a mudar registadoras Fisco obriga comércio Novas regras em Abril. Objectivo é evitar falsificação de vendas
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- Matheus Gentil Varejão
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1 Fisco obriga comércio a mudar registadoras Novas regras em Abril. Objectivo é evitar falsificação de vendas Até Abril, todos os restaurantes, cafés, drogarias e lojas que, em 2011, tenham facturado mais de 125 mil euros vão ter de certificar seus programas de facturação junto do Fisco. Quem tiver máquinas registadoras que impeçam este registo terá de as trocar. Os outros comerciantes terão de identificar e numerar os talões de venda. As novas medidas do Governo inserem-se no plano de combate à fraude fiscal. Economia 26 e 27 e Editorial os
2 COMBATE À FRAUDE E EVASÃO FISCAL Comerciantes têm de trocar máquinas registadoras até Abril Quem, em 2011, tenha vendido mais de 125 mil euros será obrigado a ter programas certificados. Em Janeiro, o limite baixa para 100 mil euros. Máquinas mais arcaicas proibidas ELISABETE MIRANDA elisabetemiranda@negocios.pt Boa parte das velhas máquinas registadoras usadas em dezenas de milhares de cafés, restaurantes, mercearias, drogarias e outros estabelecimentos de pequena e média dimensão espalhados por todo o País vão ser banidas dos balcões das lojas. JáapartirdeAbril, os comerciantes que em 2011 tenham facturado mais de 125 mil euros ( euros por mês, em média) vão ser obrigados a trocar es tes terminais por equipamentos que permitam a utilização de programas de controlo da facturação para efeitos fiscais ou então a garantir que eles aguentam a instalação de "software" certificado. Em Janeiro de 2013, esta obrigação alarga-se a todos os que facturem mais deloomileurosporano.avançouao Negócios o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. O objectivo destas novas regras, publicadas ontem ànoite em Diário da República, é duplo. Primeiro, pretende-se alargar o universo de comerciantes que terão de usar programas de facturação certificados pelo Fisco, uma medida que visaevitar a adulteração das facturas emitidas pelas lojas, com o objectivo de reduzir o IRC, IRS e IVA entregues ao Estado. Estas regras já estão parcialmente previstas desde Janeiro de 2011, tendo começado por ser aplicadas aos comerciantes que facturavam mais de 250 mil euros por ano, primeiro, e acima de 150 mil euros, depois. Agora, este patamar descerá para 125 mil euros (em Abril) e para 100 mil euros (em Janeiro de 2013). O segundo objectivo destas novas normas é impedir que os empresários usem o truque de substituir equipamentos mais sofisticados (os chamados 'TOS") por máquinas registadoras para escaparem ao controlo dos Impostos, como aconteceu em 201
3 Facturação mais vigiada I As máquinas registadoras mais simples terão de ser substituí! das. As que aguentam programas de facturação, terão de os instalar e certificar, consoante o volume de negócios.
4 AUMENTO O CONTROLO SOBRE O COMERCIO AS NOVAS EXIGÊNCIAS APOIOS A TROCA DE EQUIPAMENTOS COIMAS PARA INCUMPRIMENTOS VOLUME DE NEGÓCIOS BAIXA Em 2011, foram obrigados a ter programas de facturação certificados os comerciantes com volume de negócios acima de 250 mil euros/ano, um limite que desceu para os 150 mil em Janeiro. Agora, haverá mais duas etapas: em Abril, baixa para 125 mil e em Janeiro de 2013 para 100 mil. Quem esteja abaixo destes limites mas já usem programas de facturação, também terá de certificá-los. FIM DE MÁQUINAS Até aqui, só os comerciantes REGISTADORAS que usassem sistemas de pagamento mais sofisticados (os chamados "POS") eram obrigados a certificar junto do Fisco os programas de facturação. A partir de Abril, todos têm de ter estes equipamentos. AMORTIZAÇÃO EQUIPAMENTOS DOS EXISTENTES Aceitação como perda por imparidade da totalidade do montante correspondente à desvalorização excepcional dos programas e equipamentos substituídos. DEDUÇÃO DO CUSTO DOS NOVOS EQUIPAMENTOS Aceitação como gasto fiscal, no ano de aquisição, da totalidade das despesas suportadas com equipamentos e programas de facturação certificados. Ambas as medidas já estão contempladas no Orçamento do Estado para MULTAS PODEM CHEGAR AOS EUROS Os comerciantes que estejam obrigados a ter programas certificados e se encontrem em incumprimento, arriscam multas que podem variar entre os 250 euros e os euros, segundo estabelece o artigo 128 do Regime Geral de Infracções No ano passado, Cerco também aperta para lojas mais pequenas Para os comerciantes com volumes de negócios mais baixos, que fiquem de fora da obrigação de certificar os seus programas de facturação, também haverá novas regras para cumprir já a partir de Abril. A portaria, publicada ontem à noite em Diário da República, vem exigir que "os documentos sejam obrigatoriamente identificados, numerados sequencialmente e registados no rolo de fita ou no jornal electrónico", adiantou ao Negócios Paulo Núncio, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Além de terem de dispor de um número de série, todos os talões de venda passam a ter de conter a identificação da empresa, o seu número de contribuinte, a morada, a hora e a data da transacção, coisa que até aqui não era obrigatória. Numa primeira fase estarão abrangidos por estas normas todos os estabelecimentos que em 2011 tenham tido uma facturação inferior a 125 mil euros e, numa segunda fase, quem no ano precedente tenha vendido menos de 100 mil euros (quem tenha um volume de negócios abaixo desses patamares mas já use programas de facturação tem de os certificar). Em declarações por escrito ao Negócios, Paulo Núncio, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, garante ainda queafiscalização vai ser reforçada junto dos sectores de risco (ver à direita). Isto, para minimizar situações em que os lojistas continuem a recorrer a expedientes de contabilidade paralela Tributárias. a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) fiscalizou entidades, tendo levantado 326 autos de notícia por falta de utilização destes programas. "A Autoridade Tributária e Aduaneira irá desenvolver acções especiais de fiscalização e acompanhamento apertado de contribuintes integrados em sectores de risco, para detectar e punir as situações de fraude e evasão fiscal nesta matéria", garante o responsável. Com estas medidas é dada concretização ao Orçamento do Estado para 2012, que veio prever a obrigatoriedade de utilização exclusiva de programas de facturação para todos os comerciantes com facturação acima de um determinado patamar. É também concretizado um dos eixos de intervenção do Plano Estratégico de Combate à Fraude e Evasão Fiscais divulgado pelo Governo no passado mês de Outubro.
5 SECRETARIO DE ESTADO DOS ASSUNTOS FISCAIS "Elevado número de contribuintes às regressou registadoras" Paulo Núncio explica que o actual regime, por ter sido voluntário, teve uma eficácia limitada Para prevenir a evasão, é preciso tornar a certificação obrigatória Um ano depois da entrada em vigor das regras de certificação de software, é possível dizer que esta é uma medida eficaz de combate à subfacturação? A medida teve uma eficácia limitada no combate à fraude e à evasão fiscal, uma vez que era facultativa Com efeito, dos dados disponíveis, constata-se que, por exemplo, os contribuintesdosectorda restauração com volume de negócios acima de tiveram um acréscimo do volume de negócios (VN) superior em 15% face aos contribuintes com VN inferior. No entanto, não tendo sido inicialmente determinadaaobrigatoriedadedeutilizaçãode programas certificados, constatouse que um elevado número de contribuintes, depoisde inicialmente terem adquirido software certificado, optaram por regressar às máquinas registadoras. As regras agora aprovadas destinam-seareforçar significativamente o combate ao incumprimento fiscal,através,porumlado, do alargamentodouniversodos contribuintes abrangidos pelaobrigatoriedade de utilização de programas de facturação certificados, e, por outro lado, da eliminação da opção pela utilização das máquinas registadoras. Há muitos comerciantes com máquina registadora e volume de negados admadel2smileuros? A título de exemplo, estima-se que, ao abrigo do regime actual, cerca de metade dos contribuintes do sector da restauração com um volume de negócios superior a tenha optado pela utilização de máquinas registadoras,oquevaideixar de ser possível com o novo regime. Esta reforma determinará um aumento significativo dos contribuintes que passarão autilizar programas de facturação certificados. Há alguns comerciantes que não terão de trocar equipamentos. 0 que garante que náocontinuamausaroiruque" do duplo rolo? Os documentos emitidos pelas máquinas registadoras passarão a conter obrigatoriamente não só a identificação do sujeito passivo, mas também a data e hora da respectiva impressão, o que inviabiliza a reconstituição fraudulenta dos registos em momento posterior aos da sua ocorrência Acresce que aautoridade Tributária e Aduaneira irá desenvolver acções especiais de fiscalização e acompanhamento apertado de contribuintes integrados em sectores de risco. Por que náo generalizar a obrigatoriedadedo uso de programas certificados? O novo regime reforça as regras de registo das transacções quer para os contribuintes que passam a utilizar obrigatoriamente os programas de facturação certificados, quer para osrestantes,atravésdaimposiçãode regras específicas para documentos emitidos pormáquinas registadoras. Pelo que o reforço da fiscalização abrangerá todos os sujeitos passivos, combatendodestaformaainformalidadee a concorrência desleal. O reforço da fiscalização abrangerá todos, combatendo desta forma a informalidade e a concorrência desleal.
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