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1 'cà, izs, ; 091 ("111 J117M9'.04 yucliàsaio Esindo. RAndo, Ailund pirp, ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL: N /001 - João Pessoa RELATOR: Miguel de Britto Lyra Filho - Juiz de Direito convocado APELANTE: Banco Itaú S/A ADVOGADO: Lídia de F. Sousa Albuquerque APELADO: Posto Rota do Sol e Serviços automotivos ADVOGADO: Benjamin de Souza Fonseca Sobrinho e outro APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. ABERTURA DE CRÉDITO EM CONTA CORRENTE. EXTINÇÃO DO ) PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. SÚMULA 233, STJ. INAPLICABILIDADE. LEI N /2004. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. ATENDIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. RECONHECIMENTO. PROVIMENTO. - Por força de dispositivo legal expresso, a cédula de crédito bancário, desde que atendidos os requisitos dos arts. 26 e seguintes da Lei n /04, é título executivo dotado de liquidez, certeza e exigibilidade. VISTOS, relatados e discutidos os autos acima referenciados. ACORD A, a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, CONHECER E DAR PROVIMENTO ao recurso apelatório interposto. RELATÓRIO Trata-se de Ação de Execução de Título Extrajudicial, ajuizada pelo BANCO ITAÚ S/A em face de POSTO ROTA DO SOL E SERVIÇOS AUTOMOTIVOS e JOSÉ FRANCISCO DA SILVA JÚNIOR sob a alegação de que seria credor da importância de R$ ,67 (cinqüenta mil quatrocentos e dezesseis reais e sessenta e sete centavos), referente à dívida oriunda do inadimplemento do contrato de empréstimo n , na agência 0372, em Citados os executados, apenas o primeiro promovido (fl. 22-v) apresentou exceção de pré-executividade (fls. 30/41) alegando, em suma, a inexistência de título executivo extrajudicial a amparar a execução. Intimada a respeito dos termos da peça processual, a exe'qüente apresentou resposta (fls. 134/141). 1
2 _ Às fls. 142/144, prolatou-se sentença, extinguindo o processo sem resolução do mérito, sob o fundamento de que o título que instruiu a inicial não preenchia os requisitos legais, na forma da Súmula 233. Inconformada, a instituição financeira exeqüente/apelante apresentou recurso, aduzindo, em suma, que o contrato de empréstimo era composto dos requisitos necessários: certeza, exigibilidade e liquidez. Contrarrazões à apelação (fls. 158/163). Parecer ministerial opinando pelo desprovimento (fls. 171/173). Às fls. 177/180, proferiu-se decisão, negando seguimento ao recurso, em atenção ao teor da Súmula 233/ STJ, a qual fora reformada, após interposição de agravo interno (fls. 182/199). É o breve relatório. VoTo: Juiz MIGUEL DE BRITTO LYRA FILHO Relator A Súmula 233, STJ, cujo teor fora publicado no DJ em 08/02/2000, \ dispõe acerca da ausência de liquidez do contrato de abertura de crédito, preceituando a inexistência de título executivo: "O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, não é titulo executivo". Diante desse posicionamento jurisprudencial, foi editada a Lei n /2004; que dispõe "(...) sobre o patrimônio de afetação de incorporações imobiliárias, Letra de Crédito Imobiliário, Cédula de Crédito Imobiliário, Cédula de Crédito Bancário, altera o Decreto-Lei n e 911, de 1 2 de outubro de 1969, as Leis n , de 16 de dezembro de 1964, n , de 14 de julho de 1965, e n , de 10 de janeiro de 2002, e dá outras providências." (grifo nosso) 111 Nos termos do texto normativo acima citado, tem-se por Cédula de Crédito Bancário o "(..) título de crédito emitido, por pessoa física ou jurídica, em favor de instituição financeira ou de entidade a esta equiparada, representando promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito, de qualquer modalidade" (art. 26, Lei n /2004). Em face dessas considerações, torna-se imperioso ressaltar que a Lei n /2004 não regulamenta a mesma matéria a que se reporta a Súmula 233 do STJ. Com efeito, o entendimento consolidado nesta súmula não admite que o simples contrato de abertura de crédito seja entendido como um título de crédito apto a ensejar a propositura de uma demanda judicial executiva, notadamente por lhe faltar o requisito da liquidez. Em contrapartida, o referido texto normativo reconhece a existência da cédula de crédito bancário com a natureza de um título de crédito, inclusive quando disser respeito a dívida decorrente de operação de crédito através da movimentação de conta corrente, desde que atendidos os pressupostos legais. No caso sub judice, através do documento de fls. 06/08, vislumbrase que o titulo que instruiu o pedido inaugural refere-se à Cédula de Crédito Bancário, 2
3 mais especificamente para operação de abertura de crédito rotativo em conta corrente de depósito. Deste modo, para se mostrar com a qualidade de titulo executivo extrajudicial, torna-se, indispensável, o preenchimento dos requisitos contidos nos art. s. 28 e 29, da Lei n /2004: 'A ri. 28. A Cédula de Crédito Bancário é titulo executivo extrajudicial e representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, seja pela,soma nela indicada, seja pelo saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo, oz:i nos extratos da conta corrente, elaborados conforme previsto no 2'. 22 Sempre que necessário, a apuração do valor exato da obrigação, ou de seu saldo dev edor, representado pela Cédula de Crédito Bancário, será feita pelo credor, por meio de planilha de cálculo e, quando for o caso, de extrato emitido pela instituição financeira, em favor da qual a Cédula de Crédito Bancário foi originalmente emitida, documentos esses que integrarão a Cédula, observado que: (..) 1 - os cálculos realizados deverão evidenciar de modo claro, preciso e de fácil entendimento e compreensão, o valor principal da divida, seus encargos e despesas contratuais devidos, a parcela de juros e os critérios de sua incidência, a parcela de atualização monetária ou cambial, a parcela correspondente a multas e demais penalidades contratuais, as despesas de cobrança e de honorários advocatícios devidos até a dáta do cálculo e, por fim, o valor total da dívida; e 11 - a Cédula de Crédito Bancário representativa de dívida oriunda de contrato de abertura de crédito bancário em conta corrente será emitida pelo valor total do crédito posto à disposição do emitente, competindo ao credor, nos termos deste parágrafo, discriminar nos extratos da conta corrente ou nas planilhas de cálculo, que serão anexados à Cédula, as parcelas utilizadas do crédito aberto, os aumentos do limite do crédito inicialmente concedido, as eventuais amortizações da dívida e a incidência dos encargos nos vários períodos de utilização do crédito aberto. Art. 29. A Cédula de Crédito Bancário deve conter os seguintes requisitos essenciais: 3
4 1- a denominação "Cédula de Crédito Bancário"; II - a promessa do emitente de pagar a dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível no seu vencimento ou, no caso de dívida oriunda de contrato de abertura de crédito bancário, a promessa do emitente de pagar a dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, correspondente ao crédito utilizado; III - a data e o lugar do pagamento da dívida e, no caso de pagamento parcelado, as datas e os valores de cada prestação, ou os critérios para essa determinação; IV - o nome da instituição credora, podendo conter cláusula à ordem; V - a data e o lugar de sua emissão; e N,* # VI - a assinatura do emitente e, se for o caso, do(\ terceiro garantidor da obrigação, ou de seus respectivos mandatários. ssç 1 2 A Cédula de Crédito Bancário será transferível mediante endosso em preto, ao qual se aplicarão, no que couberem, as normas do direito carnbiário, caso em que o endossatário, mesmo não sendo instituição financeira ou entidade a ela equiparada, poderá exercer todos os direitos por ela conferidos, inclusive cobrar os juros e demais encargos na forma pactuada na Cédula (2 A Cédula de Crédito Bancário será emitida por escrito, em tantas vias quantas forem as Partes que nela intervierem, assinadas pelo emitente e pelo terceiro garantidor, se houver, ou por seus respectivos mandatários, devendo cada parte receber uma via. syç 32 Somente a via do credor será negociável, devendo constar nas demais vias a expressão "não negociável" A Cédula de Crédito Bancário pode ser aditada, retificado e ratificada mediante documento escrito, datado, com os req,uisitos previstos no caput, passando esse documento a integrar a Cédula para todos os fins." Ressaltada a vigência desses dispositivos legais, constata-se, para o caso, o atendimento aos requisitos formais acima especificados, através da documentação apresentada pela parte credora, ora recorrente, nos presentes autos. 4
5 Discorrendo a respeito dessa espécie de titulo de crédito, a doutrina presta as seguintes lições: "As cédulas de crédito bancário são promessas de pagamento em dinheiro emitidas pelo Cliente /nutuante em favor de banco mutuário, - cuja liquidez pode decorrer da emissão, pelo credor, de extrato de conta corrente ou planilha de cálculo. Além de facilitar e baratear o acesso ao crédito bancário, esses títulos dão ensejo à execução judicial em caso de inadimplemento". (Fábio Ulhoa Coelho. Curso de Direito Comercial Direito de Empresa. Volume edição, Editora Saraiva. Pág.: 481) Este Tribunal de Justiça já teve a oportunidade de se pronunciar sobre a questão em análise, assim o fazendo: ' "EXECUÇÃO. Exceção de pré-executividade. Cédula de crédito bancário. Título executivo extrajudicial. Artigo 3 da MP /01. Provimento do Recurso. A cédula de crédito bancário, segundo disposição do artigo 3 da Medida Provisória n /01, é.título executivo extrajudicial, hábil para embasar ação de execução." (N do Processo: ( /001, Relator: Des. Antônio de Pádua Lima Montenegro, Ano: 2005, Data Julgamento: 29/3/2005, Data de Publicação: 5/4/2005, Natureza: Apelação Cível, Orgão Julgador: 4 3 Câmara Cível, Origem: Campina Grande) - O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, debatendo a respeito de situação semelhante, proferiu julgamento aduzindo o seguinte: APELAÇÃO CÍVEL - EXECUÇÃO - EMBARGOS À EXECUÇÃO CÉDULA DE CRÉDITO BANCA' RIO TITULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. A Cédula de Crédito Bancário, conforme previsão constante do art. 28 da lei n /04 seja pela soma nela indicada, seja pelo saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo, é título executivo extrajudicial. Uma vez :que o credor instruiu o processo de execução com a Cédula de Crédito Bancário, não há falar em nulidade do processo de execução ao argumento de que o título que o instruiu se encontra destituído de força executiva. A Cédula de Crédito Bancário é titulo executivo, sendo dotada de certeza, liquidez e exigibilidade, sendo, pois, perfeitamente aceitável como base para ajuizamento de execução. (TJMG. Processo n /001. Rel. Hilda 5
6 : Teixeira da Costa. Julg. 02/10/2008. DJ 18/11/2008) Por sua vez, merece destaque o entendimento externado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, que proferiu julgado nos seguintes termos: "APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURã1COS BANCÁRIOS. EXECUÇÃO. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. INDEFERIMENTO DA INICIAL POR AUSÊNCIA DE TITULO. Nos termos do art. 28 da Lei /2004 a cédula de crédito bancário é título executivo extrajudicial. O documento juntado preenche os requisitos essenciais. Apelo provido." (Apelação Cível N , Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Roberto Felix, Julgado em 10/10/2007) No mais, registre-se, também, que o Tribunal de Justiça do Qistrito Federal e Territórios, igualmente, comunga desse mesmo entendimento. Senão vejamos: O "DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL SENTENÇA CASSADA. RECURSO PROVIDO. 1. CONFORME DISPÕE O ART. 28, DA LEI N /04, A CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO É TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL E REPRESENTA DÍVIDA EM DINHEIRO, CERTA, LÍQUIDA E EXIGÍVEL, SEJA PELA SOMA NELA INDICADA. SEJA PELO SALDO DEVEDOR DEMONSTRADO EM PLANILI IA DE CÁLCULO, OU NOS EXTRATOS DA CONTA CORRENTE, ELABORADOS PELO CREDOR. 2. "(...)COM A INSTITUIÇÃO DA CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO, CRIOU-SE TÍTULO DE CRÉDITO COM FORÇA EXECUTIVA, UTILIZÁVEL EM QUALQUER OPERAÇÃO BANCÁRIA EM QUE SE ESTABELECE PROMESSA DE PAGAMENTO EM DINHEIRO, INCLUSIVE AS DA MODALIDADE DA ABERTURA DE CRÉDITO ( LEI N , DE , ART. 26)" (HUMBERTO THEODORO JÚNIOR, IN PROCESSO DE EXECUÇÃO E CUMPRIMENTO DA SENTENÇA, 25' ED., EDITORA LEUD, SÃO PAULO P. 151), 6
7 : 3. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (Classe do Processo: APC DF, Registro do Acórdão Número: , Datá de Julgamento: 06/08/2008, Órgão Julgador: 2'' Turma Cível, Relator: WALDIR LEONCIO C. LOPES JÚNIOR, Publicação no DJU: 27/08/2008 Pág.: 63) Por todo o exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso interposto para reformar integralmente o julgamento impugnado, assegurando o prosseguimento da demanda executória, invertendo-se o ônus da sucumbência. É como voto. Presidiu a Sessão o Excelentíssimo Desembargador MANOEL SOARES MONTEIRO. Participaram do julgamento, além do Relator, o Exmo. Juiz Miguel de Britto Lyra Filho convocado em razão da aposentadoria do Exmo. Des. Marcos Antônio Souto Maior, o Exmo. Des. Manoel Soares Monteiro, Revisor, e o Exmo. Des. José Di Lorenzo Serpa. - Presente à Sessão, a Excelentíssima Doutora Jacilene Nicolau Faustino Gomes, Promotora de Justiça Convocada. Sala das Sessões da Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, e João Pessoa, 15 s - outubro de Juiz ir L DF IT O LYRA FILHO el. or --- 7
8 TRIBUNAL DE JUSTIÇA coordenado 'a Judiciária j Ikvistrado e
ACÓRDÃO. 1. O instrumento particular de assunção de dívida, assinado pelo devedor e por duas testemunhas,
AC no 001.2009.001565-0/001 1 Poder Judiciário do Estado da Paraíba Tribunal de Justiça Gabinete da Desembargadora Maria das Neves do Egito de A. D. Ferreira ACÓRDÃO APELAÇÃO Cá/EL No 001.2009.001565-0/001
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