O sistema penal e os direitos humanos

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1 O sistema penal e os direitos humanos Débora Veneral 1 1. Aspectos Gerais Fundamentais Em regra as Constituições dos Países têm como um dos principais fundamentos a dignidade da pessoa humana e regem-se nas suas relações internacionais pelo princípio da prevalência dos direitos humanos. Tais direitos estão descritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e tem o intuito de reconhecer a dignidade da pessoa humana, a igualdade e a inalienabilidade de seus direitos, a preservação da liberdade, da justiça e paz entre os povos do mundo, considerando, portanto, a Universalidade dos direitos. Quando falamos em dignidade da pessoa humana devemos entendê-la como um valor espiritual e moral inerente a pessoa, cujo valor deva manifestar-se na condução de sua própria vida e no respeito a vida dos seres humanos que vivem em sociedade. A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada e proclamada pela Resolução 217 A, da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10/12/1948 e, na conferência de Direitos Humanos realizada em Viena em 1993, ficou assentado que todos os direitos humanos são universais, indivisíveis e interrelacionados. Em se tratando de inter-relação dos direitos, parte-se do princípio que os seres humanos devem ser passíveis de respeito e proteção, independentemente de onde estejam localizados geograficamente, bem como de sua raça, cor, religião ou classe social, haja vista que não obstante à multiplicidade de diferenças, são 1 Débora Veneral. Doutoranda em Direito UCSF Argentina. Advogada. deboraveneral@yahoo.com.br 1

2 antes de todo e qualquer argumento, indivíduos dotados de sensações e sentimentos. No entanto, o que se verifica desde a criação e elaboração de normas instituidoras da proteção dos direitos humanos é que nem sempre tais preceitos têm sido cumpridos, sobretudo, no que se refere àqueles que se encontram privados da liberdade ou por práticas ilícitas e cotidianas inerentes à sua personalidade, ou ainda, aqueles que cometem um delito, considerado fato isolado em sua vida. Impende ressaltar, que um Estado Democrático de Direito que mereça ostentar tal condição pressupõe respeito à promoção da dignidade da pessoa humana e busca a inserção do indivíduo em sua ordem estatal, reconhecendo e assegurando os direitos fundamentais. No entanto, não é o que se observa atualmente na realidade de muitos países, sobretudo em relação ao tratamento dos encarcerados. Quando se fala em discriminação verifica-se que esta sempre esteve e continua infiltrada, enraizada nas mentes humanas e nas instituições sociais e políticas, ocasionando a separação que afasta e nega o outro pelo fato de ser diferente e excluindo-o, mais ainda, por estar privado da liberdade. Esta exclusão é justificada pela maneira que o ser humano tem de negar e eliminar o que é diferente, o que é desigual, mesmo na medida de suas desigualdades. 2. Princípios aplicáveis na fixação e execução da pena Primeiramente, relevante salientar a importância do princípio da legalidade, sem o qual a imputação da conduta criminosa não poderia ocorrer e, conseqüentemente, ausente a previsão legal, não haverá pena a cumprir. Trata-se de princípio constitucional de aplicação ao Direito Penal, assim preceituado pela Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988: XXXIX: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. 2

3 sejam: Cumpre esclarecer que esta norma contempla dois princípios, quais a) Princípio da reserva legal: não há crime sem lei que o defina; não há pena sem cominação legal. b) Princípio da anterioridade: não há crime sem lei anterior que o defina; não há pena sem prévia cominação legal. Consoante preconiza a doutrina 2 : Os princípios da reserva legal e da anterioridade no âmbito penal (nullum crimen, nulla poena sine praevia lege) exigem a existência de lei formal devidamente elaborada pelo Poder Legislativo, por meio das regras de processo legislativo constitucional (lex scripta); que a lei seja anterior ao fato sancionado (lex previa); e, que a lei descreva especificamente um fato determinado (lex certa). E ainda, conforme menciona Alexandre de Moraes 3 essa previsão é tradicional das Constituições que caracterizam os Estados de Direito, e foi consagrada pelo art. 8 º da Declaração francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão, de , com a seguinte redação: A lei apenas deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias, e ninguém pode ser punido senão em virtude de uma lei estabelecida e promulgada antes do delito e legalmente aplicada. Essa legalidade também se aplica quando da execução da pena pelo sentenciado, pois nenhuma norma poderá impor sanções que provoquem excesso ou desvio na execução sob pena de declaração de inconstitucionalidade. No que se refere a garantia jurídica da execução da pena leciona Carlos Garcia Valdes 4 a garantia executiva, de se ajustar a atividade penitenciária 2 MORAES, Alexandre de. Direitos Humanos Fundamentais. Teoria Geral. Comentários aos arts 1º a 5º da Constituição da República Federativa do Brasil. Doutrina e Jurisprudência. 7. ed., São Paulo: Atlas, p Idem, p VALDES, Carlos Garcia. Comentários a la legislación penitenciaria. 2. ed. Madri: Civitas,

4 ao estabelecido na lei, regulamentos e sentenças judiciais, é uma das manifestaçoes do princípio da legalidade. (1982, p. 218) E ainda, considerando o princípio da legalidade genérica, 5 de que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, razão assiste ao Ilustre Professor Mirabete, quando ratifica-o, nos seguintes moldes: se de um lado se podem impor ao condenado as sanções penais estabelecidas na legislação, observadas as limitações constitucionais, de outro não se admite seja ele submetido a restrições não contidas na lei. Principio interessante e relevante a destacar é o da irretroatividade da lei in pejus, ou seja, a lei não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 6 Portanto, a regra prevalente no direito penal é a de que a lex mitior poderá retroagir. Tal retroatividade é cabível, também, durante a execução da pena e em todos os seus incidentes, ficando a cargo do Juiz de Execuções Penais, sua análise e aplicação como autoridade competente para aquela fase executória. Outros princípios aplicáveis, que podem ser analisados conjuntamente, são os princípios da pessoalidade ou intransmissibilidade da pena e da individualização da pena, previstos constitucionalmente nos seguintes moldes: XLV nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; XLVI a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos. 5 Artigo 5º, II, da Constituição da República Federativa do Brasil de Artigo 5º, XL, da Constituição da República Federativa do Brasil, de

5 O intuito do legislador foi deixar claro no primeiro dispositivo mencionado que a sanção penal imposta pelo Estado ao autor de uma infração penal deverá por ele mesmo ser cumprida. Não há, portanto, possibilidade de transmissão do dever de cumprimento de tal penalidade por familiares, parentes ou amigos, por maior que seja o amor, o grau de cumplicidade ou qualquer outro vínculo que os aproxime. No caso do cometimento de um delito, cada um responde pelos atos praticados na medida da sua culpabilidade. Ainda, sobre a intransmissibilidade da pena, interessante citar a Constituição Portuguesa 7 mencionada por Canotilho e Moreira 8 ao comentarem que: as penas são intransmissíveis, estando sujeitas ao princípio da pessoalidade, o que implica: (a) extinção da pena e do procedimento criminal com a morte do agente; (b) proibição da transmissão da pena para familiares, parentes ou terceiros; (c) impossibilidade de sub-rogação no cumprimento das penas. Da mesma forma que o princípio da pessoalidade da pena tem suas peculiaridades, cabível frisar que, o da individualização da pena deve manter uma consonância entre a conduta praticada pelo agente e a sanção que lhe foi imposta. Assim, para que o Juiz efetue aplicação da pena considerando sua finalidade preventiva e retributiva deverá valer-se dos critérios legais para fixá-la de modo a cumprir adequadamente sua função jurisdicional em dar resposta à sociedade e concomitantemente manter preservados os direitos constitucionais do condenado. Por fim, o princípio da humanidade, assim denominado por Zaffaroni 9, também conhecido como principio da humanização da pena, previsto na Constituição Brasileira nos seguintes termos: 7 Artigo 30º 3 da Constituição Portuguesa: As penas são insusceptíveis de transmissão. 8 CANOTILHO, J.J. Gomes; MOREIRA, Vital. Constituição da República Portuguesa anotada, p ed. Coimbra. Coimbra Editora ZAFFARONI. Raúl Eugenio. PIERANGELI, José Henrique. Manual de direito penal brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, p

6 XLVII Não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art.84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis. Considerando a previsão Constitucional e a aplicação do principio da humanização da pena verifica-se que as penas acima mencionadas, se aplicadas, violariam a civilização humana, e, por isso foram suprimidas do ordenamento jurídico brasileiro. Portanto, a execução da pena aplicada ao sentenciado deve obedecer aos parâmetros modernos de humanidade, consagrados internacionalmente, preservando a dignidade humana do condenado. Quando ocorre a prisão de uma pessoa, mesmo que provisoriamente, dá-se início a uma série de privações de direitos a começar pela liberdade de locomoção. Tal privação se acentua quando proferida sentença condenatória, pois o preso deixa de exercer alguns direitos, inclusive os direitos políticos, uma vez que deixar de ser considerado cidadão para os efeitos legais até o cumprimento da pena que lhe fora imposta. No entanto, conforme leciona a doutrina 10 o preso continua a sustentar os demais direitos e garantias fundamentais, por exemplo, à integridade física e moral (CF, art. 5º, III, V,X e LXIV), à liberdade religiosa (CF, art. 5º, VI), ao direito de propriedade (CF, art.5º, XII), dentre inúmeros outros, e, em especial, aos direitos à vida e à dignidade humana. 10 MORAES, Alexandre de. Direitos Humanos Fundamentais. Teoria Geral. Comentários aos arts 1º a 5º da Constituição da República Federativa do Brasil de Doutrina e Jurisprudência. Atlas. 7. ed. São Paulo p

7 E, ainda, no mesmo sentido enfatiza o Ministro Cernicchiaro 11, citado por Alexandre de Moraes: o conceito e o processo de execução, de modo algum, podem arranhar a dignidade do homem, garantia contra qualquer ofensa física ou moral. Lei que contrariasse esse estado, indiscutivelmente seria inconstitucional. Considerando tais aspectos, faz se mister lembrar que não estamos mais na era da vingança privada, divina e pública, e sim na era do caráter preventivo e retributivo do cumprimento da pena em busca da ressocializaçao do sentenciado. E esse objetivo de reinserir o condenado na sociedade, de modo que possa voltar ao convívio social está previsto em vários ordenamentos jurídicos. Neste sentido, destaca-se o artigo 39 da Constituição da República da Nicarágua, que assim preceitua: art. 39 Na Nicarágua, o sistema penitenciário é humanitário e tem como objetivo fundamental a transformação do interno para reintegrá-lo à sociedade. Por meio de um sistema progressivo promove a unidade familiar, a saúde, o desenvolvimento educativo, cultural e a ocupação produtiva com remuneração salarial para o interno. As penas têm um caráter reeducativo. As mulheres condenadas cumprirão suas penas em estabelecimentos penais distintos dos homens e se procurará que os guardas sejam do mesmo sexo. 3. A preservação dos direitos humanos durante a execução da pena no âmbito nacional e internacional Apesar da propagação dos direitos e deveres inerentes aos seres humanos, se há controvérsias decorrentes de diferenças de crenças, questões econômicas, políticas, atitudes costumes e comportamentos de acordo com a cultura de cada povo quando de sua vivencia e convivência em sociedade, muito mais haverá quanto àqueles privados da liberdade. 11 CERNICCHIARO, Luiz Vicente, COSTA JR., Paulo José. Direito penal na Constituição. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, p

8 Ademais, não se pode olvidar que, quando há violação dos direitos humanos a repercussão se dá no plano nacional e internacional, considerando, não só a infrigencia legislativa, mas a violação do principio da universalidade desses direitos, conforme descrito na Conferência Mundial de Direitos Humanos ocorrida em Viena em Porém, a despeito de todas as convenções e pactos relativos aos direitos humanos em todo o mundo a realidade é que sua violação na maioria dos Países tornou-se prática comum, sobretudo no sistema penitenciário, fato este que torna ineficaz o propósito da reinserção social, o que culmina por causar perplexidade no âmbito internacional. nos seguintes termos: Outrossim, em se tratando de protecionismo, manifesta-se a doutrina a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, como se tem afirmado, foi o marco inicial de um movimento que prossegue até hoje, justamente, na linha de sua proteção além das fronteiras dos Estados. 12 Segundo a doutrina: Em se tratando de matéria penal, a questão ganha nova dimensão. O Tribunal tem sido mais rígido quando a violação ao direito da pronta prestação da justiça pauta-se no período de detenção do indivíduo. Isso porque, a demora no julgamento de um indivíduo na esfera penal, produz danos maiores e acarreta outras violações a direitos previstos na Convenção Européia, como o direito à liberdade de ir e vir, de expressão, ao trabalho, à família, dentre outros não passíveis de exercício no período da detenção, caso injusta. E essa insegurança, que gera danos e angústias também aos familiares do lesado, é majorada conforme o tempo se esvai, sem resposta. Daí a preocupação do Tribunal em evitar que as delongas processuais gerem danos 12 Bicudo, Hélio. In: A Proteção Internacional dos Direitos Humanos. São Paulo: FTD, 1997, p

9 irreparáveis, ao lesado ou aos seus familiares, consideradas as particularidades do sistema penal de cada Estado envolvido 13. No entanto, não basta somente criar normas e tratados, pois é visível que os Países têm dificuldades quando se trata da aplicação destes. A globalização teve influencia na ampliação das normas constitucionais e de direitos humanos que passaram a integrar e incorporar os direitos fundamentais das Constituições. E ainda conforme leciona Flávia Piovesan 14 : adicione-se ainda o fato das Constituições latino-americanas recentes conferirem aos tratados de direitos humanos um status jurídico especial e diferenciado, destacando-se, neste sentido, a Constituição da Argentina que, em seu art. 75, parágrafo 22, eleva os principais tratados de direitos humanos à hierarquia de norma constitucional. Portanto, há consenso de que os tratados internacionais de proteção dos direitos humanos têm natureza de norma constitucional, haja vista, apresentarem caráter especial e de proteção fundamental independente da nacionalidade daqueles que estão privados de sua liberdade. Nesse sentido, preceitua a doutrina Argentina: 15 Los tratados modernos sobre derechos humanos en general, y, en particular la Convención Americana no son tratados multilaterales del tipo tradicional concluídos en función de un intercambio recíproco de derechos para el beneficio mutuo de los Estados contratantes. Su objeto y fin son la protección de los derechos fundamentales de los seres humanos independientemente de su nacionalidad, tanto frente a su proprio Estado como frente a los otros Estados contratantes. Al aprobar estos tratados sobre derechos humanos, a los estados se someten a un orden legal dentro del cual ellos, por el bien común, asumen varias obligaciones, no en relación con otros Estados, sino hacia los individuos bajo su jurisdicción. Por tanto, la Convención no sólo vincula a los Estados partes, sino que otorga garantías a las personas. Por ese motivo, justificadamente, no puede interpretarse como cualquier otro tratado. 13 Annoni, Danielle. Direitos Humanos & Acesso à Justiça no Direito Internacional. Curitiba-Pr- Brasil: Juruá, 2003.p Piovesan, Flávia. Temas de Direitos Humanos. São Paulo. Max Limonad, 1998.p Traviesso, Juan Antonio. Derechos humanos y derecho internacional. Buenos Aires: Heliasta, p.90. 9

10 Em se tratando de previsão constitucional amparativa dos direitos humanos podemos verificar que os Países têm adotado em suas Constituições dispositivos protetivos destes, tais como a Constituição da Argentina nos seguintes termos: La declaración de la Constitución argentina es concordante con las Declaraciones que han adoptado los organismos internacionales, y se refuerza con la ratificación argentina a las convenciones o pactos internacionales de derechos humanos destinados a hacerlos efectivos y brindar protección concreta a las personas a través de instituciones internacionales 16. No Brasil não é diferente, pois o Direito Brasileiro combina a aplicação das normas tradicionais com as normas dos tratados de direitos humanos, as quais apresentam hierarquia de norma constitucional e aplicação imediata, a partir da ratificação. Diante da amplitude dos tratados internacionais dos direitos humanos, verifica-se que não há justificativa para que os indivíduos, de um modo geral, tenham seus direitos violados. E, em se tratando de pessoas presas, mais razão lhes assiste, pois apesar da privação de liberdade, militam a seu favor normas protetivas de dignidade e respeito, dependendo apenas de eficácia na sua aplicabilidade. Portanto, se de um lado o Estado tem o direito de executar a pena, cujos limites são descritos na sentença condenatória, de outro, tem o condenado o direito de não sofrer a aplicação de outras penalidades, salvo as decorrentes de punição disciplinar por infringência às regras previstas no Estatuto Penitenciário de cada Estado, no que pertine ao comportamento do preso na Unidade Penal. Dispõe a doutrina 17 : A inobservância desses direitos significaria a imposição de uma pena suplementar não prevista em lei. Está previsto nas Regras Mínimas 16 Vanossi, Jorge Reinaldo. La Constitución Nacional y los derechos humanos. 3 ed. Buenos Aires: Eudeba, p MIRABETE, Julio Fabbrini, Obra atualizada por Renato N. Fabbrini. Execução Penal. 11. Ed..São Paulo: Atlas p

11 para Tratamento dos Presos da ONU o princípio de que o sistema penitenciário não deve acentuar os sofrimentos já inerentes à pena privativa de liberdade (item 57, 2ª parte 18 ). Essa afirmação nos leva a refletir sobre o fato de que, existe uma pena além daquela imposta ao condenado quando de sua sentença condenatória, qual seja, a pena do sofrimento pelo agravamento da situação dos cárceres, sobretudo, no que diz respeito à superlotação do sistema prisional, bem como a ausência de estrutura física e material para dar o devido atendimento aos reclusos. Diante desses fatores externos e internos, verifica-se a impossibilidade de propiciar o adequado e pleno cumprimento das normas nacionais e internacionais de direitos humanos, o que torna, certamente, prejudicado o objetivo de ressocializar e reintegrar o condenado à sociedade. Neste sentido, é o ensinamento do Professor Fernando Terronio Tagle: Los derechos Humanos, o sea, las libertates, se encuentran en una encrucijada; tenemos que reinvindicar muchas cosas y solo lo podemos hacer con acciones que consideren al otro, a nuestro semejante, para revidicar las posibilidades de un diálogo entre culturas distintas, entre identidades diferentes; es muy difícil, pero ese es el reto y hay que hacerlo en este tercer milênio 19. Impende ressaltar, a importância de reavaliar os pilares que fundamentam o investimento no ser humano, bem como a premente necessidade do Estado, por intermédio dos representantes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, em rever os aspectos legais e estruturais da aplicação da pena, o modo e 18 Item 57, 2ª parte: A prisão e as demais medidas cujo efeito é separar o delinqüente do mundo exterior são aflitivas pelo fato de que despojam o indivíduo do direito de dispor de sua pessoa, ao privá-lo da liberdade. Portanto, salvo em referência às medidas de separação, justificadas, ou à preservação da disciplina, não deve o sistema penitenciário agravar os sofrimentos à situação do preso. 19 Tagle, Fernando Terronio. Professor Investigador de la Universidad Autónoma Metropolitana in II Seminário Nacional e Internacional de Formación y Actualización en Derechos Humanos. Perspectiva de los Derechos Humanos y su situación actual Ciudad de Puebla México. 11

12 os lugares de execução destas, sem olvidar, por questão de bom senso, das regras de direitos humanos, preservando, sobretudo, a dignidade dos reclusos. 4.Conclusão Diante da analise contextual do panorama ora vivenciado, verifica-se que ao refletir sobre direito penal e direitos humanos, sobretudo, quando se faz referencia ao cumprimento da pena no sistema penitenciário, constata-se uma discrepância da divulgação da mídia cujo teor é tendencioso a conduzir a sociedade a uma falsa realidade, uma vez que não reflete a veracidade fática da real situação prisional. Outrossim, considerando as avaliações efetuadas nos sistemas prisionais dos Estados Federados, são raríssimas as penitenciárias que oferecem verdadeiras condições de ressocialização para os presos nos termos legais, e que preservam na íntegra todos os direitos humanos do recluso na forma explicitada pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. Constata-se, portanto, que os direitos humanos não têm sido devidamente aplicados. O governo investe milhões e mais milhões em construções de Unidades Penais, no entanto, se omite na inserção de profissionais no sistema penitenciário, bem como na qualificação de mão de obra destes para que sejam capazes de tornar eficaz a política legislativa de cumprir, em sua plenitude, as normas relativas aos direitos humanos. Portanto, não obstante a evolução do caráter finalístico da pena, de inicialmente apenas retributivo, para a teoria mista da retribuição e prevenção, ainda convivemos com a obscuridade entre as diferenças permeadas no decorrer do cumprimento desta, consistentes entre o dever do Estado em executá-la para dar resposta à sociedade e o direito do preso da preservação destes, que lhe são peculiares e possuem conotação especifica, considerando sua condição de recluso. Por isso, a importância de reavaliarmos a verdadeira eficácia da aplicabilidade das normas e das formas até então existentes no cenário penitenciário nacional e internacional. É visível que a prisão propicia efeito negativo, sobretudo, 12

13 quando o egresso se depara com uma sociedade que o desclassificou no aspecto social, pessoal e profissional. No entanto, é imperioso pensar neste indivíduo em uma perspectiva de futuro, de reintegração após efetivar o cumprimento da pena, uma vez que esta, não tem caráter eterno, salvo, em alguns poucos países. É momento de reavaliar a política do sistema carcerário e, proporcionar aos egressos deste, o resgate dos laços familiares e comunitários de modo a fazer resplandecer seu valor como ser humano passível de voltar a viver dignamente em sociedade. Bibliografia ANNONI, Danielle. Direitos Humanos & Acesso à Justiça no Direito Internacional. Curitiba, Pr: Juruá, BICUDO, Hélio. A Proteção Internacional dos Direitos Humanos. São Paulo: FTD, CANÇADO TRINDADE. Antonio Augusto. A proteção dos direitos humanos nos planos nacional e internacional: perspectivas brasileiras. San José da Costa Rica/Brasília, DF: Instituto Interamericano de Derechos Humanos, CANOTILHO, J.J. Gomes; MOREIRA, Vital. Constituição da República Portuguesa anotada, 3. ed. Coimbra, Port.: Coimbra Editora,1993. CERNICCHIARO, Luiz Vicente, COSTA JR., Paulo José. Direito penal na Constituição. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 17. ed. Curitiba, Pr: Juruá, MIRABETE, Julio Fabbrini. Obra atualizada por Renato N. Fabbrini. Execução Penal.11. ed. São Paulo: Atlas MORAES, Alexandre de. Direitos Humanos Fundamentais. Teoria Geral. Comentários aos arts 1º a 5º da Constituição da República Federativa do Brasil. Doutrina e Jurisprudência. 7. ed. São Paulo: Atlas, PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos. São Paulo: Max Limonad,

14 TAGLE, Fernando Terronio. Professor Investigador de la Universidad Autónoma Metropolitana in II Seminário Nacional e Internacional de Formación y Actualización en Derechos Humanos. Perspectiva de los Derechos Humanos y su situación actual Ciudad de Puebla México. TRAVIESSO, Juan Antonio. Derechos humanos y derecho internacional. Buenos Aires, Arg.: Heliasta, VALDES, Carlos Garcia. Comentários a la legislación penitenciaria. 2. ed. Madri: Civitas, VANOSSI, Jorge Reinaldo. La Constitución Nacional y los derechos humanos. 3 ed. Buenos Aires, Arg.: Eudeba, ZAFFARONI. Raúl Eugenio. PIERANGELI, José Henrique. Manual de direito penal brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais,

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