Este tutorial apresenta os conceitos básicos e as características do protocolo SNMP.
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- Danilo Alves Farias
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1 Simple Network Management Protocol (SNMP) Este tutorial apresenta os conceitos básicos e as características do protocolo SNMP. (Versão revista e atualizada do tutorial original publicado em 25/04/2005). Huber Bernal Filho Engenheiro de Teleco (MAUÁ 79), tendo atuado nas áreas de Redes de Dados e Multisserviços, Sistemas Celulares e Sistemas de Supervisão e Controle. Ocupou posições de liderança na Pegasus Telecom (Gerente - Planejamento de Redes), na Compaq (Consultor - Sistemas Antifraude) e na Atech (Coordenador - Projeto Sivam). Atuou também na área de Sistemas de Supervisão e Controle como coordenador de projetos em empresas líderes desse mercado. Tem vasta experiência internacional, tendo trabalhado em projetos de Teleco nos EUA e de Sistemas de Supervisão e Controle na Suécia. Atualmente dedica-se à Teleco e à prestação de serviços de consultoria em telecomunicações. hbernal@teleco.com.br Categoria: Banda Larga Nível: Introdutório Enfoque: Técnico Duração: 15 minutos Publicado em: 08/06/2009 1
2 SNMP: O que é? Devido a diversidade de equipamentos das modernas redes de dados, tornou-se necessário unificar e padronizar as informações de gerência e o protocolo da administração dessas redes. Para atender essa necessidade, 2 protocolos principais surgiram: o SNMP (Simple Network Management Protocol) e o CSMIE/CMP (Common Management Information Service Element/Common Management Information). A idéia original era que os dois padrões deveriam convergir para permitir o acesso e o compartilhamento dos mesmos dados. Entretanto, esse objetivo não foi atingido, já que o CMOT (CMIP over TCP/IP) não teve o sucesso esperado, possibilitando que o SNMP se tornasse o padrão de mercado. A especificação de requisitos foi minimizada de modo que o desenvolvimento ocorresse mais rapidamente e, em poucos meses, o IETF (Internet Engineering Task Force) publicou a primeira RFC (recomendação) para o SNMP. Histórico No início de 1988 a necessidade de uma ferramenta da administração para as redes TCP/IP, mais particularmente para a Internet, já era um fato relevante. A partir dessa necessidade, o IAB (Internet Architecture Board) publicou em abril 1988 a recomendação RFC IAB Recommendations for the Development of Internet Network Management Standards. Esta RFC apresentava os requisitos para a padronização da gerência de redes. As primeiras recomendações para o SNMP foram publicadas ainda em 1998, e utilizavam parte dos conceitos já desenvolvidos para roteadores, principalmente o SGMP (Simple Gateway Monitoring Protocol). O desenvolvimento teve continuidade e, após a RFC ter sido reescrita com novas funções, a versão 1.0 do SNMP foi publicada em maio Vários grupos de trabalho contribuiram para o desenvolvimento do protocolo e criaram MIB's para todos os tipos de equipamentos de rede (bridges, roteadores, hubs, monitores ASCII e interfaces WAN, DS1, DS3, X.25, Frame Relay, Ethernet, Token Ring, FDDI, e etc.) e também para os protocolos proprietários. Em novembro de 1991 novos requisitos são adicionados para a integração de "probes" com a finalidade de permitir a verificação passinva do tráfego em um segmento da rede LAN para análises posteriores. Em abril de 1993, a versão 2 do SNMP é publicada, com funcionalidades de segurança e autenticação. Esta versão é criticada porque introduz complexidade e não é completamente compatível com a versão 1. Finalmente em 1997 a versão 3 do SNMP é publicada com funcionalidades adicionais de adminstração e segurança. Gerência de Redes Os sistemas de gerência de rede permitem ao administrador verificar os dispositivos interligados a rede e atualizar de suas informações de estado e configuração. O gerenciamento de redes TCP/IP e notadamente da Internet, têm com base o seguinte modelo: 2
3 O software Agent (Agente) é instalado em cada dispositivo da rede, com a finalidade interagir com o sistema de gerência para responder as requisições de informação recebidas, ou para executar os comandos solicitados. Esses Agentes também enviam informações espontâneas em situações de falhas ou na ocorrência de eventos significativos. O software Manager (Gerente) é instalado no sistema de gerência para solicitar as informações e enviar comandos para os dispositivos de rede e para receber as informações solicitadas ou os eventos espontâneos gerados por esses dispositivos, O software de Aplicação é responsável pela apresentação das informações do sistema de gerência e pela interface do sistema com o usuário. Essas aplicações ainda não possuem uma padronização de mercado, e diversos sistemas estão disponíveis oferencendo interfaces flexíveis e sofisticadas com o objetivos de facilitar e aperfeiçoar o gerenciamento de redes. Na arquitetura apresentada, o SNMP é o protocolo mais comumente utilizado nas comunicações entre os softwares Agent e Manager oferencendo a simplicidade e as funcionalidades necessárias para um efetivo gerenciamento de redes TCP/IP. 3
4 SNMP: Características O SNMP é baseado no modelo manager - agent apresentado, que é composto por um software manager e sua base de dados de gerenciamento de informações de rede instalado no sistema de gerência, por softwares agents e suas informações locais (objetos gerenciáveis) instalados nos diversos dispositivos de rede e pelo protocolo de gerenciamento propriamente dito. A figura a seguir ilustra esse modelo. O manager e o agent utilizam a estrutura de objetos denominada Management Information Base (MIB) e os comandos do protocolo SNMP para a troca de informações. As informações mais importantes foram padronizadas, no seu formato e conteúdo, para serem usadas e armazenadas nos diversos dispositivos de rede disponíveis no mercado. Além disso, a estrutura do modelo de gerência inclui uma forma bem definida para atribuir nomes aos diversos objeto armazenados. Estrutura da MIB A MIB possui uma estrutura em árvore padronizada que contém os objetos gerenciáveis de um determinado dispositivo de rede. Essa estrutura não tem limites e, de acordo com a necessidade, pode ser atualizada e expandida. Um objeto gerenciável é uma visão abstrata de um recurso de um dispositivo da rede. Ele corresponde a uma estrutura de dados e operações obtida a partir do modelamento dos recursos desse dispositivo de rede. Cada objeto possui as seguintes características: Um rótulo (label), em formato texto, e uma identificação única denominada Object IDentification (OID), que é composta por uma seqüência de números que identifica a posição do objeto na árvore da MIB (por exemplo: ). Atributos: tipo de dado, descrição e informações de status, configuraç.ão e estatíticas, entre outras. Operações que podem ser aplicadas ao objeto: leitura (read), escrita (write) e comando (set). A figura a seguir apresenta a estrutura da MIB-I, definida na primeira versão do SNMP. 4
5 No primeiro nível da árvore encontram-se os nós que definem 3 subárvores, destinadas aos órgãos responsáveis pela padronização das MIB's. No segundo e terceiro níveis encontram-se os nós que definem os órgãos responsáveis pela administração de uma determinada subárvore, que no caso apresentado é o DoD. A Internet está sob o nó DoD, e possui quatro subárvores: directory(1): contém informações sobre o serviço de diretórios OSI (X.500). mgmt(2): contém informações de gerenciamento de rede. experimental(3): contém os objetos que ainda estão sendo pesquisados pelo IAB. private(4): contém objetos definidos por outras organizações. Essa versão inicial tinha como objetivo atender aos requisitos de gerenciamento do protocolo TCP/IP na Internet, e concentrou sua estrutura na identificação das seguintes informações: Descrição do sistema. Número de interfaces de rede do sistema (interfaces Ethernet, portas seriais, etc.). Endereço IP de cada interface. Estatística de mensagens (datagramas) enviados e recebidos. Estatística de conexões TCP ativas. O IAB definiu inicialmente várias MIB's para alguns tipos de dispositivos de rede, tais como bridges e roteadores, afim de encorajar os fabricantes para desenvolverem as extensões necessárias para cada 5
6 tecnologia. Sua filosofia de concepção simplificada das MIB's usava os seguintes critérios: Definir inicialmente um pequeno conjunto essencial de objetos, aos quais podem ser adicionados outros objetos, de acordo com a necessidade. Definir objetos que sejam necessários tanto para o gerenciamento de falhas como para o gerenciamento de configuração. Considerar o uso e utilidade do objeto definido. Limitar o número total de objetos. Excluir objetos derivados de outros objetos. Evitar que seções críticas tenham muitos objetos. Após esses primeiros passos, uma nova versão denominada MIB-II foi definida, e adicionou a estrutura original várias informações importantes para o gerenciamento de redes propriamente dito. A figura a seguir apresenta a estrutura da MIB-II. Essa nova versão apresenta na subárvore MIB-II os seguintes grupos: Grupos system(1) interfaces(2) address translation(3) ip(4) icmp(5 ) tcp(6) udp(7) egp(8) cmot(9) transmission(10) snmp(11) Informações Sistema de operação dos dispositivos da rede Interface da rede com o meio físico Mapeamento de endereços IP em endereços físicos Protocolo IP Protocolo ICMP Protocolo TCP Protocolo UDP Protocolo EGP Protocolo CMOT Meios de transmissão Protocolo SNMP 6
7 Como facilidade adicional da MIB, na subárvore entreprises(1) dedicada às empresas privadas, definida sob o nó private(4), podem ser solicitadas subárvores aos órgão de padronização destinadas ao uso específico de um fabricante. O uso de objetos dessa subárvore e de objetos da subárvore SNMP permite a im dispositivo de rede se identificar de forma precisa. Como pode ser observado, a MIB define a estrutura que organiza os objetos gerenciáveis nos dispositivos de rede, mas o protocolo se utiliza do OID para identificar o tipo de informação a ser solicitada ou armazenada no dispositivo de rede, ou a operação a ser executada.. Notação ASN.1 A notação ASN.1 (Abstract Syntax Notation One) foi a linguagem desenvolvida pelo ITU-T e escolhida pela ISO para a definição dos objetos gerenciáveis da MIB. Ela utiliza conceitos de orientação a objeto para definir um recurso, seus atributos e as operações que podem ser executadas por este recurso, quando aplicável. Essa notação define: Datatypes: tipos de dados básico que definem o formato das informações, tais como Integer, Byte String, Object Identifier, Null, Enumerated, Boolean, entre outros. São atribuídos a informações básicas, tais como contadores (integer), texto descritivos (bytes string) e etc. Complex Constructed: tipos de dados mais complexos que formam estruturas definidas a partir dos tipos de dados básicos. São atribuídos a conjuntos mais complexos de informações, tais como objetos gerenciáveis ou mensagens. Macro Templates: modelos completos para a definição dos objetos gerenciáveis. Incluem todos os tipos de dados ou estruturas necessárias para o objeto, as faixas de valores aceitáveis para cada dado e os tipos de operações que podem ser executadas pelo objeto. A notação ASN.1 possui ainda um conjunto de regras denominado BER (Basic Encoding Rules) que define a forma através da qual um programa escrito nessa linguagem é compilado para ser traduzido para a linguagem de máquina do dispositivo de rede. Este programa compilado é então carregado e a MIB passa a ser interpretada corretamente pelo dispositivo. 7
8 SNMP: Protocolo Comandos e Mensagens O SNMP é um protocolo orientado a pacotes, e possui em sua estrutura cabeçalho, dados e informações de verificação do pacote. Esse pacote é denominado Protocol Data Unit (PDU) e na versão 1 possui os seguintes pacotes: Get Request Get-next Request Set Request Get Rresponse Trap Usado para solicitar o valor de uma ou mais variáveis da MIB. Usado para solicitar os valores de um conjunto seqüencial de variáveis da MIB. Geralmente é usado para solicitar valores de uma tabela da MIB. Após a solicitação do primeiro valor usando o comando Get, os valores seguintes são solicitados usando este comando. Usado para atribuir um valor a uma variável da MIB. Usado para enviar resposta aos comandos Get, Get-next e Set. Usado para enviar informações de alarme ou eventos significativos. A figura a seguir apresenta o fluxo de mensagens com base no modelo manager - agent apresentado. Nesses modelo ocorrem as seguintes interações: O manager envia um comando Get ou Get-next para solicitar uma ou mais variáveis e o agent responde com um Get-response enviando a informação solicitada, caso o dispositivo seja gerenciável. O manager envia um comando Set para alterar uma ou mais variáveis e o agent responde com um Get Response confirmando a alteração, caso esta seja permitida. O agent envia um Trap para o manager quando um evento ou alarme ocorre. 8
9 As mensagens do SNMP possuem o seguinte formato geral: 0 Conjunto de Dispositivos Gerenciáveis Comandos e Respostas do SNMP version community SNMP PDU Os formatos dos comandos e respostas dos pacotes PDU são os seguintes: Get Request [0], Get-next Request [1], Set Request [3] número da 0, 1, lista de variáveis da MIB solicitadas solicitação PDU type request id error-status error-index variables Get Response [2] 2 número da solicitação erro (se houver) complemento (se houver) lista de variáveis da MIB enviadas PDU type request id error-status error-index variables Trap [4] 4 tipo de objeto endereço do agente tipo de trap genérico tipo de trap específico hora do trap lista de variáveis da MIB relacionadas PDU type enterprise agent-addr generic-trap specific-trap time-trap variables Para cada um dos tipos de PDU's são enviadas informações relativas à MIB do dispositivo de rede. Nos pacotes Get Request e Get-next Request a lista de variáveis contém apenas a identificação das variáveis solicitadas. Nos pacotes Get Response, Set Request e Trap a lista de variáveis contém a identificação e os valores das variáveis. O agent analisa cada uma das identificações de variáveis recebidas de acordo com a sua MIB para verificar se o objeto informado é gerenciável ou alterável (no caso do comando Set Request). O manager usa a sua cópia local da MIB do dispositivo de rede para apresentar a identificação da variável e para interpretar os seus valores. Modelo em Camadas No modelo de redes que utilizam o TCP/IP, o SNMP é considerado um protocolo de aplicação tanto no 9
10 sistema de gerência da rede como nos dispositivos propriamente ditos. Para este tipo de arquitetura aplica-se o seguinte modelo de camadas desenvolvido para o TCP/IP: Nota-se que o SNMP utiliza os pacotes do tipo UDP para envio de suas mensagens. Por sua vez, os pacotes UDP utilizam os pacotes IP para efetuar o transporte de pacotes entre o manager, no sistema de gerência, e o agent, nos dispositivos de rede. A figura a seguir apresenta o pacote IP resultante. Datagrama IP Datagrama UDP Mensagem SNMP IP Header UDP Header version community SNMP PDU Desta forma, no modelo manager - agent a troca de informações entre o sistema de gerência e os dispositivos de rede usando o protocolo SNMP nas redes TCP/IP ocorre conforme mostra a figura a seguir: 10
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12 SNMP: Aplicações O gerenciamento de redes tem sido um elemento importante para o aperfeiçoamento dos recursos computacionais nas diversas organizações. Seus grupos de Tecnologia da Informação certamente possuem sistemas de gerência de redes corporativas internamente ou através de prestadores de serviços. Esses sistemas baseiam-se em aplicações de Gerência de Rede que possuem atualmente funcionalidades bastante complexas que permitem ao administrador da rede obter informações detalhadas e em tempos de resposta compatíveis com as suas necessidades. Neste ambiente o SNMP tem um papel muito importante, como protocolo que implementa a infraestrutura de troca de informação entre os diversos elementos presentes nessas redes. Os exemplos de uso do SNMP apresentados a seguir estão focados no protocolo propriamente dito, abstraíndo-se dos software de aplicação dos sistemas de Gerência de Rede. Interface Ethernet A Ethernet é uma das tecnologias de interface de rede mais antigas e uma das primeiras a ter uma MIB específica definida, através de RFC 1398 (1998). Vários dispositivos de rede usando as interfaces Ethernet ou FastEthernet se conectam através dos cabos de pares trançados dos cabeamentos estruturados aos hubs ou switches que fornecem o meio de interligação física das rede corporativas. O protocolo de acesso a esse meio físico é o CSMA/CD (Carrier Sense Multiple Access with Collision Detection). Nesse tipo de protocolo, os dispositivos de rede só iniciam uma comunicação se a rede estiver disponível. Se dois ou mais dispositivos iniciam uma transmissão ao mesmo tempo ocorre uma colisão. Ambos os dispositivos aguardam um tempo aleatório antes de iniciar novamente a transmissão, o que evita que uma nova colisão ocorra. Desta forma, implementa-se uma regra de acesso ao meio físico simples e que tem se perpetuado até os nossos dias. A MIB para as interfaces Ethernet é identificada pelo OID [ ]. A sua estrutura contempla as seguintes informações: Uma tabela de estatísticas que contém o número de erros ocorridos na interface Ethernet. Uma tabela de estatísticas usada para construir um histograma de freqüência de colisões. Informações necessárias para configurar e gatilhar um teste de TDR (Time Domain Reflectometry), usado para teste de cabos e interfaces. Objetos gerenciáveis para os Chipset mais comumente encontrados no mercado. Com base nessas informações os sistemas de gerência de rede podem obter informações importantes sobre cada dispositivo da rede, podem iniciar testes de verificação de cabos e interfaces e podem verificar a qualidade de segmentos ou de toda a rede. Interface PPP O protocolo PPP foi desenvolvido e padronizado através da RFC 1548 (1993) com o objetivo de transportar 12
13 todo o tráfego entre 2 dispositivos de rede através de uma conexão física única. Embora seja um protocolo, o PPP encontra-se na lista de interfaces. Na prática, a interface PPP é implementada através de conexões físicas do tipo RS-232 ou Modens. Atualmente é possível usar conexões PPP até sobre Ethernet (PPPoE). A MIB para o PPP, identificada pela OID [ ], é constituida de diversos grupos definidos em RFC's distintas. Os mais comumente conhecidos são: PPP Link Group: composto por uma tabela de status da conexão (Link Status Table) e por uma tabela de configuração com parâmetros sugeridos (Link Configuration Table). PPP Link Quality Report Group: composto por uma tabela de parâmetros e estatística (número de: pacotes enviados e recebidos, pacotes com erros e descartados, e pacotes válidos) e por uma tabela de configuração, que contém informações acerca da qualidade da conexão. PPP Security Table: composta por variáveis de configuração e controle relacionadas com as funcionalidades de segurança do PPP. PPP IP Group: composta por variáveis de configuração, status e controle relacionadas com uso do protocolo IP sobre o PPP. PPP Bridge Group: composta por variáveis de configuração, status e controle relacionadas com uso de funcionalidade de Bridge sobre o PPP. Interface Frame Relay O protocolo Frame Relay é um protocolo orientado a pacotes oriundo de uma simplificação do protocolo X.25. O tutorial do Teleco Frame Relay detalha esse protocolo. A MIB para a interface Frame Relay é identificada pela OID [ ] e foi definida pela RFC 1315 (1992). Sua estrutura contempla os seguintes grupos: Data Link Connection Management Table: composta por informações de status e configuração da rede. Circuit Table: composta por informações de estatística, status e configuração para circuitos virtuais e interfaces existentes. FR Error Table: armazena os erros mais recentes para cada interface com informação de hora de ocorrência, separados de acordo com o tipo de erro ocorrido (data frame error, management frame error, etc.). Monitoração Com o advento do SNMP outras funcionalidades foram adicionadas aos sistemas de gerência de rede. A RFC 1271 (1991) define a Remote Network Monitoring Management Information Base (RMON MIB), como sendo a MIB a ser usada por um dispositivo de rede que tem como única funcionalidade monitorar a rede e fornecer informações sob demanda para o manager. A RMON MIB é identificada pela OID [ ]. Sua estrutura contempla os seguintes grupos: statistics ( ); history ( ); host ( ); 13
14 hosttopn ( ); matrix ( ); filter ( ); packet capture ( ); alarms ( ); events ( ). Com essas funcionalidades definidas e disponíveis, um dispositivo Monitor de Rede torna-se bastante flexível, porém bastante complexo para ser configurado, já que a sua MIB contém diversos parâmetros de configuração. Deve ser dada especial atenção para esses detalhes, de forma a obter as informações de acordo com as necessidades e especificação do sistema de Gerência de Rede. 14
15 SNMP: Novas Versões Este tutorial tem como foco apresentar os conceitos básicos do SNMP e foi focado principalmente na sua versão 1. Para ilustrar os aperfeiçoamentos e atualizações implementadas, apresenta-se a seguir um resumo das alterações introduzidas nas versões 2 e 3 do SNMP. SNMP v2 O SNMP v2 tornou-se um padrão em abril de 1993, com as publicação das RFC's 1442, 1443, 1444, 1448, 1449, 1450 e A nova versão apresentava novas funcionalidades que completavam a versão anterior, embora introduzisse complexidade e não fosse totalmente compatível com aquela versão. As principais alterações relativas à MIB dessa nova versão foram: Data Types: alguns tipos de dados foram expandidos para contemplar valores de 32 bits, e endereços de rede do padrão OSI / ISO. Foi definido também o BIT STRING, tipo de dado que permite o acesso bit a bit, para a definição de flags, entre outros usos, Setting Values: foram adicionadas funcionalidades de proteção para a alteração de valores nas MIB's, com forma de evitar erros. Table Rows Management: foram adicionadas funcionalidades para o gerenciamento de linhas em tabelas da MIB (inclusão, alteração e exclusão). Module Enhancements: foram adicionadas novas funcionalidades nos Macro templates que permitem manter o histórico de atualização do Módulo, criar novos objetos e tabelas e marcar objetos como inutilizados. O protocolo propriamente dito também sofreu as seguintes alterações: SNMP v3 Authentication: foram introduzidas funcionalidades de autenticação de mensagens, com a conseqüente alteração no formato dos PDU's SNMP. O procedimento de autenticação recomendado é o Digest Authentication Protocol, que adiciona a cada mensagem um código obtido através de uma operação matemática complexa realizada com a informação da mensagem e que garante a autenticidade da fonte e dos dados recebidos. New Operations: foram introduzidas 2 novos comandos no protocolo: Inform Request, para permitir a troca de informações entre 2 managers, e Get-bulk Request, para permitir a transferência de grandes quantidades de informação. A versão 3 foi publicada em janeiro de 1998 através das RFC's 2271 a A nova versão foi proposta com base nas duas versões anteriores, introduzindo melhorias e novas funcionalidades de administração e segurança. As principais alterações apresentadas foram: Authentication and Privacy: novos procedimentos de autenticação, para garantir a identidade do originador das mensagens, e de privacidade, para garantir a segurança do conteúdo da mensagem através de criptografia, foram definidos. Authorization and Access Control: novos procedimentos de autorização e controle de acesso, para definir quais dados podem ser acessados e quais operações podem ser realizadas, foram definidos. 15
16 Administrative Framework: novos procedimentos de administração e acesso remoto foram introduzidos com o objetivo de identificar usuários, provedores de serviços e promover o acesso remoto a informações via SNMP. Esta versão procura também promover a introdução das novas funcionalidades considerando ambas as versões anteriores (1 e 2) como forma de aumentar a compatibilidades entre todas as versões. 16
17 SNMP: Considerações Finais O protocolo SNMP foi desenvolvido para oferecer uma solução de infraestrutura para o gerenciamento de redes TCP/IP e, particularmente, da Internet. Como se pode observar, o princípio oferecer um protocolo simples com um conjunto mínimo de informações da rede e de seus dispositivos foi atingido, e tornou o SNMP um padrão bem aceito e utilizado pelo mercado. Entretanto, do ponto de vista dos Sistemas de Gerência de Rede propriamente ditos, a infraestrutura fornecida pelo SNMP não é suficiente para garantir que o sistema tenha funcionalidades e informações que atendam plenamente os adminsitradores de rede. O fornecimento de interfaces gráficas amigáveis, de informações completas e de fácil acesso, e de um conjunto significativo e filtrado de alarmes relevantes em caso de falhas vai além dos objetivos estabelecidos para o SNMP. Entretanto, para os fabricantes e desenvolvedores de produtos e soluções que necessitam prover um gerenciamento de dispositivos de forma remota através de uma rede dedicada ou corporativa certamente o SNMP é uma solução interessante e que tem flexibilidade suficiente para atender a todas as necessidades de gerenciamento de forma simplificada. Mas, como é apenas uma peça nesse intrincado mundo do Gerenciamento de Redes, outras peças adicionais devem ser consideradas para que a solução como um todo possa atender os requisitos globais desses sistemas. Referências IETF The Internet Engineering Task Force, órgão responsável pelo desenvolvimento de padronização para a Internet (RFC). 17
18 Principais Recomendações IETF para o SNMP (atualizado em 08/06/2009) Recom. Título RFC1155 Structure and identification of management information for TCP/IP-based internets RFC1157 Simple Network Management Protocol (SNMP) RFC1212 Concise MIB definitions RFC1213 Management Information Base for Network Management of TCP/IP-based internets:mib-ii RFC2578 Structure of Management Information for version 2 of the Simple Network Management Protocol (SNMPv2) (substituiu a RFC1902 e a RFC1442) RFC2579 Textual Conventions for version 2 of the Simple Network Management Protocol (SNMPv2) (substituiu a RFC1903 e a RFC1443) RFC2580 Conformance Statements for version 2 of the Simple Network Management Protocol (SNMPv2) (substituiu a RFC1904 e a RFC1444) RFC3416 Protocol Operations for version 2 of the Simple Network Management Protocol (SNMPv2) (substituiu a RFC1905 e a RFC1448) RFC3417 Transport Mappings for version 2 of the Simple Network Management Protocol (SNMPv2) (substituiu a RFC1906 e a RFC1449) RFC3418 Management Information Base for version 2 of the Simple Network Management Protocol (SNMPv2) (substituiu a RFC1907 e a RFC1450) RFC3584 Coexistence between version 1, Version 2, and Version 3 of the Internet-standard Network Management Framework (substituiu a RFC2576, a RFC1908 e a RFC1452) RFC2571 An Architecture for Describing SNMP Management Frameworks (substituiu a RFC2271) RFC3412 Message Processing and Dispatching for the Simple Network Management Protocol (SNMP) (substituiu a RFC2572 e a RFC2272) RFC3413 SNMPv3 Applications (substituiu a RFC2573 e a RFC2273) RFC3414 User-based Security Model (USM) for version 3 of the Simple Network Management Protocol (SNMPv3) (substituiu a RFC2574 e a RFC2274) RFC3415 View-based Access Control Model (VACM) for the Simple Network Management Protocol (SNMP) (substituiu a RFC2575 e a RFC2275) Outras recomendações sobre o SNMP podem ser encontradas no site do IETF. 18
19 SNMP: Teste seu Entendimento 1. Num sistema de gerencia de rede quais são os elementos que utilizam o protocolo SNMP? Aplicação e Manager. Aplicação e Agent. Aplicação e Administrador da Rede. Mananger e Agent. 2. Num dispositivo de rede compatível com o protocolo SNMP, qual é a estrutura de informações utilizada? Management Information Base (MIB). Management Database. Client-Server Database. Relational Database. 3. Quais comandos do protocolo SNMP são utilizados pelo Manager para obter informações de um dispositivo de rede? Set Request e Trap. Get Response e Inform Request. Get Request e Get-next Request. Get-bulk Request e Trap. 19
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