maçonaria adotou minha vida, penetrou no meu ser e revestiu meu espírito. Encontrei nesse porto seguro, nesse manancial de conhecimento, as referências históricas que tanto ansiava. Nossa irmandade abriga e protege a herança impressionantemente bela da intelectualidade e dos conhecimentos de homens como: Platão, Sócrates, Pitágoras, Emanuel Kant, Zoroastro, Salomão, Willian James, Santo Agostinho, Aristóteles, Santo Tomás de Aquino, entre outros tantos. Para finalizar, pretendo declarar que meus esforços e meu comprometimento no aprendizado dos augustos mistérios continuarão em crescimento proporcional ao conhecimento adquirido. Florianópolis, 15 de abril de 2015 PAULO CESAR DE FREITAS MACHADO APRENDIZ-MAÇOM CAD. Nº 8064
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