JUÍZO DA 1ª ZONA ELEITORAL DE SÃO PAULO. Av. Brigadeiro Luis Antonio, 453 SÃO PAULO CAPITAL. Processo nº 293/08. Vistos.
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- Tânia Cavalheiro Neto
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1 Vistos. MARTA TERESA SUPLICY e COLIGAÇÃO UMA NOVA ATITUDE PARA SÃO PAULO formularam representação contra COLIGAÇÃO ALTERNATIVA DE ESQUERDA PARA SÃO PAULO e IVAN VALENTE, imputando-lhes a veiculação de propaganda irregular, porquanto degradante, uma vez que associada à sua campanha a doação de construtoras, como se outras não houvesse, sugerindo o posterior favorecimento por ocasião do desempenho do mandato eletivo (fls. 2/10). Indeferida a liminar que se havia pleiteado (fls. 15), os representados foram notificados e ofereceram resposta, sustentando em momento algum lançada qualquer inverdade ou ofensa contra a candidata 1
2 representante, a rigor tendo havido mera crítica quanto à forma de financiamento de campanha (fls. 25/31). procedência parcial (fls. 34/36). O Ministério Público foi pela É o relatório. DECIDO. Antes de mais nada, cabe reiterar o quanto já expendido na decisão da Representação n. 284, que trata de fato semelhante, malgrado objeto de propaganda agora veiculada com características e dizeres particulares. Lá se disse e se reafirma que se partilha do entendimento, exposto na inicial, no sentido de que a propaganda política, e mesmo o direito fundamental de expressão do pensamento, devam se efetivar e exercer com observância aos padrões éticos impostos pelo ordenamento e, acima de tudo, com atenção aos iguais e fundamentais direitos à honra e 2
3 imagem alheias, afinal também constitucionalmente assegurados. Vai-se além e expressa-se mesmo a convicção de que a tão repetida, quanto verdadeira, asserção de que as eleições induzam um debate amplo, crítico, não raro candente, até, não deva significar o forjar de um espaço livre para, ao invés do debate de idéias e propostas, a ofensa impune, a aleivosia inconseqüente, como se não houvesse responsabilidade pelo que, no desenvolvimento da campanha eleitoral, se fala. A democracia se pratica com civilidade na mesma exata medida em que a liberdade jurídica, diferente da liberdade natural, supõe limites e deveres. Algo, convenha-se, de comum sabença, todavia também, e infelizmente, de comum esquecimento. Mas, também como naquele outro feito se ressalvou, ainda que se acedendo, repitase, às ponderações dos requerentes acerca da chamada propaganda negativa, não é o que, já pela própria 3
4 transcrição de fls. 3, se considera ter ocorrido no caso em tela. Igualmente no presente feito reputa-se havida crítica cuja regularidade, é curial, não se julga pela sua qualidade, que não é lícita ou ilícita por ser boa ou má ao aporte de recursos doados para campanhas eleitorais por grandes conglomerados. Bancos ou, como na espécie, empreiteiras que, porém, em momento algum são indicados como únicos doadores, embora, como adverte a inicial, pudessem sê-lo, sem qualquer ilegalidade, tanto quanto, acrescente-se, seria legal a crítica que a isto se fizesse. Certo que neste feito há o dado particular de o candidato afirmar que quando os candidatos financiados por grandes grupos chegam ao poder, vem a fatura, o favorecimento em obras. Sintomática, todavia, a frase seguinte: é o financiamento privado abrindo as portas para a corrupção. E o candidato arremata: por isso, defendo o financiamento público de campanha. 4
5 Bem se vê que não há, propriamente, um ataque personalizado, uma acusação específica à oponente, ora representante, sequer se insinuando que tenha ou venha, de modo concreto, a beneficiar quem quer que seja no desempenho do mandato. Como se disse alhures, mais se insinua, o que se contém, ainda, nos limites da crítica, administração dos oponentes e nem só da representante que seria, na visão dos representados, menos comprometida com causas sociais do que econômicas. De novo o que não se julga senão pelo direito do candidato de veicular suas idéias e crenças. Não é só. Aqui, de maneira muito específica, o questionamento se volta às inconveniências que o candidato representado atribui ao sistema de financiamento de campanha. O que ao eleitor cabe analisar. Enfim, repita-se, ainda uma vez, o obtemperado em decisão de feito análogo, mais se reputa que a propaganda inquinada tenha procurado, de modo crítico, seja dado reiterar, estabelecer uma coincidência, que ao eleitor cabe aferir, da linha de idéias 5
6 e pensamento dos candidatos oponentes de novo nem só a representante com setores específicos, e legítimos, da sociedade. IMPROCEDENTE a representação. Ante o exposto, JULGO Int. São Paulo, 25 de agosto de CLAUDIO LUIZ BUENO DE GODOY Juiz de Direito 6
Vistos. Notificados, os representados ofereceram resposta, sustentando em momento algum JUÍZO DA 1ª ZONA ELEITORAL DE SÃO PAULO. Processo nº 488/08
Vistos. MARTA TERESA SUPLICY e COLIGAÇÃO UMA NOVA ATITUDE PARA SÃO PAULO formularam pedido de resposta contra COLIGAÇÃO SÃO PAULO NO RUMO CERTO e GILBERTO KASSAB, imputando-lhes a veiculação de propaganda
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