Estudo da Produ~ao Hadronica dos Mesons DO e jjo: Distribui<;6es em XF e Pt

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Estudo da Produ~ao Hadronica dos Mesons DO e jjo: Distribui<;6es em XF e Pt"

Transcrição

1 Tese de DOUTORADO Estudo da Produ~ao Hadronica dos Mesons DO e jjo: Distribui<;6es em XF e Pt Joao Ramos Torres de Mello Neto Centro Brasileiro de Pesquisas Fisicas Rio de Janeiro, J unho de 1992

2

3 Agradecimentos Agrade<;o Ao Prof. Alberto Santoro, a quem devo a proposi<;ao deste trabalho, pela orienta<;ao dedicada e entusiasmo it frente do Lafex; Ao Prof. Jeffrey Appel, pelas inumeras discuss6es sobre detetores e analise; Ao Steve Bracker, por mostrarme ate onde pode chegar 0 profissional; padrao da excelencia Ao Moacyr, pelo trabalho silencioso e extremamente importante de preparar 0 sistema para a analise; A Jussara, por tudo que aprendemos e realizamos juntos; Ao Gilvan, nosso sistem manager, Carla e Mariano, que garantiram 0 funcionamento quase perfeito da rede de computadores do Lafexj Ao Ignacio, Sandra, Alberto, Caruso e Arthur pelas inumeras discuss6es e sugest6es durante este trabalho; A Miriam e ao Carlos pela consultoria de 'lex; Ao Nicola, Wagner, Marcia, Jussara e todo 0 o clima de trabalho tao agradavelj resto do pessoal do Lafex, que fazem Ao Rob, Paul Karchin, Lee, Ali, Colin, Chris Darling, Steve, Don Summers, Audrius, Lisa e Marcia, pela forc;a nos dois anos e meio de coleta e analise dos dados no Fermilab; A Angela e ao Josh, por muito da minha alegria em Batavia; Finalmente, agradec;o aos membros da colabora<;ao E769, sem os quais este trabalho nao teria sido possivel:

4 G.A. AlvesY) S.Amatop) J.C. Anjos,(l) J.A. Appel,(2) S.B. Bracker,(5) L.M. Cremaldi,(3) C.L. Darling,(8) RL. Dixonp) D. Errede,(7) H.C. FenkerP%,C, Gay,(5) D.R Greenp) R. Jedicke,(5) D. Kaplan, (4) P.E. Karchin,(8) S. Kwanp) I. Leedom,(4) L.H. Lueking,(2) G.J. Luste,(5) P.M. Mantschp)/J.RT. de Mello Neto,(l) J. Metheny,(6) RH. Milburn,(6) J.M. de Mirania,(l) H. da Motta Filho,(l) A. Na.Xt'e,(6) A.B. d' Olivera, A. Rafatianp) A,C. dos Reis,(l) S. Reucroft,(4) l\.f.s. Santoro,(l) M. Sheaff,(7) M.H.G. Souza,(l) W.J. Spalding, 2) C. Stoughtonp). M.E. Streetman,(2) D.J. Surnmers,(J) S.F. Takach,(8) Z. Wti(8). (})) (l)centro Brasileiro de Pesquisas Fisicas, Rio de Janeiro, Brazil (2)Fermi National Accelerator Laboratory, Batavia, Illinois, (3)University of Mississippi, University, MS (4)Northeastern University, Boston, MA (5)University of Toronto, Toronto, Ontario, Canada, M5S 1A7 (6)Tufts University, Medford, MA (7)University of Wisconsin, Madison, WI (8)Yale University, New Haven, CT 06511

5 Resumo Usando urn feixe de hlidrons a 250 GeV incidentes em folhas finas de Be, AI, Cu e W, as distribui~5es de DO e fjo foram medidas pelo experimento E769 no Fermilab, com 0 modo de decaimento DO + K1r+ e c.c. As medidas foram realizadas com a amostra produzida pelo feixe de pions, 607 ± 29 eventos. Ajustando a distribui<;ao em XF a (1 XF)n, foi medido n = 3.86 ± 0.25 ± 0.10 para DO/fJo, n = 3.89 ± 0040 para DO e n = 3.74 ± 0.34 para fjo. Ajustando a distribuic;ao em P~ a exp bp~, mediuse b = 1.05 ± 0.06 ± 0.02 para DO/fJo, b = 1.12 ± 0.09 para DO e b = 1.00 ± 0.07 para fjo. A distribuic;ao em XF e consistente com os calculos da QCD perturbativa. Abstract Using a 250 GeV hadron beam incident on thin targets foils of Be, AI, Cu and W, the x F and Pt distributions of DO and fjo were measured from Fermilab experiment E769 using the decay mode DO + K1r+ and c.c. The measurements were made with the 1r induced sample, 607 ± 29 events. Fitting the x F distribution to (1 x F)n it was measured n = 3.86 ± 0.25 ± 0.10 for DO/fJo, n = 3.89 ± 0040 for n and n = 3.74 ± 0.34 for DO. Fitting the p; distribuition to exp bp;, it was measured b = 1.05 ± 0.06 ± 0.02 for DO/fJo, b = 1.12 ± 0.09 for DO and b = 1.00 ± 0.07 for DO. The XF distribution is consistent with the perturbative QCD calculations.

6 Resumo, Iudice, v Introdu~ao 1 Capitulo 1 Aspectos teoricos da produ~ao de quarks pesados As se~oes de choque diferenciais QCD e a produ~ao de quarks pesados modelo de partons da QCD 7 Fatoriza~ao 9 Se~ao de choque pontual 9 As fun~oes de distribui~aode partons 10 Fun~oes de fragmenta~ao modelo de partons da QCD em ordem principal Modelos alternativos de produ~ao de quarks pesados 15 Modelo de charme intrinseco 16 Excita~ao de sabor 16 Recombina~ao e produ~ao difrativa Resultados em ordem a~ 17 Capitulo 2 Resultados experimentais em fisica de charme Os primeiros experimentos A produ~ao de charme por feixes hadronicos, Resultados experimentais em fisica do charme Se~ao de choque total Se<;oes de choque diferenciais Dependencia da se~ao de choque com 0 numero de massa 28 Capitulo 3 0 Aparato Experimental feixe DISC TRD (detetor de radia~ao de transi~ao alvo detetor de vertices As dlmaras proporcionais As camaras de arrasto Os ma.gnetos 46 v

7 3.9 Os detetore~ Cerenkov SLIC Hadrometro trigger 52 Interac;;ao 52 Energia Transversa 52 Energia Transversa Alta Sistema de Aquisi<;ao de dados da E Capitulo 4 0 Sistema de Aquisic;;ao de Dados da E Os componentes do sistema Os prograrnas do DA Padroes de Programac;;ao A Intercomunicac;ao entre os Processadores programa dos Tratadores de Eventos prograrna do Chefe Programa do VAX Tratamento de Erros do Sistema Histogramas rapidos desempenho do sistema 75 Capitulo 5 Coleta, Monitorac;ao e Reconstruc;ao dos Dados A coleta de dados A demanda computacional da E pacote de reconstruc;ao PASSO PASSl PASS DST (Data Summary Tape) 85 Capitulo 6 Selec;ao e Analise dos Dados pacote PAW A simulac;ao de Monte Carlo "buraco" na eficiencia das camaras de deriva Os criterios de selec;ao dos eventos programa PAIRSTRIP 93 VI

8 6.6 Procedimento de sele<;ao dos valores dos cortes programa DOSTRIP Os cortes n.nais de amilise sinal de DO + I\~7rpm As aceita<;oes diferenciais Correc;ao na simulac;ao do Cerenkov Correc;ao no trigger de energia transversa Os valores de n, b e b' Avaliac;ao dos erros sistematicos Dependencia ern A das distribuic;oes A produc;ao a alto x F Estudo da assimetria cc Comparac;ao das sec;oes de choque diferenciais corn a teoria Comparac;ao corn os resultados de outras experiencias 124 COllclusoes 127 Apendice A: As sec;oes de choque para os mesos charmosos 129 Referencias 133 Vll

9 INTRODUQAO o experimento E769, realizado no TPL (Tagged Particle Lab) do Fermilab, tern como objetivo medir as caracteristicas da produ~ao das particulas charmosas, ou seja, das particulas que contem 0 quark c. As sec;oes de choque diferenciais em x F e p~, a sec;ao de choque total e a dependencia no numero de massa A da produc;ao destas particulas se destacam entre as medidas realizadas por este experimento. As particulas que compoem 0 feixe incidente sao 7r±, ]{± e pip a 250 GeVIe, identificadas por urn detetor diferencial Cerenkov e urn detetor de radiac;ao de transic;ao. o alvo, segmentado em 26 folhas de berilio, alumfnio, cobre e tungstenio, foi projetado para a medida da sec;ao de choque com 0 numero de massa. As particulas charmosas, na experiencia E769, percorrem alguns milimetros antes de decairem por interac;ao fraca. Utilizandose detetores de vertice de alta precisao, e possivel identificar 0 vertiee de produ<;ao e 0 de decaimento que distinguem uma particula charmosa. A E769 utiliza 0 detetor de vertice de silicio, cuja precisao pode atingir 15 microns, quatro estac;oes de camaras de arrasto e dois magnetos para reconstruir a trajetoria e 0 momentum das particulas. Dais detetores de radiac:;ao Cerenkov depois do alvo identificam as particulas. Urn calorimctro eletrouwgnetico e urn outro hadronico foram utilizados principalmente para determillar a cllcrgia transversa do evcnto, a principal trigger' do cxpcrilllcllto c para idt'll tilkar a:; p;\rt iculns ncut.ras (vel' Capitulo 3). Cerca de titus, coutcujo 400 lllilht)c:; de ('\'c'utos, [01';1111 grm'udas pol' Ulll 1

10 sistema de aquisi<;ao de dados parale10 operando numa taxa de cerea de 400 eventos por segundo. Os~ eventos foram reconstrufdos por processadores ACPI e por esta<;oes da Silicon,Graphics no Fermilab. Com cerca de 4000 partfculas charmosas totalmente reconstrufdas, a E769 possui hoje a maior amostra de charme em experimentos de produ<;ao hadronica. o Laborat6rio de Fisica Experimental de Altas Energias e Cosmologia (Lafex) do CBPF, participa desde 0 proposal da E769, realizando hoje parte substancial da analise dos dados do experimento ([Alve92], [Mira92], [Reis92], [Amat92b]). Todo 0 trabalho de sele<;ao e analise dos dados foi realizado no Lafex, utilizandose os computadores ACPII para tarefas que exigiam grande poder de CPU e as esta<;oes de trabalho Sun para 0 exarne interativo dos dados. Esta tese estuda as distribui<;oes dos eventos charmosos em x F e Pt atraves do canal DO ~ K 1r+. A amostra de DO / jjo reconstruida na E769 e de 1214 ± 44 eventos, sendo que 0 feixe de 1r somente, produziu 607 ± 29 eventos. Utilizaremos apenas a amostra de 1r nesta tese, pois foi a primeira disponivel e a que melhor se adequa it compara<;ao com os c8.1culos de QCD. No primeiro capitulo fazemos uma breve revisao da teoria da produ<;ao de quarks pesados. A inten<;ao deste capitulo e apenas entender as hip6teses subjacentes aos c8.lculos da QCD, no contexto do modelo de aniquila<;ao de quarks e fusao de gluons, que compararemos com os nossos dados. Mencionamos tambem outros modelos propostos na literatura. A seguir, sumarizamos a situa~ao experimental da produ<;ao de mesons por experimentos hadronicos. Passando rapidamente pela evolu<;ao das tecnicas empregadas na dete<;ao das partfculas charmosas, listaremos as medidas dos experimentos atuais de produ<;ao de charme. Em vista do grande numero de teses que descrevem os detetores do TPL, no capitulo tres nos demoraremos apenas nos detetores mais importantes para a nossa analise enos detetores especificos it E769. No quarto capitulo detalhamos 0 sistema de aquisi~ao de dados da E791, 0 experimento que sucede a E769 no TPL. Este sistema, totalmente paralelo, faz uso do "estado da arte" em armazenagern de dados e eletronica de front end. Discutiremos 0..., '' ; '...,I 2

11 !ooftwan: que nhltrol;, os v;iri()s lllvcis <Iii lji('1"(lrquia do sist('ilw, a COlllllllic(I<;ao eiltr<' O~ processadores e A inter<h~ao corn 0 operador. Escrevencto cerca de 10 Mbytesjsegundo na toma~ de dados, e 0 sistema de aquisi~ao de dados em Altas Energias mais nipido que se tern notici,'. o quinto capitulo descreve a tomada de dados e 0 software de monitora<;iio e reconstru<;ao dos dados. Finalmente, 0 capitulo seis detalha a sele~ao e analise dos dados, com a medida dos parametros que caracterizam as distribui<;oes em XF e Pt. A produ<;ao de charme a alto XF, a assimetria na produ<;ao de DO j DO e a dependencia das distribui<;oes com o numero de massa A sao estudados. Terminamos comparando essas medidas com resultados teoricos e com outros experimentos. Concluimos sumarizando nossos resultados e discutindo as perspectivas futuras neste assunto. ", \ J,.) I '.! 3

12 , ASPECTOS TEORICOS DA PRODUQAO DE QUARKS PESADOS Iniciaremos este capitulo com uma discussao fenomeno16gica das se~oes de choque diferenciais de produ<;ao de hadrons charmosos. Continuaremos com 0 modelo de partons, a cujo apelo intuitivo se adiciona 0 respaldo teorico da abordagem perturbativa da QCD. OS diversos elementos que compoem 0 1 calculo das sec;oes de choque serao listados {' discutidos brevemente. Tomando a aniquilac;ao de quarks e fusao de gluons como mecanismos de produc;ao de quarks pesados, explicitaremos as previs6es da QCD perturbativa em ordem a~. de produc;ao de quarks pesados. Resumiremos tambern as principais ideias de outros modelos Finalmente, apresentaremos os progressos te6ricos recentes em QeD perturbativa, ressaltando as previsoes para a produc;ao de charme. 0 apendice A contem alguns detalhes do calculo das se~6es de choque mencionadas As sec;oes de choque diferenciais Examinaremos neste trabalho as distribuic;oes em XF e Pt 2, onde definese, no centro de massa, XF = Pz/PZM, ou seja, 0 da particula em estudo sobre 0 momentum na direc;ao do feixe incidente (longitudinal) momentum maximo nesta direc;ao. Tambem se costuma definir x F = 2pz/ vis, que se reduz it expressao anterior quando a massa e 0 momentum transverso da particula forem muito menores que sua energia. 0 momentum transversa Pt e a componente transversal do momentum em rela<;ao ao.eixo definido pelo feixe incidente../. A colisa.o de hadrons em altas energias propoe formidaveis problemas teoricos. 4

13 Diante da impossibilidadc de Sf.' descrever estas colis()('s de forma completa recorrese as s{'~oes df' cllo(l'\{;i' illclusivas. Oil<Ie Sf' alialisa lllna det crmillaua parucula C (ou mais que uma) na rea~ao A.B + ex onde X representa todas as outras particulas produzidas na intera~ao. Assim. a palana inclusiva se refere a inclusao de todos as estados finais que produzern a particula espedfica (C) au urn conjunto especifico de particulas que se estuda. A din l.1nica das demais particulas e integrada, restando expressoes para as sec;oes de choque daquelas particulas escolhidas, que revelam propriedades dos processos de espalharnento em estudo [Perl74]. Nesta referencia argumentase que a motiva~ao para a definic;ao de x F devese aobservac;ao experimental da propriedade de.scaling com a energia na sec;ao de choque duplamente diferencial em XF e Pt 2 Vma das vantagens da variavel Pt advem de sua invariancia sob transformac;oes de Lorentz longitudinais. Como a variavel conjugada ao parametro de impacto (distancia de aproximac;ao maxima), PI indica quao "duro" foi 0 espalhamento [Co1l84]. Na produ<;ao de hadrons leves, observase experimentalmente [Geis90], que se urn particula do estado final contiver urn quark do mesmo sabol' os de valencia dos hadrons incidentes, a probabilidade dela possuir urn valor alto de x F egrande. Contrariamente, se ela nao contiver nenhum dos quarks de valencia iniciais sua probabilidade de ser produzida a baixo x F aumenta. Atraves de argumentos de QCD podese mostrar [Guni79] que a sec;ao de choque inclusiva para qualquer particula do estado final deve ser da forma (1 XF)n para x F + 1. A contagem dos quarks envolvidos no processo estabelece 0 valor de n. A comparac;ao desta previsao com os dados experimentais para particulas leves esbarra em dois problemas: os resultados experimentais geralmente sao para valores de x F longe de 1 e estas regras s6 se aplicam para particulas produzidas diretamente (prompt), 0 que, em geral, ja exciui cerca de metade das particulas do estado final [Tave87]. POl' outro lado, os experimentos do final da decada de 60 [Jaco72] mostraram que a distribuic;ao em Pt 2 para pions e kaons (Pt 2 ~ 1 GeV 2 ) em reac;oes de muitos corpos pode ser parametrizada com qualquer das expressoes abaixo _ i \. j, d(j2 = Ae 6p,2 (1.1) dpt 1 d(j I 6' =Ae Pr Pt dpt (1.2) 5

14 essencialmente ihdependentes da energla total, multiplicidade, etc. Varios modelos tentaram,explicar esta dependencia, tais como 0 "corte em Pt no espa<;o de fase" [Perl74]' que simplesmente arbitrava tal corte, sem envolver qualquer dimlmica, ou 0 "modelo bootstrap estatistico" [Sive76], no qual supunhase que a maior parte da energia em colisoes hadronicas era utilizada na prodw;ao de "bolas de fogo" massivas que decaiam subsequentemente nos estados observados. A discussao fenomeno16gica acima para produ<;ao de particulas leves motiva 0 fato de que a se<;ao de choque diferencial em x F e Pt 2 para a produ<;ao de charme costuma ser parametrizada sob a forma (1.3) Lembramos que a expressao acima representa apenas uma boa parametriza<;ao para os dados, uti! principalmente na compara<;ao dos resultados de varios experimentos QeD e a Produc;ao de Quarks Pesados A Cromodinamica Quantica (QeD, de Quantum Chromodynamics) e a teoria da intera<;ao entre os quarks e gluons [Alta82]. Ela tern se estabelecido como a teoria que descreve os fenomenos experimentais associados as intera<;oes fortes, em especial aqueles onde a abordagem perturbativa e adequada [Barg87]. Em principio os quarks e os gluons nao existem como particulas livres, mas permanecem confinados formando hcidrons por intera<;oes que na,o se pode calcular perturbativamente. No entanto podese mostrar que as for<;as de intera<;ao diminuem a pequenas distancias (altas energias), propriedade denominada de liberdade assint6tica. Nestas circunstancias os calculos se tornam possiveis com met6dos perturbativos utilizando os diagramas de Feynman, tal como na Eletrodinamica Quantica. as processos nos quais estamos interessados envolvem aspectos perturbativos e aspectos naoperturbativos. Adiante discutiremos em quais circunstancias podemos separar a parte naoperturbativa para parametrizala de acordo com os dados ou construir algum modelo fenomeno16gico que descreva tais fenomenos, enquanto se calcula a parte perturbativa. 6

15 Do ponto de vista experimental, nos interessa a predi<;iio das se<;oes de choque de '{ prodw;ao dos quarks pesados pela QCD e, consequentemente, a predi<;ao das se<;oes de choque dos mesons charmosos em colisoes hadronicas. As medidas destas se<;oes de choque forneccm urn teste quantitativo da consistencia da abordagem perturbativa da QCD que envolve vllrios aspectos discutidos adiante. Este tipo de teste vai muito alem do interesse puramente teorico. Urn entendimento detalhado das sec;oes de choque de produ<;ao de quarks pesados se faz necessario para a procura do quark t, para 0 planejamento de experimentos de alta estatlstica de produc;ao de quarks b em colisores e em experimentos de alvo fixo, etc. Este entendimento tambem e vital na busca de novas partieulas nos colisores a varios TeV no centro de massa, pois nestes experimentos a produc;ao de charme e beleza deve constituir 0 background para a procura do quark top e para a nova fisica [Alta88], isto e, nao descrita pelo modelo padrao. Por outro lado, como a produc;ao de charme e beleza nas energias dos colisores hadronicos e dominada pelo processo de fusao de gluons [Tave87], as medidas da sec;ao de choque podem ser utilizadas para extrair a func;ao de estrutura dos gluons a baixo x (de Bjorken) [Wolf90] modelo de partons da QeD o modelo de partons, proposto originalmente por Feynman [Feyn72] descreve a fisica de uma interac;ao de alta energia ("dura") num referencial no qual 0 hadron se move muito rapidamente. Neste referencial tal interac;ao ocorre numa escala de tempo pequena comparada it escala que controla a evoluc;ao do sistema partonico, dilatada pela transformac;ao de Lorentz a urn referencial que se move com alta velocidade. Apenas neste referencial podese falar numa func;ao, F;(x), que fornece 0 numero de pllrtons do tipo i com uma fra<;ao do momentum do hadron entre x e x + dx. Discutiremos a seguir todos os ingredientes para 0 calculo da sec;ao de choque inclusiva de urn dado quark pesado, Q, mostrados esquema icamente na figura 1.1 [Clos78], [Mart84], [Elli87], de acordo com 0 modelo de partons da QCD. o diagrama da figura 1.1, que ilustra a criac;a.o de urn pelr QQ por urn processo "duro" na reac;ao 7

16 Figura modelo de Partons da QeD corresponde aseguinte formula para a se<;ao de choque total de produ<;ao destes quarks: 0(5) ~I: JdXldxlUij(xlx25,mb,/L,A)FiA(Xl,/L)Fl(X2,Jl) (1.4) I,) onde VB representa a energia total no em do sistema H A + HB, Uij a se<;ao de choque pontual de intera<;ao dos partons, F A i as densidades do parton i no hadron A (tambem denominadas distribui<;6es de partons), mq a massa do quark pesado Q, Jl a escala de fatoriza<;ao, considerada coincidente com a escala de renormaliza<;ao e finalrnente, A determina a intensidade do acoplamento forte, as A se<;ao de choque diferencial ern x F ou p; e obtida diferenciandose a equa<;ao (1.4) adequadamente. 8

17 Fatorizad\o ' Par fatoriza<;ao ~ntcndesc a propriedade das amplitudes de espalhamento de hcidrons de alta energia serem escritas como um produto de uma parte associada ao espalhamento dos partons por uma outra que contem a fisica de baixa energia e momentum e que descreve as intera<;oes naoperturbativas. Esta sao dadas por uma func;ao independente do processo, unica para cada tipo de parton, denominada acima F i, func;6es de distribuic;ao dos partons. De acordo com a QCD, as fun<;oes Fi(x) dependem da escala de massa J.L de uma forma calculavel pelas equa<;oes de AltarelliParisi [Alta77]. Pretendemos aplicar a eq. (104) it prodw;iio do quark c (charme). No entanto, tal equac;ao vale somente para a produc;ao de urn quark pesado cuja massa e muito maior que a escala de interac;oes fortes m» A, e mesmo assim, uma confirma<;ao definitiva da validade da eq. (104) exigiria uma prova em todas as ordens da serie perturbativa [Co1l87]. Por outro lado, existem argumentos [Co1l86] indicando que 0 modelo de partons da QCD descreve adequadamente a produc;ao hadronica de quarks pesados. Portanto, esperamos que a formula de fatoriza<;ao (104) seja efetiva mesmo quando termos de ordem A/mQ forem desprezados. Surge aqui a questao crucial: se 0 quark charmoso e massivo 0 suficiente no sentido mencionado acima [Elli86]. Secao de choque polltual A sec;ao de choque pontual, <7ij, pode ser calculada por teoria de perturba<;ao como uma serie de potencias de G". Quando as regras de Feynman sao utilizadas para diagramas de "loop", aparecem divergencias ultravioletas. Como a QCD e uma teoria renormalizavel, todas estas divergencias podem ser absorvidas ordem a ordem ao se redifinir os acoplamentos, massas e campos renormalizados. Aqui outra escala de massa deve ser introduzida (por exemplo, no processo de regularizac;ao dimensional a escala de massa mantem a constante de acoplamento adimensional em d dimensoes) [FieI89J. Geralmente se considera a escala de massa advinda da fatorizac;ao e aquela advinda da renormalizac;ao como iguais, 0 que simplifica os calculos. Nao ha consenso sobre a corre<;ao desta hipotese nem sobre 0 valor exato de J.L num dado processo. Esperase que 0 valor de J.L situese perto do valor da massa mq, a escala fisica do processo, dependendo tambem do momentum transverso. 9

18 Vma possive! abordagem [Nas089] e arbitral' 0 valor de /' (/,o jpi + mb, poi' exemplo) e variaio num intervalo razoavel (de 2/,0 a /'0/2, pol' exemplo) para a verificac;ao do impacto do seu valor sobre as previsoes. As funcoes de distribuicao de partons Na formula (1.4), urn dado hadron e representado poi' uma serie de fun<;oes de distribui<;ao de quarks e gluons, que sao determinadas empiricamente ajustandose os dados de espalhamento inelastico profundo de eletrons e neutrinos a baixo Q2 a parametrizac;oes fenomenologicas. Assim, no limite de x + 1 apenas urn parton carregaria todo 0 momentum do hadron, e como isto nao e possivel, as fun<;oes de distribuic;ao tern que tender para zero neste limite. As parametrizac;oes tern que obedecer a certas normalizac;oes (regras de soma) de forma que as integrais das func;oes de distribuic;ao reproduzam os numeros quanticos associados aos quarks de valencia. POI' exemplo, 0 proton possui dois quarks u de valencia, e portanto 1 [u(x) u(x )]dx = 2 A dependencia em energia destas distribui<;oes de partons pode ser calculada perturbativamente, de modo que uma vez medidas para energias baixas, sabese como extrapolalas de forma confiavel para energias mais altas. As sec;oes de choque para 0 espalhamento inelastico profundo sao parametrizadas por func;oes de esttutura, que, dado urn certo esquema de renormalizac;ao, fornecem as func;oes de distribuic;ao de partons. Em ordem principal, 01, as func;oes de distribuic;ao sao independentes do esquema de renormalizac;ao [Tung90]. As parametriza<;oes de Owens [Owen84] serao utilizadas na comparac;ao dos nossos resultados experimentais com as previsoes teoricas. Esta parametrizac;ao era a unica que continha as func;oes de distribuic;ao para pions quando os calculos da sec;ao de choque diferencial que apresentaremos na sec;ao 1.6 foram realizados. As func;oes de distribuic;ao de Duke e Owens [Duke84] e as de Diemoz et alli [Diem88] para os nucleons serao utilizadas tambem. Na figura 1.2 temos os graficos das func;oes de distribuic;ao do conjunto 1 de DukeOwens para 0 proton. 10

19 Valence quarks )( 0.75 " )( Seo quarks \,... " " ", \.. qjuons " Figura 1.2. Fuw;oes de distribuil;iio de DukeOwens o valor do panlmetro l\. e altamente correlacionado com a forma da distribuic;ao de gluons. Ele tambem influencia a evoluc;ao com Q2 das distribui<;oes de partons. Func;oes de fragmentac;ao... A organiza<;ao dos partons (quarks e gluons) em hadrons "sem cor" pelo campo de cor, apos uma colisao "dura" na qual os partons podem ser considerados livres, e denominada de fragmentac;ao ou hadroniza<;ao. Estes processos sao de natureza naoperturbativa e so podem ser descritos de forma semiemplrica. No caso de sec;oes de choques inclusivas necessitamos descrever apenas a hadronizac;ao da particula em estudo. Como a cor total dos hadrons finais eneutra, a carga de cor de urn quark espalhado e balanceada pela carga de cor do sistema de recuo (urn antiquark ou urn diquark). Usamos a imagem de urn conjunto de linhas do fluxo de cor sendo esticadas. Quando elas se partem, formam pares qq e os varios componentes coloridos se agrupam em hcidrons. Em principio, cada parton se hadroniza independentemente dos outros, essa hadronizac;ao dependendo apenas de sua carga de cor, momentum e numeros quanticos. A partir da se<;ao de choque diferencial em if para 0 par ee, podese obter a sec;ao de choque diferencial em x F dos mesons charmosos, atraves das func;oes de fragmentac;ao 11._._~~~~~

20 D~, que fornecem a probabilidade de urn quark c se transformar num dado hadron H da seguir~te forma (ver apendice A): (1.5 ) As fun<;oes de fragmentac;ao sao bern estudadas nos colisores e+e, onde se conhece o momentum e a energia do par de jatos resultante da aniquila<;ao primaria [Beth85]. Geralmente usamse as seguintes variaveis para descrever a fragmenta<;ao com as variaveis calculadas no centro de massa. Supondo urn quark pesado Q combinandose com urn ou mais quarks Ieves materializados em sua vizinhanca com velocidade comparavel a sua, 0 Tanto x quanto x+ apresentam a propriedade de scaling e informam quanto da energia e/ou momentum do jato correspondente ao quark pesado foi transferido ao hadron. tern acesso a esta informa<;ao, mas a variavel x F / xf x ou x+. Em colisoes hadronicas nao se cumpre urn papel analogo ao de Suporemos, portanto, que a argumenta<;ao seguinte, estabelecida para duas fun<;oes de fragmenta<;ao, utilizadas em fisica de e+e, que descrevem a hadroniza<;ao de quarks pesados, continua valida quando x ou x+ for substituida por XF/XF. Na se<;ao 6.16, transformaremos as sec;oes de choque diferenciais em XF para 0 quark charmoso, prevista pela teoria, em se<;oes de choque diferenciais para os mesons charmosos utilizando as fun<;oes de fragmenta<;ao de Peterson e a de Lund [Bort88], duas das mais conhecidas. dados obtidos no detetor CLEO, com.js = as parametros livres nestas duas fun<;oes foram ajustados com GeV. Ao realizarmos a convolw,;ao exphcita na equa<;ao (1.5), faremos a aproxima<;ao de que as corre<;oes radiativas da QCD, que relacionam a fun<;ao de fragmenta<;ao numa dada energia do centro de massa com a mesma fun<;ao noutra energia do centro de massa, nao sao importantes. equa<;ao de evolu<;ao da fun<;ao de fragmenta<;ao incorpora a radia<;ao de gluons ao se aumentar de energia no CM, tornando 0 espectro de x (ou x+) mais soft, ja que uma parcela maior da energia disponivel vai para os gluons que se fragmentam eles pr6prios em outros hadrons. P + E+pz x= x = PM EM+PM A modelo de Peterson 12

21 prediz que a pro~babilidade de que Q se tome em urn hadron H, cornu fun<;ao de x, e dada por: H 1 1 Q DQ(x)=Nx [ 1 x 1 x ] 2 (1.6) onde Q = m~/m~. Esta formula vern de urn argumento de Mecanica Quantica de que urn fator 1/AE esta sempre presente na amplitude perturbativa para a transi<;ao Q + H + q, onde AE representa a diferen<;a de energia entre 0 estado inicial de quark pesado e 0 estado final de urn hadron mais 0 quark leve restante, Q urn quark pesado, q urn quark leve e H urn hadron composto de Qq. Juntando a isso 0 fator de espa<;o de fase unidimensional1/x, obtemse a formula acima [Pete83]. Dutra fun<;ao muito utilizada e a fun<;ao de fragmenta<;ao simetrica de Lund, que, em termos de x+, e dada por (1. 7) onde mt = Vm2 + p;, f3 = 0.54 ± 0.08 ± 0.04 e B = 0.53 ± 0.03 ± 0.03 sao parametros ajustados. 0 modelo de Lund baseiase na ideia de uma corda (string) do campo de cor que, ao se tensionar devido ao afastamento do par qq, rompese dando origem a varios pares de quarks. Designando II como a probabilidade de cria<;ao de urn par qq por unidade de tempo e por unidade de comprimento da corda, e K como a energia por unidade de comprimento (tensao) da corda, 0 parametro B e dado por B = II/(2K 2 ) [Ande83]. Intuitivamente, esperase que a fragmenta<;ao de quarks pesados em hadrons tenha uma distribui<;ao com urn pico em valores altos de x, propriedade esta que deveria se tornar mais marcante a medida que Q tenha maior massa, tendo como limite DZ(x) "" 15(1 x) [Barg87] modelo de partons da QeD em ordem principal Em ordem principal (leadingorder), este modelo simples teve muito sucesso ao unificar a fenomenologia de varios processos em altas energias dentro de 1015% dos dados experimentais disponiveis, modulo alguns "fatores K" que multiplicavam as se<;oes de choque calculadas em ordem Q'~ [Tung90]. Para 0 charme 0 fator K era estimado em 13

22 Figura 1.3. Fusao de gltions e aniquilal;ao de quarks 23 [Tave87]. Este modelo foi usado como uma ferramenta indispensavel nas projec;;oes dos processos em energias muito mais altas e pequeno x [Eich84] Os processos que contribuem a esta ordem sao fusao de gluons e aniquilac;;ao de quarks [Comb79], [Babc78], [Hagi79], [Jone78], [Geor78], mostrados na figura 1.3. Como fonte de incerteza no calculo das sec;;oes de choque, usandose a formula (1.4), temos 0 valor da massa do quark c, as distribuic;;oes dos partons, principalmente dos gluons, 0 valor do parametro A e a escolha do valor do momentum transferido tipico Q2 para a fusao de gluons. Em ordem principal, a mudanc;;a de me de 1.2 GeV para 1.8 GeV muda a 0 valor da sec;;ao de choque em uma ordem de grandeza. No apendice A mostramse alguns detalhes do calculo das sec;;oes de choque. As caracteristicas gerais dos processos nesta ordem sao [Berg87], [Elli87]: (1) a '" a;/m~. Para as ~ 0.5 e me '" 1.7 GeV/c 2, temos a ~ 30pbarn. (2) 0 par de quarks pesados e produzido backtoback no referencial do CM do sistema partonparton. A media do momentum transverso, < Pt >, e zero, nao se levando em conta 0 momentum transverso intrinseco dos partons no nucleon nem a radiac;;ao de gluons no estado inicial. (3) A produc;;ao de quarks pesados e central, atingindo 0 maximo para a rapidez y = 0 14

Ivan Guilhon Mitoso Rocha. As grandezas fundamentais que serão adotadas por nós daqui em frente:

Ivan Guilhon Mitoso Rocha. As grandezas fundamentais que serão adotadas por nós daqui em frente: Rumo ao ITA Física Análise Dimensional Ivan Guilhon Mitoso Rocha A análise dimensional é um assunto básico que estuda as grandezas físicas em geral, com respeito a suas unidades de medida. Como as grandezas

Leia mais

O Princípio da Complementaridade e o papel do observador na Mecânica Quântica

O Princípio da Complementaridade e o papel do observador na Mecânica Quântica O Princípio da Complementaridade e o papel do observador na Mecânica Quântica A U L A 3 Metas da aula Descrever a experiência de interferência por uma fenda dupla com elétrons, na qual a trajetória destes

Leia mais

3.4 O Princípio da Equipartição de Energia e a Capacidade Calorífica Molar

3.4 O Princípio da Equipartição de Energia e a Capacidade Calorífica Molar 3.4 O Princípio da Equipartição de Energia e a Capacidade Calorífica Molar Vimos que as previsões sobre as capacidades caloríficas molares baseadas na teoria cinética estão de acordo com o comportamento

Leia mais

Seleção de comprimento de onda com espectrômetro de rede

Seleção de comprimento de onda com espectrômetro de rede Seleção de comprimento de onda com espectrômetro de rede Fig. 1: Arranjo do experimento P2510502 O que você vai necessitar: Fotocélula sem caixa 06779.00 1 Rede de difração, 600 linhas/mm 08546.00 1 Filtro

Leia mais

Auto-energia do elétron

Auto-energia do elétron Teoria Quântica de Campos II 116 É possível mostrar que este cancelamento ocorre para todas as ordens de perturbação (Peskin sec 6.5), neste caso a seção de choque medida é: Auto-energia do elétron (Peskin

Leia mais

grandeza do número de elétrons de condução que atravessam uma seção transversal do fio em segundos na forma, qual o valor de?

grandeza do número de elétrons de condução que atravessam uma seção transversal do fio em segundos na forma, qual o valor de? Física 01. Um fio metálico e cilíndrico é percorrido por uma corrente elétrica constante de. Considere o módulo da carga do elétron igual a. Expressando a ordem de grandeza do número de elétrons de condução

Leia mais

EXPERIMENTO N o 6 LENTES CONVERGENTES INTRODUÇÃO

EXPERIMENTO N o 6 LENTES CONVERGENTES INTRODUÇÃO EXPERIMENTO N o 6 LENTES CONVERGENTES INTRODUÇÃO Ao incidir em uma lente convergente, um feixe paralelo de luz, depois de passar pela lente, é concentrado em um ponto denominado foco (representado por

Leia mais

Além do Modelo de Bohr

Além do Modelo de Bohr Além do Modelo de Bor Como conseqüência do princípio de incerteza de Heisenberg, o conceito de órbita não pode ser mantido numa descrição quântica do átomo. O que podemos calcular é apenas a probabilidade

Leia mais

Seção de choque diferencial

Seção de choque diferencial Seção de choque diferencial Em uma postagem anterior, Seções de choque, apresentei o conceito de seção de choque como sendo uma medida da probabilidade de colisão entre uma partícula incidente e uma partícula

Leia mais

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 6. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo de a para b é dado por: = =

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 6. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo de a para b é dado por: = = Energia Potencial Elétrica Física I revisitada 1 Seja um corpo de massa m que se move em linha reta sob ação de uma força F que atua ao longo da linha. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo

Leia mais

Capítulo 5: Aplicações da Derivada

Capítulo 5: Aplicações da Derivada Instituto de Ciências Exatas - Departamento de Matemática Cálculo I Profª Maria Julieta Ventura Carvalho de Araujo Capítulo 5: Aplicações da Derivada 5- Acréscimos e Diferenciais - Acréscimos Seja y f

Leia mais

Departamento de Matemática - UEL - 2010. Ulysses Sodré. http://www.mat.uel.br/matessencial/ Arquivo: minimaxi.tex - Londrina-PR, 29 de Junho de 2010.

Departamento de Matemática - UEL - 2010. Ulysses Sodré. http://www.mat.uel.br/matessencial/ Arquivo: minimaxi.tex - Londrina-PR, 29 de Junho de 2010. Matemática Essencial Extremos de funções reais Departamento de Matemática - UEL - 2010 Conteúdo Ulysses Sodré http://www.mat.uel.br/matessencial/ Arquivo: minimaxi.tex - Londrina-PR, 29 de Junho de 2010.

Leia mais

OBJETIVO Verificar as leis da Reflexão Verificar qualitativamente e quantitativamente a lei de Snell. Observar a dispersão da luz em um prisma.

OBJETIVO Verificar as leis da Reflexão Verificar qualitativamente e quantitativamente a lei de Snell. Observar a dispersão da luz em um prisma. UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA CURSO DE FÍSICA LABORATÓRIO ÓPTICA REFLEXÃO E REFRAÇÃO OBJETIVO Verificar as leis da Reflexão Verificar qualitativamente e quantitativamente a lei de Snell. Observar a

Leia mais

APLICAÇÕES DA DERIVADA

APLICAÇÕES DA DERIVADA Notas de Aula: Aplicações das Derivadas APLICAÇÕES DA DERIVADA Vimos, na seção anterior, que a derivada de uma função pode ser interpretada como o coeficiente angular da reta tangente ao seu gráfico. Nesta,

Leia mais

Exercícios Teóricos Resolvidos

Exercícios Teóricos Resolvidos Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Exercícios Teóricos Resolvidos O propósito deste texto é tentar mostrar aos alunos várias maneiras de raciocinar

Leia mais

4 Segmentação. 4.1. Algoritmo proposto

4 Segmentação. 4.1. Algoritmo proposto 4 Segmentação Este capítulo apresenta primeiramente o algoritmo proposto para a segmentação do áudio em detalhes. Em seguida, são analisadas as inovações apresentadas. É importante mencionar que as mudanças

Leia mais

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 3

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 3 Linhas de Força Mencionamos na aula passada que o físico inglês Michael Faraday (79-867) introduziu o conceito de linha de força para visualizar a interação elétrica entre duas cargas. Para Faraday, as

Leia mais

LEI DE OHM. Professor João Luiz Cesarino Ferreira. Conceitos fundamentais

LEI DE OHM. Professor João Luiz Cesarino Ferreira. Conceitos fundamentais LEI DE OHM Conceitos fundamentais Ao adquirir energia cinética suficiente, um elétron se transforma em um elétron livre e se desloca até colidir com um átomo. Com a colisão, ele perde parte ou toda energia

Leia mais

Física. Resolução. Q uestão 01 - A

Física. Resolução. Q uestão 01 - A Q uestão 01 - A Uma forma de observarmos a velocidade de um móvel em um gráfico d t é analisarmos a inclinação da curva como no exemplo abaixo: A inclinação do gráfico do móvel A é maior do que a inclinação

Leia mais

Leis de Conservação. Exemplo: Cubo de gelo de lado 2cm, volume V g. =8cm3, densidade ρ g. = 0,917 g/cm3. Massa do. ρ g = m g. m=ρ.

Leis de Conservação. Exemplo: Cubo de gelo de lado 2cm, volume V g. =8cm3, densidade ρ g. = 0,917 g/cm3. Massa do. ρ g = m g. m=ρ. Leis de Conservação Em um sistema isolado, se uma grandeza ou propriedade se mantém constante em um intervalo de tempo no qual ocorre um dado processo físico, diz-se que há conservação d a propriedade

Leia mais

Correlação e Regressão Linear

Correlação e Regressão Linear Correlação e Regressão Linear A medida de correlação é o tipo de medida que se usa quando se quer saber se duas variáveis possuem algum tipo de relação, de maneira que quando uma varia a outra varia também.

Leia mais

Capítulo 4 Trabalho e Energia

Capítulo 4 Trabalho e Energia Capítulo 4 Trabalho e Energia Este tema é, sem dúvidas, um dos mais importantes na Física. Na realidade, nos estudos mais avançados da Física, todo ou quase todos os problemas podem ser resolvidos através

Leia mais

Aula 8 Fótons e ondas de matéria II. Física Geral F-428

Aula 8 Fótons e ondas de matéria II. Física Geral F-428 Aula 8 Fótons e ondas de matéria II Física Geral F-428 1 Resumo da aula anterior: Planck e o espectro da radiação de um corpo negro: introdução do conceito de estados quantizados de energia para os osciladores

Leia mais

1PI. Auto-energia do fóton. e a condição em F1 para qualquer ordem de perturbação se torna:

1PI. Auto-energia do fóton. e a condição em F1 para qualquer ordem de perturbação se torna: e a condição em F1 para qualquer ordem de perturbação se torna: Teoria Quântica de Campos II 124 Felizmente, podemos provar que isto é verdade usando as relações de Ward-Takahashi: ( eq 99.1 ) Como uma

Leia mais

Tópico 11. Aula Teórica/Prática: O Método dos Mínimos Quadrados e Linearização de Funções

Tópico 11. Aula Teórica/Prática: O Método dos Mínimos Quadrados e Linearização de Funções Tópico 11. Aula Teórica/Prática: O Método dos Mínimos Quadrados e Linearização de Funções 1. INTRODUÇÃO Ao se obter uma sucessão de pontos experimentais que representados em um gráfico apresentam comportamento

Leia mais

Teoria Quântica de Campos I. Sandra S. Padula Sérgio F. Novaes

Teoria Quântica de Campos I. Sandra S. Padula Sérgio F. Novaes Teoria Quântica de Campos I Sandra S. Padula Sérgio F. Novaes Programa Parte II Processos Elementares da Eletrodinâmica Quântica Tecnologia dos Traços e Processos Não-Polarizados Estrutura de Helicidade

Leia mais

Lista de Eletrostática da UFPE e UPE

Lista de Eletrostática da UFPE e UPE Lista de Eletrostática da UFPE e UPE 1. (Ufpe 1996) Duas pequenas esferas carregadas repelem-se mutuamente com uma força de 1 N quando separadas por 40 cm. Qual o valor em Newtons da força elétrica repulsiva

Leia mais

Física Quântica Caex 2005 Série de exercícios 1

Física Quântica Caex 2005 Série de exercícios 1 Física Quântica Caex 005 Questão 1 Se as partículas listadas abaixo têm todas a mesma energia cinética, qual delas tem o menor comprimento de onda? a) elétron b) partícula α c) nêutron d) próton Questão

Leia mais

EFEITO COMPTON. J.R. Kaschny

EFEITO COMPTON. J.R. Kaschny EFEITO COMPTON J.R. Kaschny Os Experimentos de Compton Das diversas interações da radiação com a matéria, um destaque especial é dado ao efeito, ou espalhamento, Compton - Arthur Holly Compton (93, Nobel

Leia mais

Universidade Federal do Paraná

Universidade Federal do Paraná Universidade Federal do Paraná Programa de pós-graduação em engenharia de recursos hídricos e ambiental TH705 Mecânica dos fluidos ambiental II Prof. Fernando Oliveira de Andrade Problema do fechamento

Leia mais

Ricardo Avelino Gomes 1

Ricardo Avelino Gomes 1 artigos Olhando o céu do fundo de um poço Ricardo Avelino Gomes 1 No início havia um múon que atravessou toda a atmosfera e chegou na superfície da Terra. Na viagem, desafiou e desdenhou a mecânica de

Leia mais

Notas de Cálculo Numérico

Notas de Cálculo Numérico Notas de Cálculo Numérico Túlio Carvalho 6 de novembro de 2002 2 Cálculo Numérico Capítulo 1 Elementos sobre erros numéricos Neste primeiro capítulo, vamos falar de uma limitação importante do cálculo

Leia mais

Considerações sobre redimensionamento de motores elétricos de indução

Considerações sobre redimensionamento de motores elétricos de indução Considerações sobre redimensionamento de motores elétricos de indução Artigo publicado na revista Lumiere Electric edição nº 166 Aplicações de investimentos dentro das empresas sempre são questionadas

Leia mais

Hoje estou elétrico!

Hoje estou elétrico! A U A UL LA Hoje estou elétrico! Ernesto, observado por Roberto, tinha acabado de construir um vetor com um pedaço de papel, um fio de meia, um canudo e um pedacinho de folha de alumínio. Enquanto testava

Leia mais

Aula 4 Estatística Conceitos básicos

Aula 4 Estatística Conceitos básicos Aula 4 Estatística Conceitos básicos Plano de Aula Amostra e universo Média Variância / desvio-padrão / erro-padrão Intervalo de confiança Teste de hipótese Amostra e Universo A estatística nos ajuda a

Leia mais

Faculdade Sagrada Família

Faculdade Sagrada Família AULA 12 - AJUSTAMENTO DE CURVAS E O MÉTODO DOS MÍNIMOS QUADRADOS Ajustamento de Curvas Sempre que desejamos estudar determinada variável em função de outra, fazemos uma análise de regressão. Podemos dizer

Leia mais

Propriedades Corpusculares da. First Prev Next Last Go Back Full Screen Close Quit

Propriedades Corpusculares da. First Prev Next Last Go Back Full Screen Close Quit Propriedades Corpusculares da Radiação First Prev Next Last Go Back Full Screen Close Quit Vamos examinar dois processos importantes nos quais a radiação interage com a matéria: Efeito fotoelétrico Efeito

Leia mais

Sumário. Prefácio... xi. Prólogo A Física tira você do sério?... 1. Lei da Ação e Reação... 13

Sumário. Prefácio... xi. Prólogo A Física tira você do sério?... 1. Lei da Ação e Reação... 13 Sumário Prefácio................................................................. xi Prólogo A Física tira você do sério?........................................... 1 1 Lei da Ação e Reação..................................................

Leia mais

Nosso objetivo será mostrar como obter informações qualitativas sobre a refração da luz em um sistema óptico cilíndrico.

Nosso objetivo será mostrar como obter informações qualitativas sobre a refração da luz em um sistema óptico cilíndrico. Introdução Nosso objetivo será mostrar como obter informações qualitativas sobre a refração da luz em um sistema óptico cilíndrico. A confecção do experimento permitirá também a observação da dispersão

Leia mais

Detectores de Partículas: Tiago dos Anjos

Detectores de Partículas: Tiago dos Anjos Detectores de Partículas: Uma Introdução ao CMS Tiago dos Anjos Sumário Aceleradores Circulares LHC O Detector CMS - Sistema de Trajetórias - Sistema de Múons - Calorímetro Eletromagnético - Calorímetro

Leia mais

6 Construção de Cenários

6 Construção de Cenários 6 Construção de Cenários Neste capítulo será mostrada a metodologia utilizada para mensuração dos parâmetros estocásticos (ou incertos) e construção dos cenários com respectivas probabilidades de ocorrência.

Leia mais

Medida da velocidade de embarcações com o Google Earth

Medida da velocidade de embarcações com o Google Earth UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Instituto de Física Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física Mestrado Profissional em Ensino de Física Medida da velocidade de embarcações com o Google Earth

Leia mais

Eventos independentes

Eventos independentes Eventos independentes Adaptado do artigo de Flávio Wagner Rodrigues Neste artigo são discutidos alguns aspectos ligados à noção de independência de dois eventos na Teoria das Probabilidades. Os objetivos

Leia mais

!! OLIMPIADA!IBEROAMERICANA! DE!FISICA! COCHABAMBA' 'BOLIVIA'2015' Prova Teórica

!! OLIMPIADA!IBEROAMERICANA! DE!FISICA! COCHABAMBA' 'BOLIVIA'2015' Prova Teórica '!! OLIMPIADA!IBEROAMERICANA! DE!FISICA! COCHABAMBA' 'BOLIVIA'2015' Prova Teórica o A duração desta prova é 5 horas. o Cada problema deve ser respondido em folhas diferentes, não misture problemas diferentes

Leia mais

Um capacitor é um sistema elétrico formado por dois condutores separados por um material isolante, ou pelo vácuo.

Um capacitor é um sistema elétrico formado por dois condutores separados por um material isolante, ou pelo vácuo. Capacitores e Dielétricos Um capacitor é um sistema elétrico formado por dois condutores separados por um material isolante, ou pelo vácuo. Imaginemos uma configuração como a de um capacitor em que os

Leia mais

AS QUATRO FORÇAS FUNDAMENTAIS DA NATUREZA

AS QUATRO FORÇAS FUNDAMENTAIS DA NATUREZA AS QUATRO FORÇAS FUNDAMENTAIS DA NATUREZA Adaptado dum artigo na revista inglesa "Astronomy Now" por Iain Nicolson As interacções entre partículas subatómicas e o comportamento em larga escala de matéria

Leia mais

NOTAS DE AULAS DE FÍSICA MODERNA

NOTAS DE AULAS DE FÍSICA MODERNA NOTAS DE AULAS DE FÍSICA MODERNA Prof. Carlos R. A. Lima CAPÍTULO 5 PROPRIEDADES ONDULATÓRIAS DA MATÉRIA Primeira Edição junho de 2005 CAPÍTULO 5 PROPRIEDADES ONDULATÓRIAS DA MATÉRIA ÍNDICE 5.1- Postulados

Leia mais

Introdução à Eletricidade e Lei de Coulomb

Introdução à Eletricidade e Lei de Coulomb Introdução à Eletricidade e Lei de Coulomb Introdução à Eletricidade Eletricidade é uma palavra derivada do grego élektron, que significa âmbar. Resina vegetal fossilizada Ao ser atritado com um pedaço

Leia mais

POTENCIAL ELÉTRICO E FORÇA ELÉTRICA

POTENCIAL ELÉTRICO E FORÇA ELÉTRICA POTENCIAL ELÉTRICO E FORÇA ELÉTRICA 1. No movimento de A para B (figura) ao longo de uma linha de campo elétrico, o campo realiza 3,94 x 10-19 J de trabalho sobre um elétron. Quais são as diferenças de

Leia mais

REFLEXÃO DA LUZ: ESPELHOS 412EE TEORIA

REFLEXÃO DA LUZ: ESPELHOS 412EE TEORIA 1 TEORIA 1 DEFININDO ESPELHOS PLANOS Podemos definir espelhos planos como toda superfície plana e polida, portanto, regular, capaz de refletir a luz nela incidente (Figura 1). Figura 1: Reflexão regular

Leia mais

Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos. "Uma arma verdadeiramente competitiva"

Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos. Uma arma verdadeiramente competitiva Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos "Uma arma verdadeiramente competitiva" Pequeno Histórico No período do pós-guerra até a década de 70, num mercado em franca expansão, as empresas se voltaram

Leia mais

ESTUDO DOS EFEITOS DE ROTAÇÃO E DESLOCAMENTO ENTRE OS PLANOS DO DETECTOR DO FPD NA DETERMINAÇÃO DAS EFICIÊNCIAS J. L.

ESTUDO DOS EFEITOS DE ROTAÇÃO E DESLOCAMENTO ENTRE OS PLANOS DO DETECTOR DO FPD NA DETERMINAÇÃO DAS EFICIÊNCIAS J. L. ESTUDO DOS EFEITOS DE ROTAÇÃO E DESLOCAMENTO ENTRE OS PLANOS DO DETECTOR DO FPD NA DETERMINAÇÃO DAS EFICIÊNCIAS J. L. Palomino Gallo1,H. da Motta, F.S. Silva2 CBPF 1 2 Bolsista da CAPES, Bolsista do CNPq.

Leia mais

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DEE CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DEE CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA LABORATÓRIO 6: Máquina Síncrona em Barramento Infinito Objetivo: Verificar, experimentalmente, como é feita a ligação de um gerador síncrono no barramento infinito. Teoria: As necessidades de energia elétrica

Leia mais

Tópicos de Física Moderna ano 2005/2006

Tópicos de Física Moderna ano 2005/2006 Trabalho Prático Nº 3 ESTUDO DA DIFRAÇÃO Tópicos de Física Moderna ano 005/006 Objectivos: Familiarização com os fenómenos de interferência e difracção da luz, com utilização de uma rede de difracção para

Leia mais

Análise e Desenvolvimento de Sistemas ADS Programação Orientada a Obejeto POO 3º Semestre AULA 03 - INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO ORIENTADA A OBJETO (POO)

Análise e Desenvolvimento de Sistemas ADS Programação Orientada a Obejeto POO 3º Semestre AULA 03 - INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO ORIENTADA A OBJETO (POO) Análise e Desenvolvimento de Sistemas ADS Programação Orientada a Obejeto POO 3º Semestre AULA 03 - INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO ORIENTADA A OBJETO (POO) Parte: 1 Prof. Cristóvão Cunha Objetivos de aprendizagem

Leia mais

Física IV. Interferência

Física IV. Interferência Física IV Interferência Sears capítulo 35 Prof. Nelson Luiz Reyes Marques Interferência Arco-íris = Bolha de sabão refração interferência Princípio da superposição Quando duas ou mais ondas se superpõem,

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DO PONTAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DO PONTAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DO PONTAL Física Experimental III - Medidas Elétricas Objetivo O objetivo desta prática é aprender a fazer medições de resistência, tensão

Leia mais

ARQUITETURA DE COMPUTADORES

ARQUITETURA DE COMPUTADORES 1 ARQUITETURA DE COMPUTADORES U C P Prof. Leandro Coelho Plano de Aula 2 Aula Passada Definição Evolução dos Computadores Histórico Modelo de Von-Neumann Básico CPU Mémoria E/S Barramentos Plano de Aula

Leia mais

DS100: O SINAL ELÉTRICO

DS100: O SINAL ELÉTRICO DS100: O SINAL ELÉTRICO Emmanuel M. Pereira I. Objetivo O propósito deste artigo é esclarecer aos clientes da Sikuro, usuários do eletroestimulador modelo DS100 (C ou CB), no que se refere ao tipo de onda

Leia mais

Aula de Véspera - Inv-2009 Professor Leonardo

Aula de Véspera - Inv-2009 Professor Leonardo 01. Dois astronautas, A e B, encontram-se livres na parte externa de uma estação espacial, sendo desprezíveis as forças de atração gravitacional sobre eles. Os astronautas com seus trajes espaciais têm

Leia mais

A abordagem do assunto será feita inicialmente explorando uma curva bastante conhecida: a circunferência. Escolheremos como y

A abordagem do assunto será feita inicialmente explorando uma curva bastante conhecida: a circunferência. Escolheremos como y 5 Taxa de Variação Neste capítulo faremos uso da derivada para resolver certos tipos de problemas relacionados com algumas aplicações físicas e geométricas. Nessas aplicações nem sempre as funções envolvidas

Leia mais

Espectometriade Fluorescência de Raios-X

Espectometriade Fluorescência de Raios-X FRX Espectometriade Fluorescência de Raios-X Prof. Márcio Antônio Fiori Prof. Jacir Dal Magro FEG Conceito A espectrometria de fluorescência de raios-x é uma técnica não destrutiva que permite identificar

Leia mais

objetivo Exercícios Meta da aula Pré-requisitos Aplicar o formalismo quântico estudado neste módulo à resolução de um conjunto de exercícios.

objetivo Exercícios Meta da aula Pré-requisitos Aplicar o formalismo quântico estudado neste módulo à resolução de um conjunto de exercícios. Exercícios A U L A 10 Meta da aula Aplicar o formalismo quântico estudado neste módulo à resolução de um conjunto de exercícios. objetivo aplicar os conhecimentos adquiridos nas Aulas 4 a 9 por meio da

Leia mais

Funções de Posicionamento para Controle de Eixos

Funções de Posicionamento para Controle de Eixos Funções de Posicionamento para Controle de Eixos Resumo Atualmente muitos Controladores Programáveis (CPs) classificados como de pequeno porte possuem, integrados em um único invólucro, uma densidade significativa

Leia mais

Eletromagnetismo: imãs, bobinas e campo magnético

Eletromagnetismo: imãs, bobinas e campo magnético Eletromagnetismo: imãs, bobinas e campo magnético 22 Eletromagnetismo: imãs, bobinas e campo magnético 23 Linhas do campo magnético O mapeamento do campo magnético produzido por um imã, pode ser feito

Leia mais

O degrau de potencial. Caso II: energia maior que o degrau

O degrau de potencial. Caso II: energia maior que o degrau O degrau de potencial. Caso II: energia maior que o degrau U L 9 Meta da aula plicar o formalismo quântico ao caso de uma partícula quântica que incide sobre o degrau de potencial, definido na ula 8. Vamos

Leia mais

Objetivo do trabalho 4

Objetivo do trabalho 4 CC-226 Introdução à Análise de Padrões Prof. Carlos Henrique Q. Forster Instruções para Trabalho 4 Objetivo do trabalho 4 Relatar os resultados obtidos no trabalho 3 e estendidos na forma de escrita científica

Leia mais

2. Representação Numérica

2. Representação Numérica 2. Representação Numérica 2.1 Introdução A fim se realizarmos de maneira prática qualquer operação com números, nós precisamos representa-los em uma determinada base numérica. O que isso significa? Vamos

Leia mais

FEUSP- SEMINÁRIOS DE ENSINO DE MATEMÁTICA-1º semestre/2008 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL NA ESCOLA BÁSICA: POSSÍVEL E NECESSÁRIO

FEUSP- SEMINÁRIOS DE ENSINO DE MATEMÁTICA-1º semestre/2008 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL NA ESCOLA BÁSICA: POSSÍVEL E NECESSÁRIO 1 FEUSP- SEMINÁRIOS DE ENSINO DE MATEMÁTICA-1º semestre/008 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL NA ESCOLA BÁSICA: POSSÍVEL E NECESSÁRIO Nílson José Machado njmachad@usp.br Sempre que pensamos em grandezas que

Leia mais

18 a QUESTÃO Valor: 0,25

18 a QUESTÃO Valor: 0,25 6 a A 0 a QUESTÃO FÍSICA 8 a QUESTÃO Valor: 0,25 6 a QUESTÃO Valor: 0,25 Entre as grandezas abaixo, a única conservada nas colisões elásticas, mas não nas inelásticas é o(a): 2Ω 2 V 8Ω 8Ω 2 Ω S R 0 V energia

Leia mais

ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO

ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO COLÉGIO ESTADUAL RAINHA DA PAZ, ENSINO MÉDIO REPOSIÇÃO DAS AULAS DO DIA 02 e 03/07/2012 DAS 1 ª SÉRIES: A,B,C,D,E e F. Professor MSc. Elaine Sugauara Disciplina de Química ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO As ondas

Leia mais

Capítulo 3. Avaliação de Desempenho. 3.1 Definição de Desempenho

Capítulo 3. Avaliação de Desempenho. 3.1 Definição de Desempenho 20 Capítulo 3 Avaliação de Desempenho Este capítulo aborda como medir, informar e documentar aspectos relativos ao desempenho de um computador. Além disso, descreve os principais fatores que influenciam

Leia mais

Relatório Final F-609 Estudo da 1ª e 2ª Lei de Ohm com riscos de grafite em papel.

Relatório Final F-609 Estudo da 1ª e 2ª Lei de Ohm com riscos de grafite em papel. Relatório Final F-609 Estudo da 1ª e 2ª Lei de Ohm com riscos de grafite em papel. Aluno: Claudecir Ricardo Biazoli, RA: 038074. Orientador: Fernando Iikawa Sumário: 1- Introdução 3 2- Importâncias didática

Leia mais

TRANSFORMADORES. P = enrolamento do primário S = enrolamento do secundário

TRANSFORMADORES. P = enrolamento do primário S = enrolamento do secundário TRANSFORMADORES Podemos definir o transformador como sendo um dispositivo que transfere energia de um circuito para outro, sem alterar a frequência e sem a necessidade de uma conexão física. Quando existe

Leia mais

Um carro está andando ao longo de uma estrada reta e plana. Sua posição em função do tempo está representada neste gráfico:

Um carro está andando ao longo de uma estrada reta e plana. Sua posição em função do tempo está representada neste gráfico: PROVA DE FÍSICA QUESTÃO 0 Um carro está andando ao longo de uma estrada reta e plana. Sua posição em função do tempo está representada neste gráfico: Sejam v P, v Q e v R os módulos das velocidades do

Leia mais

Introdução teórica aula 6: Capacitores

Introdução teórica aula 6: Capacitores Introdução teórica aula 6: Capacitores Capacitores O capacitor é um elemento capaz de armazenar energia. É formado por um par de superfícies condutoras separadas por um material dielétrico ou vazio. A

Leia mais

RESUMO 2 - FÍSICA III

RESUMO 2 - FÍSICA III RESUMO 2 - FÍSICA III CAMPO ELÉTRICO Assim como a Terra tem um campo gravitacional, uma carga Q também tem um campo que pode influenciar as cargas de prova q nele colocadas. E usando esta analogia, podemos

Leia mais

Exercícios Leis de Kirchhoff

Exercícios Leis de Kirchhoff Exercícios Leis de Kirchhoff 1-Sobre o esquema a seguir, sabe-se que i 1 = 2A;U AB = 6V; R 2 = 2 Ω e R 3 = 10 Ω. Então, a tensão entre C e D, em volts, vale: a) 10 b) 20 c) 30 d) 40 e) 50 Os valores medidos

Leia mais

Questão 1. Questão 2. Resposta. Resposta

Questão 1. Questão 2. Resposta. Resposta Questão 1 Na natureza, muitos animais conseguem guiar-se e até mesmo caçar com eficiência, devido à grande sensibilidade que apresentam para a detecção de ondas, tanto eletromagnéticas quanto mecânicas.

Leia mais

1 Propagação de Onda Livre ao Longo de um Guia de Ondas Estreito.

1 Propagação de Onda Livre ao Longo de um Guia de Ondas Estreito. 1 I-projeto do campus Programa Sobre Mecânica dos Fluidos Módulos Sobre Ondas em Fluidos T. R. Akylas & C. C. Mei CAPÍTULO SEIS ONDAS DISPERSIVAS FORÇADAS AO LONGO DE UM CANAL ESTREITO As ondas de gravidade

Leia mais

Arquitetura de Rede de Computadores

Arquitetura de Rede de Computadores TCP/IP Roteamento Arquitetura de Rede de Prof. Pedro Neto Aracaju Sergipe - 2011 Ementa da Disciplina 4. Roteamento i. Máscara de Rede ii. Sub-Redes iii. Números Binários e Máscara de Sub-Rede iv. O Roteador

Leia mais

CURSO E COLÉGIO APOIO. Professor: Ronaldo Correa

CURSO E COLÉGIO APOIO. Professor: Ronaldo Correa CURSO E COLÉGIO APOIO Professor: Ronaldo Correa Holiday - Christmas.mpg medidas 1-Medidas Grandeza tudo aquilo que pode ser medido. Medir comparar com um padrão. No Brasil e na maioria dos países as unidades

Leia mais

9. Derivadas de ordem superior

9. Derivadas de ordem superior 9. Derivadas de ordem superior Se uma função f for derivável, então f é chamada a derivada primeira de f (ou de ordem 1). Se a derivada de f eistir, então ela será chamada derivada segunda de f (ou de

Leia mais

4 Avaliação Econômica

4 Avaliação Econômica 4 Avaliação Econômica Este capítulo tem o objetivo de descrever a segunda etapa da metodologia, correspondente a avaliação econômica das entidades de reservas. A avaliação econômica é realizada a partir

Leia mais

Base Nacional Comum Curricular 2016. Lemann Center at Stanford University

Base Nacional Comum Curricular 2016. Lemann Center at Stanford University Base Nacional Comum Curricular 2016 Lemann Center at Stanford University Parte II: Base Nacional Comum: Análise e Recomendações da Seção de Matemática Phil Daro Dezembro, 2015 BASE NACIONAL COMUM: ANÁLISE

Leia mais

Caracterização temporal de circuitos: análise de transientes e regime permanente. Condições iniciais e finais e resolução de exercícios.

Caracterização temporal de circuitos: análise de transientes e regime permanente. Condições iniciais e finais e resolução de exercícios. Conteúdo programático: Elementos armazenadores de energia: capacitores e indutores. Revisão de características técnicas e relações V x I. Caracterização de regime permanente. Caracterização temporal de

Leia mais

Simulado OBM Nível 2

Simulado OBM Nível 2 Simulado OBM Nível 2 Gabarito Comentado Questão 1. Quantos são os números inteiros x que satisfazem à inequação? a) 13 b) 26 c) 38 d) 39 e) 40 Entre 9 e 49 temos 39 números inteiros. Questão 2. Hoje é

Leia mais

Descobertas do electromagnetismo e a comunicação

Descobertas do electromagnetismo e a comunicação Descobertas do electromagnetismo e a comunicação Porque é importante comunicar? - Desde o «início dos tempos» que o progresso e o bem estar das sociedades depende da sua capacidade de comunicar e aceder

Leia mais

LENTES E ESPELHOS. O tipo e a posição da imagem de um objeto, formada por um espelho esférico de pequena abertura, é determinada pela equação

LENTES E ESPELHOS. O tipo e a posição da imagem de um objeto, formada por um espelho esférico de pequena abertura, é determinada pela equação LENTES E ESPELHOS INTRODUÇÃO A luz é uma onda eletromagnética e interage com a matéria por meio de seus campos elétrico e magnético. Nessa interação, podem ocorrer alterações na velocidade, na direção

Leia mais

Somatórias e produtórias

Somatórias e produtórias Capítulo 8 Somatórias e produtórias 8. Introdução Muitas quantidades importantes em matemática são definidas como a soma de uma quantidade variável de parcelas também variáveis, por exemplo a soma + +

Leia mais

Não é permitido nenhum tipo de consulta!

Não é permitido nenhum tipo de consulta! INSTRUÇÕES de PRÊMIO IFT-ICTP PARA JOVENS FÍSICOS Não escreva seu nome em nenhum lugar da prova. Em cada das seis folhas de questões, escreva o número do seu RG. Verifique que você tem as seis folhas de

Leia mais

Eletricidade Aula 1. Profª Heloise Assis Fazzolari

Eletricidade Aula 1. Profª Heloise Assis Fazzolari Eletricidade Aula 1 Profª Heloise Assis Fazzolari História da Eletricidade Vídeo 2 A eletricidade estática foi descoberta em 600 A.C. com Tales de Mileto através de alguns materiais que eram atraídos entre

Leia mais

Exemplos de aplicação das leis de Newton e Conservação do Momento Linear

Exemplos de aplicação das leis de Newton e Conservação do Momento Linear Exemplos de aplicação das leis de Newton e Conservação do Momento Linear Cálculo de resultante I Considere um corpo sobre o qual atual três forças distintas. Calcule a força resultante. F 1 = 10 N 30 F

Leia mais

Roteiro 23 Difração e Interferência de ondas bidimensionais num meio líquido

Roteiro 23 Difração e Interferência de ondas bidimensionais num meio líquido Roteiro 23 Difração e Interferência de ondas bidimensionais num meio líquido 1 INTRODUÇÃO As ondas podem sofrer o efeito de diversos fenômenos, dentre eles estão a difração e a interferência. A difração

Leia mais

TIPOS DE REFLEXÃO Regular Difusa

TIPOS DE REFLEXÃO Regular Difusa Reflexão da luz TIPOS DE REFLEXÃO Regular Difusa LEIS DA REFLEXÃO RI = raio de luz incidente i normal r RR = raio de luz refletido i = ângulo de incidência (é formado entre RI e N) r = ângulo de reflexão

Leia mais

3 Resistores Lei de ohms

3 Resistores Lei de ohms Resistores 3 Lei de ohms O resistor é um componente eletrônico usado para oferecer resistência a passagem dos elétrons em um circuito. Os resistores mais comuns são os resistores de carbono também chamados

Leia mais

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Princípios de Instrumentação Biomédica. Módulo 4

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Princípios de Instrumentação Biomédica. Módulo 4 Universidade Federal do Rio de Janeiro Princípios de Instrumentação Biomédica Módulo 4 Faraday Lenz Henry Weber Maxwell Oersted Conteúdo 4 - Capacitores e Indutores...1 4.1 - Capacitores...1 4.2 - Capacitor

Leia mais

3 Classificação. 3.1. Resumo do algoritmo proposto

3 Classificação. 3.1. Resumo do algoritmo proposto 3 Classificação Este capítulo apresenta primeiramente o algoritmo proposto para a classificação de áudio codificado em MPEG-1 Layer 2 em detalhes. Em seguida, são analisadas as inovações apresentadas.

Leia mais

Prof. Rogério Porto. Assunto: Cinemática em uma Dimensão II

Prof. Rogério Porto. Assunto: Cinemática em uma Dimensão II Questões COVEST Física Mecânica Prof. Rogério Porto Assunto: Cinemática em uma Dimensão II 1. Um carro está viajando numa estrada retilínea com velocidade de 72 km/h. Vendo adiante um congestionamento

Leia mais

Modelagem e Simulação Material 02 Projeto de Simulação

Modelagem e Simulação Material 02 Projeto de Simulação Modelagem e Simulação Material 02 Projeto de Simulação Prof. Simão Sirineo Toscani Projeto de Simulação Revisão de conceitos básicos Processo de simulação Etapas de projeto Cuidados nos projetos de simulação

Leia mais