UTILIZAÇÃO DO LÚDICO PARA FACILITAR A APRENDIZAGEM DOS ALUNOS
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- Tiago Martins Lagos
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1 UTILIZAÇÃO DO LÚDICO PARA FACILITAR A APRENDIZAGEM DOS ALUNOS Carmelinda Ignez Cocco Mariani 1 Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional, Associação Educacional Frei Nivaldo Liebel, Xaxim, RS. Viviana Cocco Mariani - viviana.mariani@pucpr.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho, CEP: Curitiba, PR. Resumo. A evolução dos tempos tem provocado no homem um acúmulo de tensão cada vez maior e um afastamento das tarefas simples da vida como conversar à sombra de uma árvore ou caminhar pelo simples prazer de fazê-lo. A agitação, as exigências levaram o homem a alterar as suas prioridades em termos de necessidades básicas. Na vida moderna, os relacionamentos ocorrem com muita velocidade e as necessidades a serem satisfeitas são numerosas, não sobrando muitas vezes tempo para atividades de prazer, embora a prática de atividades de lazer seja de fundamental importância para o desenvolvimento sadio do ser humano. Conhecimentos podem ser aprendidos através de jogos, brincadeiras, melhor do que através da memorização, fórmula tradicional de ensino. Cada faixa etária tem aptidões limitadas, sendo necessário direcionar as atividades de lazer de acordo com os objetivos ou fins propostos. Teorias têm sido escritas com o fim de convencer quem detém o poder decisório da necessidade de oportunizar aos indivíduos de todas as faixas etárias a prática de atividades lúdicas, senão pelo prazer, ao menos como terapia contra o stress e a tensão. Acredita-se que as atividades lúdicas estimulem a imaginação infantil, socializem, ajudando no processo de interação grupal; facilitando o processo da construção do conhecimento. Logo, o objetivo principal deste trabalho é identificar como podemos utilizar o lúdico para facilitar a aprendizagem dos alunos. Palavras-chave. lúdico, aprendizagem, educação. 1. INTRODUÇÃO Apesar de muito estudo e discussão sobre a educação brasileira, o fracasso escolar impõe-se de forma alarmante e persistente em nossas estatísticas, mostrando que o sistema ampliou o número de vagas, mas não desenvolveu uma política que o tornasse eficiente na garantia do bom desempenho no processo de aprendizagem, possibilitando aos aprendizes o acesso à cidadania. A escola, que deveria ser local de desenvolvimento das 1 Aluna do curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional
2 1505 potencialidades de todos os indivíduos, torna-se, para muitos, palco de fracasso ou de desenvolvimento insatisfatório e precário. É preciso melhorar a qualidade do que se ensina; do que se aprende e de como se aprende. Essa situação só poderá ser enfrentada, se o processo de aprendizagem for analisado sob uma perspectiva que considere, não só o contexto social em que esta prática se dá, mas simultaneamente com a visão global da pessoa que aprende e de suas dificuldades nesse processo. Para que a aprendizagem ocorra, faz-se necessário que durante o ato de aprender, aspectos como o cognitivo, afetivo, corporal e social estejam presentes e em articulação. A aprendizagem deve realizar-se em estruturações conjuntas, envolvendo professor e alunos num processo onde reflexões, pessoais e inter pessoais, são primordiais. Isso porque o sujeito para aprender realiza ações sobre o objeto de conhecimento e interação com o outro. O aluno construirá o seu conhecimento a seu modo, de acordo com sua modalidade de aprendizagem. Nossa tarefa é ajudar o aluno a educar-se e, para isso, precisamos ter nossa atenção, nossas expectativas, nossa mente voltada em direção ao futuro. Nossos alunos viverão a grande aventura do amanhã, do desconhecido e, em razão disso deverão estar aptos: física, intelectual, emocional e espiritualmente. Devemos ser capazes de eleger os conceitos considerados fundamentais para a vida, crer em novas metodologias, ter coragem de sermos criativos, críticos, gostar do que fazemos. Gostar de sermos educadores com os pés fincados na realidade brasileira, embora dura e difícil é a nossa realidade. Hoje, devemos criar, organizar situações-problema, problematizar situações de aprendizagem, para que o aluno possa aprender. A escola, sendo o local onde os saberes devem ser trocados entre os sujeitos tem um papel a exercer: cuidar para que o aprender seja uma conquista prazerosa e que o jogo possa ser utilizado nas mais diferentes situações. Os jogos nos levam para fora da nossa realidade, mas, ao mesmo tempo, nos comprometem com a liberdade criadora. Para a criança brincar é algo muito sério, ela é capaz de criar e recriar; conhece brincadeiras que a ajudam a desenvolver suas capacidades afetiva, motora e cognitiva. Mas muitas vezes a escola lhe tira o direito de continuar
3 1506 brincando, e, de aprender com prazer; obrigando-a a calar-se, a parar de exercitar a sua criatividade. E aprender passa a ser uma tarefa penosa. Acima de tudo devemos facilitar o aprender brincando e para isto apresenta-se o seguinte problema: Como podemos utilizar o lúdico para facilitar a aprendizagem dos alunos? A Psicopedagogia precisa estar preparada para interagir nas mais diferentes áreas que irão se configurar hoje. É preciso pensar na aprendizagem integral do sujeito em sua inteligência e sensibilidade, no sentido ético e na responsabilidade pessoal, no pensamento autônomo e crítico, na espiritualidade e iniciativa. É preciso pensar em como alcançar e dinamizar a potencialidade do ser humano; buscando sem medo o conhecimento. Queremos com este projeto trilhar caminhos mais saudáveis, através do que certamente faremos nossas contribuições para um mundo melhor. Através de atividades lúdicas o indivíduo aprende a competir, cooperar, respeitar as regras e conviver como ser social. Quando a criança brinca ou joga com seus companheiros ela não está simplesmente brincando ou se divertindo; está desenvolvendo inúmeras funções cognitivas e sociais, e compete ao professor organizar estas atividades de forma que estas potencialidades sejam desenvolvidas. Com estes desafios, acreditamos que o lúdico proporciona na criança um desenvolvimento mais espontâneo e criativo, será um aliado na educação, favorecendo a formação da personalidade, do cognitivo, do afetivo, do social, gerando benefícios didáticos, onde conteúdos marcantes serão transformados em atividades interessantes, envolventes que ajudarão o aluno a elaborar de maneira dinâmica o conhecimento. O lúdico faz com que a criança reproduza e recrie o meio que a cerca. A criança que brinca e investiga seu mundo está em contínua mudança, incluindo intercâmbios permanentes entre a fantasia e a realidade. A essência do brincar não é um fazer como se, mas um fazer sempre de novo, transformação da experiência mais comovente em hábito. (Benjamin, 1984, p. 96).
4 1507 Toda atividade desenvolvida em sala de aula deveria ser tão prazerosa como as brincadeiras. A educação na infância deveria levar em consideração a criança e sua alegria natural. Froebel ( ), salientou a importância dos brinquedos, jogos, ocupações que exigissem manipulação e construção como essenciais à educação. O grande educador faz do jogo uma arte, um admirável instrumento para promover a educação para crianças. (Almeide, 1994, p.18). Constata-se que brincar é uma atividade que engloba praticamente toda a vida da criança. O objetivo geral deste trabalho é Identificar como podemos utilizar o lúdico para facilitar a aprendizagem dos alunos, e entre os objetivos específicos estão: Compreender os estudos feitos sobre ludicidade e sua importância para uma educação de qualidade; Vivenciar as atividades lúdicas para facilitar a aprendizagem dos alunos. 2. PSICOPEDAGOGIA A psicopedagogia é um campo do conhecimento que, como o próprio nome sugere, implica uma integração entre a psicologia e a pedagogia tendo como objeto de estudo o processo de aprendizagem visto como estrutural, construtivo e interacional, integrando nele os aspectos cognitivos, afetivos e sociais do ser humano. A psicopedagogia tem, então como objetivo, facilitar esse processo de aprendizagem removendo os obstáculos que impedem que ele se faça. Podemos então identificá-la com o processo de construção do conhecimento por que, em primeiro lugar, ambos se opõem à concepção de aprendizagem como produto que reduz o fenômeno aprender a um saber realizar, a um saber fazer. O processo de construção do conhecimento se dá entre o psicopedagogo e o ser em processo de construção do conhecimento. Segundo Fagali (1998), a psicopedagogia nasceu rompendo com a visão reducionista, diante dos problemas de aprendizagem. Neste sentido, já nas suas origens, a psicopedagogia procurou compreender mais profundamente como ocorre este processo de aprender, numa abordagem mais integrada que não exclui nem um dos fatores, sejam psicológicos, pedagógicos, sócioculturais e biológicos. E assim foi tomando forma, e se estruturando gradativamente, diante dos problemas de aprendizagem.
5 1508 Esse espaço psicopedagógico foi se definindo como uma visão articulada do todo, no que se refere aos aspectos afetivo-cognitivo-biológicoculturais, presentes no processo de aprendizagem. A psicopedagogia como área interdisciplinar de conhecimento e de atuação prática pode posicionar-se frente à emergência de uma nova forma de enfrentamento da realidade, de integração e articulação dos diferentes tipos de conjunto de conhecimento disponíveis sobre o ensinar e o aprender. Preocupase com a educação para o terceiro milênio pela qual o aprender significa a integração entre o conhecer, o fazer, o conviver e o ser. Precisa estar preparada para interagir nas mais diferentes áreas que irão se configurar hoje. É preciso pensar na aprendizagem integral do sujeito em sua inteligência e sensibilidade, no sentido ético e na responsabilidade pessoal, no pensamento autônomo e crítico, na criatividade, na espiritualidade e iniciativa. É preciso pensar em como alcançar e dinamizar a potencialidade do ser humano; buscando, sem medo ou preconceito, o entrelaçamento de conhecimentos. Assim começaremos a trilhar caminhos mais saudáveis que contribuirão para um mundo melhor. 3. O LÚDICO E A PSICOPEDAGOGIA O brincar possibilita a transição entre os mundos interno e externo, construindo a subjetividade. Essa área intermediária de experiência, constitui parte maior da experiência do bebê e, através da vida é conservada na experimentação intensa que diz respeito às artes, à religião, ao viver imaginativo e ao trabalho científico criador. Nesse espaço de transição criança/outro-meio, dá-se a aprendizagem, por essa razão, o processo lúdico é fundamental no trabalho psicopedagógico. Segundo Weiss (2000), ao se abrir um espaço de brincar durante o diagnóstico, já se está possibilitando um movimento em direção da saúde, da cura, pois brincar é universal e saudável. A sessão lúdica diagnóstica distingue-se da terapêutica porque nessa o processo de brincar ocorre espontaneamente, enquanto que na diagnóstica há limites mais definidos. Podendo ser feitas intervenções provocadoras e limitadoras para observar a reação da criança: se aceita ou não as propostas,
6 1509 se revela como quer ou pode brincar naquela situação, como resiste às frustrações, como elabora desafios e mudanças propostas na situação. Winnicott (1975, p. 95) coloca que: É no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o seu self Parafraseando Weiss, Assim todo profissional que trabalha com crianças sente que é indispensável haver um espaço e tempo para a criança brincar e assim melhor se comunicar, se revelar (2000, p. 35). 3. METODOLOGIA O método dialético consegue retratar as mudanças pelas quais passam os seres humanos e o meio que os rodeia. Este método relaciona-se às ciências sociais que estuda o ser humano; nada é analisado na qualidade de objeto fixo, mas em movimento: nenhuma coisa está acabada. A dialética procura estudar e entender o fenômeno daquele momento, pois o comportamento de hoje será diferente amanhã em qualquer ser humano. Tudo o que acontece não está isolado mas unido na natureza e também na sociedade, pois tudo está interligado. Todas as coisas dependem umas das outras e, por isso, condicionam-se entre si. Acreditamos que a dialética é a metodologia que mais respeita a identidade do real, pois é possível existir tantas dialéticas quantas forem os fenômenos em estudo, permitindo reflexões sobre os acontecimentos que servem para estudos que vão se transformando lentamente. Este método já utilizado na Antiguidade por Platão como arte do diálogo, evoluiu e na Idade Média passou a significar a lógica. Hoje numa concepção moderna de dialética segundo o filósofo Hegel, a lógica e a história da humanidade seguem uma trajetória dialética, nas quais as contradições se transcendem, dão origem a novas contradições que passam a requerer solução. A metodologia dialética oferece uma interpretação dinâmica e total da realidade, pois estabelece que os fatos sociais não podem ser entendidos
7 1510 isoladamente, por isso distingue-se claramente das demais metodologias. É a tentativa de explicar o real na sua dinamicidade. Lidamos com um mundo que não é estático, a nossa vida sempre é marcada por mudanças que transformam o homem a cada instante, a cada dia que passa não somos mais os mesmos. A metodologia dialética não foi muito explorada durante a Idade Média e Moderna, porque na época não interessavam as idéias que favoreciam mudanças. Era importante entender o fenômeno daquele momento. É grande a diversidade de métodos sendo que vários deles são aplicáveis às ciências sociais; cada um vincula-se a uma corrente filosófica que se propõem a explicar como se processa o conhecimento da realidade. A escolha deste ou daquele método depende de muitos fatores principalmente do objeto que se pretende pesquisar. Segundo Gil (1999), a pesquisa social pode ser definida como o processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico e seu objetivo é descobrir respostas para os problemas. Portanto, pesquisa social é o processo que utiliza a metodologia científica para a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade social. Nesse tipo de pesquisa, é importante identificar o tipo de tratamento metodológico que será usado para cada tema. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante a realização do presente trabalho notamos que é ampla a literatura nacional e internacional destacando a importância da introdução da vivência lúdica no contexto educacional, mostrando assim a pertinência da adequação da experiência de brincar dentro de diferentes espaços educativos. Estudos sobre a qualidade da educação, principalmente na infância, têm enfatizado a necessidade de programas de capacitação de docentes tendo como alvo, a introdução de atividades lúdicas, conscientizando-os do papel fundamental dessa atividade para o efetivo desenvolvimento humano, capacitando-os, assim, para propiciar tanto educação quanto saúde mental. Logo, após a pesquisa sobre a utilização do lúdico e as suas possíveis contribuições para o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos conclui-se
8 1511 que a utilização do lúdico é pertinente e pode ser utilizada para facilitar a aprendizagem. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola DEMO, Pedro. Metodologia Científica em Ciências Sociais. FAGALI, Elisa Quadros. Por que e Como Psicopedagogia Institucional. Revista Psicopedagogia. São Paulo, N. 17(46). GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5.ed. São Paulo: Atlas S. A GUEDES, Enildo Marinho. Curso de Metodologia Científica. Curitiba: HD Livros, SILVA, Maria Cecília Almeida. Psicologia em busca de uma Fundamentação Teórica. Nova Fronteira, WEISS, Maria Lúcia L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica. Porto Alegre: Artes Médicas, WINNICOT, Donald. O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
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