As dificuldades do acesso de casais homossexuais à Procriação Medicamente Assistida

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "As dificuldades do acesso de casais homossexuais à Procriação Medicamente Assistida"

Transcrição

1 Direito da Saúde e Bioética As dificuldades do acesso de casais homossexuais à Procriação Medicamente Assistida José Miguel Guimarães FDUNL

2 Índice Introdução p. 3 A infertilidade em Portugal e a procriação medicamente assistida (PMA) p. 4 As dificuldades do acesso de casais homossexuais à PMA p. 6 I. A barreira religiosa p. 6 II. A barreira ética e moral p. 8 III. A barreira legal o caso português p. 10 IV. A questão da legitimidade médica p. 12 Conclusões p. 16 Bibliografia p. 17 Abreviaturas PMA Procriação Medicamente Assistida CNPMA Conselho Nacional da Procriação Medicamente Assistida CNECV Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida 2

3 Introdução John A. Robertson, Professor da Texas University School of Law, define liberdade procriativa como o consensual direito fundamental a conceber ou não uma criança. Significa isto que, valendo-se da sua liberdade procriativa, um indivíduo deverá sempre poder escolher entre ter filhos e constituir família ou não, sem essa decisão estar adstrita a qualquer dever moral, e devendo as outras pessoas respeitar essa decisão. 1 A infertilidade é uma doença que afecta milhões de casais a nível mundial, limitando a sua capacidade de ter filhos e, consequentemente, a sua liberdade procriativa. Felizmente, as técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA) têm evoluído imensamente nas últimas décadas, permitindo a vários casais inférteis cumprirem o sonho da maternidade/paternidade. No entanto, de uma formal geral, o acesso à PMA tem sido vedado a casais homossexuais, sendo-lhes deliberadamente negada essa liberdade procriativa. Neste trabalho, analisaremos o tema, procurado pôr em evidência as razões que levam à discriminação de casais homossexuais e os respectivos contra-argumentos. 1 Cf. PETERSON, M. M., Assisted reproductive technologies and equity of access issues, Journal of Medical Ethics, nº 31, 2005, p

4 A infertilidade em Portugal e a PMA A infertilidade é uma doença definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a incapacidade de um casal para alcançar a concepção ou levar uma concepção a termo após um ano ou mais de relações sexuais regulares, sem protecção contraceptiva. Há quem considere que a incapacidade biológica de um casal composto por pessoas do mesmo género se reproduzir corresponde a uma infertilidade social, ou relacional 2, não sendo, no entanto, este conceito reconhecido medicamente. Em 2009 foi realizado pela Sociedade de Medicina de Reprodução um estudo epidemiológico sobre a caracterização da infertilidade em Portugal (AFRODITE) 3 que veio a concluir que cerca de 9% dos casais portugueses (entre e casais) são inférteis. São factores essenciais para a procriação a produção e libertação de espermatozóides normais e em número suficiente, a produção e libertação de oócitos II viáveis, a capacidade dos espermatozóides fecundarem os oócitos II, a existência de ovidutos onde possa ocorrer a fecundação e a existência de um endométrio normal onde possa ocorrer a nidação. Os casos de infertilidade estão normalmente associados em igual proporção quer ao homem, quer à mulher, sendo que os restantes 10% dos casos de infertilidade acontecem por razões desconhecidas, sem qualquer explicação médica. A Procriação Medicamente Assistida (PMA) é um conjunto de técnicas que visam obter artificialmente uma gestação, substituindo ou facilitando uma etapa deficiente no processo reprodutivo. Estas técnicas são normalmente utilizadas em casais inférteis, ainda que também o sejam em casais em que haja portadores do vírus da imunodeficiência 2 Cf. RANK, Nicole, Barriers for Access to Assisted Reproductive Technologies by Lesbian Women: The Search for Parity Within the Healthcare System, Houston Journal of Health Law & Policy, vol. 10, issue 1, 2010, pp. 142 e ss. 3 O estudo AFRODITE pode ser consultado em 4

5 humana (VIH positivo), ou do vírus da hepatite B ou C, ou ainda em casais com elevado risco de transmissão de doença genética, como por exemplo a trissomia 21. As principais técnicas da PMA são: a inseminação artificial intra-uterina (IIU), que consiste em depositar espermatozóides previamente capacitados em laboratório no interior do útero, usando meios artificiais em vez de cópula natural, na altura da ovulação; a estimulação ovárica, que é uma indução da ovulação realizada com o uso de medicamentos que actuam na hipófise ou directamente nos ovários, estimulando o crescimento dos folículos; a fertilização in vitro (FIV), que consiste numa união, feita em laboratório, de um espermatozóide com um oócito, em condições de assepsia e a uma temperatura média de 37ºC; a micro-injecção intracitoplasmática de um espermatozóide (ICSI), feita numa caixa de Petri com duas micropipetas, cada uma delas recolhendo o oócito II e o espermatozóide, imobilizando-os e injectando o primeiro no segundo e sendo os embriões resultantes implantados no útero da mulher através da FIV; a transferência intratubária de gâmetas (GIFT), em que, depois de serem tratados e seleccionados em laboratório, os oócitos e os espermatozóides são colocados no interior das trompas de Falópio através de laparoscopia para que aí se dê a fecundação; a transferência intratubária de zigotos (ZIFT), em que, após recolha e selecção de oócitos e espermatozóides, os gâmetas são postos em contacto in vitro, num meio de cultura adequado durante 18 a 24 horas; e a gestação de aluguer, que consiste na geração de um ser por outra mulher que não a sua mãe biológica, praticando-se uma fecundação in vitro com gâmetas do casal com posterior colocação no útero de acolhimento ou ainda por inseminação artificial com espermatozóides do elemento masculino do casal, sendo o oócito fornecido pela mãe de substituição. Estas técnicas têm evoluído ao longo dos tempos, ajudando actualmente um grande número de casais heterossexuais inférteis a procriar. No entanto, como veremos de seguida, existem barreiras de vários tipos que impedem os casais homossexuais de aceder a estas técnicas, colocando-os numa situação de desigualdade em relação aos primeiros e limitando a sua liberdade procriativa. 5

6 As dificuldades do acesso de casais homossexuais à PMA Existem barreiras de vários tipos que os casais homossexuais que pretendam aceder a técnicas de PMA terão de ultrapassar. Analisaremos algumas delas, procurando perceber o porquê da sua existência e as respectivas consequências para os casais homossexuais. I - A Barreira Religiosa Uma destas barreiras é, desde logo, a religiosa: a grande maioria das religiões condena a homossexualidade. A Igreja Católica, apesar de aceitar, de uma forma geral, a PMA no âmbito de casais que hajam contraído matrimónio 4, considera imorais as técnicas que provocam a dissociação dos progenitores pela intervenção duma pessoa estranha ao casal 5. Esta religião tem uma visão bastante restritiva acerca da constituição de família, uma vez que considera que o comportamento sexual humano deverá unicamente ter funções unitivas e procriativas. A Igreja Católica faz, deste modo, uma distinção entre a orientação homossexual, que considera neutra, e o comportamento homossexual, que considera pecaminoso, sendo contrário à lei natural, uma vez que fecha o acto sexual ao dom da vida, e não procede duma verdadeira complementaridade afectiva sexual 6. O Islão, por seu lado, apesar de ser mais flexível no que respeita ao acesso de casais heterossexuais à PMA 7, parece ser bastante mais intolerante em relação à homossexualidade. De facto, são vários os países islâmicos (cuja lei está fortemente ligada 4 Catecismo da Igreja Católica (parágrafo 2375) 5 Catecismo da Igreja Católica (parágrafo 2376) 6 Catecismo da Igreja Católica (parágrafo 2357) 7 RANK, Nicole, Barriers for Access to Assisted Reproductive Technologies by Lesbian Women: The Search for Parity Within the Healthcare System, Houston Journal of Health Law & Policy, vol. 10, issue 1, 2010, p

7 à religião) que criminalizam a homossexualidade, chegando mesmo a punir este comportamento com a pena capital: assim acontece, por exemplo, na Arábia Saudita, no Irão, na Somália, na Mauritânia e no Sudão. O Judaísmo também aceita algumas formas de PMA, num contexto de casamento. No entanto, a Torá é bastante explícita ao condenar o comportamento homossexual (considerando-o uma toeva, ou seja, uma abominação) 8, apesar da interpretação feita por judeus rabínicos tradicionais, judeus ortodoxos e judeus progressistas ser variável. No Protestantismo, as opiniões em relação ao acesso à PMA são também variáveis: se visões mais conservadoras seguem a mesma linha da Igreja Católica, outras mais progressistas aceitam todas as técnicas de PMA 9. Em relação à homossexualidade, apesar de muitas autoridades protestantes a terem condenado ao longo da história, o Protestantismo acaba por ser uma das religiões mais abertas quanto à união civil entre pessoas do mesmo sexo: sendo o Estado Laico uma bandeira histórica da religião, a divisão que este opera entre a esfera pública e a esfera privada faz com que não existam grandes argumentos religiosos para proibir o casamento homossexual foram, de resto, países onde a religião protestante predomina que deram os primeiros passos na legalização do mesmo. Uma breve análise de algumas das principais religiões mundiais permitenos portanto concluir que, de uma forma geral, independentemente do posicionamento de cada uma delas em relação à PMA, a homossexualidade é por elas condenada, o que levanta dificuldades várias a casais homossexuais que pretendam procriar. Por um lado, qualquer sociedade é marcada por valores e costumes relacionados com a religião que nela predomine, o que torna muito mal vista a possibilidade de pessoas que adoptam um estilo de vida homossexual poderem aceder a técnicas de PMA para trazer ao mundo 8 Levítico (18:22) 9 RANK, Nicole, Barriers for Access to Assisted Reproductive Technologies by Lesbian Women: The Search for Parity Within the Healthcare System, Houston Journal of Health Law & Policy, vol. 10, issue 1, 2010, p

8 filhos que estarão irremediavelmente condenados a crescer num meio considerado imoral. Por outro lado, os médicos e profissionais clínicos que sejam devotos de uma destas religiões podem recorrer à objecção de consciência para negar os tratamentos de fertilidade a casais homossexuais. II A Barreira Ética e Moral Outra grande barreira ao acesso à PMA por casais homossexuais é de ordem ética e moral. Seja por influência religiosa ou não, a sociedade moderna ainda olha de esguelha o conceito de homoparentalidade. Esta desconfiança deve-se, sobretudo, à crença generalizada de que o estilo de vida homossexual não permite um desenvolvimento equilibrado e feliz de uma criança. De facto, apesar da tolerância e aceitação de unidades familiares alternativas ter vindo a evoluir ao longo dos tempos, existem ainda variadíssimos preconceitos 10 em relação à homoparentalidade, que fazem com que a sociedade actual não pareça estar ainda preparada para aceitar este tipo opção: existe um certo medo de que as relações homossexuais, por serem mais promíscuas e instáveis, levem a que uma criança que cresça em semelhante meio tenha mais propensão a tornarse homossexual e esteja mais facilmente exposta a violência doméstica, bem como a comportamentos sexuais desviantes. 11 Mesmo que este tipo de desconfiança tenha por base variadíssimos preconceitos que não correspondem necessariamente à realidade, a discussão em torno do bem-estar da criança é da maior importância e está longe de ser conclusiva. 10 Nesse sentido, ROBERTSON, John A., Gay and Lesbian Access to Assisted Reproductive Technology, Case Western Reserve Law Review, nº 55, 2004, p Nesse sentido, RANK, Nicole, Barriers for Access to Assisted Reproductive Technologies by Lesbian Women: The Search for Parity Within the Healthcare System, Houston Journal of Health Law & Policy, vol. 10, issue 1, 2010, p. 127 e 128 8

9 De facto, existem provas mais que suficientes para afirmar que o meio em que uma criança é criada a influencia psicologicamente, afectando-a em diversos aspectos da sua vida (auto-estima, crenças, controlo emocional, objectivos de vida, desempenho académico, etc.), mas o mundo científico parece, ainda assim, estar longe de ser unânime quanto à influência da homoparentalidade neste campo. Se, por um lado, vários estudos psicológicos concluem que a criança necessita tanto de uma figura masculina como de uma feminina para se desenvolver saudavelmente, outros estudos demonstram, por outro lado, que os factores mais relevantes para o bem-estar da criança são aqueles que contribuam para a estabilidade do lar, bem como para a segurança, carinho, compreensão e orientação da mesma concluindo, portanto, estes estudos que o género dos pais é irrelevante neste contexto 12. Assim, sendo unânime a necessidade da existência de um lar estável, composto por dois progenitores, a influência do género destes no desenvolvimento e bem-estar da criança continua sem evidências que permitam chegar a uma conclusão científica sólida e devidamente fundamentada. Richard A. Robertson vai mais longe, ao identificar aquilo que chama de questão da não-identidade (non-identity problem) 13 : considera o autor que, mesmo concluindo-se que as condições de desenvolvimento de uma criança no seio de uma família homoparental não sejam ideais, esse facto não pode servir de argumento para recusar o acesso à PMA a casais homossexuais. Argumenta Robertson que semelhante proibição não protege o bem-estar das crianças uma vez que, existindo, impede aquelas cujo interesse estaria a ser defendido de nascer sequer, uma vez que é impossível que pessoas do mesmo género possam procriar naturalmente. Desta forma, segundo o autor, mesmo que o desenvolvimento da criança no seio de uma família homoparental não seja tão vantajoso como num contexto de família tradicional, a vida da criança não deixa de ser digna de protecção e as eventuais desvantagens para o seu bem-estar não serão 12 Nesse sentido, PETERSON, M. M., Assisted reproductive technologies and equity of access issues, Journal of Medical Ethics, nº 31, 2005, pp 281 e ss 13 ROBERTSON, John A., Gay and Lesbian Access to Assisted Reproductive Technology, Case Western Reserve Law Review, nº 55, 2004, p 346 9

10 importantes ao ponto de justificar uma proibição o acesso à PMA, que na prática apenas as impede de nascer como não justificam a limitação que é feita à liberdade procriativa dos homossexuais. III A Barreira Legal O Caso Português Em Portugal, a PMA é regulada pela Lei nº. 32/2006 de 26 de Julho. Até muito recentemente, o principal entrave ao acesso de casais homossexuais às técnicas de PMA residia no disposto no nº1 do artigo 6º do diploma legal em questão: Só as pessoas casadas que não se encontrem separadas judicialmente de pessoas e bens ou separadas de facto, ou as que, sendo de sexo diferente, vivam em condições análogas às dos cônjuges há pelo menos dois anos podem recorrer a técnicas de PMA. Esta redacção apenas deixou margem para dúvidas a partir de 2010, com a legalização do casamento homossexual: uma vez que não era feita qualquer referência ao facto dos cônjuges terem de ser de géneros diferentes, estaria aberta a porta para o acesso à PMA de casais homossexuais? O Conselho Nacional da Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) foi consultado e pronunciou-se negativamente, através de uma declaração emitida a 18 de Junho de 2010, enviada à Comissão Parlamentar de Saúde 14. O CNPMA baseia a sua declaração no artigo 4º da Lei nº. 32/2006, que dispõe no seu nº 1 que As técnicas de PMA são um método subsidiário, e não alternativo de procriação e no seu nº 2 que A utilização de técnicas de PMA só pode verificar-se mediante diagnóstico de infertilidade ou ainda, sendo caso disso, para tratamento de doença grave ou risco de transmissão de doenças de origem genética, infecciosa ou outras. O CNPMA sublinha que infertilidade é uma doença que comporta uma natureza técnico-científica que não pode ser ultrapassada pelo legislador, por se encontrar universalmente definida, nomeadamente pela Organização Mundial de Saúde. Conclui 14 Para aceder à declaração na íntegra, ver o anexo IV do Relatório da actividade desenvolvida pelo CNPMA no ano de 2010 : 10

11 portanto que, a menos que haja uma alteração legislativa, o acesso de casais homossexuais às técnicas de PMA continua vedado pela Lei nº. 32/2006. Está actualmente em curso uma revisão da Lei nº. 32/2006, tendo sido apresentados dois projectos-lei (131/XII e 138/XII), por deputados do Partido Socialista e do Partido Social Democrata, respectivamente, e sobre os quais o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) emitiu parecer em Março de Esta revisão tem como objectivo suprir lacunas, superar algumas contradições da presente lei, bem como introduzir melhorias, nomeadamente passando a permitir e regular a gestação de substituição. Este parecer, pedido pela Assembleia da República, questiona a proibição do acesso de casais homossexuais à PMA, considerando que nenhum dos partidos fundamenta devidamente esta opção. Argumenta o CNECV que, apesar da lei portuguesa adoptar uma concepção subsidiária da PMA, assente no prévio prognóstico de infertilidade, esta concepção não é absoluta, uma vez que a própria lei admite excepções no nº 2 do artigo 4º, a que anteriormente já nos referimos. Ora, de acordo com o parecer, há que ter em conta que o interesse pessoal em procriar, em gerar descendência, em constituir família, em ser mãe ou ser pai de um ser biologicamente relacionado, é um interesse natural, mesmo nobre, e que pode assumir a maior relevância, sentida por vezes como fundamental, na vida das pessoas. Se nessas circunstâncias o Estado não apenas recusa como também proíbe o acesso às técnicas de PMA, então essa recusa, e sobretudo a proibição, é sentida como uma afectação gravosa dos planos de vida próprios que só não será eticamente condenável se o Estado a puder justificar, fundamentar, com razões de peso. Considera, portanto, o CNECV que reservar meios escassos fornecidos ou subsidiados pelo Estado às situações mais prementes pode considerar-se admissível, 15 O parecer pode ser consultado em cnecv-2012-apr.pdf 11

12 importando aí, no entanto, discutir os critérios de selecção. Diferente é quando o Estado proíbe e sanciona mesmo quando o acesso é alcançável através de meios próprios e em estabelecimentos privados. Aí, se o Estado proíbe, sanciona, eventualmente criminaliza, é porque considera a situação errada, danosa, eticamente inadmissível, mas, no mínimo, deve dizer porquê e as razões invocadas devem ser sustentáveis e ponderosas. Não o fazendo, isto é, se a proibição puder ser percepcionada como gratuita, arbitrária ou, no mínimo, não fundamentada, o Estado incorre numa desconsideração eticamente censurável da autonomia das pessoas, tanto mais condenável quando da exclusão resultar um efeito discriminatório. A discussão deste tema está ainda a decorrer, pelo que teremos de esperar pela aprovação de um dos projectos-lei para saber se, em Portugal, continuarão a existir barreiras legais ao acesso de casais homossexuais à reprodução medicamente assistida. Tendo em conta as discussões parlamentares que tiveram lugar até hoje, tudo indica que sim. IV - A Questão da Legitimidade Médica Esta opção do legislador não deixa de levantar uma importante questão, sobre a qual o parecer da CNECV também levemente se debruça: o acesso às técnicas de PMA pressupõe a preexistência de uma doença real ou susceptível de ser percepcionada como tal. Mas, o que justifica que o acesso às técnicas de PMA seja recusado ou mesmo proibido em todas as restantes situações? Maurice Rickard delineia quatro argumentos fundamentais 16 que são habitualmente utilizados para negar o acesso de casais homossexuais à PMA, pondo em causa a legitimidade de uma intervenção médica nesses casos: 16 RICKARD, Maurice, Is It Medically Legitimate to Provide Assisted Reproductive Treatments to Fertile Lesbians and Single Women?, Research Paper , 8 (2000), Parliament of Australia 12

13 1. Existência de alternativas naturais para ultrapassar a infertilidade social que afecta os casais homossexuais: ou seja, não será legítimo proceder a uma intervenção médica quando haja alternativas naturais eficazes (o que, neste caso, poderá ser a adopção ou a obtenção de relações sexuais com uma pessoa de género oposto por um dos membros do casal homossexual); 2. O facto de os casais homossexuais serem eles-próprios responsáveis pela sua infertilidade social : uma intervenção médica não será legítima quando for chamada a corrigir algo que derive de consequências lógicas e previsíveis relativamente às escolhas de vida que um indivíduo faz (partindo-se, portanto, do princípio de que a infertilidade social é uma consequência lógica do estilo de vida escolhido pelos indivíduos homossexuais); 3. A ilegitimidade da intervenção médica quando usada, não com um objectivo reparador de um problema físico ou de uma doença, mas apenas para melhorar o estilo de vida do paciente: o propósito de uma intervenção médica é o de corrigir problemas no normal funcionamento das pessoas e não dar-lhes capacidades que uma pessoa normal não tem (ao permitir o acesso à PMA estaremos a dar a capacidade de reprodução a casais que, em condições normais, nunca teriam essa capacidade física); 4. A crença de que os tratamentos médicos visam problemas médicos e não problemas sociais: isto é, operar uma intervenção fisiológica para reparar um problema não-fisiológico será ir para além das fronteiras da legitimidade médica. Segundo Rickard, o problema destes argumentos é que, podendo fazer algum sentido quando se visa apenas a questão do acesso à PMA por parte de casais homossexuais, todos acabam por fracassar quando olhados de uma forma universal. Vejamos, portanto, muito resumidamente, a análise feita pelo autor: 13

14 Em relação ao primeiro argumento, parece óbvio que, de facto, existem intervenções médicas que são a única forma possível de resolver um certo problema do paciente. Noutros casos, existirão outros tipos de soluções naturais capazes de resolver esse mesmo problema, a par da intervenção médica. Não quer isto, no entanto, dizer que seja sempre obrigatório optar pela alternativa natural, por muito eficaz que seja: um bom exemplo desta situação é o caso da obesidade. Realmente, a obesidade pode ser tratada através de formas naturais relativamente eficazes, como uma dieta rigorosa e exercício físico. Pode ainda assim o paciente optar por uma cirurgia por forma a colocar uma banda gástrica no estômago: trata-se de um procedimento médico considerado normal, não se pondo em causa a sua legitimidade. O facto de existirem alternativas eficazes, mais ou menos naturais, a uma certa intervenção médica não porá portanto em causa a sua legitimidade, devendo ter-se em atenção a vontade, o conforto e até mesmo as crenças do paciente na escolha do tratamento adequado. O segundo argumento falha, desde logo, ao assumir que a homossexualidade é uma escolha. Não existem quaisquer dados científicos que suportem esta afirmação, sendo que os mais recentes estudos psicológicos sobre o assunto indicam que a homossexualidade parece ser o resultado de fenómenos genéticos e do meio em que a pessoa nasce (não sendo, portanto, uma escolha pessoal). No entanto, mesmo considerando a homossexualidade uma escolha e a infertilidade social uma consequência lógica e previsível dessa escolha, existem inúmeras situações em que a medicina é chamada a actuar para resolver problemas que, claramente, são da mesma forma consequências lógicas e previsíveis do estilo de vida escolhido por certas pessoas. Basta pensar nos exemplos do boxer profissional, do suicida ou do fumador. Todos fazem opções cujas consequências são mais ou menos previsíveis e, no entanto, nenhum médico considerará ilegítimo tratar um boxer que sofreu um terrível knockout, alguém que, tendo-se atirado do topo de um prédio, tenha sobrevivido, ou um paciente que devido ao seu mau hábito tenha desenvolvido um cancro no pulmão. Assim, este argumento, quando aplicado universalmente, deixa facilmente de fazer sentido. 14

15 O terceiro argumento parece assumir, à partida, uma certa definição de normalidade, sendo que este conceito é muito fluido e vai evoluindo ao longo dos tempos: aquilo que hoje é considerado normal funcionamento do ser humano, pode perfeitamente não o ser daqui a uns anos! De qualquer forma, basta pensar no negócio milionário que é a cirurgia plástica para duvidar da aplicabilidade universal deste argumento: grande parte das intervenções plásticas que são realizadas hoje-em-vida não são feitas propriamente com o intuito de reparar um problema físico, mas para melhorar o aspecto físico do paciente. Procura-se, através da cirurgia plástica, operar uma melhoria da vida das pessoas, tornando-as mais confiantes e satisfeitas com a sua aparência física e facultando-lhes, portanto, uma melhoria de estilo de vida que nada tem que ver com normal funcionamento físico dessa pessoa. Por fim, o quarto e último argumento pressupõe que, não sendo a infertilidade social considerada uma condição médica, não deverá esta ser tratada por via de uma intervenção médica. Acontece que, como referimos acima, 10% dos casos de infertilidade acontecem por razões desconhecidas: não existe, nestes casos, qualquer condição médica identificável que seja a causa do problema. Ainda assim, as técnicas de PMA são na mesma postas ao serviço dos casais heterossexuais que estejam nessa situação, não lhes sendo rejeitado o tratamento por não existir uma condição fisiológica identificável que esteja na origem da infertilidade. Não se compreende, portanto, como este argumento possa servir para impedir o acesso de casais homossexuais à PMA. 15

16 Conclusões Do exposto podemos concluir que existem vários tipos de barreiras que impedem os casais homossexuais de aceder à PMA, sendo que a razão de fundo de todas elas tem que ver com a desconfiança da sociedade em relação ao estilo de vida homossexual. Esta desconfiança tem por base uma série de preconceitos que não correspondem necessariamente à realidade e uma crença generalizada de que o bem-estar de uma criança não estará salvaguardado se ela se desenvolver no seio de uma família homoparental. Desta forma, apesar de não existirem dados científicos que provem solidamente e com clareza que a paternidade homoparental ponha em causa um saudável desenvolvimento de uma criança, o estado opta por socorrer-se de visões tradicionais e conceitos médicos que lhe permitam vedar o acesso de casais homossexuais à PMA. Acreditamos, no entanto, que a argumentação que é dada hoje-em-dia para justificar esta limitação da liberdade procriativa dos homossexuais parece não ser suficiente e que a disparidade de opiniões científicas sobre os factores relevantes para o bem-estar de uma criança deve levar-nos a discutir aprofundadamente o tema e pôr, pelo menos, em cima da mesa a possibilidade de remover algumas barreiras que impedem os casais homossexuais de aceder à PMA. O reconhecimento médico da infertilidade social poderá servir de base para a legitimação do acesso à PMA, que poderá ajudar a combater a discriminação de que são alvo os casais homossexuais e ajudar a que mais crianças sejam planeadas e concebidas em meios familiares estáveis, por pessoas que desejam realizar o natural sonho da maternidade/paternidade. 16

17 Bibliografia CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, CARDOSO, Salvador Massano, PMA - Para quê, para quem, com que custos?, As Leis da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) e da Procriação Medicamente Assistida (PMA) uma apreciação bioética / Ciclo de Conferências CNECV 2011 Porto, Colecção Bioétcia, nº 13, Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, 2011, pp MELO, Helena Pereira de, Manual de Biodireito, Coimbra, Almedina, 2008 PETERSON, M. M., Assisted reproductive technologies and equity of access issues, Journal of Medical Ethics, nº 31, 2005, pp , RANK, Nicole, Barriers for Access to Assisted Reproductive Technologies by Lesbian Women: The Search for Parity Within the Healthcare System, Houston Journal of Health Law & Policy, vol. 10, issue 1, 2010, pp , RICKARD, Maurice, Is It Medically Legitimate to Provide Assisted Reproductive Treatments to Fertile Lesbians and Single Women?, Research Paper , 8 (2000), Parliament of Australia, ROBERTSON, John A., Gay and Lesbian Access to Assisted Reproductive Technology, Case Western Reserve Law Review, nº 55, 2004, pp , TORA, Levítico 18, 17

BIOLOGIA 12º ANO. Prof. Ângela Morais UNIDADE 1 REPRODUÇÃO E MANIPULAÇÃO DA FERTILIDADE

BIOLOGIA 12º ANO. Prof. Ângela Morais UNIDADE 1 REPRODUÇÃO E MANIPULAÇÃO DA FERTILIDADE Escola B+S Bispo D. Manuel Ferreira Cabral Ano Letivo 2011/2012 BIOLOGIA 12º ANO Prof. Ângela Morais UNIDADE 1 REPRODUÇÃO E MANIPULAÇÃO DA FERTILIDADE 2. Manipulação da Fertilidade 2.2 Infertilidade Humana

Leia mais

Por Uma Questão de Igualdade

Por Uma Questão de Igualdade Por Uma Questão de Igualdade Senhor Presidente Senhoras e Senhores Deputados Senhoras e Senhores membros do Governo Nos últimos 5 anos a Juventude Socialista tem vindo a discutir o direito ao Casamento

Leia mais

PARECER N.º 1/CITE/2003

PARECER N.º 1/CITE/2003 PARECER N.º 1/CITE/2003 Assunto: Direito ao gozo da licença por maternidade, no caso de nascimento de nado-morto e morte de nado-vivo Processo n.º 56/2002 I - OBJECTO 1.1. Em 22 de Novembro de 2002, a

Leia mais

PROJECTO DE DELIBERAÇÃO N.º 15/IX ADOPTA MEDIDAS PARA A NÃO DISCRIMINAÇÃO DE CIDADÃOS COM DEFICIÊNCIA OU INCAPACIDADE

PROJECTO DE DELIBERAÇÃO N.º 15/IX ADOPTA MEDIDAS PARA A NÃO DISCRIMINAÇÃO DE CIDADÃOS COM DEFICIÊNCIA OU INCAPACIDADE PROJECTO DE DELIBERAÇÃO N.º 15/IX ADOPTA MEDIDAS PARA A NÃO DISCRIMINAÇÃO DE CIDADÃOS COM DEFICIÊNCIA OU INCAPACIDADE A igualdade dos cidadãos é um direito fundamental que a Constituição da República Portuguesa

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 755/XII/4.ª GARANTE O ACESSO DE TODAS AS MULHERES À PROCRIAÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA (PMA)

PROJETO DE LEI N.º 755/XII/4.ª GARANTE O ACESSO DE TODAS AS MULHERES À PROCRIAÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA (PMA) Grupo Parlamentar PROJETO DE LEI N.º 755/XII/4.ª GARANTE O ACESSO DE TODAS AS MULHERES À PROCRIAÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA (PMA) PROCEDENDO À SEGUNDA ALTERAÇÃO À LEI N.º 32/2006, DE 26 DE JULHO, ALTERADA

Leia mais

A troca consiste no acto de obtermos qualquer coisa que desejamos, oferecendo algo desejado pela outra parte, em compensação. A necessidade de trocar

A troca consiste no acto de obtermos qualquer coisa que desejamos, oferecendo algo desejado pela outra parte, em compensação. A necessidade de trocar O Departamento Comercial desempenha um papel importante no apoio a promotores e vendedores, emitindo regularmente relatórios informativos e estimativas de vendas, de modo a que estes acompanhem o curso

Leia mais

Ética no exercício da Profissão

Ética no exercício da Profissão Titulo: Ética no exercício da Profissão Caros Colegas, minhas Senhoras e meus Senhores, Dr. António Marques Dias ROC nº 562 A nossa Ordem tem como lema: Integridade. Independência. Competência. Embora

Leia mais

Estudo PARTNER. Foi convidado a participar neste estudo porque tem uma relação em que é o parceiro VIH positivo.

Estudo PARTNER. Foi convidado a participar neste estudo porque tem uma relação em que é o parceiro VIH positivo. Informação ao participante e consentimento informado para o parceiro VIH positivo Estudo PARTNER O estudo PARTNER é um estudo levado a cabo com casais em que: (i) um parceiro é VIH positivo e o outro é

Leia mais

Avisos do Banco de Portugal. Aviso nº 2/2007

Avisos do Banco de Portugal. Aviso nº 2/2007 Avisos do Banco de Portugal Aviso nº 2/2007 O Aviso do Banco de Portugal nº 11/2005, de 13 de Julho, procedeu à alteração e sistematização dos requisitos necessários à abertura de contas de depósito bancário,

Leia mais

DECLARAÇÃO DE RISCO DE INVESTIMENTO (OTC) De 15 de Fevereiro de 2012

DECLARAÇÃO DE RISCO DE INVESTIMENTO (OTC) De 15 de Fevereiro de 2012 DECLARAÇÃO DE RISCO DE INVESTIMENTO (OTC) De 15 de Fevereiro de 2012 1. Definições Instrumentos Financeiros OTC - são os instrumentos financeiros descritos no Regulamento de prestação de serviços para

Leia mais

As decisões intermédias na jurisprudência constitucional portuguesa

As decisões intermédias na jurisprudência constitucional portuguesa As decisões intermédias na jurisprudência constitucional portuguesa MARIA LÚCIA AMARAL * Introdução 1. Agradeço muito o convite que me foi feito para participar neste colóquio luso-italiano de direito

Leia mais

Orientações sobre o tratamento de dados dos documentos de identificação dos titulares de cartão de pagamento por parte das firmas comerciais

Orientações sobre o tratamento de dados dos documentos de identificação dos titulares de cartão de pagamento por parte das firmas comerciais Orientações sobre o tratamento de dados dos documentos de identificação dos titulares de cartão de pagamento por parte das firmas comerciais Muitas firmas comerciais de Macau solicitam o fornecimento de

Leia mais

PARECER N.º 63 DO CONSELHO NACIONAL DE ÉTICA PARA AS CIÊNCIAS DA VIDA

PARECER N.º 63 DO CONSELHO NACIONAL DE ÉTICA PARA AS CIÊNCIAS DA VIDA 63/CNECV/2012 PARECER N.º 63 DO CONSELHO NACIONAL DE ÉTICA PARA AS CIÊNCIAS DA VIDA PROCRIAÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA E GESTAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO (março de 2012) PARECER DO CNECV SOBRE PROCRIAÇÃO MEDICAMENTE

Leia mais

Marketing Pessoal. aumentem de valor.

Marketing Pessoal. aumentem de valor. P U B L I C A Ç Ã O N º 3 2 3 D E Z E M B R O 2 0 0 9 Marketing Pessoal PONTOS DE INTERESSE: Conceito Na Prática Definir Objectivos Marca Pessoal Marketing Pessoal pode ser definido como o processo de

Leia mais

A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NA ESCOLHA DA PROFISSÃO Professor Romulo Bolivar. www.proenem.com.br

A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NA ESCOLHA DA PROFISSÃO Professor Romulo Bolivar. www.proenem.com.br A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NA ESCOLHA DA PROFISSÃO Professor Romulo Bolivar www.proenem.com.br INSTRUÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo

Leia mais

Ordem dos Advogados Largo São Domingos 14-1º, 1169-060 Lisboa Tel.: 218823550 Fax: 218862403 odc@cg.oa.pt www.oa.pt/odc

Ordem dos Advogados Largo São Domingos 14-1º, 1169-060 Lisboa Tel.: 218823550 Fax: 218862403 odc@cg.oa.pt www.oa.pt/odc Ficha Informativa 3 Março 2015 Ordem dos Advogados Largo São Domingos 14-1º, 1169-060 Lisboa Tel.: 218823550 Fax: 218862403 odc@cg.oa.pt www.oa.pt/odc SERVIÇOS PÚBLICOS ESSENCIAIS Quais são os serviços

Leia mais

< Maria Inês; nº 17; 9ºB > < Ricardo Santos; nº18; 9ºB >

< Maria Inês; nº 17; 9ºB > < Ricardo Santos; nº18; 9ºB > Índice < Maria Inês; nº 17; 9ºB > < Ricardo Santos; nº18; 9ºB > Índice Índice... 2 Métodos Contraceptivos... 3 O que são?... 3 Métodos Reversíveis... 4 Métodos Contraceptivos Hormonais... 4 Pílula Contraceptiva...

Leia mais

PARLAMENTO EUROPEU. Comissão dos Assuntos Jurídicos. 10.6.2005 PE 360.003v01-00

PARLAMENTO EUROPEU. Comissão dos Assuntos Jurídicos. 10.6.2005 PE 360.003v01-00 PARLAMENTO EUROPEU 2004 ««««««««««««Comissão dos Assuntos Jurídicos 2009 10.6.2005 PE 360.003v01-00 ALTERAÇÕES 1-17 Projecto de recomendação para segunda leitura Michel Rocard Patenteabilidade das invenções

Leia mais

TRABALHO LABORATORIAL NO ENSINO DAS CIÊNCIAS: UM ESTUDO SOBRE AS PRÁTICAS DE FUTUROS PROFESSORES DE BIOLOGIA E GEOLOGIA

TRABALHO LABORATORIAL NO ENSINO DAS CIÊNCIAS: UM ESTUDO SOBRE AS PRÁTICAS DE FUTUROS PROFESSORES DE BIOLOGIA E GEOLOGIA TRABALHO LABORATORIAL NO ENSINO DAS CIÊNCIAS: UM ESTUDO SOBRE AS PRÁTICAS DE FUTUROS PROFESSORES DE BIOLOGIA E GEOLOGIA DOURADO, LUÍS Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho. Palavras

Leia mais

PARECER N.º 26/CITE/2006

PARECER N.º 26/CITE/2006 PARECER N.º 26/CITE/2006 Assunto: Parecer prévio ao despedimento de trabalhadora grávida, nos termos do n.º 1 do artigo 51.º do Código do Trabalho, conjugado com a alínea b) do n.º 1 do artigo 98.º da

Leia mais

Projecto de Lei n.º 54/X

Projecto de Lei n.º 54/X Projecto de Lei n.º 54/X Regula a organização de atribuição de graus académicos no Ensino Superior, em conformidade com o Processo de Bolonha, incluindo o Sistema Europeu de Créditos. Exposição de motivos

Leia mais

Avaliação De Desempenho de Educadores e de Professores Princípios orientadores

Avaliação De Desempenho de Educadores e de Professores Princípios orientadores Avaliação De Desempenho de Educadores e de Professores Princípios orientadores O Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário, recentemente aprovado,

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 178/XIII/1.ª SALVAGUARDA A PENSÃO DE ALIMENTOS ENQUANTO DIREITO DA CRIANÇA NO CÁLCULO DE RENDIMENTOS

PROJETO DE LEI N.º 178/XIII/1.ª SALVAGUARDA A PENSÃO DE ALIMENTOS ENQUANTO DIREITO DA CRIANÇA NO CÁLCULO DE RENDIMENTOS Grupo Parlamentar PROJETO DE LEI N.º 178/XIII/1.ª SALVAGUARDA A PENSÃO DE ALIMENTOS ENQUANTO DIREITO DA CRIANÇA NO CÁLCULO DE RENDIMENTOS Exposição de motivos O direito à segurança social e solidariedade

Leia mais

CAPÍTULO I INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I INTRODUÇÃO Neste capítulo visamos efectuar, em primeiro lugar, uma descrição clara e sucinta do conhecimento na área das atitudes dos alunos face à inclusão de alunos com deficiência e, em segundo lugar, definir

Leia mais

A PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NO PROCESSO DE ADOÇÃO NO SERVIÇO AUXILIAR DA INFÂNCIA E JUVENTUDE DE PONTA GROSSA-PR

A PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NO PROCESSO DE ADOÇÃO NO SERVIÇO AUXILIAR DA INFÂNCIA E JUVENTUDE DE PONTA GROSSA-PR A PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NO PROCESSO DE ADOÇÃO NO SERVIÇO AUXILIAR DA INFÂNCIA E JUVENTUDE DE PONTA GROSSA-PR BARROS, Fabiéli Barbosa Figueira de (supervisora), e-mail: fbfb@tjpr.jus.br

Leia mais

ACÓRDÃO Nº 22 /2010 8.JUN/1ª S/SS

ACÓRDÃO Nº 22 /2010 8.JUN/1ª S/SS Mantido pelo acórdão nº 34/10, de 17/12/10, proferido no recurso nº 14/10 Não transitado em julgado ACÓRDÃO Nº 22 /2010 8.JUN/1ª S/SS Processo nº 187/2010 I OS FACTOS 1. O Município de Gondomar remeteu,

Leia mais

A PRIVATIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIREITOS ADQUIRIDOS OU ARBÍTRIO LEGISLATIVO?

A PRIVATIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIREITOS ADQUIRIDOS OU ARBÍTRIO LEGISLATIVO? A PRIVATIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIREITOS ADQUIRIDOS OU ARBÍTRIO LEGISLATIVO? Intervenção de Lino José Baptista Rodrigues Ribeiro Juiz Desembargador do Tribunal Central

Leia mais

Grupo Parlamentar PROJECTO DE LEI N.º 163/X PROÍBE AS DISCRIMINAÇÕES NO EXERCÍCIO DE DIREITOS POR MOTIVOS BASEADOS NA DEFICIÊNCIA.

Grupo Parlamentar PROJECTO DE LEI N.º 163/X PROÍBE AS DISCRIMINAÇÕES NO EXERCÍCIO DE DIREITOS POR MOTIVOS BASEADOS NA DEFICIÊNCIA. Grupo Parlamentar PROJECTO DE LEI N.º 163/X PROÍBE AS DISCRIMINAÇÕES NO EXERCÍCIO DE DIREITOS POR MOTIVOS BASEADOS NA DEFICIÊNCIA Fundamentação No plano legislativo o combate à discriminação dos cidadãos

Leia mais

SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO (Art.º 22.º do Regulamento de Estágio, publicado no Diário da República de 9 de Fevereiro de 2010)

SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO (Art.º 22.º do Regulamento de Estágio, publicado no Diário da República de 9 de Fevereiro de 2010) SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO (Art.º 22.º do Regulamento de Estágio, publicado no Diário da República de 9 de Fevereiro de 2010) 1 SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO (Artigo

Leia mais

Projeto de Resolução n.º 565/XII/2.ª

Projeto de Resolução n.º 565/XII/2.ª Projeto de Resolução n.º 565/XII/2.ª Recomenda ao Governo que aprove, para o período de vigência do Programa de Assistência Financeira a Portugal, uma moratória para as ações de despejo que tiverem fundamento

Leia mais

EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO VERSÃO 1

EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO VERSÃO 1 EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO 11.º Ano de Escolaridade (Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de Março) Curso Científico-Humanístico de Ciências Socioeconómicas PROVA 712/12 Págs. Duração da prova: 120

Leia mais

PARECER N.º 175/CITE/2009

PARECER N.º 175/CITE/2009 PARECER N.º 175/CITE/2009 Assunto: Parecer prévio nos termos do n.º 1 e da alínea b) do n.º 3 do artigo 63.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro Despedimento colectivo

Leia mais

O Planejamento Participativo

O Planejamento Participativo O Planejamento Participativo Textos de um livro em preparação, a ser publicado em breve pela Ed. Vozes e que, provavelmente, se chamará Soluções de Planejamento para uma Visão Estratégica. Autor: Danilo

Leia mais

QUARTO PROTOCOLO AO ACORDO GERAL SOBRE O COMÉRCIO DE SERVIÇOS

QUARTO PROTOCOLO AO ACORDO GERAL SOBRE O COMÉRCIO DE SERVIÇOS Decreto n.º 8/98 de 7 de Março Quarto Protocolo ao Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços e as alterações à Lista de Compromissos Específicos das Comunidades Europeias e seus Estados Membros em matéria

Leia mais

A saúde da população é uma questão crucial para o desenvolvimento em qualquer país

A saúde da população é uma questão crucial para o desenvolvimento em qualquer país Saúde Global e Desenvolvimento Sustentável A saúde da população é uma questão crucial para o desenvolvimento em qualquer país do mundo. É uma evidência para cada um de nós que a saúde é uma condição base

Leia mais

LIDERANÇA, ÉTICA, RESPEITO, CONFIANÇA

LIDERANÇA, ÉTICA, RESPEITO, CONFIANÇA Dado nos últimos tempos ter constatado que determinado sector da Comunidade Surda vem falando muito DE LIDERANÇA, DE ÉTICA, DE RESPEITO E DE CONFIANÇA, deixo aqui uma opinião pessoal sobre o que são estes

Leia mais

Programa de Formação para Profissionais

Programa de Formação para Profissionais Programa de Formação para Profissionais 1 O ACESSO À INFORMAÇÃO DE SAÚDE DIREITOS, PROCEDIMENTOS E GARANTIAS Sérgio Pratas smpratas@gmail.com Maio e Junho 2015 2 Programa: 1. O acesso à informação de saúde

Leia mais

EngIQ. em Engenharia da Refinação, Petroquímica e Química. Uma colaboração:

EngIQ. em Engenharia da Refinação, Petroquímica e Química. Uma colaboração: EngIQ Programa de Doutoramento em Engenharia da Refinação, Petroquímica e Química Uma colaboração: Associação das Indústrias da Petroquímica, Química e Refinação (AIPQR) Universidade de Aveiro Universidade

Leia mais

PARECER N.º 40/CITE/2006

PARECER N.º 40/CITE/2006 PARECER N.º 40/CITE/2006 Assunto: Parecer prévio nos termos do n.º 1 do artigo 51.º do Código do Trabalho e da alínea c) do n.º 1 do artigo 98.º da Lei n.º 35/2004, de 29 de Julho Processo n.º 44 DG-E/2006

Leia mais

Elaboração e aplicação de questionários

Elaboração e aplicação de questionários Universidade Federal da Paraíba Departamento de Estatística Curso de Bacharelado em Estatística Elaboração e aplicação de questionários Prof. Hemílio Fernandes Campos Coêlho Departamento de Estatística

Leia mais

Aspectos Sócio-Profissionais da Informática

Aspectos Sócio-Profissionais da Informática ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA I N S T I T U T O P O L I T É C N I C O D E C A S T E L O B R A N C O ENGENHARIA INFORMÁTICA Aspectos Sócio-Profissionais da Informática Jovens Empresários de Sucesso e Tendências

Leia mais

IV Fórum do Sector Segurador e Fundos de Pensões. Lisboa, 15 de Abril de 2009

IV Fórum do Sector Segurador e Fundos de Pensões. Lisboa, 15 de Abril de 2009 IV Fórum do Sector Segurador e Fundos de Pensões Lisboa, 15 de Abril de 2009 Foi com todo o gosto e enorme interesse que aceitei o convite do Diário Económico para estar presente neste IV Fórum do sector

Leia mais

TÍTULO: FILHOS DA REPRODUÇÃO ASSISTIDA: REVELAR OU NÃO REVELAR, EIS A QUESTÃO INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

TÍTULO: FILHOS DA REPRODUÇÃO ASSISTIDA: REVELAR OU NÃO REVELAR, EIS A QUESTÃO INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS TÍTULO: FILHOS DA REPRODUÇÃO ASSISTIDA: REVELAR OU NÃO REVELAR, EIS A QUESTÃO CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PSICOLOGIA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES

Leia mais

Norma Interpretativa 2 Uso de Técnicas de Valor Presente para mensurar o Valor de Uso

Norma Interpretativa 2 Uso de Técnicas de Valor Presente para mensurar o Valor de Uso Norma Interpretativa 2 Uso de Técnicas de Valor Presente para mensurar o Valor de Uso Esta Norma Interpretativa decorre da NCRF 12 - Imparidade de Activos. Sempre que na presente norma existam remissões

Leia mais

Jornal Oficial da União Europeia

Jornal Oficial da União Europeia 6.2.2003 L 31/3 REGULAMENTO (CE) N. o 223/2003 DA COMISSÃO de 5 de Fevereiro de 2003 que diz respeito aos requisitos em matéria de rotulagem relacionados com o modo de produção biológico aplicáveis aos

Leia mais

Programa para a Reabilitação de Pessoas com Comportamentos Adictos

Programa para a Reabilitação de Pessoas com Comportamentos Adictos Programa para a Reabilitação de Pessoas com Comportamentos Adictos Introdução Os comportamentos adictos têm vindo a aumentar na nossa sociedade. Os problemas, ao nível do local e das relações no trabalho,

Leia mais

STC5 Redes de informação e comunicação

STC5 Redes de informação e comunicação STC5 Redes de informação e comunicação João Paulo Ferreira Técnico de organização de eventos Modulo: STC5 Redes de informação e comunicação Formador: Hélder Alvalade 0 Índice Introdução... 2 Desenvolvimento...

Leia mais

DECRETO Nº 3.956, DE 8 DE OUTUBRO DE

DECRETO Nº 3.956, DE 8 DE OUTUBRO DE Convenção da Organização dos Estados Americanos 08/10/2001 - Decreto 3956 promulga a Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Pessoas Portadoras de Deficiência

Leia mais

Encontro Nacional de Instaladores

Encontro Nacional de Instaladores Encontro Nacional de Instaladores 8 de Julho de 2010 Exposalão Batalha 2 - não querer fechar (contratar) a todo o custo; - não aceitar toda e qualquer cláusula contratual; - procurar obter garantias de

Leia mais

PROJECTO DE CARTA-CIRCULAR SOBRE POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

PROJECTO DE CARTA-CIRCULAR SOBRE POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PROJECTO DE CARTA-CIRCULAR SOBRE POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS No âmbito da avaliação realizada, a nível internacional, sobre os fundamentos da crise financeira iniciada no Verão

Leia mais

POC 13 - NORMAS DE CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS

POC 13 - NORMAS DE CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS POC 13 - NORMAS DE CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS 13.1 - Aspectos preliminares As demonstrações financeiras consolidadas constituem um complemento e não um substituto das demonstrações financeiras individuais

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 975/XII/4.ª

PROJETO DE LEI N.º 975/XII/4.ª PROJETO DE LEI N.º 975/XII/4.ª Altera o artigo 1905.º do Código Civil e o artigo 989.º do Código do Processo Civil, melhorando o regime de alimentos em caso de filhos maiores ou emancipados Como bem assinala

Leia mais

CAPÍTULO 6 INTENÇÕES REPRODUTIVAS E PLANEAMENTO DA FECUNDIDADE

CAPÍTULO 6 INTENÇÕES REPRODUTIVAS E PLANEAMENTO DA FECUNDIDADE CAPÍTULO 6 INTENÇÕES REPRODUTIVAS E PLANEAMENTO DA FECUNDIDADE O questionário do IDS de 1997 conteve várias questões para investigar as preferências reprodutivas da população entrevistada. Foi recolhida

Leia mais

REGULAMENTO DAS PROVAS ORAIS DE AVALIAÇÃO E AGREGAÇÃO

REGULAMENTO DAS PROVAS ORAIS DE AVALIAÇÃO E AGREGAÇÃO REGULAMENTO DAS PROVAS ORAIS DE AVALIAÇÃO E AGREGAÇÃO APROVADO PELO CONSELHO DISTRITAL DE LISBOA DA ORDEM DOS ADVOGADOS NO ÂMBITO DO REGULAMENTO N.º 52-A/2005 DO CONSELHO GERAL A formação e avaliação têm

Leia mais

Área de Intervenção IV: Qualidade de vida do idoso

Área de Intervenção IV: Qualidade de vida do idoso Área de Intervenção IV: Qualidade de vida do idoso 64 ÁREA DE INTERVENÇÃO IV: QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO 1 Síntese do Problemas Prioritários Antes de serem apresentadas as estratégias e objectivos para

Leia mais

Julho 2009 IRECTIVA 2008/48/CE? QUEM GANHA COM A TRANSPOSIÇÃO DA DIRECTIVA

Julho 2009 IRECTIVA 2008/48/CE? QUEM GANHA COM A TRANSPOSIÇÃO DA DIRECTIVA Julho 2009 A LOCAÇÃO FINANCEIRA E O NOVO REGIME DOS CONTRATOS DE CRÉDITO A CONSUMIDORES: QUEM GANHA COM A TRANSPOSIÇÃO DA DIRECTIVA IRECTIVA 2008/48/CE? Para impressionar um potencial cliente numa reunião

Leia mais

Tal como pretendemos salientar ao longo do primeiro capítulo, no período da

Tal como pretendemos salientar ao longo do primeiro capítulo, no período da Tal como pretendemos salientar ao longo do primeiro capítulo, no período da indústria artesanal não se concedia demasiada importância ao fenómeno do trabalho infantil. As pessoas de então preocupavam-se,

Leia mais

C5. Formação e evolução estelar

C5. Formação e evolução estelar AST434: C5-1/68 AST434: Planetas e Estrelas C5. Formação e evolução estelar Mário João P. F. G. Monteiro Mestrado em Desenvolvimento Curricular pela Astronomia Mestrado em Física e Química em Contexto

Leia mais

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar PROJECTO DE RESOLUÇÃO N.º 1423/XII/4.ª

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar PROJECTO DE RESOLUÇÃO N.º 1423/XII/4.ª PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar PROJECTO DE RESOLUÇÃO N.º 1423/XII/4.ª RECOMENDA AO GOVERNO A TOMADA URGENTE DE MEDIDAS DE APOIO AO ARRENDAMENTO POR JOVENS COM VISTA À SUA EFETIVA EMANCIPAÇÃO

Leia mais

Manual do facilitador

Manual do facilitador Manual do facilitador Introdução Este manual faz parte do esforço para institucionalizar o sistema de informação de uma maneira coordenada a fim de que as informações possam ser de acesso de todos que

Leia mais

www.pwc.pt Auditoria nos termos do Regulamento da Qualidade de Serviço Relatório resumo EDP Serviço Universal, S.A.

www.pwc.pt Auditoria nos termos do Regulamento da Qualidade de Serviço Relatório resumo EDP Serviço Universal, S.A. www.pwc.pt Auditoria nos termos do Regulamento da Qualidade de Serviço Relatório resumo EDP Serviço Universal, S.A. Janeiro 2014 Enquadramento A promoção da melhoria contínua da qualidade de serviço no

Leia mais

Processo de Bolonha. Regime de transição na FCTUC

Processo de Bolonha. Regime de transição na FCTUC Processo de Bolonha Regime de transição na FCTUC Aprovado na Comissão Coordenadora do Conselho Pedagógico a 20 de Setembro de 2006, na Comissão Coordenadora do Conselho Científico a 22 de Setembro de 2006,

Leia mais

BREVE INTRODUÇÃO AO SISTEMA DA GESTÃO DE DOCUMENTOS DA CÂMARA MUNICIPAL DE MACAU PROVISÓRIA

BREVE INTRODUÇÃO AO SISTEMA DA GESTÃO DE DOCUMENTOS DA CÂMARA MUNICIPAL DE MACAU PROVISÓRIA Administração n.º 47, vol. X III, 2000-1.º, 263-271 BREVE INTRODUÇÃO AO SISTEMA DA GESTÃO DE DOCUMENTOS DA CÂMARA MUNICIPAL DE MACAU PROVISÓRIA Iong Chi Seng, Lao Chon Pio e Lao Sok Chi* A Câmara Municipal

Leia mais

Colóquio anual sobre Direito do Trabalho Outubro/2009 Despedimento para a Reestruturação (da empresa) Intervenção em mesa redonda

Colóquio anual sobre Direito do Trabalho Outubro/2009 Despedimento para a Reestruturação (da empresa) Intervenção em mesa redonda Colóquio anual sobre Direito do Trabalho Outubro/2009 Despedimento para a Reestruturação (da empresa) Intervenção em mesa redonda Quero começar por agradecer ao Supremo Tribunal de Justiça, por intermédio

Leia mais

PROGRAMA DE INTRODUÇÃO AO DIREITO

PROGRAMA DE INTRODUÇÃO AO DIREITO PROGRAMA DE INTRODUÇÃO AO DIREITO 12ª Classe 2º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO Área de Ciências Económico-Jurídicas Ficha Técnica TÍTULO: Programa de Introdução ao Direito - 12ª Classe EDITORA: INIDE IMPRESSÃO:

Leia mais

PARECER N.º 2 / 2012

PARECER N.º 2 / 2012 PARECER N.º 2 / 2012 DOTAÇÃO DE PESSOAL NO SERVIÇO DE PEDIATRIA ONCOLÓGICA 1. A questão colocada Solicitar o parecer da Ordem acerca da dotação de pessoal no serviço de Pediatria Oncológica, dado que não

Leia mais

CÂMARA MUNICIPAL DE MOURA

CÂMARA MUNICIPAL DE MOURA CÂMARA MUNICIPAL DE MOURA Regulamento de Estágio para Ingresso nas Carreiras do Grupo de Pessoal Técnico Superior, Técnico e de Informática do Quadro de Pessoal da Câmara Municipal de Moura PREÂMBULO Publicado

Leia mais

SEMINÁRIOS AVANÇADOS GESTÃO DE PROJECTOS

SEMINÁRIOS AVANÇADOS GESTÃO DE PROJECTOS SEMINÁRIOS AVANÇADOS DE GESTÃO DE PROJECTOS 2007 Victor Ávila & Associados - Victor Ávila & Associados Centro Empresarial PORTUGAL GLOBAL, Rua do Passeio Alegre, nº 20 4150- Seminários Avançados de Gestão

Leia mais

Educação para os Media e Cidadania

Educação para os Media e Cidadania Educação para os Media e Cidadania Sara Pereira Instituto de Estudos da Criança Universidade do Minho Com este artigo procura-se reflectir sobre a educação para os media como uma forma e uma via de educar

Leia mais

Desigualdade Económica em Portugal

Desigualdade Económica em Portugal Desigualdade Económica em Portugal A publicação anual pelo Eurostat e pelo INE de indicadores de desigualdade na distribuição pessoal do rendimento em Portugal, e a sua comparação com os dos restantes

Leia mais

GUIA PRÁTICO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO PARCIAL

GUIA PRÁTICO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO PARCIAL GUIA PRÁTICO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO PARCIAL INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.P ISS, I.P. Departamento/Gabinete Pág. 1/14 FICHA TÉCNICA TÍTULO Guia Prático Subsídio de Desemprego Parcial (6002 v4.02_2)

Leia mais

ADMINISTRAÇÃO GERAL MOTIVAÇÃO

ADMINISTRAÇÃO GERAL MOTIVAÇÃO ADMINISTRAÇÃO GERAL MOTIVAÇÃO Atualizado em 11/01/2016 MOTIVAÇÃO Estar motivado é visto como uma condição necessária para que um trabalhador entregue um desempenho superior. Naturalmente, como a motivação

Leia mais

3. A autonomia político-administrativa regional não afecta a integridade da soberania do Estado e exerce-se no quadro da Constituição.

3. A autonomia político-administrativa regional não afecta a integridade da soberania do Estado e exerce-se no quadro da Constituição. TÍTULO VII - Regiões autónomas Artigo 225.º (Regime político-administrativo dos Açores e da Madeira) 1. O regime político-administrativo próprio dos arquipélagos dos Açores e da Madeira fundamenta-se nas

Leia mais

TRIBUNAL ARBITRAL DE CONSUMO

TRIBUNAL ARBITRAL DE CONSUMO Processo n.º 1911/2015 Requerente: João Requerida: SA 1. Relatório 1.1. A requerente, alegando anomalias no funcionamento de computador portátil que comprou à requerida, pediu, inicialmente, a sua substituição

Leia mais

FEUP - 2010 RELATÓRIO DE CONTAS BALANÇO

FEUP - 2010 RELATÓRIO DE CONTAS BALANÇO relatório de contas 2 FEUP - 2010 RELATÓRIO DE CONTAS BALANÇO FEUP - 2010 RELATÓRIO DE CONTAS 3 4 FEUP - 2010 RELATÓRIO DE CONTAS DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR NATUREZAS DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

Leia mais

Módulo X Medicina Geral e Ciências Sociais 1 de Junho de 2010

Módulo X Medicina Geral e Ciências Sociais 1 de Junho de 2010 FACULDADE DE MEDICINA DE LISBOA Módulo X Medicina Geral e Ciências Sociais 1 de Junho de 2010 Docente: Prof. Doutor Miguel Oliveira da Silva Ana Catarina Franco; Fernando Pereira; Rui Cerejo História do

Leia mais

Procriação Medicamente Assistida: Presente e Futuro Questões emergentes nos contextos científico, ético, social e legal

Procriação Medicamente Assistida: Presente e Futuro Questões emergentes nos contextos científico, ético, social e legal Procriação Medicamente Assistida: Presente e Futuro Questões emergentes nos contextos científico, ético, social e legal Senhor Secretário de Estado da Saúde, Dr. Leal da Costa, Senhora Secretária de Estado

Leia mais

Tamanho do pênis mitos e verdades Ter, 28 de Fevereiro de 2012 02:32

Tamanho do pênis mitos e verdades Ter, 28 de Fevereiro de 2012 02:32 O tamanho do pênis é alvo de grande interesse para muitas pessoas. Alguns consideram um pênis grande ser um sinal de masculinidade. Esse tipo, que se tornou com o passar dos tempos uma forma de insegurança

Leia mais

Uma globalização consciente

Uma globalização consciente Uma globalização consciente O apelo a uma globalização mais ética tornou se uma necessidade. Actores da globalização como as escolas, devem inspirar por estes valores às responsabilidades que lhes são

Leia mais

Introdução. Gerar vida sem sexualidade e viver. sem perceber que se está a gerar. Apenas uma instituição. a união sexual à procriação.

Introdução. Gerar vida sem sexualidade e viver. sem perceber que se está a gerar. Apenas uma instituição. a união sexual à procriação. Introdução A amplitude do conhecimento actual acerca da transmissão da vida alcança limites extraordinários. Existem já inúmeros mecanismos para evitar que surja a vida humana em consequência do amor conjugal

Leia mais

Regime jurídico que regulamenta a compra e venda de fracções autónomas de edifícios em construção

Regime jurídico que regulamenta a compra e venda de fracções autónomas de edifícios em construção Regime jurídico que regulamenta a compra e venda de fracções autónomas de edifícios em construção Actualmente em Macau, designa-se geralmente por compra e venda de fracções autónomas de edifícios em construção

Leia mais

TEXTO: SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS HUMANOS.

TEXTO: SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS HUMANOS. TEXTO: SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS HUMANOS. O envelhecimento digno é considerado um Direito Humano a ser garantido e preservado pelo Estado e pela Sociedade. Assim, a consolidação desse direito requer

Leia mais

Anexo I - Questionário

Anexo I - Questionário Anexo I - Questionário Joana Alexandra de Jesus Amorim, aluna do 4º ano da Licenciatura em Enfermagem da Universidade Fernando Pessoa, encontra-se a realizar um trabalho de investigação com o título Cirurgia

Leia mais

PROJECTO DE LEI Nº 238/XII

PROJECTO DE LEI Nº 238/XII PROJECTO DE LEI Nº 238/XII Cria salvaguardas para os mutuários de crédito à habitação, procedendo à 10ª alteração ao Decreto-Lei n.º 349/98, de 11 de Novembro Exposição de motivos Nas últimas décadas o

Leia mais

Transição para a parentalidade após um diagnóstico de anomalia congénita no bebé: Resultados do estudo

Transição para a parentalidade após um diagnóstico de anomalia congénita no bebé: Resultados do estudo 2013 Transição para a parentalidade após um diagnóstico de anomalia congénita no bebé: Resultados do estudo Ana Fonseca, Bárbara Nazaré e Maria Cristina Canavarro Pontos de interesse especiais: Porque

Leia mais

Manual do Revisor Oficial de Contas. Projecto de Directriz de Revisão/Auditoria 860

Manual do Revisor Oficial de Contas. Projecto de Directriz de Revisão/Auditoria 860 Índice Projecto de Directriz de Revisão/Auditoria 860 PROJECTO DE DIRECTRIZ DE REVISÃO/AUDITORIA 860 Dezembro de 2008 Relatório Sobre o Sistema de Controlo Interno das Instituições de Crédito e Sociedades

Leia mais

POLÍTICA DE DIVERSIDADE DO GRUPO EDP

POLÍTICA DE DIVERSIDADE DO GRUPO EDP POLÍTICA DE DIVERSIDADE DO GRUPO EDP CONTEXTO Respeitar a diversidade social e a representatividade presente nas comunidades em que as organizações se inserem é um dever ético e simultaneamente um fator

Leia mais

Projeto de lei n.º 111/XIII/1ª. Inclusão de opção vegetariana em todas as cantinas públicas. Exposição de motivos

Projeto de lei n.º 111/XIII/1ª. Inclusão de opção vegetariana em todas as cantinas públicas. Exposição de motivos Projeto de lei n.º 111/XIII/1ª Inclusão de opção vegetariana em todas as cantinas públicas Exposição de motivos Em 2007 existiam em Portugal cerca de 30.000 vegetarianos, segundo a Associação Vegetariana

Leia mais

Código: CHCB.PI..EST.01 Edição: 1 Revisão: 0 Páginas:1 de 12. 1. Objectivo. 2. Aplicação

Código: CHCB.PI..EST.01 Edição: 1 Revisão: 0 Páginas:1 de 12. 1. Objectivo. 2. Aplicação Código: CHCB.PI..EST.01 Edição: 1 Revisão: 0 Páginas:1 de 12 1. Objectivo o Estabelecer normas para o processamento dos dispositivos médicos, baseadas em padrões de qualidade. o Estabelecer condições de

Leia mais

LEGISLAÇÃO RELATIVA A ELEIÇÕES E REFERENDOS

LEGISLAÇÃO RELATIVA A ELEIÇÕES E REFERENDOS LEGISLAÇÃO RELATIVA A ELEIÇÕES E REFERENDOS REGIME JURÍDICO DO RECENSEAMENTO ELEITORAL Lei n.º 13/99, de 22 de Março. Artigo 1.º - Regra geral O recenseamento eleitoral é oficioso, obrigatório, permanente

Leia mais