1 IDENTIFICAÇÃO DA CONSULTORIA. 1.1 Introdução
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1 TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO DE CONSULTORIA, PESSOA FÍSICA, NA ÁREA DE MAPEAMENTO GEOLÓGICO E GEOPROCESSAMENTO PARA A IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE ALERTA PRECOCE DE SECA E DESERTIFICAÇÃO. 1 IDENTIFICAÇÃO DA CONSULTORIA 1.1 Introdução A Política Nacional de Controle da Desertificação PNCD foi oficialmente instituída por meio da Resolução nº 238, de 22 de dezembro de 1997 do Conselho Nacional do Meio Ambiente. Este fato representou o desdobramento lógico da adesão do Governo Brasileiro com ratificação do Congresso Nacional à implementação da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação UNCCD. Durante a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Rio-92 e em função dos resultados das discussões emergentes da Conferência Internacional sobre Variações Climáticas e Desenvolvimento Sustentável no Semi-Árido ICID, realizada em Fortaleza em janeiro de 1992, articulou-se, no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), uma Convenção Internacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca. Os trabalhos dessa Convenção foram concluídos em 17 de junho de 1994 com a aprovação de mais de cem países, inclusive o Brasil. O Governo Brasileiro, com base nos compromissos firmados perante a UNCCD e por meio do Ministério do Meio Ambiente MMA, elaborou o Programa de Ação Nacional de Combate a Desertificação PAN-Brasil cujo objetivo é estabelecer diretrizes, instrumentos legais e institucionais voltados a otimizar a formulação e execução de políticas públicas e investimentos privados nas Áreas Suscetíveis à Desertificação ASD. O Programa busca focar suas ações no apoio ao desenvolvimento sustentável das ASD, por meio do estímulo e da promoção de mudanças no modelo de desenvolvimento em curso. O combate à pobreza e às desigualdades, são os elementos norteadores dessas mudanças, aliados à recuperação, preservação e conservação dos recursos naturais. O Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável (SEDR), possui a responsabilidade formal de coordenar e implementar as ações de prevenção, controle e combate à desertificação propostas pelo PAN-Brasil. Nesse sentido, dentre as ações previstas destaca-se a elaboração e implementação do Sistema Nacional de Alerta Precoce de Seca e Desertificação SAP. Este sistema foi incluído como um dos componentes da Política Nacional de Controle da Desertificação PNCD. Nesta perspectiva, considerando os critérios estabelecidos pela UNCCD, pela PNCD e pelo PAN-Brasil, o presente Termo de Referência visa apresentar as bases para contratação de serviços de consultoria especializada (pessoa física) para 1
2 a elaboração do mapeamento geológico com vistas à implementação do Sistema de Alerta Precoce de Seca e Desertificação SAP. 2 JUSTIFICATIVA 2.1 Contextualização A área de abrangência do PAN-Brasil foi definida com base nos critérios da UNCCD, que utiliza o Índice de Aridez, classificação climática de Thornthwaite (1941), correspondente à razão entre as médias anuais de precipitação e evapotranspiração potencial. Dessa forma, as Áreas Susceptíveis à Desertificação (ASD) são aquelas inseridas nas zonas áridas, semiáridas e subúmidas secas, cujo índice de aridez varia entre 0,05 a 0,65 (razão entre a precipitação pluviométrica e a evapotranspiração potencial). Segundo as definições da UNCCD sobre desertificação, no Brasil, as Áreas Susceptíveis à Desertificação ASD se concentram na Região Nordeste do país incluindo os espaços semiáridos e subúmidos secos, além de algumas áreas afetadas pelos fenômenos da seca nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, na Região do Sudeste brasileiro, adjacentes aos espaços subúmidos secos ou semiáridos. Conforme se assinala no Atlas das Áreas Susceptíveis do Brasil (SANTANA, 2007), em conjunto, as ASD representam km 2 (15,7% do território brasileiro) e abrigam uma população de 31,6 milhões de habitantes (18,65% da população do País). Em termos relativos, essa região tem uma pluviosidade maior do que em outras regiões semelhantes do planeta, porém, possui elevada densidade demográfica (23,6 habitantes/km 2 ); além disso, 60% de seu espaço abriga um bioma único no planeta, a Caatinga. Considerando que as causas determinantes do processo de desertificação são múltiplas e complexas, há de se considerar que, além dos fatores climáticos, o modelo de desenvolvimento adotado ao longo de várias décadas, tem contribuído para o estabelecimento e a expansão do processo de degradação do solo e da desertificação. Conforme se afirma no documento do PAN-Brasil (MMA, 2004), pode-se dizer que, sobre uma variada gama de unidades geoambientais, em sua maioria bastante vulneráveis à ação humana, ocorre uma inadequada distribuição fundiária, aliada a uma expansão urbana desordenada, sobre os quais incidem a destruição da cobertura vegetal, o manejo inadequado de recursos florestais, o uso de práticas agrícolas e pecuárias inapropriadas e os efeitos socioeconômicos da variabilidade climática. A resultante desta constatação é a degradação ou a desertificação em vários graus de severidade. Como consequência desta situação, ampliam-se as mazelas sociais, reduzse a capacidade produtiva, fazendo com que, na atualidade, as ASD apresentem, apesar das pressões antrópicas, um quadro de baixo dinamismo ou estagnação da atividade econômica, com o consequente rosário de problemas sociais. Na busca de 2
3 sua sobrevivência, os habitantes das ASD, tanto quanto o meio ambiente, se tornam cada vez mais vulneráveis às adversidades climáticas. Um dos pioneiros no estudo da desertificação no País foi o Prof o Vasconcelos Sobrinho. Ele selecionou, empiricamente, seis áreas-piloto, onde existiam processos de degradação de solos e da cobertura vegetal, nos Estados do Piauí, do Ceará, do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco e da Bahia. Baseado em seus estudos, o Ministério do Meio Ambiente promoveu visitas a campo de um grupo de pesquisadores a essas áreas. Dentre elas, quatro foram caracterizadas como de alto risco à desertificação, ficando conhecidas como Núcleos de Desertificação de Gilbués (PI), de Irauçuba (CE), do Seridó (RN) e de Cabrobó (PE). Nesses quatro núcleos foi constatado que o fator antropogênico para a intensa degradação, de uma maneira geral, foi a substituição da vegetação nativa (caatinga) por agricultura e pecuária e pela retirada da madeira para produção de lenha e carvão. Alguns fatores associados foram, a mineração e a extração de argila de solos aluviais. Entretanto, sabe-se que o grau do impacto antropogênico nesses quatro núcleos é variável, pois a natureza geomorfológica, pedológica, e climática também é relevante e, muitas vezes, distinta. As características desses quatro núcleos exemplificam o caráter ambiental essencialmente frágil das ASD, nas quais as atividades econômicas, essencialmente extrativistas, comuns e recorrentes em toda região, são fatores preponderantes para a degradação dos recursos naturais. Nos dias atuais, o avanço das tecnologias de sistemas de informações geográficas e de sensoriamento remoto têm proporcionado uma maior acurácia na caracterização e avaliação dos processos de degradação e de desertificação, bem como, os avanços computacionais associado à formulação de modelos matemáticos mais precisos, têm aperfeiçoado as previsões dos eventos extremos de seca. Eventos estes que tornam as ASD uma região ainda mais vulnerável. Para que se possa efetivamente formular políticas públicas de combate à desertificação e de mitigação dos efeitos da seca é preciso dispor de uma sólida base de dados que inclua, dentre outras, informações consistentes de geologia das ASD. Diante da necessidade de suprir a demanda mencionada e de se produzirem dados consistentes que possam subsidiar a elaboração do Sistema de Alerta Precoce de Secas e Desertificação SAP, este Termo de Referência dispõe sobre a contratação dos serviços de consultoria especializada para o mapeamento geológico das ASD. 2.2 Enquadramento da consultoria No Projeto de Cooperação Técnica PCT BRA/IICA/05/004 (PAN Desertificação), no âmbito do Objetivo Imediato 1: Aprimorar o conhecimento sobre a situação e os processos de desertificação e de ocorrência de secas nas ASD, bem como ampliar o conhecimento sobre tecnologias de prevenção, controle, mitigação e combate à desertificação, especificamente no Produto 1.8: Desenvolver, testar modelagem e implementar sistema de alerta precoce de secas e desertificação na área piloto. 3
4 3 OBJETIVO GERAL Desenvolvimento de uma Base de Dados Georreferenciada contendo Planos de Informações referentes à Geologia, que permita análises espaciais e tomadas de decisão para a região Nordeste do Brasil, além do Norte de Minas Gerais e do Norte do Espírito Santo. 4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Gerar um Banco de Dados Geográficos (BDG), contemplando dados geológicos; Compilar e gerar informações temáticas necessárias para caracterização dos componentes do meio físico (Geologia) 5 PRODUTOS Produto 1. Produto 2. Produto 3. Produto 4. Produto 5. Produto 6. Produto 7. Produto 8. Produto 9. Plano de trabalho contendo cronograma de execução e metodologia. Planos de Informação do Maranhão. Planos de Informação do Ceará. Planos de Informação do Rio Grande do Norte. Planos de Informação da Paraíba. Planos de Informação de Pernambuco. Planos de Informação de Alagoas. Planos de Informação da Bahia. Planos de Informação de Sergipe. Produto 10. Planos de Informação do Espírito Santo. Produto 11. Planos de Informação de Minas Gerais. Produto 12. Planos de Informação do Piauí. Produto 13. Planos de Informação do Litígio. Produto 14. Planos de Informação consolidados. Produto 15. Relatório Final. Os Planos de Informação dos produtos acima relacionados farão parte de um banco de dados geográficos com as características abaixo especificadas. 4
5 5.1 Banco de Dados Geográficos Construção do Banco de Dados Geográficos utilizando-se o software SPRING, desenvolvido pelo INPE ( Conversão dos planos de informações contidos no BDG-SPRING para um conjunto de arquivos nos formatos ESRI-Shapefile (arquivos vetoriais) e Geo-Tiff (arquivos matriciais). seguir: O BDG-SPRING será composto pelos Planos de Informação (PI) listados a PI Geologia - Plano de Informação contendo Mapa Geológico da região Nordeste do Brasil produzido a partir de trabalhos publicados pelos Órgãos Oficiais do Brasil (DNPM, Projeto RADAMBRASIL, IBGE), entre outros elementos que se encontrarem disponíveis. Essas informações serão ajustadas sobre os dados do Shuttle Radar Topography Mission (SRTM), com resolução de 90m. PI SRTM_90 - Plano de Informação contendo a grade do Modelo Numérico do Terreno (MNT) do SRTM, com resolução de 90m. PI Imagens de Satélite - Plano de Informação contendo mosaico de Imagens de Satélite da região Nordeste do Brasil com resolução mínima de 30m. 5.2 Levantamento de Mapas Geológicos disponíveis Será realizada uma pesquisa em todos os bancos de dados disponíveis visando o levantamento das informações digitais que serão necessárias para inserir no BDG, tais como: Mapas Geológicos e demais dados como os limites dos Estados, etc. 5.3 Correção e georreferenciamento dos produtos digitais As informações inseridas no BDG serão devidamente georreferenciadas e ajustadas sobre a base de dados do SRTM, desta forma, os mapas gerados serão ajustados baseado nas derivadas extraídas do MNT do SRTM e das imagens em nível de cinza e sombreada geradas a partir deste e os mosaicos de Imagens de Satélite por Estado. 5.4 Relatório Final Documento contendo a metodologia adotada no desenvolvimento do trabalho. Serão anexadas ao relatório as bases consolidadas em meio digital dos Planos de Informação contratados. 6 ESTRATÉGIA DE AÇÃO 5
6 O Consultor trabalhará orientado pelas diretrizes da comissão de acompanhamento constituída por representantes do Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE. A estratégia de ação adotada permitirá que ao final do trabalho, se possa ter acesso a um banco de dados georreferenciado de Planos de Informação de geologia das Áreas Suscetíveis à Desertificação. Para tanto o consultor deverá ter pleno domínio do uso de Geotecnologias entre as quais Sistemas de Informações Geográficas, Sensoriamento Remoto e Banco de Dados Espaciais. 7 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO E DURAÇÃO DA CONSULTORIA Os trabalhos serão realizados no período de 12 meses contados a partir da assinatura do contrato. Segue abaixo cronograma das atividades a serem desenvolvidas. Parcelas Produtos 1. Plano de trabalho 1 2. PI s do Maranhão 2 3. PI s do Ceará 4. PI s do Rio Grande do Norte 3 5. PI s da Paraíba 6. PI s de Pernambuco 4 7. PI s de Alagoas 5 8. PI s da Bahia 9. PI s de Sergipe PI s do Espírito Santo 11. PI s de Minas Gerais 12. PI s do Piauí PI s do Litígio 14. PI s consolidados 15. Relatório Final MESES QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS O consultor deverá ter experiência comprovada de pelo menos 5 (cinco) anos em estudos ambientais apoiados em Geotecnologias, devendo ter conhecimento sobre temas relacionados a Ciências da Terra e, preferencialmente sobre temas ligados à desertificação. Ter experiência com Banco de Dados Ambientais e em técnicas de Cartografia Digital, Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento (Sistemas de Informações Geográficas) com conhecimento na utilização do SRTM para auxílio à fotointerpretação e obtenção da compartimentação da Geologia para análise e mapeamento de fragilidade e vulnerabilidade do terreno/paisagem. 6
7 O consultor deverá possuir ainda graduação na área de Geologia ou áreas afins e pós-graduação na área de Geotecnologias. 9 MÉTODO DE SELEÇÃO Análise de currículos e entrevistas, conforme observância do Decreto 5151 de 22 de julho de 2004 e Portaria 433 do Ministério das Relações Exteriores - MRE. 10 LOCALIZAÇÃO DA CONSULTORIA A sede será na cidade de São José dos Campos (SP) nas dependências do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE, conforme acordo de cooperação técnica firmado entre o MMA e o INPE. Será disponibilizado espaço físico e computadores que poderão ser utilizados pelo consultor caso seja necessário. 11 RESPONSABILIDADES PELA SUPERVISÃO DA CONSULTORIA Fica assegurado à Coordenação do Projeto, às pessoas físicas e/ou jurídicas por ela indicadas, o direito de acompanhar e fiscalizar a execução dos serviços prestados pelo CONTRATADO, com livre acesso aos locais de trabalho para a obtenção de quaisquer esclarecimentos julgados necessários à execução dos trabalhos. 12 DESLOCAMENTOS Considerando o Decreto 5.151/2004 e a Portaria nº 717/2006 do MRE, e seguindo recomendação da Portaria nº 168 de 25 de junho de 2008 do MMA, fica estabelecido que os gastos referentes a deslocamentos (passagens e diárias) devem ser incluídos no custo total do projeto. 13 CUSTO TOTAL O valor total desta proposta é de R$ ,36 (Cento e quatorze mil, quatrocentos e sessenta e nove reais e trinta e seis, de acordo com cronograma físico do item FORMA DE PAGAMENTO E APROVAÇÃO DOS PRODUTOS O pagamento será efetuado em 7 parcelas: Parcela 1: R$ ,22 (dezenove mil, setenta e oito reais e vinte e dois Parcela 2: R$ 9.539,12 (nove mil, quinhentos e trinta e nove reais e doze 7
8 Parcela 3: R$ 9.539,12 (nove mil, quinhentos e trinta e nove reais e doze Parcela 4: R$ 9.539,12 (nove mil, quinhentos e trinta e nove reais e doze Parcela 5: R$ ,33 (vinte e oito mil, seiscentos e dezessete reais e trinta e três Parcela 6: R$ 9.539,12 (nove mil, quinhentos e trinta e nove reais e doze Parcela 7: R$ ,33 (vinte e oito mil, seiscentos e dezessete reais e trinta e três O pagamento estará vinculado à entrega e aprovação dos produtos pelos responsáveis da supervisão na SEDR/MMA e no Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura - IICA Brasil, conforme cronograma físico do item FONTE DE FINANCIAMENTO Os recursos para pagamento do Contrato de Consultoria regulado por este Termo de Referência são oriundos do PCT BRA/IICA/05/004 (PAN Desertificação). 8
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