A REVISÃO DO CONSUMO DE COPOS DESCARTÁVEIS NO AMBIENTE ESCOLAR: UM DESAFIO NO ÂMBITO DE UM PROJETO DE ENSINO PAUTADO NO PRINCÍPIO DOS 3 RS
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- Maria das Neves Gama Bentes
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1 Anais do II Seminário de Pesquisa do NUPEPE Uberlândia/MG p. 4-4 e de maio 00 4 A REVISÃO DO CONSUMO DE COPOS DESCARTÁVEIS NO AMBIENTE ESCOLAR: UM DESAFIO NO ÂMBITO DE UM PROJETO DE ENSINO PAUTADO NO PRINCÍPIO DOS 3 RS Profa. Ma Selma Gonzaga Silva - ESEBA/UFU selgonza@yahoo.com.br JUSTIFICATIVA O Projeto de Ensino Institucional Três erres (3Rs) na escola é oriundo da área de Ciências da Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia (ESEBA/UFU), onde se tornou institucional a partir do ano 006. Insere-se no âmbito das discussões acerca do crescente padrão de produção e de consumo praticados nas sociedades atuais, imposto pelo modelo socioeconômico vigente e suas implicações para a vida na Terra. Tal modelo nos faz crer ou tenta nos fazer crer na perspectiva de que é mais feliz quem mais consome. Neste sentido, a mídia tem um papel fundamental como formadora de opinião e tem feito um trabalho de convencimento, por vezes até apelativo, utilizando-se de um verdadeiro arsenal, criteriosamente patrocinada pelas indústrias, comércio etc., por meio dos quais nos bombardeia permanentemente. De modo especial, o modelo de crescimento pautado no desenvolvimento econômico, vigente nas sociedades industrializadas, tem como meta permanente o aumento da produção, pois tem como referência o princípio de que maior produção significa maior riqueza. Para que haja maior demanda por esses produtos industrializados, a vida útil desses produtos é cada vez mais curta, devendo ser substituídos por outros com maior rapidez. Esse modelo de crescimento responde também a um modelo de consumo adotado por um estilo de vida mais urbano, que cresce a cada década. As pessoas precisam ser mais produtivas e administrar seu tempo para isso. Nesse sentido, tal modelo atende, por exemplo, a demanda por maior praticidade no dia a dia ao colocar à disposição dos consumidores uma crescente gama de produtos descartáveis, além de um investimento, cada vez maior, em embalagens, predominantemente plásticas. Como conseqüência, nos ecossistemas urbanos, de modo especial, há uma grande produção de resíduos que não são reciclados naturalmente no ambiente. Na realidade, os modelos de produção, consumo e desejo são lineares e geram grandes quantidades de materiais que acabam sua vida útil como resíduos acumulados em
2 Anais do II Seminário de Pesquisa do NUPEPE Uberlândia/MG p. 4-4 e de maio espaços relativamente reduzidos e de difícil gestão, como os lixões e os aterros sanitários. Como se pode depreender dessa realidade, paralelamente ao crescimento do padrão de produção e de consumo, aumenta o volume de resíduos, bem como a crença de que todo esse material descartado não pode ser aproveitado novamente e deve ser destinado ao lixo. E vai se multiplicando a quantidade de resíduos que formam montanhas de detritos, lixões urbanos oficiais ou clandestinos e até a exportação de lixo dos grandes centros para cidades do interior, ou de um país para outro, devido ao esgotamento de aterros sanitários e à falta de usinas de compostagem. Os dados a esse respeito em nosso país têm sido considerados alarmantes há mais de vinte anos. Na publicação do THE EARTHWORKS GROUPS (989), consta estimativas da ONU sobre o Brasil, considerando que, já naquela época, em nosso país, se jogava no lixo anualmente 4,5% de tudo o que se produzia e isso correspondia a 0% da nossa dívida externa. Somente São Paulo produzia mil toneladas de lixo por dia e o lixo domiciliar crescia 5% ao ano. Consumíamos anualmente de 800 milhões a um bilhão de pilhas e, em média, 5 milhões de lâmpadas. As pilhas, normalmente jogadas no lixo não são recicladas no ambiente, estouram e liberam metais pesados tóxicos que contaminam o solo e a água. Se forem incineradas, liberam gases tóxicos para a atmosfera. Estima-se que cerca de 50% das praias brasileiras estavam poluídas por esgotos, vazamentos de petróleo ou efluentes líquidos (lixo tóxico). O Brasil fabricava, anualmente, cerca de um milhão de embalagens de vidro das quais apenas 30% eram recicladas. A produção de fraldas descartáveis no Brasil estava em torno de 400 milhões por ano; elas levam quinhentos anos para se decompor no ambiente, enquanto as de pano se biodegradam em até seis meses (THE EARTHWORKS GROUPS, 989). Nos últimos anos as publicações da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) divulgam os dados sobre a geração de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) no Brasil, em locais onde há serviços de coleta público-domiciliar, que continuam revelando uma situação alarmente. Levando em consideração todo o tipo de resíduo gerado nos domicílios, como restos de alimentos e materiais descartáveis (tetra-pak, garrafas PET, vidro etc.), os restos provenientes de unidades de alimentação, como restaurantes e hotéis, o material coletado na rua, o produto da manutenção de áreas verdes, como praças e jardins, e, finalmente, o entulho gerado por novas construções ou reformas, estima que tais atividades e locais foram, em 006, responsáveis pelo acúmulo de cerca de toneladas por dia de material que
3 Anais do II Seminário de Pesquisa do NUPEPE Uberlândia/MG p. 4-4 e de maio demanda uma correta captação, afastamento e destinação (PANORAMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL, 006). Em 007 foram gerados no Brasil toneladas de RSU por dia, com uma geração per capta de,06 kg/hab/dia. Já em 008 essa produção foi de toneladas por dia;,080 kg/hab/dia. A comparação entre os dados sobre a geração de RSU de 007 e 008 revela um decréscimo de,4% na geração de RSU per capita no Brasil como um todo, e um acréscimo de 0,6% na quantidade total gerada. Embora tais constatações possam sugerir uma melhora no comportamento coletivo da população brasileira neste quesito, os números continuam sendo grandiosos e preocupantes, sem queda significativa na geração desses resíduos que, quando coletados, são destinados a aterros sanitários (54,8%), aterros controlados (0%) ou lixões (5,%) (PANORAMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL, 008). Não é difícil perceber que o problema da destinação final de resíduos sólidos (usualmente denominado e gerenciado como lixo ) que vivenciamos atualmente é conseqüência, dentre outros aspectos, de um modelo de vida baseado no preparo e consumo rápido de produtos e na facilidade existente em jogar no lixo. Nos últimos 30 anos, a quantidade de lixo no mundo triplicou, principalmente por causa dos restos de embalagens. Neste sentido, discussões em vários setores têm apontado que a sociedade precisa, urgentemente, constituir formas de pensar e agir individual e coletivamente para que novos caminhos e modelos de produção e consumo sejam trilhados no intuito de minimizar os impactos ambientais. Diversos segmentos sociais têm se envolvido nessa discussão e abraçado essa causa, lutando pela preservação no planeta, tendo como referência a revisão do padrão de produção e de consumo prevalecente nas sociedades atuais. É urgente a necessidade dos segmentos sociais se mobilizarem na busca da construção de um modelo de desenvolvimento sustentável, conforme premissas dos documentos oficiais divulgados pela ONU, pelos Ministérios do Meio Ambiente e da Educação, como também das pesquisas acadêmicas que tratam da Educação Ambiental. Uma possibilidade de construção de uma consciência da necessidade da preservação planetária tem sido norteada por reflexões e ações baseadas no princípio dos três erres (3Rs): reduzir, reutilizar e reciclar. A política dos 3Rs defende os seguintes encaminhamentos: prioritariamente Reduzir a produção, o consumo e a geração de lixo. O melhor resíduo é o que não se
4 Anais do II Seminário de Pesquisa do NUPEPE Uberlândia/MG p. 4-4 e de maio produz (MASCAREÑAS, 007, p.). Para dar uma esperança ao planeta é necessário que haja uma redução do volume de produtos consumidos, tendo atenção especial com aqueles provenientes de recursos naturais não-renováveis. Utiliza-se, por exemplo, em demasia e desnecessariamente na maioria das vezes grandes quantidades de embalagens plásticas e de isopor, copos descartáveis, pilhas etc. Em segundo lugar, Reutilizar. Quanto mais objetos forem reutilizados, menos lixo será produzido e menos recursos esgotáveis teremos que utilizar para produzir novos produtos. A substituição de descartáveis por materiais duráveis ou de uso permanente é uma sugestão. Por exemplo, utilizar produtos que venham em embalagens de vidro ao invés de descartáveis. Utilizar as duas faces da folha para escrever ou imprimir também é muito importante, e possível. E, por último, Reciclar, ou seja, voltar a utilizar materiais para produção de novos produtos similares. Esse passo deve ser o último dos três erres mencionados. Deve-se priorizar a reciclagem nos casos em que não foi possível reduzir o consumo de algo específico, tampouco reutilizá-lo. Neste caso, então, deve-se tomar o cuidado, ao adquirir um produto, de verificar se ele pode ser reciclado. Tendo como referência a revisão do padrão de produção e de consumo, pautada no princípio dos três erres, a proposta do Projeto de Ensino Institucional 3Rs na escola da ESEBA/UFU é contribuir, por meio de ações e reflexões, para a construção, pela comunidade escolar, de uma consciência da necessidade de preservação planetária de maneira sustentável. Tal intuito se pauta na consideração da escola como um espaço social privilegiado de formação humana que desempenha papel fundamental na formação de cidadãos e cidadãs conscientes, aptos a decidir e atuar na realidade sócioambiental de um modo comprometido com o bem-estar de cada um/a e da sociedade como um todo. Nesse sentido, o Projeto Institucional 3Rs na escola da ESEBA-UFU tem buscado, ao longo desses últimos anos, contribuir para uma formação cidadã de dos alunos/as assim como de toda a comunidade escolar, com reflexões e ações acerca da revisão do padrão e produção e de consumo, à luz do princípio dos 3Rs. PROJETO 3Rs NA ESCOLA : AÇÕES LOCAIS COM POSSIBILIDADES DE REPERCURSSÃO À CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO. A responsabilidade pelo projeto é atribuída à uma comissão composta por docentes e técnicos administrativos da ESEBA/UFU. Essa comissão é constituída por
5 Anais do II Seminário de Pesquisa do NUPEPE Uberlândia/MG p. 4-4 e de maio adesão, e conta com uma coordenação e representantes de diversas áreas de conhecimento da ESEBA/UFU. Tem encontros semanais nos quais são discutidas as questões inerentes às ações propostas no âmbito do projeto 3 Rs na escola. Esses encontros são também de estudo e reflexões, configurando-se, assim, como espaços de formação docente. Uma das ações realizadas no âmbito desse projeto de ensino na ESEBA, desde 003, é a coleta seletiva de papel. Um dos desafios da efetivação dessa ação é o recolhimento do mesmo semanalmente na escola e a sua quantificação. Nesse sentido, há uma parceria com a Cooperativa de Recicladores de Uberlândia (CORU), para a qual é doado. Além do descarte do papel, chamou a atenção da comissão coordenadora do projeto o consumo exagerado e o desperdício de copos descartáveis no ambiente escolar. Visando à revisão do consumo desses copos, a comissão planejou e providenciou no final de 007, a produção de um squeeze, com a logo do projeto para cada componente da comunidade escolar. Eles foram entregues no início de 008, após um trabalho de sensibilização realizado pelos/as docentes em todas as salas de aulas de ª a 8ª séries. No entanto, acompanhando do comportamento dos/as alunos/as nos anos de 008 e 009, em relação ao uso dos squeezes - ou similares como garrafinhas e copos de uso permanente - para tomar água durante o período das aulas, percebemos que não houve mudanças significativas. Em conversas com a administração da ESEBA, verificamos que o uso de copos descartáveis continuou alto no ambiente escolar. A média de alunos/as que traziam esses recipientes de uso permanentes de casa ficou em torno de 0% em cada turma de 5ª à 8ª série. Diante dessa realidade, a seguinte questão se apresentou como cabível de investigação: por que a maioria dos/as alunos/as da ESEBA/UFU não incorporaram o hábito de utilização do squeeze após essa campanha de sensibilização no âmbito do projeto 3Rs na Escola? METODOLOGIA Em busca de resposta a essa pergunta e de outras questões relacionadas às reflexões e ações desenvolvidas no âmbito do projeto 3Rs na escola nos anos de 008 e 009, formulamos um questionário semi estruturado e solicitamos que os/as setenta e cinco alunos/as da 8ª série o respondessem no final de 009. Elegemos as três turmas
6 Anais do II Seminário de Pesquisa do NUPEPE Uberlândia/MG p. 4-4 e de maio dessa série por considerarmos significativo o número de alunos/as, e por já terem mais tempo de vivência no projeto 3Rs na escola do que as demais turmas. O questionário (ANEXO ) foi dividido em duas partes: a primeira contendo dicas para o consumo ambientalmente sustentável e uma pergunta sobre a dica enunciada, com espaço para comentários. Essas dicas foram selecionadas e adaptadas de um manual publicado no site Na segunda parte do questionário, as perguntas foram apresentadas de maneira mais direta com espaços para comentários. Os questionários foram entregues e respondidos na aula de Ciências, sob a orientação da professora dessa disciplina, participante das reflexões e ações do projeto 3Rs na escola. As questões da primeira parte do questionário que dizem respeito diretamente à revisão do consumo de descartáveis foram as de nº e, e por isso nos deteremos nesse trabalho a analisar e discutir as respostas dadas a elas pelos/as alunos/as. Nesse mesmo sentido, considero pertinente analisar as respostas à questão nº 3 da segunda parte do questionário. ANÁLISE DOS DADOS Com relação à primeira pergunta do questionário: - Andar sempre com uma garrafinha de água tornou-se um hábito saudável. Você é adepto? (responda abaixo). Se sim, o melhor seria se adotasse garrafas duráveis, como os squeezes. Assim eles voltam para casa e você ajuda a preservar o meio ambiente. Você pratica esta ação? Sim ( ) Não ( ) Comentário: A maioria dos/as alunos/as (4) respondeu que não pratica essa ação. Desse total de alunos/as que não têm o hábito de andar sempre com a sua garrafinha para tomar água, apenas 9 fizeram comentários. Dentre eles, a maioria (0) afirmam que não o fazem porque esquecem de carregar a garrafinha. As demais justificativas da não incorporação desse hábito ambientalmente saudável podem ser visualizadas no gráfico (ANEXO I). Os dados confirmam que a adesão a esse hábito é baixa. Porém, voltando o olhar para as reflexões e ações dentro da escola, no âmbito do projeto, considero que há o conhecimento sobre a sua importância. Isso é perceptível nas justificativas como procuro usar poucos copos descartáveis que remete à reflexão sobre a revisão do
7 Anais do II Seminário de Pesquisa do NUPEPE Uberlândia/MG p. 4-4 e de maio consumo, mas que não atinge o nível da substituição de um produto descartável por outro durável. Nesse mesmo sentido, alunos/as afirmam que não adquiriram ainda esse hábito, mas apontam a disposição fazê-lo. A consideração de que há conhecimento, mas não há uma conscientização que torne efetiva essa atitude diariamente, se fundamenta também no fato de apenas aluno/a responder que não vê necessidade em fazê-lo. Dentre as 6 respostas a essa questão, 0 alunos/as apontam que têm o hábito de andar com a garrafinha para tomar água. Desse total apenas 0 fizeram comentários, que se encontram representados no gráfico (ANEXO I) O que se pode depreender desses comentários é que apenas alunos/as apontam a escola como espaço desencadeador da aquisição desse hábito, por meio da campanha para o uso dos squeezes. As práticas esportivas se mostram um espaço onde o hábito de usar garrafinhas para tomar água é maior, talvez por necessidades biológicas e práticas inerentes a esse campo, ou mesmo porque os squeezes tenham uma representação social ligada ao esporte. Enfim, os dados confirmam a observação desencadeante da pesquisa que foi a pouca utilização de garrafinhas, squeezes ou similares para tomar água no espaço escolar e, em contrapartida o alto consumo de copos descartáveis. Os motivos alegados pelos alunos explicitam que tal situação são diversos, mas considero que nos apontam o seguinte aspecto da realidade: há conhecimento sobre o assunto, porém não há consciência. A ª questão da primeira parte do questionário foi assim formulada: - A substituição de descartáveis por materiais mais duráveis, ou de uso permanente, é uma sugestão dos ambientalistas que se preocupam com a sustentabilidade. Por exemplo, utilizar pratos, copos e xícaras de vidro, ou plásticos duráveis, em vez de descartáveis. Você pratica esta ação? Sim ( ) Não ( ) Comentário: Dos 6 alunos/as que responderam á esse item, 5 afirmaram que não e 57 que sim. Desse total, apenas 6 fizeram comentários, que estão explícitos no gráfico 3 (ANEXO I) O que se pode perceber nos comentários é que em casa essa é uma prática comum; o que não acontece em outros espaços como as festas. Apenas 5 alunos/as remeteram essa atitude às questões ambientais. Os dados confirmam o que se pode perceber em diversos espaços sociais onde, em nome da praticidade, há um grande
8 Anais do II Seminário de Pesquisa do NUPEPE Uberlândia/MG p. 4-4 e de maio consumo de materiais descartáveis. No âmbito doméstico, até mesmo por questões de ordem econômica, há um consumo maior de materiais duráveis como pratos, copos etc. Os/as alunos/as que afirmaram não ter esse hábito de substituir os descartáveis por materiais duráveis não fizeram nenhum comentário. A questão nº 3 da segunda parte do questionário foi assim formulada: Das 5 dicas apontadas na primeira parte desse instrumento e que você pratica, quais foram as que tomou conhecimento ou foi sensibilizado/a por meio do Projeto 3Rs na Escola? Das 6 dicas constantes na primeira parte do questionário, alunos/as consideram que conheceram ou foram sensibilizados/as por meio do projeto 3Rs na escola Com relação ao uso diário da garrafinha para tomar água, 7 alunos/as fazem essa referência e para a substituição de descartáveis por produtos duráveis(gráfico 4 - ANEXO I). Embora as referências ao conhecimento/sensibilização por meio do projeto 3Rs na escola sejam baixas, remetem às considerações a respeito da aprendizagem em outros espaços sociais além da escola. CONSIDERAÇÕES FINAIS A escola é um espaço profícuo para a construção de saberes por meio de estudos, reflexões e ações. Saberes esses que podem subsidiar a construção da identidade daqueles/as que dela participam, especialmente os/as alunos/as. Numa perspectiva da formação da consciência da necessidade da participação de cada um/a na preservação planetária, esse projeto de ensino institucional se apresenta revestido de uma grande expectativa em relação ao encaminhamento de ações que possam ser incorporadas ao cotidiano de parte significativa da comunidade escolar. No entanto, os resultados são pouco perceptíveis a curto e médio prazo. Após três anos de trabalho o que se pode constatar é que no caso da diminuição do consumo de copos descartáveis a postura dos discentes ainda está muito aquém das expectativas. Percebe-se que há grandes dificuldades de envolvimento e de investimento pessoal no que se refere às mudanças de atitudes cotidianas no espaço escolar. Tratar das questões ambientais na escola implica na revisão de valores, princípios, conflitos e tensões que se manifestam nesse e em diversos outros espaços sociais. De um modo geral, abre-se uma possibilidade para que cada indivíduo se
9 Anais do II Seminário de Pesquisa do NUPEPE Uberlândia/MG p. 4-4 e de maio perceba, perceba o ambiente e perceba-se nele. Um projeto que se fundamenta no princípio dos 3Rs pressupõe, na maioria das vezes, mudanças comportamentais difíceis de serem incorporadas ao cotidiano. Sendo assim, a construção de consciências nesse caso é fundamental; mas como se trata de um processo subjetivo, depende de vários fatores intervenientes. Essa pesquisa teve um caráter importante no sentido de explicitar a necessidade de um maior investimento no campo das reflexões no espaço escolar na perspectiva do desencadeamento de ações mais e efetivas nesse e em outros espaços sociais.. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MASCAREÑAS, Pablo. Residuos Y Contaminación. Disponível em: OS%0Y%0LA%0CONTAMINACI%D3N.doc. Acesso em 6/04/007. PANORAMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL. Abrelpe, 006. Panorama 006. Resíduos sólidos. pdf. Adobe Reader. Disponível em: < Acesso em: 8 set PANORAMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL. Abrelpe, 008. Panorama 008. Resíduos sólidos. pdf. Adobe Reader. Disponível em : < Acesso em: 8 set THE EARTHWORKS GROUPS. 50 Simple Things You Can do to save the Earth. Trad. Maria Claudia Fittipald. São Paulo: Nova Cultural, 989.
10 Anais do II Seminário de Pesquisa do NUPEPE Uberlândia/MG p. 4-4 e de maio 00 4 ANEXO I GRÁFICOS Gráfico Questão 0 - respostas Não Prefere usar o copo descartável da escola por todo o período das aulas. Procura usar poucos copos descartáveis. Ocupam muito espaço. Não habituou ainda, mas quer fazê-lo. 0 O squizze deixa a água com gosto desagradável Não vê necessidade em fazê-lo. Esquecimento 0 Gráfico Questão 0 - respostas SIM Economia e higiene Nas práticas esportivas Adquiriu o hábito devido à campanha da escola squizzes Somente em atividades fora da escola 3 Ajuda o meio ambiente usando objetos duráveis Não usa copos descartáveis Gráfico 3 Questão 0 - respostas SIM Em casa só usa objetos de vidro ou porcelana 4 3 Usa duráveis em casa e descartáveis apenas nas festas Contribui para diminuir o aquecimento global Facilidade de usar É mais higiênico Na maioria das vezes Acha importante Usa quando possível Tem o hábito de usar objetos de materiais permanentes Ajudar o meio ambiente/natureza
11 Anais do II Seminário de Pesquisa do NUPEPE Uberlândia/MG p. 4-4 e de maio 00 4 Gráfico 4 Indique quais dicas mais te sensibilizaram ou que você tomou conhecimento 3 7 Não comentaram Andar sempre com uma garrafinha de água Evitar uso de descartáveis Não desperdiçar alimentos Imprimir os dois lados da folha 9 Utilizar pen-drives ao invés de CDs e DVDs Economizar água, luz e separar material para reciclagem Ir ao supermercado com o estômago cheio Evitar usar sacolas plásticas Comprar produtos de boa qualidade Não jogar lixo na rua Uso de pilhas e baterias recarregáveis 4 Doar roupas Reutilizar óleo de frituras 3 Reciclagem e separação de latinhas de alumínio Evitar comprar produtos em isopor e papel filme 3 8 Nenhuma Todas Poucas 9 0 6
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