A FAMÍLIA MALVACEAE sensu lato EM UMA ÁREA DO AGRESTE PARAIBANO, NORDESTE DO BRASIL 1

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1 1 A FAMÍLIA MALVACEAE sensu lato EM UMA ÁREA DO AGRESTE PARAIBANO, NORDESTE DO BRASIL 1 Isabelle Medeiros Alves 2, Ivan C. Dantas 3 ; José Iranildo M. de Melo; Delcio de Castro Felismino. RESUMO - De acordo com o Sistema APG II (Angiosperm Phylogeny Group) (2003), a família Malvaceae sensu lato engloba os representantes das famílias Bombacaceae, Tiliaceae, Sterculiaceae e Malvaceae sensu stricto. Esta família apresenta uma grande relevância referente às questões econômicas, que vão desde ornamentais até alimentícios. Neste trabalho, objetivou-se o levantamento florístico-taxonômico dessa família no Sítio Imbaúba, localizado no município de Lagoa Seca, Paraíba, levando em consideração gênero e espécie. A área de estudo é localizada na Mesorregião do Agreste Paraibano, apresentando clima tropical úmido e formações florestais que vão desde ervas a árvores. Os caracteres morfológicos utilizados para a identificação da espécie foram baseados nos tipos de hábitos, de tricomas e de inflorescências, presença de nectários, números de verticilos e estames, forma do fruto e da semente, além das características e números dos mericarpos. Foram encontradas 15 espécies distribuídos em nove gêneros (Malvastrum, Sidastrum, Sida, Herissantia, Urena, Wissadula, Melochia, Waltheria e Triumfetta), destacando-se o gênero Sida o mais representativo com cinco espécies, seguido dos gêneros Sidastrum e Herissantia, ambos com duas espécies. São apresentadas chaves para identificação das espécies, descrições, ilustrações, além de comentários sobre a taxonomia, fenologia e distribuição geográfica de cada espécie. Esse trabalho vem corroborar para o conhecimento dos espécimes em relação aos aspectos morfológicos, taxonômicos, geográficos e ecológicos, visto que, servirá de fonte para a realização de futuros estudos florísticos-taxonômicos. Unitermos: Florística. Malvaceae sensu lato. APG II. Chave de identificação. MALVACEAE FAMILY sensu lato in an area of Agreste in Paraíba, NORTHEAST BRAZIL ABSTRACT - According to the APG II System (Angiosperm Phylogeny Group) (2003), the Malvaceae family sensu lato is composed by the families Bombacaceae, Tiliaceae, Sterculiaceae and Malvaceae sensu stricto. This family presents a hight economic potencial, like ornamentals, even medicinals and foods. This study aimed to do a floristic-taxonomic survey of this family in Sítio Imbaúba, located in Lagoa Seca town, Paraíba, considering gender and species. The study area is located in an area of the Agreste Paraibano, presenting humid tropical climate and forests formations from herbs to trees. The morphological characters used to the identification of the specimens were based on kinds of habits, trichomes and inflorescence, nectarines of presence, number of whorls and stamens, fruit and seed forms, beyond characteristics and numbers of the mericarps. Were founded 15 species distributed in nine genders (Malvastrum, Sidastrum, Sida, Herissantia, Urena, Wissadula, Melochia, Waltheria and Triumfetta), highlighting the gender Sida, the most representative with five species, followed by the genders Sidastrum and Herissantia, both with two species. Keys are presented for identification of the species, descriptions, illustrations, beyond comments about taxonomy, fenology and geographic distribution of each species. This study corroborates to the knowledge of specimens for the morphological, taxonomics, geographicals and ecological aspects, that will serve as a source for the realization of future floristic-taxonomic studies. 1 Monografia apresentada pela primeira autora na conclusão do curso de grau de Bacharel/Licenciado em Biologia; 2 Bióloga,, Campina Grande, ParaibaBrasil, sabelle_menkinha@hotmail.com; Professor UEPB/CCBS, Campina Grande, ParaibaBrasil, ivancd@gmail.com; Professor UEPB/CCBS, delciofelismino@gmail.com; Professor UEPB/CCBS, tournefort@gmail.com

2 2 Uniterms: Floristc. Malvaceae sensu lato. APG II. Key descriptions. INTRODUÇÃO Malvaceae sensu stricto (s.str.) pertence à ordem Malvales (sensu Cronquist 1988), um grupo monofilético chamado de core Malvales, juntamente com outras três famílias estreitamente relacionadas, Bombacaceae, Sterculiaceae e Tiliaceae. Entretanto esta composição sempre foi alvo de conflitos de circunscrição entre vários autores (Fryxell, 2007). De acordo com Hutchinson (1926) as Malvales foram restrita, apenas à família Malvaceae s.str. e inclui Sterculiaceae, Bombacaceae e Tiliaceae na Ordem Tiliales, diferenciando as duas ordens pelos tipos de hábito e número de tecas das anteras. A partir de estudos baseados em dados moleculares, associados com dados morfológicos, anatômicos e biogeográficos, não corroboram com a subdivisão da Ordem Malvales sensu Cronquist (1988), apresentando Bombacaceae, Sterculiaceae e Tiliaceae como grupos parafiléticos, sendo apenas Malvaceae s.str. um grupo monofilético (Judd e Manchester, 1998; Judd et al., 1999; Bayer et al., 1999). Com base nesses resultados, a inclusão das Bombacaceae, Tiliaceae e Sterculiaceae, nas Malvaceae expandida, ou sensu lato (s.l.), foram sugerida no trabalho de Bayer et al. (1999), e também pelo APG I (Angiosperm Phylogeny Group) (1998), APG II (2003) e APG III (2009), mantendo cada uma a nível de subfamília. Malvaceae s.l. é representada por aproximadamente 250 gêneros e 4200 espécies distribuídas em regiões temperadas. No Brasil ocorrem cerca de 73 gêneros e 375 espécies (Souza e Lorenzi, 2008). De acordo com o conceito atualmente aceito para Malvaceae, esta família engloba nove subfamílias: Grewioideae Hochr. (incluindo a grande maioria dos gêneros da família Tiliaceae), Tilioideae Arn. (apenas um único gênero Tilia da família Tiliaceae), Brownlowioideae Burret (alguns gêneros da família Tiliaceae), Bombacoideae Burnett (família Bombacaceae), Malvoideae Burnett (família Malvaceae s.str.), Byttnerioideae Burnett (maioria dos gêneros da família Sterculiaceae), Helicterioideae (Schott e Endl.) Meisn. (família Sterculiaceae (tribo Helictereae) e Bombacaceae (tribo Durioneae), Sterculioideae Burnett (apresenta alguns gêneros da família Sterculiaceae) e Dombeyoideae Beilschm (composta por outros gêneros da família Sterculiaceae) (Bayer et al., 1999). Malvaceae s.l. apresenta tecidos nectaríferos constituídos de tricomas glandulares situado internamente na base do cálice ou menos comumente nas pétalas ou no androginóforo (Judd e Manchester, 1998; Judd et al., 1999; Bayer et al., 1999; Vogel, 2000). Esses tecidos são especializados em secretar néctar, os quais são constituídos pela mistura de monossacarídeos, proteínas, aminoácidos e outros compostos moleculares (Fahn, 1979a, 1979b, 1988; Elías, 1983; Bernardello, 2007). No Brasil, os principais trabalhos sobre a família foram elaborados por Alves et al. (2009), que inventariou a família Malvaceae s.l. na Flora de Mirandiba, em Pernambuco, encontrando 11 gêneros em 24 espécies; Bovini (2010) estudou a família Malvaceae s.str. no Estado do Rio de Janeiro, registrando 13 espécies pertencentes a seis gêneros; Esteves e Krapovickas (2009) contribuiu com o levantamento da família na Flora Grão-Mogol, Minas Gerais, reconhecendo 17 espécies em seis gêneros; Sobrinho (2006) monografou o gênero Pseudobombax para a Bahia, reconhecendo nove espécies; Duarte (2006) realizou o estudo taxonômico da família Bombacaceae no Estado de São Paulo onde foram encontrados 14 espécies e seis gêneros; Cruz (2007) estudou a taxonomia da família Sterculiaceae encontrada em São Paulo, registrando sete gêneros e 28 espécies; Azevedo e Valente (2005) descreveram seis espécies registradas em quatro gêneros pertencentes a família Tiliaceae na mata de encostas do Jardim Botânico e arredores do Rio de Janeiro. Considerando os aspectos supramencionados associados ao amplo espectro de distribuição geográfica observado em várias espécies de Malvaceae s.l., além da escassez de estudos na área,

3 3 este trabalho objetivou inventariar esta família no Sítio Imbaúba, localizado no município de Lagoa Seca, Paraíba. METODOLOGIA Caracterização da Área de Estudo O Sítio Imbaúba possui 10 hectares e está localizado no espaço urbano do município de Lagoa Seca, Mesorregião do Agreste Paraibano, distando 109,4 Km da capital e estendendo-se sob as coordenadas 7º S e 35º W. O clima, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Aw i (clima tropical úmido, com estação seca durante a primavera ao início do verão). Apresentando altitude média de 634 m. Sua temperatura varia entre 22 a 26ºC durante o ano todo e as precipitações pluviais atingem uma média anual de 990 mm. A vegetação nativa da área é constituída por florestas subcaducifolia e caducifólica, próprias das áreas agrestes, com formações florestais que incluem desde ervas a árvores, predominando baixa densidade (Beltrão et al., 2005). Estudo de campo As coletas foram realizadas no período de Outubro de 2010 a Abril de 2011, sendo o material coletado e prensado em campo. Paralelamente foram realizadas observações in situ e registradas por meio de fotografias (câmera digital) as plantas em seu ambiente natural. Na caderneta de campo foram registrados dados considerados relevantes para a identificação dos espécimes, incluindo a altura total estimada para os indivíduos amostrados, além de época de floração e frutificação e outros, quando pertinentes. Após a realização de cada coleta, os espécimes foram herborizados a partir das técnicas convencionais em taxonomia vegetal (Fidalgo e Bononi, 1989), sendo as plantas acondicionadas em papel jornal e, em seguida, prensadas entre folhas de papelão, estas alternadas por folhas de jornais. Em seguida, os vegetais foram conduzidos para secagem em estufa a 60-70ºC no Laboratório de Botânica do Departamento de Biologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Campus I, por um período compreendido entre 72 a 96 horas. Procedimento no laboratório A identificação dos gêneros e espécies foi feita no Laboratório de Botânica da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), através de literatura especializada (APG III, 2009; Azevedo e Valente, 2005; Bayer et al., 1999; Barroso et al., 2006; Bovini, 2010; Bocage e Sales, 2002; Cristóbal et al., 1995; Cruz, 2007; Door, 2006; Duarte, 2006; Filho et al., 1972; Gibbs e Semir, 2003; Krapovickas, 2010; Robyns, 1964; Ródon, 2009; Taia, 2009; Vicentini e Silva, 1999), auxilio de especialistas em taxonomia vegetal e da análise das exsicatas depositadas no Herbário Arruda Câmara (ACAM) da UEPB. O sistema de classificação adotado foi APG II (2003), no qual as famílias Malvaceae s.str., Bombacaceae, Sterculiaceae e Tiliaceae pertencem à família Malvaceae s.l. Elaboração das pranchas A confecção das pranchas deu-se a partir da utilização de microscópio estereoscópio e caneta nanquim. Os critérios de escolha das espécies a serem ilustradas basearam-se nas principais estruturas diagnósticas bem como nas poucas ilustrações presente, para algumas delas e na literatura especializada. Elaboração das chaves dicotômicas A elaboração da chave dicotômica baseou-se nos principais caracteres morfológicos de cada espécie. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4 4 O presente estudo registra 15 espécies distribuída em nove gêneros: Herissantia (H. crispa L. Brizicky, H. tiubae (K. Schum.) Brizicky), Malvastrum (M. coromandelianum L. Garcke), Sidastrum (S. micranthum (A. St. -Hil.) Fryxell.; S. paniculatum (L.) Fryxell.), Sida (S. acuta Burm., S. ciliaris L., S. cordifolia L., S. santaremensis Monteiro, S. spinosa H.), Urena (U. lobata L.), Wissadula (W. amplissima (L.)), Melochia (M. pyramidata L.), Waltheria (W. indica L.) e Triumfetta (T. semitriloba Jacq.). Malvaceae Juss., Gen. Pl.: sensu lato (cf. Bayer et al., 1999; JUDD e Manchester, 1998). Ervas até árvores; ramos cilíndricos a subcilíndricos, raramente aplanados, pubescentes, vilosos, hirsutos, tomentosos ou glabros, tricomas simples ouestrelados; folhas alternas, simples ou compostas, com estípulas, margem inteira ou serreada, com nervuras secundárias geralmente atingindo os dentes da folha; inflorescência cimosa ou racemosa, frequentemente reduzida a uma única flor; flores geralmente viscosas, bissexuadas ou raramente unissexuadas, actinomorfas, geralmente diclamídeas, ocasionalmente com androginóforo; brácteas frequentemente formando um verticilo logo abaixo do cálice (calículo ou epicálice); cálice (3)-5-mero, gamossépalo ou raramente dialissépalo, prefloração valvar; corola (3)-5-mera, geralmente dialipétala, prefloração imbricada; estames em número igual ao das pétalas ou numerosos, livres ou unidos em feixes ou em tubo, anteras geralmente rimosas; ovário súpero, (1)-2-3-pluricarpelar (1)-2-3-plurilocular placentação axial, geralmente pluriovulado; fruto baga, cápsula, esquizocarpo, sâmara ou drupa; sementes glabras ou pilosas. Chave para identificação das espécies de Malvaceae sensu lato 1. Folhas alternas e espiraladas Folhas alternas e opostas Inflorescências solitárias Inflorescências cimeiras Estames-30; tricomas estrelados...herissantia crispa 3. Estames-25; tricomas simples...herissantia tiubae 4. Flores diclamídeas; lóculos-5...sidastrum micranthum 4. Flores triclamídeas; lóculos 10 a 14...Malvastrum coromandelianum 5. Flores diclamídeas; sem nectário extrafloral na base da nervura central da folha Flores triclamídeas; nectário oval sobre a nervura central da folha... Urena lobata 6. Estames Estames-10 ou mais Lóculos-5; óvulo-1 por lóculo; fruto piramidal...melochia pyramidata 7. Lóculo-1; óvulos-2 por lóculo; fruto ovóide...waltheria indica 8. Estames-10; flores rosas com nervuras roxas...sida ciliaris 8. Estames-10 ou mais; flores de outras cores Flores solitárias Flores em inflorescências Inflorescências paniculiformes... Sidastrum paniculatum 10. Inflorescências cimosas...triumfetta semitriloba 11. Margem inteira...wissadula amplissima 11. Margem nunca inteira Lóculos 5 a Lóculos 10 a Lóculos -5...Sida spinosa 13. Lóculos 7 a 8...Sida acuta

5 5 14. Lâmina foliar velutina; base ligeiramente cordata...sida cordifolia 14. Lâmina foliar pubescente; base obtusa...sida santaremensis DESCRIÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS E DAS ESPÉCIES Subfamília Malvoideae Burnett, Bot.: 816, 1094, Ervas até árvores; folhas simples, inteiras ou lobadas; flores bissexuadas (raramente unissexuadas), geralmente solitárias ou em inflorescências terminais ou axilares, triclamídeas; cálice com 5 sépalas, gamossépalo; corola com 5 pétalas, dialípétala, unida na base e adnatas a base do tubo estaminal; ovário súpero, com 1 numerosos óvulos por lóculo; fruto esquizocárpicos; mericarpos trígonos, múticos, bi ou triaristados; sementes glabras ou pilosas. Herissantia crispa (L.) Brizicky, J. Arnold Arbor. 49: Erva, ca cm alt.; ramos subcilíndricos, velutinos a tomentosos, tricomas estrelados; estípulas ca. 3-5 x 1 mm, filiformes, tricomas iguais aos dos ramos; folhas alterno-espiraladas, simples, pecíolo ca. 0,4-1,5 x 0,1 cm, tomentosos, tricomas estrelados; lâmina foliar ca. 2,8 4 x 2,8 4,2 cm, verde discolor, ovada a cordiforme, base cordada, ápice agudo, margem denteada a crenada, venação reticulada, ambas as faces velutina com tricomas simples a estrelados; inflorescências solitárias, axilares, pedúnculo ca. 3-6 x 0,5 mm, tricomas iguais aos dos ramos; flores diclamídeas, actinomorfas; cálice com 5 sépalas, ca. 3-6 x 2-5 mm, campanulado, prefloração valvar, verde, pubescentes, tricomas simples; corola com 5 pétalas, ca x 3-8 mm, prefloração imbricada, branca; estames 30, filetes parcialmente concrescidos ca. 1-3 x 1 mm, porção livre dos estames ca. 0,5-1 x 0,3 mm, antera ca. 1 x 1 mm, bitecas, deiscência rimosa, dorsifixa; ovário ca. 1 x 1 mm, 10 lóculos, 1 óvulos por lóculo, placentação axial; estilete ca. 3-5 x 3 mm compr., estigma ca. 0,3 x 0,3 mm, discóide; fruto e semente não visualizados. Floração e frutificação: Floresce e frutifica no mês de outubro. Distribuição geográfica: Ampla distribuição, ocorrendo desde os Estados Unidos até a Argentina (Fryxell, 1997). No Brasil distribui-se apenas na Região Nordeste (Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe) (Bovini, 2010); Silva et al. (2008), acrescentou o Estado da Paraíba à distribuição da espécie. Herissantia crispa é facilmente reconhecida por conter 30 estames, ovário com 10 lóculos e estigma discóide. Segundo Ródon (2009) essa espécie pode ainda ser reconhecida por apresentar o fruto inflado, colgante, com sementes sem tricomas. Herissantia tiubae (K.Schum.) Brizicky, 49: Prancha 1, fig. F. Erva, ca cm alt.; ramos subcilíndricos, velutinos a tomentosos, tricomas simples; estípulas ca. 2-3 x 0,5 mm, lanceoladas, tricomas iguais aos dos ramos; folhas alterna-espiraladas, simples, pecíolo ca. 0,3-3,5 x 0,1 cm, pubescentes, tricomas simples; lâmina foliar ca. 3 6,5 x 1 3 cm, verde discolor, crenada, velutina, cordiforme, base cordada, ápice agudo, margem denteada, venação reticulada, face abaxial pubescentes, tricomas estrelados, face adaxial tomentosa com tricomas estrelados; inflorescências solitárias, axilares, pedúnculo ca.1-1,5 x 0,2 cm, tricomas iguais aos dos ramos; flores diclamídeas, actinomorfas; cálice com 5 sépalas, ca. 3-4 x 3-4 mm, campanulado, prefloração valvar, verde, pubescente, tricomas simples; corola com 5 pétalas, ca. 4-8 x 4-10 mm, prefloração imbricada, bege claro; estames 25, filetes parcialmente concrescidos ca. 2-3 x 1 mm, porção livre dos estames ca. 0,8-1,2 x 0,3 mm, anteras ca. 0,4-0,6 x 0,3-0,6 mm, bitecas, deiscência rimosa, dorsifixas; ovário ca. 1 x 2 mm, lóculos, 1 óvulos por lóculo, placentação axial; estilete ca. 2,3-3 x 1-2 mm, estigmas ca. 0,2 x 0,2 mm, filiformes; fruto esquizocarpo ca. 3-5 x 3-5 mm, ovóide, verde claro com bordas escuras, inflado, pendente, mericarpos; semente-1. ca. 2-3 x 1-2 mm, trígona, castanha, lisa, levemente pilosa. Floração e frutificação: Floresce e frutifica nos meses de abril e outubro.

6 6 Distribuição geográfica: Ocorre desde o México, estendendo-se às Antilhas, alcançando a América do Sul, onde é encontrada apenas na Região do Nordeste do Brasil (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe) (Bovini, 2010). Herissantia tiubae é facilmente reconhecida por conter 25 estames, ovário com lóculos, fruto inflado e pendente, cor verde-claro com bordas escuras, apresentando mericarpos. Segundo Alves et al. (2009), H. crispa assemelha-se a H. tiubae por apresentar mericarpos inflados, mas difere desta por conter tricomas simples nos ramos e estrelados nos mericarpos. Malvastrum coromandelianum (L.) Garcke. Bonplandia 5: Subarbusto, ca. 0,6 1,5 m de alt.; ramos subcilíndricos, pubescentes, tricomas simples e fasciculados; estípulas ca. 3-6,0 x 1,0 mm, lineares a lanceoladas, pubescentes, tricomas simples e fasciculado; folhas alterna-espiraladas, simples, pecíolo ca. 0,6 2,0 x 1,0 cm, tricomas iguais aos dos ramos; lâmina foliar ca. 2,5-6,5 1 3,0 cm, verde, concolor, escabrosa, ovada a lanceolada, base aguda a cuneada, ápice agudo, margem serreada, venação reticulada, ambas as faces tomentosos, tricomas simples e fasciculados; inflorescências do tipo cimeiras, pedúnculo ca. 1-3,0 x 1,0 mm; flores triclamídeas, actinomorfas, pedicelo ca. 2 mm compr., tricomas iguais aos dos ramos; epicálice com 3 bractéolas, ca. 3-5 x 1 mm, livres, tricomas simples; cálice com 5 sépalas, ca. 4-6 x 7 mm, campanulado, prefloração valvar, verde, tricomas iguais aos dos ramos; corola com 5 pétalas, ca. 4-7 x 2-3 mm, prefloração imbricada, amarela, pilosidade na base e bordo; estames 20 ou mais, filetes parcialmente concrescidos ca. 2-3 x 1 mm, formando um tubo glabro, porção livre dos estames ca. 0,3-0,5 x 0,1-0,2 mm, anteras ca. 0,4-0,6 x 0,4-0,5 mm, bitecas, rimosa, dorsifixas; ovário ca. 1 x 2 mm, lóculos, 1 óvulo por lóculo, placentação axial; estilete ca. 1-3 x 0,2 mm, estigmas ca. 0,2 x 0,4 mm, discóide; fruto esquizocarpo ca. 4-8 x 5-8 mm, cilíndrico, marrom; mericarpos, ca mm, comprimidos lateralmente em forma de cunha, 3-aristados, tricomas simples longos entre as aristas; semente-1, ca. 2 x 2 mm, reniformes, castanha, lisa, tricomas estrelados ao redor e tricomas simples na parte superior da semente. Floração e frutificação: Encontra-se florada e frutificada no mês de outubro. Distribuição geográfica: pantropical, ocorrendo principalmente na costa oeste da América do Sul até o nordeste da Argentina (Fryxell, 1988). No Brasil distribui-se nas regiões Norte (Amazonas), Nordeste (Ceará, Pernambuco, Paraíba e Bahia), Centro-Oeste (Goiás), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro) e Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) (Bovini, 2010). Malvastrum coromandelianum pode ser reconhecida, dentre as espécies estudadas, tricomas fasciculados com quatro raios adpressos, exceto no epicálice e no fruto.bem como, há presença do epicálice, ovário com lóculos e carpídio com 3 cornículos. Bovini (2001) relata que esta espécie é composta por três subespécies morfologicamente muito semelhantes entre si (M. coromandelianum (L.) Garcke subsp. coromandelianum, M. coromandelianum subsp. capitatospicatum S.R. Hill e M. coromandelianum subsp. fryxellii S.R. Hill), por apresentarem tricomas simples ou com 2-4 raios bilaterais e carpídios 3-aristados. Sidastrum micranthum (A. St. -Hil.) Fryxell, Brittonia 30 (4): Prancha 1, fig. G. Subarbusto, ca. 1-1,5 m alt.; ramos subcilíndricos, pubescentes a tomentosos, tricomas fasciculados; estípulas ca. 4-7 x 1 mm, filiformes a lanceoladas, tricomas iguais aos dos ramos; folhas alterna-espiraladas, simples, pecíolo ca. 0,5-1,5 x 0,2 cm, tomentoso, tricomas fasciculados; lâmina foliar ca. 3 7 x 1,5 4,5 cm, verde, discolor, velutino, elíptica-ovada, base aguda a cordada, ápice agudo, margem denteada a crenada, venação reticulada, ambas as faces velutina com tricomas fasciculados; inflorescências do tipo cimeiras, racemos curtos, pedúnculo ca. 0,4-1 x 0,1-0,2 cm; flores diclamídeas, actinomorfas, pedicelo ca. 2 mm compr., tricomas iguais aos dos ramos; cálice com 5 sépalas, ca. 0,2-0,7 x 0,2-0,8 mm, cupuliforme, lobado até a região mediana, prefloração

7 7 valvar, verde, tricomas fasciculados; corola com 5 pétalas, ca. 0,3-1 x 0,5-0,8 mm, prefloração imbricada, amarelo-clara; estames 10 17, filetes parcialmente concrescidos ca. 1,5-2 x 1 mm, formando um tubo glabro, porção livre dos estames ca. 0,5-0,8 mm compr., anteras ca. 0,3-0,5 x 0,4 mm, bitecas, deiscência rimosa, dorsifixas; ovário ca. 0,1-0,2 x 0,1 mm, 5 lóculos, 1 óvulo por lóculo, placentação axial; estilete ca. 2-3 mm compr., estigma ca. 0,3 mm compr., discóides; fruto esquizocarpo ca. 3-4 x 4-5 mm, ovado, marrom; 5 mericarpos ca. 3 2 mm, múticos, pubescentes, tricomas fasciculados, trígonos, faces laterais levemente reticuladas; semente-1, ca. 0,2 x 0,2 mm, elíptica a ovada, marrom, lisa, praticamente glabra. Floração e frutificação: Flores e fruto no mês de abril. Distribuição geográfica: restrita ao Neotrópico (Fryxell, 1997). No Brasil ocorre nas regiões Nordeste (Paraíba, Ceará, Bahia), Centro-Oeste (Goiás), Sudeste (Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro) e Sul (Paraná) (Bovini, 2010). É frequentemente encontrada nas Regiões Nordeste e Sudeste (Alves et al., 2009). Sidastrum micranthum é caracterizada pela lâmina foliar elíptica a ovada, inflorescência em racemos contraídos, flores com cálice de base arredondada e corola amarelo-clara, fruto com 5 mericarpos múticos e semente elíptica a ovada. Bovini (2001) relata que provavelmente essa espécie é a única dentro do gênero a apresentar lâminas foliares cordadas. A B C D E F G H I Prancha 1: Fotos de flores dos gêneros Sida, Sidastrum, Herissantia e Melochia. A: Sida acuta. B: Sida santaremensis. C: Sida ciliares. D: Sida cordifolia. E: Sida spinosa. F: Sidastrum micranthum. G: Sidastrum paniculatum. H: Herissantia tiubae. I: Melochia pyramidata. (Fotos: I. M. Alves).

8 8 Sidastrum paniculatum (L.) Fryxell, Brittonia 30(4): Prancha 1, fig. H. Arbusto, ca. 1-3 m alt.; ramos cilíndricos, pubescentes, tricomas estrelados; estípulas ca. 3-6 x 1-2 mm, lanceoladas, tricomas iguais aos dos ramos; folhas alterna-opostas, simples, pecíolo ca. 2-3 x 1 mm, pubescentes, tricomas estrelados; lâmina foliar ca. 2,5 4 x 1 2 cm, verde, ligeiramente discolor, membranácea, elíptica a lanceolada, base aguda, ápice agudo, margem denteada, venação reticulada, ambas as faces pubescentes com tricomas estrelados; inflorescências paniculiformes axilares e terminais, pedúnculo ca x 0,1cm; flores diclamídeas, actinomorfas, pedicelo ca. 1,5-4 x 0,1 mm, tricomas iguais aos dos ramos; cálice com 5 sépalas, ca. 2-4 x 2-5 mm, base arredondada, lobado até a região mediana, prefloração valvar, verde, tricomas estrelados; corola com 5 pétalas, ca. 3-6 x 4-7 mm, prefloração imbricada, roxo; estames 20, filetes parcialmente concrescidos ca. 2-3 x 1-2 mm, formando um tubo pubescente, porção livre dos estames ca. 1,5-2 mm compr., anteras ca. 0,4-0,6 x 0,3-0,5 mm, bitecas, rimosa, dorsifixas; ovário ca. 0,1 x 0,1 mm, 5 lóculos, 1 óvulo por lóculo, placentação axial; estilete ca. 5-7 mm compr., estigma ca. 0,1 mm compr., filiformes; fruto esquizocarpo ca. 4-6 x 4-6 mm, oblongo a subcônico, marrom; 5 mericarpos, ca. 3 2 mm, pubescente, tricomas estrelados, trígonas; semente-1, ca. 1-2 x 1-2 mm, trígono globosa, castanha, lisa, pilosa. Floração e frutificação: Flores e frutos no mês de setembro. Distribuição geográfica: Apresenta distribuição Neotropical (Wagner et al., 1999). No Brasil é encontrada no Nordeste (Paraíba, Bahia), Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul) e Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro) (Bovini, 2010). Sidastrum paniculatum é reconhecida principalmente por apresentar inflorescência em forma de panículas axilares e terminais, multifloras, pela corola de cor roxa, fruto esquizocarpo com 5 carpídeos e sementes de forma trígonas globosas. Fryxell (1992) acrescenta que essa espécie possui a inflorescências em forma de panícula terminal prolífera e com pedicelos capilares. Sida acuta Burm. Fl. Ind Prancha 1, fig. A. Subarbusto, ca. 0,4-1,2 m alt.; ramos cilíndricos, pubescentes a glabrecentes, tricomas estrelados; estípulas ca. 0,4-0,6 x 0,1 mm, filiformes, tricomas iguais aos dos ramos; folhas alternaopostas, simples, pecíolo ca. 0,4-0,7 x 0,1-0,2 mm, pubescente, tricomas estrelados; lâmina foliar ca. 3,5 8 x 0,5-2,5 cm, discolor, papiracea, oblongo-lanceolada, base oblíqua, ápice agudo, margem denteada, venação reticulada, face abaxial glabrescente, com minúsculos tricomas estrelados, face adaxial pubescente com tricomas estrelados; inflorescências axilares, solitárias ou agregadas, pedúnculo ca. 0,3-0,6 x 0,1 mm, tricomas iguais aos dos ramos; flores diclamídeas, actinomorfas; cálice com 5 sépalas, ca. 0,3-0,5 x 0,5-1 cm, campanulado, verde claro, pubescente, tricomas simples e estrelados; corola com 5 pétalas, ca. 4-7 x 4-6 cm, prefloração imbricada, amarela; estames 30, filetes parcialmente concrescidos ca. 0,2-0,3 x 0,1 mm, formando um tubo piloso com tricomas estrelados, porção livre dos estames ca. 0,1 mm compr., anteras ca. 0,3-0,5 x 0,2 mm, bitecas, rimosa, dorsifixas; ovário ca. 0,1-0,2 x 0,1 mm, 7-8 lóculos, 1 óvulo por lóculo, placentação axial; estilete ca. 0,2 mm compr., estigma ca. 0,3 mm compr., discóides; fruto esquizocarpo ca. 4-5 x 4-5 mm, ovóide, marrom, 7-8 mericarpos com sulcos verticais, ca mm, pubescente, tricomas estrelados, carpídios 7-8, 2 aristas, ca. 2-3 mm compr., com poucos tricomas simples; semente-1, ca. 1-2 x 1 mm, trígona-globosa, marrom, lisa, hilo piloso. Floração e frutificação: Floresce e frutifica no mês de outubro. Material coletado: Paraíba. Lagoa Seca: Sítio Imbaúba, nas margens da mata, 30/X/2010, fl. e fr., I. M. Alves, depositada no herbário ACAM sob o número 816. Distribuição geográfica: Encontra-se na América do Norte. No Brasil distribui-se nas regiões Norte (Pará, Tocantins), Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia), Centro-Oeste

9 9 (Goiás), Sudeste (Minas Gerais) e Sul (Santa Catarina) (Bovini, 2010); no entanto Barbosa et al. (2004) acrescentou o Estado da Paraíba à distribuição das espécies. Sida acuta é caracterizada por apresentar face abaxial da folha glabrescente, com minúsculos tricomas estrelados, textura papirácea, fruto esquizocarpo com carpídios 7-8, 2 aristas por carpídios. Bovini (2010) observa que S. acuta é caracterizada, principalmente, pelos ramos aplanados e aristas dos mericarpos com cerca de 2 mm de comprimento. Sida ciliaris L., Syst. Nat. (ed. 10), Editio Decima 2: Prancha 1, fig. C. Erva, ca cm alt.; ramos subcilíndricos, pubescentes, tricomas simples e estrelados; estípulas ca. 2-5 x 1-2 mm, espatulada, tricomas iguais aos dos ramos; folhas alterna-opostas, simples, pecíolo ca. 2-5 x 1 mm, pubescentes, tricomas simples e estrelados; lâmina foliar ca. 0,6 1 x 0,5-0,7 cm, discolor, escabrosa, elíptica a obovada, base oblíqua, ápice agudo, margem denteada, venação reticulada, face abaxial pubescente com tricomas simples e estrelados, face adaxial tomentoso com tricomas simples e estrelados; inflorescências axilares, solitárias, pedúnculo ca. 0,1-0,3 x 0,1 mm, tricomas iguais aos dos ramos; flores diclamídeas, actinomorfas; cálice com 5 sépalas, ca. 0,3-0,5 x 0,5-1 cm, campanulado, verde, tomentoso, tricomas simples e estrelados; corola com 5 pétalas, ca. 0,3-0,8 x 0,2-0,6 cm, prefloração imbricada, rosa com nervuras roxas; estames 10, filetes parcialmente concrescidos ca. 1-2 x 1 mm, formando um tubo piloso com tricomas simples, porção livre dos estames ca. 0,5-1 mm compr., anteras ca. 0,3-0,5 x 0,4-0,5 mm, bitecas, rimosa, dorsifixas; ovário ca. 0,1 x 0,1 mm, 6 lóculos, 1 óvulo por lóculo, placentação axial; estilete ca. 2-4 mm compr., estigma ca. 0,2-0,3 mm compr., discóide; fruto esquizocarpo ca. 3-6 x 4-7 mm, ovóide, marrom, 6 mericarpos com sulcos verticais, ca. 1-2,5 1 mm, pubescentes, tricomas estrelados, carpídios 6, tricomas simples; semente-1, ca. 1-2 x 1 mm, ovalado a elíptico, marrom, lisa, coberto por tricomas estrelados. Floração e frutificação: Floresce e frutifica no mês de outubro. Distribuição geográfica: Apresenta distribuição pantropical (Fryxell, 2007). Amplamente encontrada na América do Sul (Bovini, 2010). Sida ciliaris é reconhecida pelas folhas com escabrosas, pétalas de cor rosa com nervuras roxas, fruto esquizocarpo com 6 mericarpos apresentando sulcos verticais. Segundo Ródon (2009) identifica S. ciliaris possui ramos de tricomas estrelados, lâmina foliar menor que 2 cm de largura e pétalas roxo-salmão. Sida cordifolia L., Sp. Pl. 2: Prancha 1, fig. D. Subarbusto, ca. 0,5-1,5 m alt.; ramos cilíndricos, velutinos, tricomas estrelados; estípulas ca. 0,4-0,6 x 0,1 mm, filiformes, tricomas iguais aos dos ramos; folhas alterna-opostas, simples, pecíolo ca. 2-4 x 0,1 cm, velutino, tricomas estrelados; lâmina foliar ca. 3 7 x 2-5 cm, levemente discolor, velutina, ovada, base ligeiramente cordada, ápice agudo, margem crenada, venação reticulada, ambas as faces velutina com tricomas estrelados; inflorescências axilares, solitárias, às vezes congestas no ápice dos ramos, pedúnculo ca. 5-7 x 1 mm, tricomas iguais aos dos ramos; flores diclamídeas, actinomorfas; cálice com 5 sépalas, ca. 3-5 x 4-6 mm, cupuliforme, nervuras pouco proeminentes, prefloração valvar, verde, pubescente, tricomas estrelados; corola com 5 pétalas, ca. 0,5-0,8 x 0,5-1 cm, prefloração imbricada, amarela a laranja; estames 60, filetes parcialmente concrescidos ca. 0,3-0,5 x 0,2 mm, formando um tubo piloso com tricomas estrelados, porção livre dos estames ca. 0,1-0,3 mm compr., anteras ca. 0,1-0,2 x 0,1 mm, bitecas, deiscência rimosa, dorsifixa; ovário ca. 0,1-0,2 x 0,2 mm, 10 lóculos, 1 óvulo por lóculo, placentação axial; estilete ca. 0,6-1 mm compr., estigma ca. 0,1 mm compr., filiformes; fruto esquizocarpo ca. 2-4 x 3-4 mm, ovóide, marrom, 10 mericarpos com sulcos verticais, ca mm, pubescente, tricomas estrelados, carpídios 10, aristas-2, ca. 2 mm compr., com tricomas retrorsos, faces laterais reticuladas, alvacentas; semente-1, ca. 1-2 x 1 mm, trígona globosa, negra, glabra, pilosa no hilo. Floração e frutificação: Floresce e frutifica nos meses de fevereiro e outubro.

10 10 Distribuição geográfica: Apresenta distribuição pantropical (Fryxell, 1985). No Brasil é encontrada nas regiões Norte (Roraima, Pará, Amazonas, Tocantins, Rondônia), Nordeste (Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe), Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro) e Sul (Paraná) (Bovini, 2010). Sida cordifolia caracteriza-se pelas folhas ovadas de base cordada, mericarpos em número de 10, com duas aristas longas, eretas, divergentes e com tricomas retrorsos. De acordo com Esteves e Krapovickas (2009) S. cordifolia apresenta folha de margem não vinácea e mericarpos com tricomas simples pequenos na porção apical Sida santaremensis Monteiro, Monogr. Malv. Bras. (Sida)1:44, Prancha 1, fig. B. Subarbusto, ca. 0,5-1 m alt.; ramos cilíndricos, pubescentes a tomentosos, tricomas estrelados; estípulas ca. 4-9 x 1 mm, filiformes, tricomas iguais aos dos ramos; folhas alternaopostas, simples, pecíolo ca. 2-5 x 1 cm, pubescente, tricomas estrelados; lâmina foliar ca. 2,5 5 x 1 2 cm, verde, discolor, membranacea, lanceolada a ovada, base obtusa, ápice agudo, margem crenada, venação reticulada, ambas as faces pubescente com tricomas estrelados; inflorescências solitárias, axilares, pedúnculo ca. 3-6 x 1 m, tricomas iguais aos dos ramos; flores diclamídeas, actinomorfas; cálice com 5 sépalas, ca. 4-9 x 3-6 mm, 10 nervuras muito proeminentes, levemente campanulado, prefloração valvar, verde, pubescente, tricomas simples; corola com 5 pétalas, ca. 0,4-0,8 x 0,5-1 mm, prefloração imbricada, amarelo com manchas púrpuras internamente; estames 40, filetes parcialmente concrescidos ca. 2-3 x 1 mm, formando um tubo piloso com tricomas simples, porção livre dos estames ca. 1-1,5 mm compr., anteras ca. 0,4-0,6 x 0,6-0,8 mm, bitecas, rimosa, dorsifixas; ovário ca. 1-1,5 x 1-1,5 mm, lóculos, 1 óvulo por lóculo, placentação axial; estilete ca. 3-4 mm compr., estigma ca. 1-2 mm compr., discóide; fruto esquizocarpo ca. 4-6 x 4-6 mm, ovóide, marrom claro; mericarpos, ca mm, pubescentes, tricomas estrelados, curtamente 2-aristados, faces laterais marginalmente reticuladas; semente-1, ca. 2-3 x 2 mm, trígona-globosa, marrom, lisa, glabra, pêlos ao redor do hilo. Floração e frutificação: Floresce e frutifica durante o mês de outubro. Distribuição geográfica: Segundo Fryxell et al. (1985) S. santaremensis distribui-se na Argentina, Bolívia, Brasil e Flórida (EUA). No Brasil, ocorre nas regiões Norte (Amazonas), Centro-Oeste (Goiás e Mato Grosso do Sul), Sudeste (Rio de Janeiro e Minas Gerais) e Nordeste (Pernambuco e Paraíba) (Bovini, 2010). Sida santaremensis é reconhecida por apresentar cálice campanulado fortemente nervado com manchas púrpuras na face interna, fruto com carpídeos com 2 cornículos curtos e faces laterais marginalmente reticulada. Bovini (2001) acrescenta que, S. santaremensis caracteriza-se por possuir indumento hirsuto nos ramos e lâmina foliar com margem inteiramente crenada. Sida spinosa L. Sp. Pl. 2: , Prancha 1, fig. E. Erva, ca. 0,5-0,8 m alt.; ramos subcilíndricos, pubescentes a glabrecentes, tricomas estrelados; estípulas ca. 2-4 x 0,4-0,6 mm, lanceoladas, tricomas iguais aos dos ramos; folhas alterna-opostas, simples, pecíolo ca. 0,5-1,5 x 0,1 cm, pubescente, tricomas estrelados; lâmina foliar ca. 2 3 x 1 2 cm, verde, discolor, velutina, elíptica-ovada, base aguda a cordada, ápice agudo, margem denteada a crenada, venação reticulada, ambas as faces velutina com tricomas estrelados; inflorescências solitárias, axilares, pedúnculo ca. 5-1,5 x 0,1-0,2 cm, tricomas iguais aos dos ramos; flores diclamídeas, actinomorfas; cálice com 5 sépalas, ca. 4-7 x 4-6 mm, campanulado, 10 nervuras, prefloração valvar, verde, pubescente, tricomas estrelados; corola com 5 pétalas, ca. 0,3-0,6 x 0,7-1 cm, prefloração imbricada, amarelo-pálido a amarelo-escuro; estames 25 27, filetes parcialmente concrescidos ca. 2-4 x 1 mm, formando um tubo piloso com tricomas estrelados, porção livre dos estames ca. 0,8-1 mm compr., anteras ca. 0,4-0,6 x 0,5 mm, bitecas, rimosa, dorsifixas; ovário ca. 1-2 x 2 mm, 5 lóculos, 1 óvulo por lóculo, placentação axial; estilete ca. 2-3

11 11 mm compr., estigma ca. 0,2-0,3 mm compr., discóide; fruto esquizocarpo ca. 3-5 x 4-5 mm, ovóide, marrom; 5 mericarpos ca mm, pubescente, tricomas estrelados, trígonos, faces laterais fortemente reticuladas; semente-1, ca. 2-3 x 2 mm, elíptica, marrom, lisa, tricomas simples no ápice da semente. Floração e frutificação: Floresce e frutifica no mês de abril. Distribuição geográfica: Distribui-se pelas regiões tropicais, no Neotrópico e parte da Ásia Tropical. No Brasil é encontrada nas regiões Nordeste (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia), Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro) e Sul (Santa Catarina, Rio Grande do Sul) (Bovini, 2010). Sida spinosa é bastante distinta pelas 10 nervuras encontradas no cálice, fruto com 5 mericarpos, trígonos e faces laterais fortemente reticuladas. Alves et al., 2009 revela que S. spinosa difere das outras espécies do gênero por apresentar no seu mericarpo deiscência apical. Urena lobata L., Sp. Pl. 2: Prancha 2. Arbusto, ca. 1-2,5 m alt.; ramos cilíndricos, pubescentes, tricomas estrelados; estípulas ca. 3-5 x 1-2 mm, lanceoladas, tricomas iguais aos dos ramos; folhas alterna-opostas, simples, pecíolo ca. 0,6-1,2 x 0,2 cm, pubescente, tricomas estrelados; lâmina foliar ca. 2,5-7 x 2-6,5 cm, discolor, pubescentes a tomentosos, ovada a obovada, trilobada, base obtusa a cordada, ápice obtuso a agudo, margem serreada a crenada, venação reticulada, ambas as faces velutinas tricomas estrelados, presença de um nectário oval sobre a nervura principal próximo à base; inflorescências axilares em glomérulos subsésseis, pedúnculo ca. 0,2-0,3 x 0,1 mm, tricomas iguais aos dos ramos; flores triclamídeas, actinomorfas; calículo com 5 bractéolas, gamofilo, ca. 6-9 x 5-7 mm, levemente tubular, prefloração valvar, verde com extremidades roxas, pubescentes, indumento igual ao dos ramos; cálice com 5 sépalas, ca. 0,5-0,7 x 0,6-0,8 cm, campanulado, prefloração valvar, verde claro com extremidade roxo, pubescente, tricomas estrelados; corola com 5 pétalas, ca. 0,9-1,5 x 1-2 cm, prefloração imbricada, lilás, piloso, tricomas estrelados; estames 30, filetes parcialmente concrescidos ca. 0,2 x 0,2 mm, formando um tubo piloso com tricomas estrelados, porção livre dos estames ca. 0,4-0,5 mm compr., anteras ca. 0,1-0,2 x 0,1-0,3 mm, bitecas, rimosa, dorsifixas; ovário ca. 1-2 x 1-2 mm, 5 lóculos, 1 óvulo por lóculo, placentação axial; estilete ca. 1-2 mm compr., estigma ca. 0,5 mm compr., discóides; fruto cápsula ca. 1-1,5 x 0,6-0,8 mm, globoso, verde, 5 mericarpos com sulcos verticais, ca. 1-2,5 1-2 mm, pubescentes, tricomas estrelados, carpídios 5, face dorsal híspida, com tricomas estrelados e acúleos agudos; semente-1, ca. 1-2 x 1 mm, trígono, castanha, lisa, glabra. Floração e frutificação: Floresce e frutifica no mês de outubro. Material coletado: Paraíba. Lagoa Seca: Sítio Imbaúba, no meio da mata, 28/X/2010, fl. e fr., I. M. ALVES, s/n. Distribuição geográfica: Apresenta distribuição pantropical, sendo amplamente distribuída na América do Sul (Esteves e Krapovickas, 2009). Urena lobata é reconhecida pelas folhas trilobadas, com um nectário sobre a nervura média na face abaxial, fruto com 5 mericarpos aculeados na face dorsal. De acordo com Bovini (2010) a espécie pode ser reconhecida por apresentar lâmina ovada a obovada e o tubo estaminal com filetes quase totalmente concrescidos. Prancha 2 A-J. Urena lobata A: Hábito; B: Folha rebatida; C: Nectário extrafloral na face abaxial da folha; D: Flor; E: Corola evidenciando-se o andróforo; F: Cálice, evidenciandose o gineceu; G: Fruto; H: Mericarpo; I: Acúleo agudo com tricomas fasciculados; J: Semente.

12 12 Wissadula amplissima (L.) R. E. F. Kongl. Svenska Vet. Handl. 43 (4): 48, Arbusto, ca. 1-2 m alt.; ramos cilíndricos, pubescentes, tricomas simples e estrelados; estípulas ca. 0,7-1,3 x 1 mm, lanceoladas, tricomas iguais aos dos ramos; folhas alterna-opostas, simples, pecíolo ca. 0,2-1,2 x 0,1 cm, pubescentes, tricomas estrelados; lâmina foliar ca. 4 7,5 x 3-5 cm, discolor, pubescente a tomentoso, cordata a lanceolada, base obtusa a cordada, ápice agudo, margem inteira, venação reticulada, ambas as faces velutina, tricomas estrelados; inflorescências solitárias, axilares, pedúnculo ca. 3-9 x 0,1 mm, tricomas iguais aos dos ramos; flores diclamídeas, actinomorfas; cálice com 5 sépalas, ca. 0,3-0,5 x 0,3-0,4 cm, campanulado, prefloração valvar, verde, tomentoso, tricomas estrelados; corola com 5 pétalas, ca. 0,5-0,8 x 0,4-0,7 cm, prefloração

13 13 imbricada, amarela, piloso, tricomas simples; estames 23, filetes parcialmente concrescidos ca. 1 x 1 mm, formando um tubo piloso com tricomas estrelados, porção livre dos estames ca. 0,2-0,4 mm compr., anteras ca. 0,4-0,6 x 0,3-0,4 mm, bitecas, rimosa, dorsifixas; ovário ca. 1-2 x 1-2 mm, 5 lóculos, 3 óvulo por lóculo, placentação axial; estilete ca. 3-5 mm compr., estigma ca. 0,2-0,5 mm compr., discóides; fruto esquizocárpico ca. 0,5-1 x 0,6-1,2 cm, globoso a obcônico, marrom, deiscência septadas, pseudo-capsular, 5 mericarpos, ca mm, pubescente, tricomas simples, carpídios 5; sementes-3 por carpídeo, ca. 2-3 x 1-2 mm, cordiforme, negra, lisa, glabra, hilo levemente piloso. Floração e frutificação: Floresce e frutifica nos meses de setembro a outubro. Distribuição geográfica: Apresenta distribuição pantropical (Fryxell, 1993), no Brasil encontra-se nas regiões Norte (Tocantins), Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Sergipe), Centro-Oeste (Goiás) e Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro) (Bovini, 2010). Wissadula ampiíssima caracteriza-se por possuir folhas com base obtusa a cordada, fruto esquizocarpo septado, pseudo-capsular, 3 sementes por capídeo e semente cordiforme. Segundo Fryxell (1997) o gênero Wissadula caracteriza-se por apresenta em cada mericarpo uma constricção com função de separar as três sementes presentes em cada um deles, sendo duas sementes na região superior e outra na região inferior. Subfamília Byttnerioideae Burnett. Bot.: 821, Subarbustos até trepadeiras; folhas simples, inteiras; flores bissexuadas (raramente unissexuadas), solitárias ou geralmente em inflorescência terminais ou axilares, diclamídeas; cálice com 5 sépalas, unidas; corola com 5 pétalas, unidas; ovário súpero, com 1 numerosos óvulos por lóculo; fruto cápsula; mericarpos trígonos; sementes glabras ou rugosas. Melochia pyramidata L., Sp. Pl. 2: Erva, ca cm alt.; ramos subcilíndricos, pubescentes, contendo tricomas glandulares; estípulas ca. 3-6 x 0,1 mm, subuladas, tricomas iguais aos dos ramos; folhas alterna-opostas, simples, pecíolo ca. 0,5-1,4 x 0,1 mm, pubescente, tricomas glandulares; lâmina foliar ca. 2,7-6,5 x 1,2-4 cm, discolor, pubescentes a tomentosos, ovalada a lanceolada, base aguda, ápice acuminado, margem crenada, venação reticulada, ambas as faces velutina, tricomas glandulares; inflorescências cimosas, frequentemente axilares, opostas as folhas, pedúnculo ca. 0,5-0,9 x 0,2 cm, tricomas iguais aos dos ramos; flores actinomorfas; cálice com 5 sépalas, ca. 5-6 x 3-5 mm, tubular, prefloração valvar, verde-roxo, pubescente, tricomas glandulares; corola com 5 pétalas, ca. 0,7-1 x 0,4-0,7 cm, prefloração imbricada, rosácea e na base amarela; estames 5, formando um tubo estaminal ca. 0,3-0,6 mm compr., porção livre dos estames ca. 0,4-0,6 mm compr., anteras ca. 0,3-0,6 x 0,2 mm, bitecas, rimosa, dorsifixas; ovário ca. 0,3-0,5 x 0,2-0,4 mm, 5 lóculos, 1 óvulo por lóculo, placentação axial; estilete ca. 0,5-1 mm compr., estigma ca. 0,1 mm compr., papilas em verticilo; fruto ca. 1,5-1,7 x 4-6 cm, piramidal, verde claro ou amarelada com manchas roxas; semente-1, ca. 1-2,5 x 1 mm, trígono globosa, castanha, lisa, tricomas no hilo. Floração e frutificação: Flores e frutos ocorrem durante o mês de outubro. Distribuição geográfica: Ocorre nas Américas, Ásia e Oceania. No Brasil, distribui-se por todo o território, exceto na região Norte (Cruz, 2007). De acordo com Esteves (2010) essa espécie é encontrada no Brasil nas regiões Norte, Nordeste (Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia), Centro- Oeste (Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul) e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro). Melochia pyramidata distingue-se facilmente pelos longos pedicelos das flores, além de sua coloração, cor verde-claro a amarelada, com manchas roxas e pelo formato de seus frutos, piramidais, com cinco alas. Cruz (2007) observa que essa espécie assemelhante a M. tomentosa,

14 14 diferenciando-se desta por apresentar flores opostas às folhas e a dimensão das cápsulas ca. 1,5-1,7 x 4-6 cm e cálices menores, ca. 5-6 x 3-5 mm. Waltheria indica L., Sp. Pl. 2: Subarbusto, ca. 0,5-1,5 m alt.; ramos cilíndricos, pubescentes, contendo tricomas simples e estrelados; estípulas ca. 3-6 x 0,1 mm, triangulares, ferrugíneas a negrescentes, tricomas iguais aos dos ramos; folhas alterna-opostas, simples, pecíolo ca. 0,6-4 x 0,1 cm, pubescente, tricomas simples e estrelados; lâmina foliar ca. 2,7-8 x 1-6 cm, concolor, pubescentes a tomentosas, ovada-eliptica, base obtusa a cordata, ápice agudo, margem serreada, venação reticulada, ambas as faces velutina, tricomas simples e estrelados; inflorescências cimosas, frequentemente axilares, flores subsésseis, pedúnculo ca. 0,1 x 0,1 mm, tricomas iguais aos dos ramos; flores actinomorfas; cálice com 5 sépalas, ca. 4-6 x 3-5 mm, campanulado, prefloração valvar, verde, pubescente, tricomas simples; corola com 5 pétalas, ca. 4-7 x 5-8 mm, prefloração imbricada, amarelas, tricomas simples no ápice; estames 5, formando um tubo estaminal ca. 0,2-0,5 mm compr., porção livre dos estames ca. 0,3-0,5 mm compr., anteras ca. 0,3-0,6 x 0,2 mm, bitecas, deiscência rimosa, dorsifixa; ovário ca. 1-1,5 x 0,5-0,8 mm, 1 lóculo, 2 óvulo por lóculo, placentação axial; estilete ca. 1,5-2 mm comprimento, recoberto por tricomas estrelados, estigma ca. 0,1 mm compr.; fruto ca. 3-5 x 2-4 mm, ovóide, castanho, tricomas simples na porção apical; semente-1, ca. 1,5-2,5 x 1 mm, piriforme, castanha, lisa, glabra. Floração e frutificação: Flores e frutos ocorrem no mês outubro. Distribuição geográfica: Distribuição pantropical (Saunders, 1995) e no Brasil, encontra-se nas regiões Norte (Roraima, Amapá, Pará, Amazonas, Tocantins, Acre, Rondônia), Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe) Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul) Sudeste (Minas Gerais, espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro) e Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul) (Esteves, 2010). Waltheria indica é reconhecida pela ausência de tricomas glandulares, tanto nos ramos quanto nas folhas, e ao contrário das outras espécies do gênero Waltheria possui flores subsésseis. Cruz (2007) verifica que essa espécie apresenta grande variabilidade morfológica, além de possuir flores homostilas, sendo este um caráter raro encontrado no gênero. Subfamília Grewioideae Dippel Handb. Laubholzk. 3: Ervas até árvores; folhas simples, inteiras a levemente lobadas; flores bissexuadas (raramente unissexuadas), geralmente solitárias ou em inflorescências terminais ou axilares, triclamídeas; cálice com 5 sépalas, livres; corola com 5 pétalas, livres; ovário súpero, com 1 numerosos óvulos por lóculo; fruto cápsula; sementes glabras ou pilosas. Triumfetta semitriloba Jacq., Enum. Syst. Pl Prancha 3. Arbusto, ca. 1-2 m alt.; ramos cilíndricos, tomentosos, tricomas simples e estrelados; estípulas ca. 0,3-0,5 x 0,1 cm, lanceoladas, tricomas iguais aos dos ramos; folhas alterna-opostas, simples, pecíolo ca. 1-6 x 0,1 cm, pubescente, tricomas estrelados; lâmina foliar ca. 3 9,5 x 2-4 cm, discolor, pubescentes a tomentosos, elíptica a ovada, levemente trilobada, base aguda, ápice acuminado, margem denteada a crenada, venação reticulada, ambas as faces papiracea a velutina, tricomas estrelados, presença de nectários extraflorais nos bordos das folhas; inflorescências cimosas, frequentemente axilares, pedúnculo ca. 1-3 x 1 mm, tricomas iguais aos dos ramos; flores diclamídeas, actinomorfa; cálice com 5 sépalas, ca. 0,8-1,7 x 0,1-0,2 cm, tubular, prefloração valvar, verde claro, pubescente, tricomas estrelados; corola com 5 pétalas, ca. 0,6-2 x 0,5-0,8 cm, prefloração imbricada, amarela; estames 28 35, unidos em sua base, estaminódios ca. 0,3-0,5 mm

15 15 compr., presença de nectários florais, porção livre dos estames ca. 0,5-0,8 mm compr., anteras ca. 0,1-0,2 x 0,1 mm, biteca, rimosa, dorsifixas; ovário ca. 0,2 x 0,1 mm, 4 lóculos, 2 óvulo por lóculo, placentação axial; estilete ca. 0,7-1,5 mm compr., estigma ca. 0,1 mm compr., lobado; fruto ca. 1-3 x 2-4 mm, ovóide, marrom a vermelho, apêndices espiniformes terminando em minúsculos ganchos, tricomas estrelados; semente-1, ca. 1-3 x 1-2 mm, eliptica, castanha, lisa, pilosa, tricomas estrelados estes concentrando-se principalmente no hilo. 0,2 mm 1,5 mm 3 mm Prancha 3 A-I. Triumfetta semitriloba A: Hábito; B: Flor; C: Cálice; D: Cálice e corola com visualização do androceu; E: Gineceu; F:Estame; G: Deiscência da antera; H: Corte do fruto com visualização dos lóculos; I: Semente.

16 16 Floração e frutificação: Floresce e frutifica no mês de outubro. Distribuição geográfica: Apresenta distribuição pantropical (Barroso, 1978). No Brasil distribui-se por todo o território brasileiro, exceto nos Estado do Tocantins, Roraima e em Rondônia (Esteves, 2010). Triumfetta semitriloba caracteriza-se por apresentar folhas polimórficas, presença de nectários florais e extraflorais, sépalas quase do mesmo tamanho que as pétalas e frutos com apêndices espiniformes terminando em minúsculos ganchos. A localização dos nectários florais e extraflorais segundo Leitão et al. (2002) estão no ápice dos primeiros três a cinco dentes basais nas margens foliares, e podem ser identificados desde o estádio inicial de desenvolvimento da folha. CONCLUSÃO De acordo com o levantamento florístico realizado em Lagoa Seca, constatou-se a ocorrência de quinze espécies e nove gêneros da família Malvaceae s.l., representados por hábitos desde herbáceos à arbustivos. Os gêneros mais representativos, em relação aos números de espécies, foram: Sida com cinco espécies, Herissantia com duas espécies e Sidastrum com duas espécies, todos estão posicionados em Malvaceae s.str., sendo os demais gêneros representados por apenas uma espécie. O gênero Sida foi o mais representativo, tanto em número de espécie quanto em abundância, considerando-o o mais importante. Portanto, com base nos resultados obtidos, esse estudo visa corroborar para o conhecimento dos espécimes em relação aos aspectos morfológicos, taxonômicos, geográficos e ecológicos, visto que, servirá de fonte para a realização de futuros estudos florísticos-taxonômicos. REFERÊNCIAS Alves, L. et al. (2009) Flora de Mirandiba. Malvaceae sensu lato. Associação Plantas do Nordeste. Recife, p Angiosperm Phylogeny Group. (1998). An ordinal classification for the families of flowering plants. Annals of the Missouri Botanical Garden, v. 85, p (2003). An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG II. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 141, p (2009). An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants. Botanical Journal of the Linnaean Society, v. 161: Azevedo, M.A.M.; Valente, M.C. (2005). Tiliaceae na mata de encosta do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e arredores, Rio de Janeiro, RJ. Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v.63, n.4, p Bayer, C. et al. (1999). Support for an expanded family concept of Malvaceae within a recircumscribed Order Malvales: a combined analysis of Plastid atpb and rbcl DNA sequences. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 129, p Barroso, G.M. et al. (1978). Sistemática de Angiospermas do Brasil. Livros Técnicos e Científicos. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. v. 1, p. 255.

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