ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIO PARA ANALISAR A VIABILIDADE ECONÔMICO- FINANCEIRA DE UMA MICRO-CERVEJARIA NO MUNICÍPIO DE CRUZ ALTA
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1 UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU EM CONTROLADORIA E GESTÃO EMPRESARIAL ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIO PARA ANALISAR A VIABILIDADE ECONÔMICO- FINANCEIRA DE UMA MICRO-CERVEJARIA NO MUNICÍPIO DE CRUZ ALTA Pos graduando: GUSTAVO PEREIRA MACIEL Profª. Orientadora: Eusélia Paveglio Vieira IJUÍ (RS), abril, 2012
2 1 GUSTAVO PEREIRA MACIEL ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIO PARA ANALISAR A VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE UMA MICRO-CERVEJARIA NO MUNICÍPIO DE CRUZ ALTA Trabalho de conclusão de curso apresentado no Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Controladoria e gestão Empresarial do Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação da UNIJUI, para obtenção do titulo de Especialista em Controladoria e Gestão Empresarial. Profª. Orientadora: Eusélia Paveglio Vieira Ijuí 2012
3 2 SUMARIO SUMARIO... 2 LISTA DE FIGURAS... 6 LISTA DE TABELAS... 7 INTRODUÇÃO CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO Área de Conhecimento Contemplada Problematização do Tema Objetivos Objetivo Geral Objetivos específicos Justificativa REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Controladoria Atualidade do Tema Controladoria e o Significado Controladoria como Ferramenta de Gestão Qual o Papel do Controller nas Organizações Plano de Negócio Para que serve a elaboração de um Plano de Negócio Quais as etapas de um Plano de Negócio Sumário Executivo Principais pontos do Plano de Negócio Dados dos empreendedores e do empreendimento Missão e Visão da Empresa Setores de atividade Forma jurídica e enquadramento Tributário Análise de Mercado Clientes Concorrentes Fornecedores Plano de Marketing... 30
4 Produto e Serviço Preço de Marketing Praça ou Ponto de Venda Promoção Plano Operacional Layout produtivo Capacidade de Produção/Serviço Procedimentos operacionais Necessidade de Pessoal Plano Financeiro Investimento Inicial Faturamento Fluxo de Caixa e necessidade de Capital de Giro Formação do Preço de Venda Despesas e Custos Custos Fixos Custos Variáveis Custos Diretos e Indiretos Custos de Comercialização Mark up Margem de Contribuição Ponto de Equilíbrio Lucratividade Rentabilidade Prazo de Retorno do Investimento Demonstrativo de Resultado Construção de Cenários Avaliação Estratégica METODOLOGIA DO TRABALHO Classificação da Pesquisa Plano de Coleta de Dados Instrumento de Coleta de Dados... 50
5 4 3.4 Plano de Análise e Interpretação dos Dados ANALISE DOS RESULTADOS: Plano de Negócios Sumário Executivo Principais Pontos do Plano de Negócio Dados do Empreendedor e do Empreendimento Missão da Empresa Setor de Atividade Forma Jurídica e Enquadramento Tributário Análise de Mercado Clientes Concorrentes Fornecedores Plano de Marketing Produtos Preço de Marketing Estratégias de Promoção Canais de Distribuição Plano Operacional Layout produtivo Capacidade de Produção Procedimentos Operacionais Necessidade de Pessoal Plano Financeiro Investimento Inicial Planejamento Estratégico Formação do Custo e do Preço Mapa de localização dos Custos Margem de Contribuição Ponto de Equilíbrio Fluxo de Caixa Projetado Demonstrativo de Resultado do Exercício, Lucratividade, Rentabilidade e Prazo de retorno do investimento... 79
6 Construção de Cenários Avaliação Estratégica CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA... 86
7 6 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Fluxograma básico de produção de uma micro-cervejaria Figura 2: Organograma da empresa... 63
8 7 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Matriz FOFA Tabela 2: Investimento Fixo Tabela 3: Investimentos pré-operacionais Tabela 4: Necessidade de Capital de Giro Tabela 5: Investimento Total Tabela 6: Estoque inicial Tabela 7: Custo total e unitário da produção estimada Tabela 8: MOD Mão-de-obra direta Tabela 9: MOI Mão-de-obra indireta Tabela 10: Depreciação Tabela 12: Custos Diretos e Indiretos, fixos e variáveis Tabela 13: Custos Totais por produto Tabela 14: Custos de comercialização e margem de lucro desejada Tabela 15: Formação do Preço de Venda Tabela 16: Preço de venda de mercado Tabela 17: MLC Mapa de localização dos custos Tabela 18: Margem de Contribuição avaliado pelo preço de venda calculado.. 75 Tabela 19: Margem de Contribuição avaliado pelo preço de venda ideal Tabela 20: Margem de Contribuição baseada no faturamento total projetado.. 75 Tabela 21: Ponto de Equilíbrio de acordo com preço de venda calculado Tabela 22: Ponto de Equilíbrio de acordo com preço de venda ideal Tabela 23: Ponto de Equilíbrio baseando-se no faturamento total Tabela 24: Fluxo de caixa projetado Tabela 25: Fluxo de caixa mensal projetado Tabela 26: DRE projetado Tabela 27: Fluxo de caixa projetado, através do preço de marketing Tabela 28: Fluxo de caixa projetado através do preço de marketing Tabela 29: DRE projetado através do preço de marketing Tabela 30: Matriz F.O.F.A
9 8 INTRODUÇÃO Realizar um plano de negócios antes da abertura da empresa propriamente dita é um meio em que o empreendedor tem de diminuir o risco do seu empreendimento em não dar certo. Um plano de negócio é um documento que descreve por escrito os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado, (ROSA, 2007, p.9) Os empreendedores precisam, antes de iniciar as operações de sua empresa, realizar um planejamento. Neste planejamento as empresas precisam responder perguntas como: Quem são meus futuros clientes? Quem são meus futuros concorrentes? Quem são meus futuros fornecedores? Como pretendo vender meu produto? Quanto vou cobrar pelos meus produtos? O cliente está disposto a pagar pelo preço que estipulei? Como funcionará os processos operacionais da empresa? Qual o investimento inicial da empresa? A projeção de faturamento me trará a rentabilidade desejada? Dentre outras perguntas inerentes ao seu planejamento. Após a fase de planejamento da empresa, a empresa conseguirá responder, em minha opinião, a principal pergunta: Vale a pena abrir o meu negócio? Neste sentido, este estudo se propôs a elaborar um plano de negócio detalhado para analisar a abertura de uma micro-cervejaria no Município de Cruz Alta. Inicialmente, o relatório apresenta a contextualização do estudo, envolvendo a definição do tema, problema, objetivos e justificativa. Posteriormente, no capítulo dois consta a revisão bibliográfica envolvendo a controladoria, o plano de negócio, qual o significado de um plano de negócios, para que serve um plano de negócio e quais as etapas de um plano de negócio, onde mostrará o desenvolvimento do tema.
10 9 No capítulo três, apresenta-se a metodologia utilizada durante a realização do estudo, que envolveu desde a classificação da pesquisa, plano de coleta e instrumentos de análise dos resultados. O capitulo seguinte trata do desenvolvimento do estudo aplicado, onde inicialmente foi realizado um plano de negócio, desenvolvido a partir da revisão bibliográfica, para analisar a viabilidade econômico-financeira da abertura de uma micro-cervejaria no município de Cruz Alta. Por fim o relatório apresenta a conclusão seguida da bibliografia consultada.
11 10 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO Neste capitulo, apresenta-se a temática em estudo, seguido da definição da área de conhecimento contemplada, do levantamento do problema de pesquisa, dos objetivos e da justificativa. 1.1 Área de Conhecimento Contemplada A controladoria é aplicada em todas as organizações que se utilizam de instrumentos de gestão no gerenciamento de suas atividades. Nesta linha, os empreendedores que pensam em abrir um negócio devem se preocupar em aplicar esta área em suas futuras empresas a fim de controlar os procedimentos por ele estipulado. Diante dessa necessidade, surge o tema da pesquisa que é a estruturação de um plano de negócios. 1.2 Problematização do Tema A controladoria nas empresas está fortemente ligada à gestão da mesma, pois segue a missão da empresa. O plano de negócios é a etapa onde o empreendedor irá definir quem serão os clientes, analisar os seus concorrentes e fornecedores, assim como elaborar os procedimentos operacionais que todos os funcionários devem seguir para o correto andamento da empresa, sem as quais comprometeria sua continuidade no mercado. A elaboração de um plano de negócio não é uma unanimidade dos empreendedores brasileiros. A maioria dos empreendedores abre a empresa num impulso, numa necessidade de ter um negócio. Em outras vezes o empreendedor tem um sonho e o coloca em prática. Nas duas situações, as chances da empresa
12 11 crescer será muito pequena, assim como poderá transformar o sonho do empreendedor num pesadelo. Diante do exposto, questiona-se: Como contribuir com os futuros empreendedores da micro-cervejaria ao elaborar um plano de negócio e os instrumentalizar com informações para torná-la rentável? 1.3 Objetivos Objetivo Geral Analisar um plano de negócio para criação de uma micro-cervejaria no Município de Cruz Alta por meio da sua estruturação e verificar sua viabilidade econômico-financeira Objetivos específicos - Revisão bibliográfica referente à estrutura de um plano de negócio; - Descrever todas as etapas do plano de negócio; - Estruturar as etapas de um plano de negócio de uma micro-cervejaria no Município de Cruz Alta; - Identificar a viabilidade econômico-financeira do plano de negócio proposto; - Analisar os resultados da viabilidade econômico-financeira, positivos ou negativos. 1.4 Justificativa O Brasil é um dos países mais empreendedores do mundo. É um País visto como uma das potencias mundiais, através do seu povo e sua criatividade. A
13 12 abertura diária de empresas levam o país a um PIB cada vez maior. No entanto, o número de empresas que encerram suas atividades também são grandes. Diante destes fatores pode-se dizer que o Brasil é um país de oportunidades, mas que com a falta de conhecimento e interesse, a vida útil das empresas são curtas. A elaboração do plano de negócios deveria ser realizado por todo e qualquer empreendedor antes da abertura da mesma, visto que sua competitividade e continuidade ficará fragilizada caso não tenha feito. Uma das vantagens em estruturar um plano de negócios é que o mesmo poderá visualizar sua empresa funcionando sem necessidade de investimentos maiores onde o mesmo trará a viabilidade econômico-financeira, assim como informações relevantes para alteração de sua ideia. Nesse trabalho, busca-se mostrar a importância de conhecer todos os departamentos envolvidos e que não basta conhecer a fabricação do produto, mas saber se terá mercado para compra-lo. A elaboração de um plano de negócio para analisar a viabilidade econômico-financeira de uma micro-cervejaria no Município de Cruz Alta é um trabalho onde vários setores podem ter por base a estruturação do seu plano de negócio, adaptando-o para diversos segmentos, seja ele na indústria, comércio, serviços ou agronegócios. Com isso, tem-se empresas mais competitivas, podendo se firmar no mercado, agregando lucro para seu negócio, criarão novos empregos com aumento de renda e, consequentemente, será elevado o padrão de vida da população, assim como o PIB do país. A escolha da área de plano de negócios justifica-se pela oportunidade de conhecer a estruturação de uma empresa como um todo, aprofundando conhecimentos com a economia, a estrutura financeira de uma empresa, as pesquisas de mercado, os procedimentos operacionais, o plano de marketing, assim como aumentar o conhecimento pessoal, qualificando-me para os objetivos profissionais futuros. Sendo assim, de suma importância, este trabalho contribuí de forma significativa para uma melhora na formação profissional, agregando amplos
14 13 conhecimentos empresariais, desde a sua criação até a análise da viabilidade econômico-financeira. Além disso, o relatório do Trabalho de Conclusão de Curso pode se constituir numa importante ferramenta de informação para futuros empreendedores, para empresas que não realizaram seu planejamento inicial, para a comunidade científica e usuários em geral da informação de planejamento, Ciências Contábeis, Economia, Administração, Marketing e outros cursos que venham de encontro aos conhecimentos empresariais.
15 14 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Neste capitulo consta a revisão Bibliográfica, com o intuito de revisar e aprofundar conhecimentos na área de estudo, com o objetivo de um maior embasamento teórico e técnico do proponente para a realização das tarefas práticas do trabalho de conclusão de curso. 2.1 Controladoria Para Iudícibus e Marion (2002, p.53) a contabilidade tem por objetivo... de fornecer informação de natureza econômica, financeira e subsidiariamente, física, de produtividade e social, aos usuários internos e externos à entidade objeto de contabilidade. Baseado nesta definição identifica-se o quanto é importante o controle das finanças e da contabilidade que, através de métodos e técnicas próprias, capta, registra e acumula todos os fatos contábeis, sintetizando-os em demonstrativos para posterior análise, cujo propósito maior é o evidenciar a situação patrimonial, financeira e econômica da entidade e auxiliar no processo decisório Atualidade do Tema Almeida et al (2001, p.344) fazem uma menção a uma contabilidade tradicional voltada para o registro de fatos passados, inviável, atualmente, para auxiliar os gestores no processo de tomada de decisão e garantir a continuidade das organizações contextualizadas em um ambiente de alta competitividade no qual é exigido a maximização do desempenho e do controle Gerencial. Uma gestão com foco na continuidade da organização não se faz extrapolando dados passados. Para atingir os estados futuros desejados, há que se simular eventos futuros, visto que decisões que se concretizarão no futuro são tomadas no presente. No contexto de evolução da prática contábil a controladoria é apresentada pelos referidos autores (2001, p.344) como uma evolução da contabilidade
16 15 tradicional podendo ser conceituada como um ramo do conhecimento humano que apoiados da teoria contábil e numa visão multidisciplinar dos conteúdos é responsável pelo estabelecimento de toda a base teórica e conceitual necessárias pela estruturação, construção e manutenção de um sistema de informações que guie os gestores no processo de tomada de decisão com o objetivo de otimizar o desempenho da organização e garantir assim sua continuidade. A controladoria não pode ser vista como um método, voltado ao como fazer. Para uma correta compreensão do todo, devemos cindi-la em dois vértices: o primeiro como ramo do conhecimento responsável pelo estabelecimento de toda base conceitual, e o segundo como órgão administrativo respondendo pela disseminação de conhecimento, modelagem e implantação de informações, conforme Almeida (2001, p.344) Controladoria e o Significado Oliveira apud Beuren (2002, p. 21) entende que a controladoria é: [...] o departamento responsável pelo projeto, elaboração, implementação e manutenção do sistema integrado de informações operacionais, financeiras e contábeis de uma determinada entidade, com ou sem fins lucrativos Controladoria como Ferramenta de Gestão A abordagem multidisciplinar, exposta nos conceitos de controladoria acima evidenciados, está embasada no pressuposto de que o conhecimento apenas de contabilidade não é mais suficiente para atender as funções da controladoria. Para Kanitz apud Beuren (2002, p. 21), Atualmente, o controlador se cerca de um verdadeiro batalhão de administradores organizacionais, psicólogos industriais, analistas de sistema, especialistas em computação, estatísticos e matemáticos que têm a tarefa de analisar e dirigir, a luz de cada um dos seus campos de conhecimento, um volume de informações necessárias ao cumprimento da função da controladoria. De acordo com Figueiredo apud Pinheiro et al (2004, p. 8), a controladoria tem a missão de... zelar pela continuidade da empresa, assegurando a otimização do resultado global. Apoiados na visão sistêmica da controladoria necessária para atuar coordenando e apoiando o processo decisório das empresas, Almeida et al
17 16 (2001, p. 346) colocam que a sua missão é a de assegurar a otimização do resultado econômico da organização. Para atingir sua missão a controladoria tem estabelecido, uma série de funções entre as quais citamos as evidenciadas por Perez et al apud Pinheiro et al (2004, p. 8) que colocam que... a função básica da Controladoria será garantir a perfeita realização do processo de decisão-ação-informação-controle, acompanhando e controlando as atividades da empresa. Para Padoveze (1996) a controladoria estratégica é a atividade que, através do sistema de informação contábil, abastece os responsáveis pelo planejamento estratégico da companhia com informações tanto financeiras quanto não-financeiras, para apoiar o processo de análise, planejamento, implementação e controle da estratégia organizacional. Ainda conforme Padoveze (1996) a controladoria estratégica deve se preocupar com aspectos relativos as mais variadas informações dos competidores, financeiras e não-financeiras como: custos, rentabilidade dos produtos, informação sobre os processo de gestão de preços de vendas, capacidade produtiva dos concorrentes, satisfação dos clientes em relação à concorrência, motivos de negócios perdidos, grau de satisfação dos empregados, dentre outros Qual o Papel do Controller nas Organizações Perez et al apud Pinheiro et al (2004, p. 8) enfatizam que o controller será responsável pela realização das seguintes atividades: Organização de um adequado sistema de informações gerenciais que permitem à administração conhecer os fatos ocorridos e os resultados obtidos com as atividades; Comparação permanente entre o desempenho esperado e o real; Classificação das causas e dos responsáveis pelas variações de estimativa e de desempenho; Identificação das causas e dos responsáveis pelas variações; Apresentação de recomendações para a adoção de medidas corretivas. Sob a ótica do sistema de gestão econômica, Almeida et al (2001, p. 350) estabelecem que as funções da controladoria são as de subsidiar o processo de
18 17 gestão, apoiar a avaliação de desempenho dos gestores e do desempenho econômico dos produtos e serviços, gerir os sistemas de informações e atender aos agentes do mercado. O papel do controller como estrategista organizacional fica evidente a partir do papel que a mesma possui na organização. Sua missão é assegurar o resultado planejado da empresa, através do processo de planejamento e controle dos resultados empresariais. 2.2 Plano de Negócio Um plano de negócio é uma descrição futura de seu empreendimento. É um documento que descreve o que você planeja fazer, quais suas estratégias, qual rumo a seguir. É um estudo minucioso de tudo que diz respeito ao negócio em questão, suas relações, causas e efeitos. A elaboração de um plano de negócio é um trajeto a ser seguido pelo empreendedor para definir o caminho que a empresa irá seguir a partir do momento de sua operacionalização. É um instrumento que irá medir se a ideia de negócio tem viabilidade. Plano de negócio é antes de tudo o processo definido a partir da ideia inicial no planejamento. Um dos objetivos principais da elaboração de um plano de negócio é a indicação da inviabilidade ou viabilidade do empreendimento. Para Chiavenatto (2005, p. 128), Plano de negócio é um conjunto de dados e informações sobre o futuro empreendimento, que define suas principais características e condições para proporcionar uma análise da sua viabilidade e dos seus riscos, bem como para facilitar sua implantação. Essa é uma ferramenta utilizada pelos empreendedores, como empresários, diretores, controller, e por qualquer pessoa que tenham uma visão de inovar, criar algo novo ou modificar o que já existe, com intuito de ter a ferramenta como um guia, pois um roteiro de um plano de negócio não elimina os possíveis erros, mas
19 18 ajuda a enfrenta-los e direcionar melhor os seus esforços contribuindo para o sucesso futuro da organização (CHIAVENATTO, 2005). Filion e Dolabela (2000) descreve plano de negócio como uma ferramenta que movimenta todos os aspectos da organização, ou seja, analisa a viabilidade de cada área respondendo questões que compõem os elementos chaves para o negócio, como concorrentes, fornecedores, clientes, localização e o mais fundamental a viabilidade financeira. O plano de negócio não é apenas um instrumento técnico. Ele é intrinsecamente vinculado ao seu criador, cujas características pessoais irão determina-lo, visto que a criação de uma empresa é um processo humano. Castro apud Salim (2009) relata que o plano de negócio é um documento que contém a caracterização do negócio, sua forma de operar, suas estratégias, seu plano para conquistar uma fatia do mercado e as projeções de despesas, receitas e resultados financeiros. Além de ser um documento com todas as características favoráveis e desfavoráveis, é um documento pronto para auxiliar todos os departamentos da empresa, pois atende a todas as tomada de decisões necessárias. [...] o plano de negócio é uma ferramenta extremamente eficaz e proporciona resultado internacionalmente comprovados tanto na concepção do negócio, quanto na obtenção de recursos financeiros e gerenciamento do dia-a-dia da empresa (SEBRAE APUD CASTRO, 2009). 2.3 Para que serve a elaboração de um Plano de Negócio A importância do plano de negócio está contida onde qualquer empreendedor que queira transformar sonhos em realidade é necessário apenas que esse uso seja feito não só com o fator racional e lógico, mas também que seja agregado o feeling do administrador. Muitas empresas ainda não entendem a necessidade e a importância de um planejamento e, por isso, acabam fechando suas portas. A grande questão é descobrir porque o empreendimento não alcança o crescimento desejado, buscando
20 19 ferramentas para reverter o quadro e definindo novas estratégias. O planejamento não garante o sucesso, mas serve, principalmente, para minimizar os erros e otimizar as potencialidades e oportunidades. Para Chiavenatto (2005, p. 136): O plano de negócio permite melhores condições para planejar, organizar, dirigir, avaliar e controlar o negócio [...] ele serve para retratar o início, o meio e o fim de um empreendimento. É imprescindível fazer revisões contínuas no plano de negócio para mantê-lo atualizado e dinâmico. O plano de negócio teve origem nos Estados Unidos e seus objetivos iniciais eram atrair fundos financeiros particulares. Ao longo deste tempo o objetivo tem sofrido algumas alterações, e atualmente o plano de negócios vem sendo utilizado para análise, estruturação e apresentação de viabilidade a atratividade dos negócios de empresas, sejam elas consolidadas ou novas. Outro objetivo operacional do plano de negócio é de poder beneficiar o aprimoramento da organização. O desenvolvimento de um plano de negócio permite elaborar um documento que promova o negócio da empresa para investidores e financiadores potenciais, como conceitua Ashoka Empreendedores Sociais e McKinsey e Company (2001). Um plano de negócio pode ser usado para se conseguir novos sócios e investidores, para estabelecer parcerias com fornecedores e clientes ou mesmo apresentado a bancos para a solicitação de financiamentos. Entretanto, o maior usuário do plano de negócio é o próprio criador (Rosa, 2007). 2.4 Quais as etapas de um Plano de Negócio Não existe um modelo padrão de plano de negócio. Basicamente o plano de negócio deve ser estruturado de acordo com o segmento que irá ser desenvolvido. A estruturação do plano de negócio deve ser a resposta para as perguntas: O que é o negócio? Quais os principais produtos e/ou serviços? Quem serão seus principais clientes, concorrentes e fornecedores? Onde está localizada a empresa? Qual o montante de capital a ser investido na empresa? Qual será o faturamento mensal da empresa? Qual o lucro que espera obter do negócio? Em quanto tempo espera que o capital investido retorne?
21 20 Ao responder estas e outras perguntas, realizou-se uma estruturação básica para que seja seguida: Sumário Executivo O Sumário Executivo é uma síntese do plano de negócio e, embora seja apresentado no início do plano, é muito provável que será elaborado ao término dos módulos principais. Isso porque será mais fácil selecionar e sintetizar os aspectos mais relevantes. O Sumário Executivo vai oferecer ao interessado uma ideia geral do projeto e seus aspectos mais relevantes de forma a despertar o interesse. (FELIPINI, 2003, p. 6). O Sumário Executivo deve ser escrito baseando-se no seu objetivo. Deve ser direcionado ao seu Público-alvo de modo em que a parte interessada entenda seu objetivo, seja ele a busca de investidores, financiamento bancário, fornecedores ou clientes Principais pontos do Plano de Negócio Os principais pontos do plano de negócio referem-se aos principais tópicos de cada módulo. É sintetizar os departamentos da empresa, assim como o objetivo central que o leva a descrever o plano de negócio Dados dos empreendedores e do empreendimento Neste tópico se leva em consideração os dados dos responsáveis pela administração do negócio. Poderá incluir o perfil dos administradores, com conhecimentos, habilidades e experiências anteriores. Quanto ao empreendimento, Dornelas (2005) relata que essa é a seção do plano que você apresenta um breve resumo da organização da empresa, sua história e sua situação atual. Mostrar o porquê da criação, qual o seu propósito, a
22 21 natureza dos serviços ou produtos fornecidos, como ela se desenvolveu ou desenvolverá, qual é o seu modelo de negócio e os seus diferenciais. Rosa (2007) lembra algumas orientações a serem identificadas antes da abertura da empresa. A escolha de cada sócio: Analisar se os objetivos dos sócios são os mesmos, tendo em vista o grau de ambição de cada um e a dimensão que desejam para o negócio; Dividir as tarefas antes de montar a empresa, com campo de atuação e horários de trabalho; Definir o valor de retirada de pró-labore, como será feita a distribuição dos lucros e quanto será reinvestido na empresa; Estabelecer o grau de autonomia de cada um e até que ponto um dos envolvidos pode, sozinho, tomar decisões; Determinar se familiares poderão ser contratados e quantos por parte de cada sócio. Sempre escolha funcionários e parceiros em conjunto com os sócios; Determinar um sistema de sucessão; Escreva todos os pontos que podem gerar atritos futuros em um contrato assinado pelos sócios; Verifique se seu futuro sócio não possui restrições cadastrais ou pendências junto a órgãos como Receita Federal, Secretaria do Estado da Fazenda e INSS Missão e Visão da Empresa A missão e visão da empresa está intimamente relacionada as perguntas: O que queremos? Porque queremos? E quando queremos? A visão da empresa é um objetivo de longo prazo da empresa. É definir o que será sua empresa no futuro em termos de importância, ou participação no mercado, ou desempenho. A intenção é deixar claro os macro objetivos da empresa de tal forma que as atividades e ações desenvolvidos estejam em sintonia com esses objetivos. A missão é o papel que sua empresa precisa desempenhar junto aos seus clientes. É interessante citar que são os clientes que farão com que a empresa alcance a visão. Então a empresa deverá elaborar a missão a fim de que seus clientes estejam relacionado ao objetivo.
23 Setores de atividade Os setores da economia são agropecuária, indústria, comércio e serviços. Para Rosa (2007, p.18), agropecuária são os negócios cuja atividade principal diz respeito ao cultivo do solo para a produção de vegetais e/ou criação e tratamento de animais. Indústria são as empresas que transformam matérias-primas em produtos acabados, com auxílio de máquinas ou manualmente. Comércio são as empresas que vendem mercadorias diretamente ao consumidor comércio varejista ou aquelas que compram do fabricante para vender para o varejo comércio atacadista. Serviços são as empresas cujas atividades não resultam na entrega de mercadorias e, sim, no oferecimento do próprio trabalho ao consumidor Forma jurídica e enquadramento Tributário Para que a empresa exista é necessário sua constituição formal. No entanto, você irá definir qual a forma jurídica, assim como o enquadramento tributário do empreendimento. Segundo Rosa (2007, p. 19), a forma jurídica determina a maneira pela qual ela será tratada pela lei, assim como o seu relacionamento jurídico com terceiros. Melchor (2004) lembra que o nosso código comercial de 1850 e o código civil de 1926, que regulavam o direito das empresas mercantis e civis no Brasil até 11 de janeiro de 2003, adotaram, como critério de divisão de empresas, as atividades exercidas por elas, isto é, dispunham que a sociedade constituída com o objetivo social de prestação de serviços (sociedade civil), tinham o seu contrato social registrado no cartório de registro civil das pessoas jurídicas (exceto as sociedades anônimas e casos específicos previstos em lei), enquanto que uma sociedade mercantil, constituída com objetivo de exercer atividades de indústria e/ou comércio, tinham seu contrato registrado social registrado nas juntas comerciais dos estados (inclusive todas as sociedades anônimas e raras exceções previstas em lei, na área de serviços). Tratamento semelhante era conferido às firmas individuais e aos
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