Boletim da. INPI ganhará agilidade operacional com o sistema eletrônico. Fiesp quer alterações na Lei Estadual de Inovação

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1 Boletim da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL Março de nº 74 INPI ganhará agilidade operacional com o sistema eletrônico O vice-presidente Jorge Ávila expôs dados da recuperação do INPI, os projetos e pela primeira vez trouxe à ABPI notícias positivas. A diretora de Marcas, Terezinha de Jesus Guimarães, falou dos projetos e planos de sua diretoria, especialmente sobre o novo sistema em implantação, com entradas e saídas virtuais de pedidos, oposições e anexos, abolindo o trâmite de papéis e acenando com a redução do backlog. Eles almoçaram com os diretores e associados da ABPI, dia 15 de março, em São Paulo. Página 4. Fiesp quer alterações na Lei Estadual de Inovação O Conselho Superior de Tecnologia e Competitividade da Fiesp (Contec), em sua primeira reunião do ano (10/3), definiu pontos a serem adicionados ou suprimidos na Lei de Inovação do Estado de São Paulo, para que a lei atinja os objetivos para os quais foi criada. Página 3. A Propriedade Intelectual no Mundo Digital A ABPI e a The Progress & Freedom Foundation promovem o seminário A Propriedade Intelectual no Mundo Digital - A Importância para o Desenvolvimento Brasileiro, no dia 11 de abril, em São Paulo. O software como fator de desenvolvimento para o Brasil, A patenteabilidade de invenções implementadas por software e Reflexões sobre a pirataria do software serão os temas dos três painéis do evento. Página 3. Propriedade Intelectual em Educação e Pesquisa O INPI, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES e a OMPI realizarão o Simpósio Internacional sobre Propriedade Intelectual em Educação e Pesquisa, nos dias 9 e 10 de maio, no auditório Reginaldo Treiger, do BNDES, no Rio de Janeiro, para debater modelos de programas de ensino e propostas de pesquisa em propriedade intelectual. Página 7. Nº 74 Março de 2006 Boletim da ABPI 1

2 Editorial A modernização e a informatização do INPI Ricardo P. Vieira de Mello Membro do Conselho Diretor da ABPI As apresentações feitas pelo vice-presidente do INPI, Jorge Ávila, e pela diretora de Marcas, Terezinha de Jesus Guimarães, por ocasião do almoço mensal da ABPI, realizado no dia 15 de março passado, em São Paulo, acenaram para um novo INPI. Um INPI moderno, informatizado e ágil. Quer a administração da autarquia que, até o final deste ano, os principais problemas que levaram o INPI, ao longo dos últimos vinte anos, ao caos administrativo em que se encontra sejam solucionados. No tocante às marcas, a diretora de Marcas pretende alcançar suas metas, através das seguintes ações: 1. expansão do seu quadro funcional, 2. consolidação das ações para sua modernização, 3. redução do atual backlog, e 4. implantação de um novo sistema. Sem sombra de dúvidas, o programa de trabalho da diretora de Marcas é merecedor de elogios, pois saem ganhando os usuários do sistema, que, ao terem seus registros concedidos com maior rapidez, podem fazer valer seus direitos de exclusividade contra terceiros, através da imediata repressão às violações e do combate, com arma eficaz, à pirataria. Para isso, no entanto, é preciso que os sessenta novos técnicos a serem contratados tenham um treinamento adequado para que o exame simplificado que o INPI pretende implementar não perca em qualidade. Realmente, para o cumprimento da função primária do INPI que é o exame substantivo, é imprescindível que a análise seja bem feita; é necessário que o ser humano encarregado de dar trato às informações fornecidas pela informática tenha o mínimo de capacitação e experiência para tanto, uma vez que o direito de propriedade concedido, para que seja válido, tem que estar devidamente respaldado pela análise do órgão público. Exatamente por esse motivo, assusta-nos sobremaneira a afirmativa de redução do backlog, de processos para , até o final deste ano, ou seja, em apenas oito meses. Por fim, a maior novidade: o fim do papel. A Internet passará a ser o único meio de protocolo junto ao INPI. E, com isso, novas e sabidas preocupações. Por que não, a exemplo de diversos países, um sistema híbrido que aceite, além da Internet, o papel? É a recomendação da ABPI ao INPI. Sem descer aos detalhes dos problemas práticos que um sistema unicamente informatizado pode acarretar, o papel, além de necessário (pois a validade de determinadas provas documentais, de acordo com o Código Civil, pode depender de apresentação de papel), é democrático, evitando a inconstitucionalidade da restrição ao direito de petição a órgão público à pequena parcela da população brasileira com acesso à Internet (e de banda larga). A ABPI entende que todas as mudanças anunciadas, do porte que são, deveriam demandar, para a sua perfeita aplicação e comprovada eficácia, um período maior de transição do que os oito meses previstos pelo INPI. Longe de a ABPI ser avessa a mudanças, mormente quando revertem em benefício dos usuários. Ao contrário, a Associação sempre se pôs e se encontra à inteira disposição do INPI para a implementação de todos os programas que visem a abreviação, com a qualidade que se faz necessária, para a válida concessão de patentes e de registro de marcas. Notas Novos associados O Comitê Executivo e o Conselho Diretor da ABPI aprovaram em 15 de março de 2006 os pedidos de filiação de: Ana Paula Santos Celidônio (Gusmão & Labrunie S/C Ltda.), Andrea Weiss Balassiano (particular), Nancy Satiko Caigawa (Momsen, Leonardos & Cia.), Procter & Gamble Higiene e Cosméticos Ltda. (Ana Luiza Leão). Errata: O nome da representante da TIM Celular S.A. é Tatiana Arima e não como publicado no Boletim 73. Como nasce uma nova droga A Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa - Interfarma colocou à disposição dos associados da ABPI o CD Guia de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico - Como Nasce uma Nova Droga. Os interessados em recebê-lo devem entrar em contato com Carlos Rocha, Departamento de Comunicação, interfarma@interfarma.org.br Produtos piratas O deputado estadual Orlando Morando encaminhou carta à redação agradecendo a publicação da matéria Aprovada cassação da inscrição do ICMS de empresas que vendem produtos piratas, publicada no Boletim da ABPI n 73, onde é divulgada a Lei n , de 21/2/2006, de sua autoria. É através do jornalismo sério e competente que nossa população pode acompanhar questões de interesse publico, afirma o parlamentar. Cartas para a redação do Boletim da ABPI Envie suas mensagens para a redação do Boletim da ABPI pelo redacao@abpi.org.br Informações, críticas e sugestões serão avaliadas e respondidas, podendo ser publicadas ou não no Boletim após estudo de cada caso. 2 Boletim da ABPI Março de 2006 Nº 74

3 Notas A Propriedade Intelectual no Mundo Digital A Importância para o Desenvolvimento Brasileiro - dia 11 de abril, na Fiesp, em São Paulo A ABPI e a PFF - The Progress & Freedom Foundation realizarão o seminário A Propriedade Intelectual no Mundo Digital - A Importância para o Desenvolvimento Brasileiro, no dia 11 de abril, na sede da Fiesp, avenida Paulista, 1.313, 15º andar, São Paulo. O evento tem o apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - Fiesp, Associação Brasileira de Empresas de Software - ABES, Business Software Alliance - BSA, Entertainment Software Association - ESA, Brazilian Association of Software & Service Export Companies Brasscom, Câmara de Comércio França-Brasil - CCFB, Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro - Softex e The George Washington University Law School. Informações na página da ABPI ( org.br) ou na secretaria do Seminário pelos telefones (21) / ou pelos endereços eletrônicos lygia@congrex.com.br / lilian@congrex.com.br Programa Preliminar 08h30-09h00 Abertura da Secretaria para Inscrições 09h00-10h00 Cerimônia de Abertura 10h00-10h15 Intervalo para café 10h15-13h00 Painel I O software como fator de desenvolvimento para o Brasil A questão dos incentivos: o modelo brasileiro face aos países emergentes (Índia, China...) Augusto Gadelha Vieira (Secretário de Política de Informática, Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT, DF) Manoel Antonio dos Santos (Diretor Jurídico, Associação Brasileira das Empresas de Software - ABES, SP) Thomas M. Lenard (Vice-presidente de Pesquisa, The Progress & Freedom Foundation - PFF, EUA) Márcio Girão (Vice-presidente, Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro - Softex, SP) Realização Bayard Picchetto Júnior (Diretor Jurídico, Itautec Philco, SP) Ricardo Saur (Diretor Executivo, Brasscom, RJ) Rogerio Panigassi (Gerente de Programas Acadêmicos, Microsoft Brasil, SP) Moderador: Júlio Semeghini (Deputado Federal, Câmara dos Deputados, DF) 13h15-14h15 Almoço Gran Meliá Mofarrej (Alameda Santos, 1.437, Cerqueira César, São Paulo) Palestrante: Gerald Masoudi (Procurador Geral Adjunto, Repressão Internacional, Divisão Antitruste, Departamento de Justiça, EUA) 14h30-16h00 Painel II A patenteabilidade de invenções implementadas por software Otto B. Licks (Sócio, Momsen, Leonardos & Cia., RJ) Antonio Carlos Abrantes (Examinador de Patentes para Software, INPI, RJ) Apoio John Fitzgerald Duffy (Professor de Patentes e Direito Internacional de Propriedade Intelectual, Universidade George Washington) Moderador: Roberto de Alencar Lotufo (Diretor Executivo, Inova, Unicamp, SP) 16h00-16h15 Intervalo para café 16h15-17h45 Painel III Interoperabilidade, software livre vs. software proprietário e pirataria André de Almeida (Consultor Jurídico, Business Software Alliance - BSA, SP) James DeLong (Chefe da Divisão de Propriedade Intelectual, The Progress & Freedom Foundation - PFF, EUA) Giancarlo Stefanutto (Coordenador Adjunto, Softex, SP) Moderadora: Marylin Peixoto da Silva Nogueira (Secretária-adjunta de Política de Informática, Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT, DF) 17h45 Coquetel de Encerramento ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL Fiesp quer alterações na Lei Estadual de Inovação Para atingir os objetivos com que foi criada a Lei de Inovação paulista, Fiesp sugere algumas emendas O Conselho Superior de Tecnologia e Competitividade da Fiesp (Contec), em sua primeira reunião do ano (10/3), definiu os pontos a serem adicionados ou suprimidos na Lei de Inovação do Estado de São Paulo. Um deles é o estabelecimento, no texto, de um calendário para a elaboração de uma lei estadual de incentivos fiscais às empresas que investirem em inovação e tecnologia. Em defesa de menor burocracia na contratação de pesquisadores, o Contec sugere a eliminação da obrigatoriedade de licitação para contratação de pesquisadores ou patentes, com o que concorda o presidente da ABPI, Gustavo S. Leonardos, já que a exigência de licitações para tudo havia sido abolido na Lei de Inovação federal. O texto da lei estadual acompanhou a federal e acatou as sugestões das entidades de classe. A inclusão de emenda para dar maior mobilidade aos institutos de pesquisa, na hora da contratação de seu quadro de pesquisadores, e a ampliação dos representantes do setor industrial no Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia completam as sugestões. Nº 74 Março de 2006 Boletim da ABPI 3

4 Matéria de capa INPI ganhará agilidade operacional com o sistema eletrônico O vice-presidente Jorge Ávila e a diretora de Marcas do INPI almoçaram com os diretores e associados da ABPI, dia 15 de março, em São Paulo, e falaram dos planos e responderam às muitas questões colocadas pelos participantes. Jorge de Paula Costa Ávila, vicepresidente do INPI, agradeceu o apoio da ABPI prestado, especialmente, nos últimos doze meses, para que o Instituto obtivesse as autorizações legislativas e administrativas e pudesse se aparelhar adequadamente e cumprir sua missão. Isso foi durante o almoço mensal da ABPI realizado no restaurante Charlô, do Jockey Clube de São Paulo, no dia 15 de março. Ele afirmou que foi absolutamente fundamental o apoio recebido da ABPI, da ABAPI, da ASPI, da CNI, das federações das indústrias. O vice-presidente do INPI registrou sua satisfação de compartilhar os últimos resultados e o que está programado para os próximos meses, viabilizado pela decisão tomada pelo governo federal. Boas notícias Diferentemente de trazer uma notícia de que o INPI não tem as condições necessárias para fazer frente ao que a sociedade espera dele, Jorge Ávila disse ser o primeiro almoço onde tem a satisfação de trazer notícia desse programa para acontecer nos próximos meses no INPI, e que é muito bom. Teremos um período pela frente de efetiva reconstrução da capacidade do país de examinar pedidos de marcas, de patentes, em tempo adequado que requer uma economia com perspectivas que a economia brasileira apresenta, afirmou. Gargalo de marcas está superado Anunciou que Terezinha de Jesus Guimarães iria falar, em particular, da Diretoria de Marcas, ícone maior dos problemas que o INPI atravessa, e por isso mesmo escolhida como a primeira diretoria a ser trabalhada dentro do contexto da reorganização, da reestruturação e da verticalização do INPI. No processo de reconstrução da Diretoria de Marcas, o INPI tinha três dimensões centrais, segundo Jorge Ávila. Uma delas teve autorização publicada ontem no Diário Oficial: a admissão de novos examinadores de marcas e técnicos de apoio, o que permitirá triplicar o número de examinadores, de quarenta para mais de cem, e ampliar o contingente de apoio ao exame de marcas. A segunda medida vem sendo construída há bastante tempo e agora chega à reta final, com a racionalização do processo do trabalho de exame de marcas e a automação completa do processo. O treinamento com o novo sistema eletrônico de marcas que elimina impressos de pedidos e petições de maneira geral será lançado dia 4 de abril no Rio de Janeiro. Isso ampliará a produtividade. Pelo cálculo do vicepresidente do INPI, o Instituto terá capacidade de operar marcas, talvez três vezes maior do que a atual. O treinamento dos profissionais está formatado e deve começar em abril. Esses profissionais estarão em seus postos de trabalho a partir do segundo semestre, num ritmo crescente de produtividade e entrando em 2007 a plena carga, o que nos permite dizer que o gargalo de marcas do ponto de vista da capacidade de exame e decisão está superado, diz otimista Jorge Ávila. E a terceira dimensão é o backlog (estoque de mais de 600 mil marcas que estão esperando a análise dos examinadores do Instituto), cujo volume é três vezes maior que a capacidade de processamento. Pela maneira usual se projetariam dois ou três anos para eliminação total do backlog e a normalização do prazo de decisão num nível razoável. O INPI já decidiu efetuar um rápido processamento do backlog e a expectativa de seus dirigentes é de que dentro dos próximos seis a oito meses o backlog seja inferior à capacidade operacional do Instituto. O que significa que é possível chegar a um prazo para decisão de pedidos de marcas inferior a dois anos, de 2006 para Trabalho similar vem sendo feito na Diretoria de Patentes, com os estudos avançando e ingresso de trabalhadores. Para marcas, os concursados estão sendo convocados. Para patentes, há um concurso para admissão de 240 novos examinadores, publicado há vinte dias e para o qual as inscrições estão abertas. Jorge Ávila fez um apelo aos presentes, à capacidade de mobilização que a ABPI possui, para divulgar esse concurso e convocar pessoas a se inscreverem. O nível de escolaridade exigido é de recém-mestres e doutorandos, recém-doutores. Mesa (da esquerda para a direita): Maria Elizabeth Broxado e Maria Lúcia Mascotte, coordenadoras da DIRMA, Terezinha de Jesus Guimarães, diretora de Marcas do INPI, Gustavo S. Leonardos, Jorge Ávila, vice-presidente do INPI, Paulo Parente Marques Mendes, diretor secretário da ABPI, Clovis Silveira, presidente da ASPI, Herlon Monteiro Fontes, diretor tesoureiro da ABPI. 4 Boletim da ABPI Março de 2006 Nº 74

5 Matéria de capa Projetos e planos da DIRMA A diretora de Marcas do INPI, Terezinha de Jesus Guimarães, estava acompanhada das coordenadoras Maria Elizabeth Broxado e Maria Lúcia Mascotte. Sua apresentação baseou-se em quatro linhas de ação: 1. Expansão do quadro funcional; 2. Consolidação das ações de modernização da diretoria; 3. Redução do backlog; 4. Implantação do novo sistema. A diretora destacou a contratação de novos examinadores de marca, mais que triplicando o quadro atual, como a grande vitória conquistada no aspecto da expansão do quadro funcional. Os novos examinadores começam a se apresentar e serão admitidos durante o mês de abril. Até meados de maio será iniciado o treinamento de cerca de dois meses. O INPI vai inaugurar na próxima semana um novo centro de treinamento, moderno, bem equipado, com computadores, nas instalações do MDIC. Conseguimos um espaço adicional, um bom centro de treinamento e conseguimos as pessoas, afirma Terezinha. Redução do backlog As mudanças previstas para a DIRMA são radicais, rompendo paradigmas. Terezinha Guimarães afirmou que estão seguindo uma idéia que já existia antes de ela chegar: Simplificar o exame, sem prejuízo da qualidade, imprimir maior agilidade e conseguir avançar no tempo de exame. A experiência de bons resultados com os examinadores será disseminada a todas as áreas da diretoria e ela espera que até o final do ano o backlog esteja reduzido ao nível de um ano ou pouco mais que isso. O novo sistema A implantação do novo sistema impede o início do exame dos pedidos que vão entrar por ele, segundo a diretora, porque o sistema tem que entrar em produção para poder tratar disso. Na visão dela, o novo sistema eletrônico não é nada diferente do que é feito no resto do mundo. É extremamente moderno, utiliza tecnologia mais avançada disponível e está sendo desenvolvido com o Serpro, autoridade na área. Com o novo sistema, todas as demandas relativas a pedidos e registros de marcas serão direcionadas e tratadas em ambiente virtual, inaugurando nova interface entre INPI e usuários externos, propiciando rapidez, confiabilidade e eficiência nas decisões. O desenvolvimento dos formulários, parte visível, começou no ano passado, com o Serpro fazendo uma avaliação dos desenhos e uma proposta de otimização do nosso papel. Essa foi a primeira parte que começou em março e terminou em setembro do ano passado. Os protótipos dos formulários serão apresentados na próxima semana à diretoria do INPI. Eles estarão disponíveis para avaliação dos usuários durante pelo menos um mês para comentários, críticas e observações. Segundo Terezinha Guimarães, o sistema eletrônico de gestão de marcas democratiza o acesso aos serviços da DIRMA, disponibiliza ao usuário externo meios rápidos e seguros para transmissão de pedidos e petições e acompanhamento de decisões, com garantia da integridade das informações, e minimiza o trabalho manual. Isso porque o novo sistema: prescinde totalmente do papel; a transmissão de dados é via Internet, funciona 24 horas, sete dias por semana, e automatiza a notificação aos usuários, administra prazos e procedimentos, recupera informações estatísticas e gerenciais e contempla mecanismos de busca mais eficientes como a fonética e figurativa. A busca fonética é um novo instrumento que vai permitir o exame simplificado. Esse instrumento ainda está em fase final de testes, mas assim que for instalado contribuirá para acabar com o backlog. Hoje, o examinador demora para fazer o exame de uma marca porque as ferramentas de busca permitem apenas uma comparação de escrita. Com a busca fonética, o trabalho fica mais rápido e o exame simplificado pode ser feito de forma mais eficiente, evitando uma enxurrada de processos administrativos. O cadastro é realizado e atualizado pelo usuário, as especificações dos produtos e serviços pelo classificador e lista auxiliar, os pedidos poderão ser multiclasse, as marcas serão apresentadas em cores, os pedidos e petições passam pelo exame de conformidade para evitar que na hora do exame se constate a falta de alguma coisa. Com isso, diz a diretora, a gente vai resolvendo os problemas de exame e pré-exame. A transferência de marcas usará uma só petição para todos os seus processos. Após outubro haverá o uso de certificação digital pelo INPI, o que permitirá que o usuário imprima a certificação em sua casa ou no escritório. Enviar petições eletrônicas, fazer todos os documentos, escaneá-los. Interação do INPI com o usuário via , os usuários serão avisados sempre que houver alteração em seus processos. Concessões e prorrogações, bem como expedições de certificados em geral serão serviços para os quais o INPI está abolindo as petições. Vocês, usuários, vão pagar os serviços e eles estarão disponíveis nos prazos devidos, garante Terezinha Guimarães. A estratégia do INPI será de não receber mais pedidos com problemas. A gente não tem falado muito, explica a diretora, mas a verdade é que é muito grande a quantidade de pedidos com problemas, com informações faltando, falta de assinatura, a parte normativa da marca que não coincide com a figura da marca... O novo sistema vai exigir um novo manual. Assim, vocês também terão bastante trabalho pela frente. Nº 74 Março de 2006 Boletim da ABPI 5

6 Matéria de capa Debates Abertos os debates, a fila de inscritos logo se alongou e as respostas se alternaram entre o vice-presidente Jorge Ávila e a diretora de Marcas, Terezinha Guimarães. As questões foram formuladas a partir do presidente da ABPI, Gustavo S. Leonardos, que foi seguido por Paulo Parente Marques Mendes, Lilian de Melo Silveira, Luiz Edgard Montaury Pimenta, Aurélio Antonio de Queiroz Bastos, Antonio Ferro Ricci, Luiz Leonardos, Ricardo P. Vieira de Mello, Mauro J.G. Arruda, Custodio Afonso Torres de Almeida e Clovis Silveira. Foi citada a revolução que o novo sistema está provocando no INPI, mas se destacou a benéfica interação do INPI com os usuários e se questionou como funciona o software que vai trabalhar o backlog. Não se desenvolveu qualquer software para substituir examinador de marca. Foram simplificados os procedimentos de exame, possibilitando um exame mais rápido, com as ferramentas de sempre. As ferramentas de busca do novo sistema facilitarão o trabalho do examinador. O essencial é fazer um tratamento expedito do backlog, semelhante ao tratamento a ser dado às marcas que vão entrar via digital, sem que o examinador tenha que desenvolver qualquer aspecto formal ou ajuste. Ele vai entrar com informação substantiva do processo que já está digitalizado. Não tendo mais o INPI a possibilidade de receber em papel uma petição com prazo, como ficaria no caso de prazo de oposição, de um recurso, de uma prioridade, se a Internet estiver fora do ar? Isso não deverá acontecer porque vai operar em um ambiente de segurança máxima no Serpro. O sistema do INPI continuará funcionando, mesmo que o prédio do Serpro pegue fogo. E como fica a devolução de prazo ou prioridade? A devolução de prazo infelizmente foi uma coisa que o INPI aprendeu a fazer. Se tiver um prazo publicado para apresentação de algo e por qualquer motivo, o sistema do INPI está indisponível. Normalmente o sistema não fica fora do ar mais do que uma hora. Essa uma hora será devolvida, garantiu o vice-presidente. Na medida em que a Procuradoria da delegacia de São Paulo que responde processo na Justiça Jorge Ávila, vice-presidente do INPI Federal não se considera subordinada ao INPI, a matéria substantiva fica na mão de uma pessoa subordinada à Advocacia Geral da União. Como ficará a diretriz da DIRMA em relação a essa nova informação? Não há mudanças de procedimentos. Realmente a procuradoria do INPI, assim como os demais órgãos públicos, é subordinada à AGU. Foi lembrada a possibilidade do apagão, a falta de luz no centro da cidade do Rio de Janeiro. O sistema do aeroporto não pára. Pode apagar tudo. Tem gerador. O nível de segurança do CPD do Serpro que nós estamos contratando é semelhante ao do aeroporto. Várias das intervenções propuseram um sistema híbrido (que funcionasse o eletrônico junto com papel) por um período de transição. O período de testes, na verdade, é o treinamento. Se houver algum problema nesse período, o INPI terá que trabalhar. Questionou-se também como serão tratados os anexos, por exemplo, numa impugnação baseada em marca de alto renome, que é uma quantidade de documentos razoavelmente grande. Tem que escanear tudo e enviar por via eletrônica. Mas e aqueles pequenos que Terezinha Guimarães, diretora de Marcas do INPI não estão informatizados? O INPI doou uma série de equipamentos para o centro de inclusão digital e está estudando doar scanners também. Mas, de fato, a gente não acredita que alguém que não possa comprar um scanner de 100 reais tenha alguma coisa a ganhar depositando uma marca. Houve quem traçou um paralelo com o sistema de pagamentos de guias. O INPI está preparado para trabalhar com o sistema de lotes para os grandes escritórios, e não preenchendo os formulários um a um, pela Internet? O sistema não está concebido para atuar dessa forma, não. No nosso escritório, toda petição sai de forma eletrônica sem qualquer intervenção manual. Ela sai preenchida automaticamente no nosso sistema. Então precisaremos de um digitador para transcrever a petição eletrônica e transcrevê-la para a Internet e poder enviar ao INPI? Não vejo nenhum problema em desenvolver um software para fazer a interface entre o seu sistema e o nosso. Sob argumento de que haveria pelo menos vinte questões a levantar sob ponto de vista legal da adoção do sistema eletrônico exclusivo, foram várias as intervenções pleiteando tempo para analisar a mudança no INPI e seus reflexos práticos. Os EUA foram citados como exemplo da adoção do sistema puramente eletrônico, com a manutenção do sistema puramente de papel e ainda uma alternativa mista. Foi pleiteada a manutenção dos dois sistemas, por um período de transição. Também foi solicitada uma análise aprofundada sobre a documentação a ser anexada. Questionou-se que não há mais a identificação do oponente, o que tem gerado prejuízos. O sistema eletrônico vai resolver isso. A partir de dezembro de 2005 passamos a cadastrar o oponente. Dentro de três meses já poderemos notificar quem fez a intervenção. É muito complicado ter um sistema híbrido, porque o sistema funciona a partir dos formulários eletrônicos. Sendo entregue em papel, eu tenho que ter uma estrutura para fazer o digital. Se há restrições porque a legislação está ultrapassada, excessivamente formal, proponham para que ela seja aperfeiçoada. O que a gente precisa é um pacto de utiliza- 6 Boletim da ABPI Março de 2006 Nº 74

7 Matéria de capa ção de todas as ferramentas que o INPI vai colocar. Tendo alguma fragilidade vamos corrigir no menor tempo possível. Nossa expectativa é entregar um sistema funcionando até o fim deste ano. Pretendemos que as coisas funcionem da maneira mais suave possível e para isso é fundamental a ajuda de vocês no equacionamento de problemas que possa haver. O que se quer é sair do registro extremamente formalista e entrar no registro substantivo do que o país precisa: que o INPI funcione no prazo, sem backlog. A preocupação com a segurança jurídica, de que a burocracia crie uma nulidade que no futuro venha a prejudicar os clientes, foi colocada. Alguma coisa que vai prejudicar todos indiscriminadamente, não acredito que o Judiciário brasileiro fosse fazer. Se existe atualmente alguma coisa que vai pôr alguém em risco, colocará de maneira homogênea a todos os brasileiros. Para toda petição e requerimento ao INPI, papel ou virtual eletrônico, paga-se uma taxa, através de uma guia paga no banco. O INPI vai ter condição de casar essa guia com a petição ou vou ter que escanear, anexar à petição uma cópia da guia? O INPI vai casar essa informação. A base do sistema em desenvolvimento é o sistema de pagamento. Uma vez paga a guia, a primeira coisa que o INPI vai exigir no formulário da petição é o número da guia de recolhimento. Toda a interação usuários-inpi e ajuda são totalmente bem-vindas. O que a gente não tem é tempo. A idéia é a gente receber documentos das oposições via eletrônica. O usuário vai receber, vai emitir um recibo via eletrônica e, a partir daí, contam-se os prazos. Com relação ao sistema papel, hoje o INPI recebe 87% via eletrônica e 13% via papel. Há uma equipe de mais de cinqüenta pessoas que trabalha em três turnos de oito horas, 24 horas, só para digitalizar as informações que entram na forma papel, pois no sistema, para o examinador, é via eletrônica. Com relação ao treinamento/teste, será com o protótipo completo de formulários, e só não gerará conseqüências. O prazo pensado é de quarenta dias. Após esses quarenta a 45 dias, a implantação do sistema terá início. O que foi pensado quanto aos fusos horários, horários de expediente, prazos, protocolo eletrônico? Como pode o sistema estar funcionando sem que o backlog esteja zerado? Não haverá problemas em relação aos fusos, já que o funcionamento será de 24 horas por dia. A expectativa é poder resolver no prazo mais curto possível os pedidos que entrarem no INPI em dezembro de Notas Pirata: tô fora. Só uso original Sindireceita lança campanha em parceria com o Conselho Nacional de Combate à Pirataria O Sindicato Nacional dos Técnicos da Receita Federal (Sindireceita), em parceria com o Conselho Nacional de Combate à Pirataria, ligado ao Ministério da Justiça, lançou a campanha Pirata: tô fora. Só uso original com o objetivo de estender a discussão e mostrar os prejuízos que a pirataria causa ao país: bilhões de reais em sonegação de impostos, milhares de empregos eliminados e serve de fonte de recursos de quadrilhas organizadas de roubo de cargas, tráfico de drogas e armas. Hoje, a ação está mais integrada entre a Receita Federal, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, estendendo-se aos Estados e municípios. Agora, a nova etapa dessa luta consiste em mostrar os efeitos nocivos dessas práticas criminosas, afirmou o presidente do sindicato, Paulo Antenor de Oliveira. Indenização por uso não autorizado e royalties por semente de algodão transgênico Comunicado oficial aos produtores anuncia o acordo entre a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão - ABRAPA e Monsanto para cobrança de indenização pelo uso não autorizado da tecnologia referente ao plantio do algodão Bollgard. O comunicado divulga o valor referencial que pretende cobrar: US$ 67,77 por hectare, o que representa US$ 0,0508 por quilo de fibra, correspondente em moeda nacional, a partir da safra de 2005/2006. Diz também que cobrará royalties, quando da venda das sementes certificadas para a safra 2006/07: valor referente em moeda nacional a US$ 37,00 por hectare. Propriedade Intelectual em Educação e Pesquisa O INPI, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES e a OMPI realizarão o Simpósio Internacional sobre Propriedade Intelectual em Educação e Pesquisa, nos dias 9 e 10 de maio, no auditório Reginaldo Treiger, do BNDES, no Rio de Janeiro. O evento debaterá modelos de programas de ensino e propostas de pesquisa em propriedade intelectual. Estudo da OMPI concluiu que somente doze instituições de ensino superior no Brasil ofereceram disciplinas de propriedade intelectual, em 2002, o que mostra a necessidade de debates e formação de recursos humanos em propriedade intelectual no ambiente educacional brasileiro. O diretor editor da ABPI, José Henrique Barbosa Lima Neto, confirmou sua participação como moderador no painel A Complementaridade dos Papéis do INPI, das Universidades e das Entidades de Classe na Educação e Pesquisa em Propriedade Intelectual (tema 6). Nº 74 Março de 2006 Boletim da ABPI 7

8 Notas Diretor Relator: Cláudio Roberto Barbosa (Momsen, Leonardos & Cia.) Comissões de Estudo da ABPI Estrutura atualizada da coordenação das Comissões de Estudo da ABPI Marcas Ricardo P. Vieira de Mello (Vieira de Mello Advogados) Deborah Portilho (Daniel Advogados) Patentes Gustavo José Ferreira Barbosa (Momsen, Leonardos & Cia.) Geovana de Oliveira Rosales (Vieira de Mello Advogados) Transferência de Tecnologia e Franquia Coordenadora: Juliana L. B. Viegas (Trench, Rossi e Watanabe Advogados) Tatiana Campello Lopes (Demarest & Almeida Advogados) Software e Informática Dirceu Pereira de Santa Rosa (Veirano & Advogados Associados S/C) Marcello do Nascimento (David do Nascimento Advogados Associados S/C) Direito Autoral Guilherme C. Carboni (Basso, Carboni e Vicenzi - Advogados) Sydney Limeira Sanches (Sanches Advogados Associados) Direito da Concorrência José Carlos Vaz e Dias (Di Blasi, Parente, Soerensen Garcia & Associados S/C) João Marcelo de Lima Assafim (De Lima Assafim & Advogados Associados) Indicações Geográficas Pietro Ariboni (Advocacia Pietro Ariboni S/C) Ana Lúcia de Sousa Borda (Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira) Integração Regional Rodrigo Affonso de Ouro Preto Santos (Momsen, Leonardos & Cia.) Carlos Vicente da Silva Nogueira (Nogueira Advogados) Biotecnologia Gabriel Di Blasi Jr. (Di Blasi, Parente, Soerensen Garcia & Associados S/C) Leonor Magalhães Peres Galvão de Botton (Momsen, Leonardos & Cia.) Repressão às Infrações Ricardo Fonseca de Pinho (Daniel Advogados) Fabiano de Bem da Rocha (Custódio Almeida & Cia.) Novo Conselho Editorial da ABPI O Comitê Executivo e o Conselho Diretor da ABPI aprovaram a composição do Conselho Editorial da ABPI, na reunião do dia 15 de março: Elisabeth Edith G. Kasznar Fekete; Gabriel Leonardos; Juliana L. B. Viegas; Luiz Edgard Montaury Pimenta; Manoel J. Pereira dos Santos e Sonia Maria D Elboux. ABPI na Câmara Setorial da Cachaça A ABPI indicou Pietro Ariboni, coordenador da Comissão de Estudo de Indicações Geográficas da entidade, para representá-la nas reuniões da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Cachaça, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em correspondência enviada a Ricardo da Cunha Cavalcanti Júnior, secretário executivo da Câmara. Propriedade Intelectual: Marcas, Patentes e Direitos Autorais A Escola de Magistratura Federal da 1ª Região realizará o VIII Encontro, com o tema Propriedade Intelectual: Marcas, Patentes e Direitos Autorais, nos dias 6 e 7 de abril, em Salvador. O diretor editor da ABPI, José Henrique Barbosa Moreira Lima Neto, proferirá palestra, às 14h30, do dia 6, sobre o tema Os Programas de Computador e os Direitos de Autor. Boletim da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL Informativo mensal dirigido aos associados da ABPI. Visite a versão on-line deste Boletim no sítio da Associação. ABPI Todos os direitos reservados. ABPI - Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - Av. Rio Branco, 277-5º andar - Conj Centro - Cep Rio de Janeiro - RJ - Brasil - Tel.: Fax: Web Site: abpi@abpi.org.br Comitê Executivo: Gustavo Starling Leonardos - Presidente; Rodrigo Sérgio Bonan de Aguiar - 1º Vice-Presidente; José Carlos Tinoco Soares - 2 Vice-Presidente; João Carlos Müller Chaves - 3 Vice-Presidente; Cláudio Roberto Barbosa - Diretor Relator; José Henrique Barbosa Moreira Lima Neto - Diretor Editor; Paulo Parente Marques Mendes - Diretor Secretário; Herlon Monteiro Fontes - Diretor Tesoureiro. Conselho Editorial: Elisabeth Edith G. Kasznar Fekete; Gabriel Leonardos; Juliana L. B. Viegas; Luiz Edgard Montaury Pimenta; Manoel J. Pereira dos Santos e Sonia Maria D Elboux Boletim da ABPI: Editor - José Henrique Barbosa Moreira Lima Neto; Jornalista Responsável - João Yuasa (MTb: 8.492); Produção Gráfica - PW Gráficos e Editores Associados Ltda; Fotos - Carlos Gueller; Revisão - Mauro Feliciano; Impressão e Acabamento - Neoband Soluções Gráficas. 8 Boletim da ABPI Março de 2006 Nº 74