REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE COMISSÃO NACIONAL DE ELEIÇÕES. Directiva n.º 1/CNE/2014, De 8 de Agosto

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1 REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE COMISSÃO NACIONAL DE ELEIÇÕES Directiva n.º 1/CNE/2014, De 8 de Agosto Atinente a mesa da Assembleia de voto quanto à sua composição, funções, seus membros e papel dos membros indicados pelos Partidos Políticos com assento parlamentar para a eleição do Presidente da República, deputados à Assembleia da República e a membro da Assembleia Provincial. Tendo em conta que o artigo 48 da Lei n. 8/2013, de 27 de Fevereiro, republicada pela Lei n. 12/2014, de 23 de Abril, que se reproduz na íntegra: Artigo 48 (Mesa da assembleia de voto) 1. Em cada assembleia de voto há uma mesa ou mais mesas a quem compete promover e dirigir a votação e o apuramento dos resultados do sufrágio. 2. A mesa de assembleia de voto, que vela pela organização dos eleitores na votação, é composta por sete membros sendo, um Presidente, um Vicepresidente, um Secretário e quatro escrutinadores. 3. Nos casos em que o número de eleitores por mesa da assembleia de voto não justificar, a Comissão Nacional de Eleições pode autorizar o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral a constituir mesa da assembleia de voto com número máximo de três membros, sendo um presidente, o secretário e um escrutinador. 4. Os membros da mesa da assembleia de voto devem saber ler e escrever português, e possuir formação adequada à complexidade da tarefa. 5. Pelo menos dois membros da mesa devem falar a língua local da área onde se situa a assembleia de voto. 6. Compete ao Secretariado Técnico da Administração Eleitoral a indicação dos nomes dos membros da mesa de voto, ouvidos os representantes das candidaturas, assim como capacitá-los para o exercício das funções. 7. Os partidos políticos têm legitimidade para apresentar reclamações e recursos sobre o processo de designação dos membros das mesas de voto, junto dos órgãos de apoio da Comissão Nacional de Eleições competentes.

2 8. Decidida favoravelmente a reclamação, o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral respectivo é obrigado a corrigir a irregularidade. 9. O exercício da função de membro da mesa da assembleia de voto é obrigatória para os membros indicados, salvo motivo de força maior ou justa causa, e é incompatível com a qualidade de mandatário ou delegado da candidatura, observador, jornalista ou membro dos órgãos eleitorais de escalão superior. Artigo 49 (Designação de membros das mesas das assembleias de voto) 1. Para a constituição de cada mesa da assembleia de voto, o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral recruta três membros indicados pelos partidos políticos com assento parlamentar e indica os restantes, seleccionando-os, mediante concurso público de avaliação curricular, desde que sejam cidadãos moçambicanos, maiores de dezoito anos de idade tecnicamente habilitados para o efeito. 2. A selecção é feita por um júri composto pelo Director e os respectivos Directores adjuntos do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral, distrital ou de cidade, que decidem por consenso e, na falta de consenso, por voto. 3. Compete ao Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, convidar, formalmente e dentro de um prazo razoável, os Partidos políticos com assento parlamentar, a apresentar os nomes das pessoas que farão parte dos membros das mesas das assembleias de voto, assim como capacitá-las para o melhor exercício das suas funções. 4. Os membros da mesa da assembleia de voto, ficam sujeitos à Lei, e demais regulamentos no exercício das suas funções. Artigo 50 (Constituição das mesas das assembleias de voto) 1. As mesas das assembleias de voto constituem-se na hora marcada para o início do seu funcionamento e nos locais previamente indicados pela Comissão Nacional de Eleições e seus órgãos de apoio. 2. A constituição das mesas fora dos locais previamente indicados implica a nulidade das eleições e dos actos eleitorais praticados nessas circunstâncias, salvo motivo de força maior, devidamente justificado e sancionado pela Comissão Nacional de Eleições. 3. Os membros das mesas das assembleias de voto devem estar presentes no local de funcionamento da assembleia, até duas horas antes do início da votação. 4. Se o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral verificar que, uma hora antes do início da votação, há impossibilidade de constituição da mesa por ausência de membros indispensáveis, designa, ouvidos os delegados de 2

3 candidaturas presentes, os substitutos dos ausentes, de entre os cidadãos eleitores de reconhecida idoneidade, considerando-se sem efeito a designação daqueles que não tenham comparecido. 5. Na constituição das mesas da assembleia de voto, os ausentes são prioritariamente substituídos pelos apurados na formação e suplentes na lista aprovada, que aí se encontrem presentes. 5 A. A mesa da assembleia de voto considera-se constituída desde que estejam presentes mais de metade dos membros indicados pelo STAE. 6. Os membros designados para integrar as mesas das assembleias de voto são dispensados do dever de comparência no respectivo local de trabalho, enquanto durar a sua actividade e no dia útil imediato. 7. A dispensa referida no número anterior não afecta os direitos e regalias de que seja titular, devendo, contudo, fazer-se prova bastante da qualidade de membro da mesa da assembleia de voto. A Comissão Nacional de Eleições, com fundamento nos dispositivos legais acima transcritos, reunida em sessão Plenária, nos termos das disposições combinadas das alíneas j) e q) do n.º 1 do artigo 9 da Lei n.º 6/2013, de 22 de Fevereiro, republicada pela Lei n.º 9 de 12 de Março, por consenso, delibera: Artigo 1. São aprovados os termos de referência para o recrutamento e selecção dos agentes eleitorais para as Eleições Presidenciais, Legislativas e das Assembleias Provinciais, em anexo à presente Directiva, fazendo dela parte integrante. Artigo 2. Os membros da mesa da Assembleia de voto (MMV) indicados pelos partidos políticos com assento na Assembleia da República, designadamente o Partido FRELIMO, o Partido RENAMO e o Partido MDM, constam de uma lista nominal contendo o nome completo, conforme o Bilhete de identidade ou cartão de eleitor, idade, número do cartão de eleitor ou do Bilhete de identidade e o distrito onde deverá estar afecto nas mesas da assembleia de voto a ser entregue à sede distrital ou de cidade do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral, por solicitação prévia deste. 3

4 Artigo 3. Relativamente aos membros indicados pelos partidos políticos nos termos do artigo anterior da presente directiva ao júri do STAE previsto no n. 2 do artigo 49, da Lei n. 8/2013, de 27 de Fevereiro, republicado pela lei n. 12/2014, de 23 de Abril, apenas lhe cabe apreciar a legitimidade da lista nominal, quanto a sua origem em termos de proveniência partidária, a nacionalidade e a idade do cidadão indicado por forma que seja igual a prevista na lei, a de ser moçambicano e com idade igual ou superior a 18 anos. Artigo 4. Os partidos políticos com assento parlamentar no gozo do direito que a lei lhes reserva devem assegurar que os membros indicados para integrar as mesas das assembleias de voto sejam cidadãos moçambicanos com idade igual ou superior a dezoito anos, portadores de cartão de eleitor e na sua falta de bilhete de identidade e sejam cidadãos de reconhecida idoneidade, saberem ler e escrever português e capazes de participarem na formação profissional adequada à complexidade da tarefa que terão de realizar no dia da votação e apuramento dos resultados eleitorais na mesa da Assembleia de voto. Artigo 5. Recomenda-se aos partidos políticos com assento parlamentar que ao indicarem os membros do seu partido para integrarem as mesas da assembleia do voto incluam pelo menos mais 10% sobre o total requerido para cada província, distrito, posto administrativo ou localidade, por forma a assegurar a presença representativa permanente do partido nos termos da lei. Artigo 6. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral do distrito ou de cidade, em relação aos candidatos apurados nos termos da presente Directiva a submeter a formação desencadeia diligências junto das direcções da Justiça e da Saúde, ao nível do distrito ou cidade com vista a convidar os agentes da Conservatória dos Serviços Notariais e da Saúde para garantirem que os candidatos apurados no concurso público documental de avaliação curricular e os indicados pelos partidos políticos 4

5 obtenham os documentos exigidos por lei para a instrução dos respectivos processos individuais para o efeito da sua contratação como membros das mesas de voto, particularmente a Certidão de Registo Criminal e a Certidão de aptidão física e mental. Artigo 7. Compete ao Secretariado Técnico da Administração Eleitoral distrital ou de cidade garantir que em relação aos candidatos apurados os direitos e isenção prevista na alínea d) do n. 1 e os n. s 2 e 3, todos do artigo 270 da Lei n. 8/2013, de 27 de Fevereiro, republicado pela lei n. 12/2014, de 23 de Abril, seja observado nos termos em que se apresenta e os documentos exigidos por lei a todo o cidadão que integra a Mesa da Assembleia de voto, independentemente da proveniência, no seu processo estejam completos para o efeito da fiscalização sucessiva por parte do Tribunal Administrativo. Artigo 8. Dos setes membros que constituem a mesa da Assembleia de voto, os membros indicados pelos partidos políticos assumem a função nobre de garantir a representatividade dos candidatos e Partidos concorrentes e assumem a função de 1., 2. e 3. escrutinador na mesa da Assembleia de voto onde estiver afecto. Artigo 9. Os escrutinadores indicados no artigo anterior não podem ser responsabilizados funções que para o seu exercício tenha que se ausentar parcialmente ou temporariamente da mesa da assembleia de voto durante o período do seu funcionamento, desde a votação até ao apuramento e encerramento. Artigo 10. Os membros da mesa da Assembleia de voto provenientes do concurso público na mesa da assembleia de voto, conforme o seu desempenho e critérios qualitativos e quantitativos de avaliação técnico pedagógico assumem as seguintes funções por decisão competente do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral distrital ou de cidade, sob proposta dos respectivos formadores nacionais ou provinciais: 5

6 a) Presidente da mesa da assembleia de voto; b) Vice-Presidente da assembleia de voto: c) Secretário da mesa da Assembleia de voto; d) 4. escrutinador da mesa da assembleia de voto, cabendo a este a função auxiliar à entrada das mesas das assembleias de voto e garantir que a votação decorra de forma célere e ordeira na formatura, sob orientação do respectivo presidente da mesa da assembleia de voto. Artigo 11. O conteúdo das funções correspondentes às responsabilidades indicadas no artigo anterior para cada um, conforme a lei eleitoral, consta do Manual do Membros das Mesas de Voto (MMV). Artigo 11. O Director do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral distrital ou de cidade, fixa a lista dos membros da mesa da Assembleia de voto por cada assembleia em coordenação com os seus respectivos directores adjuntos que o coadjuvam no processo, sem prejuízo do disposto nos n.ºs 6 e 7, do artigo 48, da Lei n. 8/2013, de 27 de Fevereiro, republicado pela lei n. 12/2014, de 23 de Abril. Artigo 12. A presente Directiva entra em vigor na data da sua publicação. Registe-se e publique-se. Aprovada pela Comissão Nacional de Eleições, 8 de Agosto de POR ELEIÇÕES LIVRES JUSTAS E TRANSPARENTES! O Presidente (Abdul Carimo Nordine Sau) 6

7 TERMOS DE REFERÊNCIA PARA O RECRUTAMENTO E SELECÇÃO DOS AGENTES ELEITORAIS A CONTRATAR MEDIANTE CONCURSO PÚBLICO DE AVALIAÇÃO CURRICULAR I.FORMADOR NACIONAL 1. Conteúdo de Trabalho a) Participar na planificação da formação; b) Orientar a formação, seguindo o programa e os conteúdos previamente definidos; c) Orientar actividades práticas relacionadas com a formação; d) Realizar avaliações dos formandos; e) Apresentar a proposta da lista dos potenciais candidatos apurados para Formadores Provinciais; f) Realizar avaliações diárias de formação; g) Velar pelo material de formação; h) Produzir relatório de formação; e i) Coordenar e colaborar com o STAE de nível distrital ou de cidade todos os aspectos inerentes ao processo de formação. 2. Requisitos de Ingresso a) Nacionalidade Moçambicana; b) Ter nível Superior ou equivalente; c) Ter idade mínima de 21 anos; 7

8 d) Cartão de eleitor ou bilhete de identidade ou ainda Certidão de registo de nascimento; e) Certidão de Registo Criminal; f) Certidão de Aptidão física e mental; g) Possuir experiência como formador, em processos anteriores é uma vantagem; h) Habilidades de comunicação; i) Alto sentido de responsabilidade e trabalho em equipa. II. FORMADOR PROVINCIAL 1. Conteúdo de Trabalho a) Participar na planificação da formação; b) Orientar a formação, seguindo o programa e os conteúdos previamente definidos; c) Orientar actividades práticas relacionadas com a formação; d) Realizar avaliações dos formandos; e) Apresentar a proposta da lista dos potenciais candidatos apurados para MMV s bem como as respectivas funções; f) Realizar avaliações diárias de formação; g) Velar pelo material de formação; h) Produzir relatório de formação; e i) Coordenar e colaborar com o STAE de nível distrital ou de cidade todos os aspectos inerentes ao processo de formação. 2. Requisitos de Ingresso a) Nacionalidade Moçambicana; b) Ter nível Médio ou equivalente; 8

9 c) Ter idade mínima de 21 anos; d) Cartão de eleitor ou bilhete de identidade ou ainda Certidão de registo de nascimento; e) Certidão de Registo Criminal; f) Certidão de Aptidão física e mental; g) Possuir experiência como formador, em processos anteriores é uma vantagem; h) Habilidades de comunicação; i) Alto sentido de responsabilidade e trabalho em equipa. II. AGENTE DE EDUCAÇÃO CÍVICA 1. Conteúdos de Trabalho a) Receber, conferir, conservar e devolver, se for o caso, os materiais e equipamentos de trabalho; b) Fazer advocacia junta às autoridades locais para a promoção da Educação Cívica Eleitoral; c) Elaborar a proposta da sua mobilidade e submeter à aprovação do STAE ao nível distrital ou de cidade; d) Orientar palestras de Educação Cívica Eleitoral; e) Distribuir e afixar os materiais de campanha de educação cívica eleitoral; f) Elaborar e apresentar, ao seu superior hierárquico, o relatório quinzenal de progresso, das actividades; g) Difundir as mensagens de educação cívica eleitoral; h) Coordenar com os lideres comunitários as acções de Educação Cívica do eleitorado; e i) Receber e implementar todas as orientações do STAE de nível distrital ou de cidade inerentes a campanha de educação cívica eleitoral. 9

10 2. REQUISITOS DE INGRESSO a) Nacionalidade Moçambicana; b) Ter nível de 7. classe ou formação adequada à complexidade do trabalho; c) Ter idade mínima de 18 anos; d) Cartão de eleitor ou bilhete de identidade ou ainda Certidão de registo de nascimento; e) Certidão do registo criminal; f) Certidão de Aptidão física e mental; g) Possuir experiência como agente de Educação Cívica ou ponto focal das acções de educação cívica permanente, em processos anteriores é uma vantagem; h) Habilidades de comunicação; i) Alto sentido de responsabilidade e trabalho em equipe. III. MEMBRO DA MESA DE VOTO 1. Conteúdo de trabalho a) Receber, conferir e conservar o material e equipamento de trabalho; b) Organizar a Assembleia de Voto, antes e durante o processo de votação e do apuramento parcial dos resultados; c) Atender o público; d) Organizar as filas dos eleitores; e) Esclarecer dúvidas e orientar os eleitores para facilitar a votação; f) Proceder a contagem dos votantes e dos boletins de votos; g) Receber e atender as reclamações dos delegados de candidatura; h) Inutilizar os boletins de voto sobrantes; i) Orientar o processo de votação e de apuramento dos resultados parciais; j) Preencher os editais e as actas do apuramento parcial dos resultados; 10

11 k) Afixar os editais dos resultados do apuramento parcial e distribuir as cópias aos delegados de candidatura; l) Proceder à entrega de todos os documentos, materiais e equipamento, à sua guarda, à entidade competente. 3. REQUISITOS DE INGRESSO a) Nacionalidade Moçambicana; b) Ter nível 7. classe ou formação adequada à complexidade do trabalho; c) Ter idade mínima de 18 anos; d) Cartão de eleitor ou bilhete de identidade ou ainda Certidão de registo de nascimento; e) Certidão de Registo Criminal; f) Certidão de aptidão física e mental; g) Possuir experiências como Formador, MMV ou brigadista em processos anteriores é uma vantagem; h) Habilidades de comunicação; i) Alto sentido de responsabilidade e trabalho em equipa. 11