ABRANDH - FAO. A Exigibilidade do Direito Humano à Alimentação Adequada

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1 1 ABRANDH - FAO A Exigibilidade do Direito Humano à Alimentação Adequada Flavio Valente Thaís Franceschini Valéria Burity Brasília(DF), Brasil dezembro/2007

2 2 SOBRE ESTE MATERIAL A Exigibilidade do Direito Humano à Alimentação Adequada Texto: Flavio Valente / Thaís Franceschini / Valéria Burity Revisão: Ana Flávia Rocha, Elisabetta Recine, Cecília Luna Lopez (FAO) e Frank Mischler (FAO). Edição e revisão: Jonas Valente Disponível para download:

3 3 Introdução ÍNDICE - O Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e a exigibilidade dos Direitos Humanos: breves considerações - Alguns conceitos básicos: o DHAA, obrigações e violações - A exigibilidade do DHAA no Brasil Capítulo 1: Como cobrar a realização dos Direitos Humanos: os diferentes tipos de mecanismos de exigibilidade de direitos 1.1 Base legal da exigibilidade 1.2 Cobrança de direitos em nível nacional: Exigibilidade administrativa Exigibilidade política Exigibilidade quase-judicial Exigibilidade judicial 1.3 Cobrança de direitos em nível internacional 1.4 Um exemplo prático: como os diferentes tipos de mecanismos de exigibilidade interagem e podem ser utilizados em casos de violação do DHAA e dos demais Direitos Humanos Capítulo 2: Instituições e instrumentos de defesa e exigibilidade dos Direitos Humanos 2.1 As instituições de defesa e exigibilidade de Direitos Humanos Conselhos de Políticas Públicas Conselhos de Direitos Humanos Instituições públicas Entidades e instrumentos da sociedade civil 2.2 Brasil: alguns exemplos de instituições e instrumentos de defesa e exigibilidade dos Direitos Humanos Comissão Permanente para o Direito Humano à Alimentação Adequada do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional Comissão Especial de Monitoramento de Violações do Direito Humano à Alimentação Adequada Ministério Público O Projeto Relatores Nacionais em Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais A Relatoria Nacional para os Direitos Humanos à Alimentação Adequada e Terra Rural Capítulo 3: Faça-o realidade: alguns desafios e os passos necessários para o fortalecimento da exigibilidade do DHAA 3.1 Alguns desafios para a realização efetiva do DHAA 3.2 Os passos necessários para o fortalecimento da exigibilidade do DHAA As pessoas precisam saber que têm direito - apoderamento Os portadores de obrigações precisam saber que têm obrigações - construção de competências para a realização efetiva do DHAA Necessidade de estabelecimento de rotinas e instrumentos de exigibilidade Capítulo 4: Conclusões gerais

4 4 Lista de Siglas ABRANDH - Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos CG 12 - Comentário Geral nº 12 CAE - Conselho de Alimentação Escolar CONSEA - Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional COMIDhA - Comitê Nacional de Implementação do Direito Humano à Alimentação Adequada CDDPH - Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana DHAA - Direito Humano à Alimentação Adequada DHCP - Direitos Humanos Civis e Políticos DH - Direitos Humanos DHESC - Direitos Humanos Econômicos, Sociais e Culturais FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação FIAN - Rede de Ação e Informação pelo Direito a se Alimentar (Food First Action Network) FIBGE - Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação GT - Grupo de Trabalho GTDHAA - Grupo de Trabalho de Direito Humano à Alimentação Adequada GTI - Grupo de Trabalho Intergovernamental IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICP - Inquérito Civil Público INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada LOSAN - Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional MP - Ministério Público MPF - Ministério Público Federal

5 5 MRE - Ministério das Relações Exteriores MS - Ministério da Saúde ONU - Organização das Nações Unidas PIDCP - Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos PIDESC - Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar SEDH - Secretaria Especial de Direitos Humanos SISAN - Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SAN - Segurança Alimentar e Nutricional TAC - Termo de Ajustamento de Conduta

6 6 A Exigibilidade do Direito Humano à Alimentação Adequada INTRODUÇÃO Flavio Valente 1 Thaís Franceschini 2 Valéria Burity 3 O DHAA e a exigibilidade dos Direitos Humanos: breves considerações Todos os seres humanos, pelo simples fato de terem nascido e serem parte da espécie humana, possuem Direitos Humanos, dentre eles o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). No entanto, milhões de pessoas em todo o mundo sofrem, cotidianamente, violações ao seu DHAA. Segundo estimativa da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), 852 milhões de pessoas no mundo, entre 2000 e 2002, sofriam de fome crônica, sendo 815 milhões nos países em desenvolvimento; 9 milhões em países industrializados e 28 milhões em países do Leste Europeu e países da antiga União Soviética 4. Esse quadro de violações requer a urgente adoção de uma série de ações em diferentes níveis e esferas. Dentre elas merece destaque a necessidade de promover e garantir a exigibilidade dos Direitos Humanos. Enquanto as pessoas não souberem que têm direitos e que os mesmos podem e devem ser exigidos, a superação desta situação continuará distante da realidade. A palavra exigibilidade vem do termo espanhol exigibilidad. Esta expressão vem sendo utilizada por diferentes organizações de Direitos Humanos da América Latina e significa a possibilidade de exigir direitos perante os órgãos públicos competentes - administrativos, políticos ou jurisdicionais - para prevenir as violações a esses direitos ou repará-las. Ademais, no conceito de exigibilidade está incluído, além do direito de reclamar, o direito de ter uma resposta e ação em tempo oportuno para a reparação da violação por parte do poder público. Na prática, não se pode falar em Direitos Humanos sem falar em exigibilidade. A efetiva realização dos Direitos Humanos inclui o direito dos titulares de exigir o cumprimento dos mesmos. Para tal, cada Estado tem a obrigação de criar e disponibilizar de maneira acessível os mecanismos necessários para que todos os habitantes do seu território tenham a possibilidade de exigir e reclamar os seus direitos. 1 Secretário-Geral da FIAN Internacional. Vice-coordenador do Grupo de Trabalho sobre Nutrição, Ética e Direitos Humanos do Comitê Permanente de Nutrição das Nações Unidas. Médico, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 1972; MPH, Harvard School of Public Health, Consultora em Direitos Humanos da Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (ABRANDH). Graduada em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB) e em Direito pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília (UniCEUB). Mestre em Teoria e Prática dos Direitos Humanos pela Universidade de Essex, Inglaterra. 3 Consultora em Direitos Humanos da Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (ABRANDH). Advogada, graduada em Direito pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Mestre em Ciências Jurídicas pelo Mestrado do Centro de Ciências Jurídicas da UFPB. 4 FAO, O Estado de Insegurança Alimentar no Mundo 2004 (SOFI 2004). Disponível em: ftp://ftp.fao.org/docrep/fao/007/y5650e/y5650e00.pdf (site em inglês).

7 7 A exigibilidade (...) é, hoje, um imperativo na teoria e na prática dos Direitos Humanos. Afinal, as declarações de direitos, as constituições e as leis de um modo geral deixam de possuir qualquer significação prática se não tiverem a possibilidade de efetiva aplicação 5. Apresentação Este documento apresenta uma reflexão sobre como o Direito Humano à Alimentação Adequada pode ser exigido. O objetivo é que este material sirva como instrumento de apoio para representantes de movimentos sociais, organizações não-governamentais e gestores públicos interessados em promover a implementação efetiva e a exigibilidade do DHAA em suas localidades ou áreas de atuação. Serão apresentados aspectos teóricos bem como estratégias práticas que vêm sendo desenvolvidas e implementadas em diferentes contextos e que têm gerado impacto na efetividade dos Direitos Humanos. Atores da sociedade civil e de governos de diferentes países poderão se apropriar destas experiências e adaptá-las para o processo de criação e consolidação de instrumentos e práticas de exigibilidade em suas realidades locais. No entanto, os processos de exigibilidade não possuem uma receita padrão, sendo, na realidade, um processo sem uma lógica cartesiana e onde vários caminhos são possíveis e complementares. Cada país e cada comunidade estão inseridos em um contexto próprio que precisa ser respeitado quando se busca a garantia de direitos. Cada lugar, de acordo com seu potencial, deve buscar os caminhos mais eficazes para a cobrança de direitos. Este documento é composto por quatro capítulos, além de uma breve apresentação de alguns conceitos básicos relacionados ao DHAA e sobre a exigibilidade dos Direitos Humanos no Brasil. O primeiro capítulo apresenta as diferentes formas de se exigir a realização dos Direitos Humanos. O segundo capítulo trata mais especificamente das diferentes instituições de defesa e exigibilidade de direitos. O terceiro capítulo levanta alguns desafios práticos e estratégias necessárias para o fortalecimento da exigibilidade e superação do quadro de violações do DHAA em diferentes realidades locais. E o quarto capítulo apresenta algumas conclusões sobre a promoção da exigibilidade do DHAA. Apesar dos inúmeros desafios e obstáculos para a realização dos Direitos Humanos, o Brasil apresenta-se hoje como um dos países onde algumas condições estão dadas para o fortalecimento da exigibilidade do DHAA. Por esta razão, algumas iniciativas e experiências brasileiras de construção de instrumentos e instâncias de exigibilidade serão apresentadas neste documento. A exposição de aspectos teóricos, bem como de conquistas, avanços e desafios na realização dos Direitos Humanos, tem como objetivo dotar a sociedade civil e governos de maior 5 Benvenuto, Jayme. Trecho do Artigo O Caráter Expansivo dos Direitos Humanos na Afirmação de sua Indivisibilidade e Exigibilidade apresentado na oficina sobre Direitos Humanos Econômicos, Sociais e Culturais, dentro das atividades do Fórum Social Mundial em 2001, revisado e ampliado para publicação. A oficina sobre DHESC, realizada em Porto Alegre, em 2001, foi uma promoção da ICCO (Holanda), CEDAR INTERNATIONAL (Holanda) e Movimento Nacional de Direitos Humanos (Brasil). Disponível em:

8 8 capacidade de intervenção sobre as violações ao DHAA e na exigibilidade dos Direitos Humanos. Se os cidadãos, os agentes públicos e a sociedade civil de diferentes países estiverem adequadamente informados sobre seus direitos, obrigações e responsabilidades, e souberem aonde ir e o que fazer quando sentirem que seus direitos estão sendo violados, mais fácil será a responsabilização (accountability) dos Estados e serviços públicos por seus atos e omissões. Por outro lado, se os mecanismos para a garantia desses direitos forem acessíveis e amplamente divulgados, mais a sociedade se sentirá apoderada, legitimada e segura para buscar a realização dos mesmos. Além disso, é fundamental para o fortalecimento da exigibilidade que cada país esteja efetivamente comprometido com a realização dos Direitos Humanos e garanta a construção de competências para tal. Alguns conceitos básicos: o DHAA, obrigações e violações Em 2002, o Relator Especial das Nações Unidas para o Direito à Alimentação definiu o DHAA como: O Direito à Alimentação Adequada é um Direito Humano inerente a todas as pessoas de ter acesso regular, permanente e irrestrito, quer diretamente ou por meio de aquisições financeiras, a alimentos seguros e saudáveis, em quantidade e qualidade adequadas e suficientes, correspondentes às tradições culturais do seu povo e que garanta uma vida livre do medo, digna e plena nas dimensões física e mental, individual e coletiva 6. O Direito Humano à Alimentação Adequada está previsto originalmente no art. 25º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, onde é discutido no contexto da promoção do direito a um padrão adequado de vida. O mesmo direito é reafirmado no art. 11º do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC). O DHAA começa pela luta contra a fome, mas, caso se limite a isso, não estará sendo plenamente realizado. Assim, conforme os documentos internacionais de Direitos Humanos existem duas dimensões indivisíveis do DHAA que são o direito de estar livre da fome e da má nutrição e o direito à alimentação adequada. E para realizar essas duas dimensões, o Direito Humano à Alimentação Adequada requer a garantia de todos os demais Direitos Humanos. Os seres humanos necessitam de muito mais do que ter uma alimentação nutricionalmente equilibrada. Na realidade, o DHAA não deve - e não pode - ser interpretado em um sentido estrito ou restritivo: a alimentação para o ser humano é retrato de sua cultura e sua relação com o mundo e deve ser entendida como processo de transformação da natureza em gente saudável e cidadã 7. Nos termos dos artigos 2º e 11º do PIDESC, dentre as obrigações do Estado no que concerne ao Direito Humano à Alimentação Adequada podemos ressaltar: a) obrigação de adotar medidas, com o máximo de recursos disponíveis, para realizar progressivamente o Direito Humano à Alimentação Adequada; 6 Ziegler, J. Relatório do Relator Especial das Nações Unidas para o Direito à Alimentação (Comissão de Direitos Humanos, 23 de Janeiro de 2002, E/CN.4/2002/58/Add.1). 7 Valente, F.L.S. Do combate à fome à Segurança Alimentar e Nutricional: o direito à alimentação adequada. Direito Humano à Alimentação: desafios e conquistas. Cortez Editora, São Paulo, 2002.

9 9 b) obrigação de adotar as medidas necessárias para assegurar o direito fundamental de todos de estarem livre da fome; c) obrigação de não discriminação. A todo Direito Humano correspondem obrigações do Estado e responsabilidades de diferentes atores sociais (indivíduos, famílias, comunidades locais, e organizações nãogovernamentais, da sociedade civil e do setor privado) em relação à realização do mesmo. Nesse contexto, toda vez que se define um Direito Humano, estabelece-se um titular de direitos e um portador de obrigações. Direitos e obrigações são as duas faces de uma mesma moeda. No âmbito da legislação sobre Direitos Humanos, as obrigações são sempre em última instância do Estado. A obrigação do Estado parte do entendimento de que este controla a utilização dos recursos públicos, sejam estes financeiros, humanos, materiais e legais, bem como detém o monopólio do uso legal da força, através da polícia e do exército. As obrigações do Estado são as de usar este poder de forma: a não violar os Direitos Humanos dos habitantes do seu território (respeito); a proteger os Direitos Humanos dos habitantes de seu território contra as ações de terceiros que violem esses direitos (proteção); a promover ações que reduzam a discriminação e as desigualdades sociais (promoção); e a garantir que os seres humanos possam viver com dignidade mesmo em situações adversas, que fujam ao seu controle (provimento). Violações ao DHAA acontecem sempre que esse direito não é respeitado, protegido, promovido ou provido. Ações ou omissões podem representar uma violação ao DHAA e demais Direitos Humanos. Como a obrigação de assegurar a proteção e garantir a realização efetiva dos Direitos Humanos é sempre, em última instância, dos Estados, os mesmos são os únicos violadores destes direitos, mesmo que as violações em uma determinada localidade tenham sido provocadas por ações de terceiros. E, apesar do destaque que se dá às violações por parte do Poder Executivo, em inúmeras situações violações ocorrem devido à ações e/ou omissões também do Poder Judiciário e do Poder Legislativo. Violações aos Direitos Humanos atingem, normalmente, muito mais aqueles que são marginalizados socialmente ou pertencem a minorias étnicas, religiosas ou sexuais. No entanto, qualquer pessoa pode ter os seus Direitos Humanos violados, inclusive o DHAA, mesmo aquelas que não são marginalizadas socialmente. A exigibilidade do DHAA no Brasil O tema da alimentação e nutrição vem sendo ao longo de várias décadas objeto de uma intensa reflexão por parte da sociedade civil e do governo brasileiro. As presentes considerações sobre a exigibilidade do DHAA no Brasil têm como objetivo contextualizar brevemente a realidade brasileira a fim de que os exemplos apresentados neste documento possam ser melhor entendidos pelos leitores de diferentes países.

10 10 A legislação brasileira garante uma forte base legal para a exigibilidade do DHAA. O Brasil é parte de todas as convenções internacionais relevantes sobre o DHAA e ratificou, sem reservas, o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Em 1992 este tratado internacional foi incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro. A Constituição Federal de 1988 possui um dos textos mais avançados do mundo no que se refere à proteção e promoção da realização de Direitos Humanos 8. O DHAA está também previsto em várias leis vigentes no Estado brasileiro, inclusive na Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN) 9 e na lei que reinstituiu o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) 10. Nos últimos 20 anos de história, por meio de ações multi-setoriais e criatividade, o país tem progressivamente incluído o DHAA na agenda pública nacional. E, apesar da pobreza, da fome e das demais violações ao Direito Humano à Alimentação Adequada continuarem a representar um enorme desafio a ser superado pela sociedade brasileira, o Brasil tem progressivamente avançado no processo de promoção da exigibilidade do DHAA, e, de certa forma, se destacado como exemplo para a realização prática desse direito. A sociedade civil brasileira tem mantido, nas últimas décadas, uma forte mobilização sobre o tema da Segurança Alimentar e Nutricional e combate à fome. Além disso, com a decisão do governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2002 e reeleito em 2006, de priorizar a erradicação da fome no Brasil, um conjunto de iniciativas políticas, administrativas e legais tem sido adotado, desde 2003, para a promoção do DHAA. Dentre elas: Em 2003, foi reinstituído o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) 11. Desde então o CONSEA tem tido um papel importante no processo de assessorar o Presidente da República na formulação de políticas de Segurança Alimentar e Nutricional e na definição de orientações para que o país garanta o DHAA para todos. Além de observadores e convidados, o conselho é composto por 59 conselheiros, sendo 2/3 representantes da sociedade civil e 1/3 do governo. A presidência do CONSEA é exercida por um dos conselheiros da sociedade civil, nomeado pela Presidência da República. Os demais conselheiros são também nomeados pelo Presidente. A partir da atuação do CONSEA e com ampla participação de representantes do governo e da sociedade civil, o Brasil aprovou, em setembro de 2006, a já mencionada Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN). A Lei Orgânica representa um grande avanço para a exigibilidade do Direito Humano à Alimentação 8 Apesar de a Constituição não trazer explicitamente o Direito à Alimentação no rol dos direitos sociais previstos em seu artigo 6º, este direito encontra-se implícito nos princípios e em vários dispositivos constitucionais, como por exemplo, direito a um salário mínimo, reforma agrária, assistência social, educação, alimentação escolar, não discriminação e o direito à vida. Ademais, a CF de 1988 estabelece como fundamento da República Federativa do Brasil a dignidade da pessoa humana. 9 Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional - Lei de 15 de setembro de Disponível em: 10 Lei nº , de 28 de maio de Disponível em: 11 Para maiores informações sobre o CONSEA, ver site:

11 11 Adequada no Brasil. A Lei reafirma as obrigações do Estado de respeitar, proteger, promover e prover o DHAA e explicita as obrigações de informar, monitorar, fiscalizar e avaliar a realização desse direito. Dispõe, ainda, que é dever do poder público garantir mecanismos para que esse direito possa ser exigido perante os órgãos públicos. A Lei prevê a criação do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) 12 com um forte componente do DHAA. Estabelece ainda que a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional deve ter como objetivo a garantia do DHAA, bem como ser formulada e implementada através do SISAN. Em setembro de 2004 o CONSEA aprovou a criação da Comissão Permanente de DHAA com o mandato de analisar programas e políticas públicas sob a perspectiva do DHAA. Em maio de 2005 foi criada, dentro do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, a Comissão Especial de Monitoramento de Violações do Direito Humano à Alimentação Adequada para recebimento e investigação de violações ao DHAA. O lançamento de políticas e programas públicos tais como o Programa Fome Zero, criado em Atualmente o Programa Fome Zero é definido como estratégia que articula um conjunto de 31 ações e programas implementados por diversos ministérios, em torno de quatro eixos prioritários: (1) ampliação do acesso a alimentos; (2) fortalecimento da agricultura familiar; (3) promoção de processos de geração de renda; (4) articulação, mobilização e controle social. No entanto, ainda que o Direito Humano à Alimentação Adequada conste dos objetivos do Fome Zero, existe uma grande dificuldade de incorporação efetiva do DHAA na estratégia ilustrada, por exemplo, pela quase inexistência de mecanismos de exigibilidade e a dificuldade em trabalhar de forma a respeitar a diversidade cultural e étnica 13. A progressiva incorporação das temáticas da SAN e do DHAA na agenda política do Brasil é resultado tanto da realização de ações concretas por parte dos governos e de organizações da sociedade civil como de uma permanente tensão entre Estado e sociedade nessa área. Ao longo do tempo, pressionados pelas demandas sociais e pelo acúmulo de lutas em prol do tema em diversas partes do país, os governos - em especial, o federal - foram, paulatinamente, delineando aquilo que conforma o atual conjunto de iniciativas brasileiras - algumas mais institucionalizadas do que outras, porém não menos importantes. De forma gradual, os conceitos e as medidas implementadas foram sendo discutidos, aperfeiçoados e pactuados 14. No entanto, apesar dos avanços e da existência de um conjunto de normas muitas vezes inovadoras no ordenamento jurídico brasileiro, o que se constata, na realidade, é a insuficiência destes avanços para garantir a realização prática do DHAA e demais Direitos Humanos no Brasil frente aos inúmeros e complexos desafios e obstáculos para a efetivação dos mesmos. 12 O SISAN tem por objetivo formular e implementar políticas e planos de Segurança Alimentar e Nutricional, estimular a integração dos esforços entre governo e sociedade civil, bem como promover o acompanhamento, o monitoramento e a avaliação da Segurança Alimentar e Nutricional no país. 13 Valente, F.L.S, Beghin, N., Realização do Direito Humano à Alimentação Adequada e a Experiência Brasileira: Subsídios para a Replicabilidade. Brasília, setembro Disponível em: 14 Valente, F.L.S, Beghin, N., Realização do Direito Humano à Alimentação Adequada e a Experiência Brasileira: Subsídios para a Replicabilidade. Brasília, setembro Disponível em:

12 12 A maioria dos documentos escritos sobre a prevalência da pobreza, da fome e da má-nutrição no Brasil aponta para o fato do país ter mantido historicamente um alto grau de desigualdade estrutural que se expressa na concentração da riqueza, da terra e da renda. Um estudo recente desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: Segurança Alimentar , revelou que cerca de 72 milhões de brasileiros - aproximadamente 40% da população - vive com algum grau de insegurança alimentar, ou seja, tem o seu DHAA violado. Destes, 14 milhões, - 7,7% da população - vive em estado de insegurança alimentar grave. A maioria dos brasileiros ainda não sabe que é titular de Direitos Humanos. Os poucos que conhecem seus direitos nem sempre têm conhecimento sobre formas de exigi-los através de instrumentos do próprio Estado. Além disso, a maior parte dos agentes públicos não tem informações sobre suas obrigações frente à realização do DHAA e de outros Direitos Humanos. Ademais, existem poucos instrumentos de recurso administrativos e os que existem não são tratados a partir da perspectiva de direitos. E, finalmente, ainda não existem no Brasil instrumentos e mecanismos legais que atendam aos Princípios de Paris 16 e instituições que possam, de forma eficaz, responsabilizar gestores e servidores públicos pelo não cumprimento de suas obrigações de promoção e proteção dos Direitos Humanos. Apesar dos avanços na elaboração de normas, ainda é um desafio para o Brasil regulamentar essas leis, isto é, detalhar essas normas garantindo todas as condições para a sua operacionalização, o que inclui o estabelecimento de procedimentos que promovam a exigibilidade do DHAA entre outros DHESC. Neste contexto, o grande desafio para a eficácia dos dispositivos previstos na LOSAN, por exemplo, é garantir que o DHAA esteja de fato incorporado em seu processo de regulamentação, sob pena de deixar cair por terra todos os avanços que esta Lei representa. Assim, para garantir a eficácia da LOSAN é imperativo 15 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: Segurança Alimentar 2004, Rio de Janeiro Disponível em: entar2004.pdf 16 Princípios relacionados com o status de instituições nacionais de Direitos Humanos Resolução 19921/54 de da Comissão de Direitos Humanos da ONU De acordo com os Princípios de Paris as instituições de Direitos Humanos devem ter atribuição, entre outras coisas, para: a) apresentar ao Governo, Parlamento, ou outro órgão competente, em caráter consultivo, opiniões, recomendações, propostas para promoção dos Direitos Humanos; b) promover e assegurar a harmonização entre preceitos nacionais e internacionais, e sua efetiva implementação; c) encorajar a ratificação de instrumentos internacionais e assegurar sua implementação; d) assistir na formulação de programas para o ensino e a pesquisa em Direitos Humanos e participar de sua execução em escolas, universidades e círculos profissionais; e) dar publicidade aos Direitos Humanos e aos esforços de combater todas as formas de discriminação, em particular de discriminação racial, aumentando a conscientização pública, especialmente através da educação e de órgãos da imprensa. Quanto à composição destas instituições é fundamental garantir que as mesmas: 1. Primem por uma representação pluralista e independente; 2. Sejam mantidas com recursos adequados para manter pessoal e ambiente de trabalho próprios, de modo a ter independência do Governo e a não estar sujeita a controle financeiro, o que poderia afetar sua independência; 3. Os seus membros tenham mandato estável, sem o que não pode haver independência.

13 13 fortalecer, durante o seu processo de regulamentação, os mecanismos de exigibilidade do DHAA que já existem, além de criar os que forem necessários para esse propósito. Assim, apesar dos inegáveis avanços, se constata que quase todas as ações e iniciativas que serão descritas no presente documento ainda precisam ser conquistadas e fortalecidas no nível operacional. No Brasil e no mundo a promoção da exigibilidade é fundamental para que a promoção dos Direitos Humanos se torne uma realidade e para que não haja estagnação ou retrocesso nos avanços conquistados.

14 14 CAPÍTULO 1 Como cobrar a realização de Direitos Humanos: os diferentes tipos de mecanismos de exigibilidade de direitos Direitos Humanos são direitos que podem e devem ser exigidos dos Estados, de diversas formas e em diversas esferas. A realização efetiva dos Direitos Humanos pressupõe, para os titulares de direitos, o direito de exigir o cumprimento dos acordos, tratados e demais normas relativas a estes direitos. Para tanto, os Estados têm a obrigação de criar e fortalecer instrumentos e instituições para que todos os habitantes do seu território possam efetivamente reclamar os seus direitos. Tais instrumentos e instituições devem ser instituídos no âmbito dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Além disso, os titulares de direitos devem ter a possibilidade de reclamar seus direitos em nível local e/ou nacional. Para tanto existe a necessidade de criação, implementação e fortalecimento de instrumentos e instituições de exigibilidade em âmbito federal, estadual e municipal. O conceito de exigibilidade também abrange, além do direito de reclamar, o direito de ter uma resposta e ação em tempo oportuno para a reparação da violação por parte do poder público. Na prática a exigibilidade ainda é, freqüentemente, associada à idéia de judiciabilidade, isto é, a possibilidade de exigir direitos perante o Poder Judiciário. A maioria das pessoas ainda pensa em recursos judiciais quando discute a possibilidade de exigir direitos. No entanto, a exigibilidade significa muito mais do que cobrar a realização de direitos junto a Tribunais de Justiça. A promoção da Justiça, em seu sentido mais amplo, não se constitui em obrigação apenas do Poder Judiciário. Pelo contrário, é obrigação do Estado como um todo, notadamente do Poder Executivo, que tem contato direto com as pessoas por meio da prestação de serviços públicos garantidores de direitos e da elaboração e implementação de políticas e programas públicos. O reconhecimento dos Direitos Humanos resulta da luta dos povos contra a opressão, a discriminação e os abusos de poder por parte dos Estados e de grupos que sempre estiveram no poder. Portanto, tudo o que se refere à promoção de Direitos Humanos está relacionado ao estabelecimento de limites e de regras para o exercício do poder, seja esse público, privado, econômico, político e mesmo religioso 17. Neste sentido, a promoção da exigibilidade, em seus diferentes níveis, estimula o processo de apoderamento dos titulares de direitos para que os mesmos possam assegurar junto às instituições responsáveis a garantia da realização de seus Direitos Humanos, conquistados a partir de lutas históricas. Neste contexto, é sempre legítimo exigir direitos através da contestação e resistência a ações opressoras que violam Direitos Humanos. A própria Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, dispõe que É essencial que os Direitos Humanos sejam protegidos pelo império da lei, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão. Assim, usando o exemplo brasileiro, movimentos como o 17 Bobbio, Norberto. A era dos direitos. 7ª reimpressão. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Campus, 1992.

15 15 Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), o movimento de mulheres, o movimento indígena, os movimentos urbanos, entre outros, não devem, jamais, ser criminalizados quando vão às ruas ou usam estratégias com base no direito de resistência para exigir o respeito à dignidade humana. Ao fazer isto eles e elas estão exercendo o papel de defensores de direitos, e como tal devem ser respeitados e protegidos pelo Estado, e não criminalizados. Foram lutas como essas que possibilitaram a criação e o fortalecimento de mecanismos do próprio Estado para a garantia e exigibilidade de direitos. E são essas lutas a principal garantia de respeito e promoção dos Direitos Humanos no Brasil e no mundo. O que se observa na prática é que o fortalecimento da capacidade de exigir a realização dos Direitos Humanos, em especial dos Direitos Humanos Econômicos, Sociais e Culturais (DHESC) 18, é certamente um dos passos mais importantes para a construção de sociedades mais justas e igualitárias Base legal da exigibilidade A exigibilidade dos Direitos Humanos tem como base legal as Declarações e Tratados Internacionais de Direitos Humanos negociados entre todos os povos do mundo e ratificados por inúmeros Estados. Além disso, dependendo da realidade de cada país, a exigibilidade pode também estar fundamentada em normas previstas na Constituição Federal, em leis e em regras administrativas. Cada Estado, ao firmar os Tratados Internacionais de Direitos Humanos, reconhece sua obrigação de elaborar leis, políticas públicas e realizar ações, de qualquer natureza, que promovam a equidade e reduzam, progressivamente, as desigualdades, tanto em âmbito nacional como internacional. Além disso, se compromete a não tomar qualquer medida que seja uma ameaça ou violação aos Direitos Humanos e de garantir mecanismos de proteção desses direitos. No entanto, vale também destacar que todas as pessoas são titulares de direitos, uma vez que os Direitos Humanos são universais e inerentes a todos, independentemente de políticas específicas ou de governos. Isto significa que mesmo os países que não ratificaram os Tratados de Direitos Humanos têm a obrigação política e moral de garantir os Direitos Humanos de seus habitantes assim como os mecanismos e instâncias para a sua exigibilidade A cobrança de direitos em nível nacional No caso de violação de um Direito Humano, um indivíduo pode exigir a realização desse direito nos níveis nacional e internacional. Em nível nacional, os titulares de direito devem ter a possibilidade de exigir a realização de seus direitos e reclamar sobre a existência de violações ao DHAA junto ao Poder Executivo, Legislativo e Judiciário e por meio de instrumentos de exigibilidade: 18 Podem ser citados como exemplos de Direitos Humanos Econômicos, Sociais e Culturais o Direito Humano à Alimentação Adequada, o Direito Humano à Moradia, o Direito Humano à Educação, o Direito Humano à Saúde, o Direito Humano ao Trabalho, o Direito Humano a Terra, o Direito Humano ao Meio Ambiente, o Direito Humano à Água, etc.

16 16 Administrativos; Políticos; Quase judiciais e Judiciais Exigibilidade administrativa A exigibilidade administrativa é a possibilidade de exigir junto aos organismos públicos diretamente responsáveis pela garantia do DHAA (postos de saúde, escolas, postos de previdência social, escritórios do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), postos do Ministério do Trabalho, etc.) a promoção desse direito, bem como a prevenção, correção ou reparação das ameaças ou violações ao mesmo. Para a efetivação da exigibilidade administrativa é fundamental que as políticas e os programas públicos possuam rotinas e procedimentos acessíveis e de conhecimento público, explicitando: Quem são os titulares de direito; O que são violações no âmbito do programa e quando elas podem ocorrer; Quais organismos são responsáveis pelo cumprimento das obrigações e reparação das violações; Quais são os mecanismos disponíveis para a cobrança de direitos e quem pode exigilos; Como estas obrigações podem ser cobradas pelos titulares de direito perante aos organismos públicos diretamente responsáveis pela garantia do DHAA; Quais são os passos seguintes caso não haja resposta à(s) denúncia(s) de violação apresentada junto aos organismos públicos diretamente responsáveis pela garantia do DHAA. A necessidade de garantir e aprimorar a exigibilidade administrativa dos Direitos Humanos, especialmente dos DHESC, é fundamental por ser esta uma condição sine qua non para a eficácia desses direitos. O aprimoramento desse nível de exigibilidade pressupõe um ajuste das normas administrativas internas a cada programa - o que não exclui a elaboração de leis com este fim. Esse ajuste tem a possibilidade de constituir-se em uma alternativa menos burocrática e mais imediata ao trâmite de um procedimento legislativo, para que as políticas públicas, já existentes, ofereçam aos titulares de direito condições reais de exigibilidade 19. Exemplo de exigibilidade administrativa No Brasil, a alimentação escolar de qualidade é um Direito Humano assegurado na Constituição Federal de 1988 e no Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Assim, dentre as diferentes dimensões do Direito Humano à Alimentação Escolar, todo aluno tem, por exemplo, o Direito Humano à Alimentação Adequada durante seu período na escola, durante todos os dias letivos. 19 Valente, F.L.S., Burity, V., Mello, H., Neves, C. Exigibilidade e Justiciabilidade dos Direitos Humanos Econômicos, Sociais e Culturais. Relatorias Nacionais em Direitos Humanos Econômicos, Sociais e Culturais - Informe Plataforma DHESC Brasil. Rio de Janeiro, p. 164.

17 17 Caso haja violação a essa dimensão do Direito Humano à Alimentação Escolar, o aluno, seu pai ou responsável, ou um defensor de direitos, por exemplo, deveria poder apresentar uma denúncia de violação na própria escola. Esta teria a obrigação de recebê-la, investigá-la e resolver o problema ou reparar a violação, se for da esfera de sua competência. Se a competência para a solução ou reparação da violação não couber à escola diretamente, ela tem a obrigação de encaminhá-la para o órgão ou instituição competente ou esclarecer aos titulares de direito os passos a serem dados para isso. É importante ressaltar, contudo, que em hipótese alguma a escola pode negar-se a receber a denúncia ou não encaminhar a sua solução. Se o agente público não fizer isso, estará cometendo mais uma violação de direitos. A implementação efetiva destas rotinas vem sendo intensamente discutida com o governo brasileiro nos últimos anos, tendo havido demonstração de interesse em fazê-lo. No entanto, as mesmas ainda não foram sequer testadas, como inicialmente acordado Exigibilidade política A exigibilidade política é a possibilidade de exigir a realização de direitos junto aos organismos de gestão de programas e políticas públicas (Poder Executivo), junto aos organismos de gestão compartilhada responsáveis pela proposição e fiscalização de políticas e programas públicos (Conselhos de Políticas Públicas) ou junto aos representantes do Poder Legislativo. A exigibilidade política é, portanto, a capacidade de exigir que os agentes políticos façam as escolhas mais eficazes e diligentes, contemplando a participação social e outros princípios, para a garantia dos Direitos Humanos. Considerando o exemplo apresentado acima sobre a alimentação escolar, caso a escola não resolvesse o problema, ou simultaneamente, os titulares de direito poderiam apresentar denúncia ao Conselho de Alimentação Escolar (CAE), ao próprio CONSEA e à Secretaria Municipal de Educação. Estes seriam exemplos de exigibilidade política. Reclamando junto ao Legislativo Junto ao Poder Legislativo e aos seus membros é possível exigir que sejam elaboradas as leis necessárias para a realização dos Direitos Humanos e que deixem de criar leis que possam ser obstáculos para a realização dos mesmos. No Brasil também compete ao Poder Legislativo, por força constitucional, o acompanhamento de programas e ações executados pelo Poder Executivo, bem como a sua fiscalização orçamentária. Portanto, sempre que necessário, é possível exigir que o Legislativo faça uso desta competência para averiguar possíveis irregularidades ou violação de direitos por parte da Administração Pública Federal para preveni-los, corrigi-los ou repará-los. A Constituição Federal brasileira prevê os casos em que o Poder Legislativo Federal pode realizar esse controle e as constituições estaduais também podem prever alguns casos para o Poder Legislativo estadual, desde que não ultrapassem as hipóteses que estão estabelecidas na Constituição Federal. Outros exemplos de exigibilidade política

18 18 Ao receber informações sobre um determinado programa público, as lideranças de uma comunidade marginalizada apresentam a um Conselho de Política Pública estadual uma denúncia reclamando a não inclusão da comunidade no programa; Cobrança para que as Comissões de Direitos Humanos do legislativo investiguem denúncias de violações do DHAA; A pressão exercida por determinadas entidades da sociedade civil para a criação, a revogação ou a regulamentação de leis; Os moradores de um assentamento apresentam denúncia a uma Secretaria Municipal de Saúde que crianças estão ficando desnutridas devido a freqüentes episódios de diarréia causados por água contaminada. No caso do Brasil vale destacar que nos três poderes e nas diversas esferas de administração pública geralmente existem ouvidorias ou corregedorias para que sejam feitas denúncias contra os agentes da própria instituição. É importante lembrar que junto ao Poder Executivo, o Direito Humano à Alimentação Adequada e demais Direitos Humanos podem ser exigidos: Administrativamente: junto aos organismos públicos diretamente responsáveis pela garantia do DHAA; ou Politicamente: junto aos organismos de gestão de programas e políticas públicas Exigibilidade quase-judicial A exigibilidade quase-judicial é a possibilidade de exigir a realização de direitos junto a órgãos que não são parte do Poder Judiciário (em concepção restrita), mas que podem, em última instância, acionar a Justiça para a garantia de direitos. No Brasil, é o caso, por exemplo, do Ministério Público, que, antes de exigir direitos perante o Poder Judiciário, pode usar instrumentos quase-judiciais para averiguar violações de direitos e para fazer com que os agentes públicos adequem suas ações às normas que prevêem Direitos Humanos. Exemplos desses instrumentos de exigibilidade quase judiciais utilizados no Brasil são o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e o inquérito civil, que serão explicados no capítulo 2. As Instituições Nacionais de Direitos Humanos criadas para monitorar e promover a realização desses direitos em um determinado país podem também ser citadas como exemplos de mecanismos quase-judiciais de exigibilidade. Dentre as instituições nacionais existentes podemos citar as Comissões Nacionais de Direitos Humanos; e outras instituições especializadas na proteção dos direitos de grupos específicos, tais como minorias étnicas e lingüísticas, populações indígenas, crianças, refugiados ou mulheres. Exemplo de Comissão Nacional de Direitos Humanos FAO. Right to Food e-learning course. elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), Roma, Disponível em:

19 19 Em 1997, a Comissão Nacional de Direitos Humanos da Índia examinou caso envolvendo mortes por inanição em razão da seca em um distrito no estado de Orissa, situado na costa leste da Índia, e recomendou que fossem adotadas medidas para a erradicação da fome. Em 1998 a Comissão observou que as mortes por inanição, registradas em alguns bolsões de pobreza no país, eram, invariavelmente, conseqüência da omissão do governo e uma violação do direito de estar livre da fome. A Comissão, com o auxílio de seu Relator Especial, vem monitorando a situação em Orissa há vários anos. Em 2003 a Comissão apresentou novas recomendações em várias áreas - como a necessidade de programas de seguridade social, programas de desenvolvimento rural e reforma agrária Exigibilidade judicial A exigibilidade judicial é a possibilidade de exigir a realização de direitos junto ao Poder Judiciário. Esta cobrança pode ser realizada mediante diferentes instrumentos formais. No Brasil, por exemplo, temos a Ação Civil Pública, que será explicada no capítulo 2. É importante enfatizar que há exemplos de exigibilidade perante o Poder Judiciário que se dão através de ações políticas e não através de ações ou instrumentos judiciais. No estado de Pernambuco, situado no Nordeste brasileiro, por exemplo, os movimentos de luta pela terra e entidades da sociedade civil que apoiavam esses movimentos, como a FIAN Brasil e a Relatoria Nacional para os Direitos Humanos à Alimentação Adequada, Água e Terra Rural enviaram cartas aos membros do Judiciário e realizaram reuniões e audiências públicas com a participação de juízes. Essa pressão política fez com que o juiz responsável pelo caso deixasse de tomar decisões a favor do despejo dos sem terra. Caso o Poder Judiciário não resolva situações de violações de Direitos Humanos, é possível recorrer aos Sistemas Internacionais de Proteção de Direitos Humanos. Exemplo de exigibilidade judicial No Brasil um exemplo de exigibilidade judicial foi a Ação Civil Pública interposta pelo Ministério Público do estado de Alagoas, por meio das Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude e do Ministério Público do Trabalho, contra o Município de Maceió, pela lesão aos direitos difusos e coletivos das crianças e adolescentes residentes na Orla Lagunar da cidade que vivem notoriamente abaixo da linha da pobreza e enfrentam uma série de dificuldades para exercer seus Direitos Humanos mais fundamentais, como o de se alimentar. A Ação Civil Pública baseou-se nos dados fornecidos pelo diagnóstico realizado pela Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (ABRANDH) 21. O diagnóstico foi realizado por meio da aplicação de questionários na comunidade Sururu de Capote com o objetivo de estudar a situação de insegurança alimentar e nutricional da referida comunidade. Os dados do inquérito sócio-econômico e nutricional apresentados apontaram que não há políticas públicas 21 A Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (ABRANDH) é uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) constituída em junho de A missão da ABRANDH é promover a realização e a exigibilidade do Direito Humano à Alimentação Adequada no Brasil e em outros países, por meio de projetos de cooperação nacional e internacional. Para maiores informações ver site:

20 20 de alimentação, saúde, educação, trabalho e lazer que atendam às crianças e adolescentes da comunidade, notadamente diante de seus problemas mais severos: desnutrição, exploração sexual, verminose e dependência química. Diante do quadro de violação dos Direitos Humanos, a Ação visa fazer com que o Município de Maceió use todos os meios necessários para a elaboração e implementação imediata de políticas públicas que efetivem os direitos violados pela sua omissão. Para tanto, a Ação requer que o Município apresente propostas de políticas públicas a serem implementadas com abrangência suficiente e apresentando soluções de curto, médio e longo prazo para a referida população, além de requerer que sejam incluídas no Projeto de Lei Orçamentária de 2008 as verbas necessárias para implementação das políticas públicas. O Poder Judiciário acaba de julgar procedente a Ação Civil Pública, em decisão pioneira no Brasil em relação à justiciabilidade do DHAA e outros Direitos Econômicos e Sociais. Com esta decisão o Município de Maceió deverá formar uma comissão multidisciplinar de profissionais para realizar um perfil sócio-econômico das crianças e adolescentes da comunidade da Orla Lagunar; garantir condições adequadas para o funcionamento do Conselho Tutelar da Região; apresentar um cronograma de curto prazo de ampliação da rede de proteção à criança e ao adolescente, com a abertura de abrigos para crianças e adolescentes em situação de risco; garantir creche em horário integral e educação infantil, em quantidade suficiente para atender a população de 0 a 6 anos da referida comunidade bem como assegurar as matrículas de todas as crianças e adolescentes em idade escolar no ensino fundamental Cobrança de direitos em nível internacional Nos casos em que não haja reparação em nível nacional, ou que a mesma demore a ser prestada, ou haja risco de vida para vítimas de violação é possível exigir a realização de Direitos Humanos através de mecanismos internacionais de exigibilidade. No Plano Global de Proteção dos Direitos Humanos das Nações Unidas, existem órgãos de exigibilidade dos Direitos Humanos 22, que são previstos por Tratados Internacionais. No sistema global, além do sistema de denúncias individuais, há também o sistema de investigações e o de relatórios. Em caso de violações de Direitos Civis e Políticos é possível apresentar uma petição individual para órgãos internacionais de Direitos Humanos. O Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC), porém, ainda não prevê mecanismos de reclamação individuais em caso de violação aos direitos previstos no Pacto. No entanto, na última reunião do Conselho de Direitos Humanos em junho de 2006, os Estados Membros concordaram em renovar o mandato do grupo de trabalho que vem discutindo a elaboração de um Protocolo Adicional para o PIDESC, que conferiria ao Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais das Nações Unidas competência para examinar reclamações individuais. O trabalho está avançado e é possível que o Protocolo Opcional para o PIDESC seja aprovado em Comitê de Direitos Humanos; Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais; Comitê sobre os Direitos da Criança; Comitê sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher; Comitê contra a Tortura e Outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes; Comitê sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.

21 21 De qualquer forma o Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, com base no Protocolo Opcional ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, pode considerar o Direito Humano à Alimentação Adequada com base em uma interpretação abrangente do direito à vida, ou na cláusula de não discriminação garantida pelo Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. Além disso, um caso de violação ao Direito Humano à Alimentação Adequada pode ser submetido ao Comitê para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, no âmbito do Protocolo Opcional à Convenção com base nas disposições sobre proteção especial a mulheres grávidas, ou no que se refere ao acesso à terra e a serviços para mulheres rurais. Ao ratificar os Tratados Internacionais de Direitos Humanos os Estados assumem a obrigação de enviar relatórios periódicos para os Comitês e de sujeitar-se a uma eventual investigação sobre a situação dos Direitos Humanos em seu território. Uma forma de participação e de intervenção de entidades de Direitos Humanos no Sistema das Nações Unidas é o encaminhamento de relatórios próprios aos respectivos Comitês, para que sejam analisados juntamente com os relatórios enviados pelos Estados. O Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais das Nações Unidas, enquanto organismo que tem a função de monitorar a implementação dos direitos previstos no PIDESC, está encarregado de examinar relatórios periódicos elaborados pelos Estados Partes do Pacto, no que se refere a como os direitos estão sendo implementados em nível nacional. Os Relatórios dos Estados Partes são analisados pelo Comitê na presença desses Estados. O Comitê faz as suas considerações aos relatórios dos Estados Partes emitindo observações finais, que constituem a decisão do Comitê sobre a implementação do PIDESC em um determinado Estado Parte. Embora as observações finais do Comitê não tenham status legalmente vinculante, para os Estados Parte ignorar ou não agir em relação às considerações do Comitê significa uma demonstração de má-fé na implementação de suas obrigações relacionadas ao Pacto. Ademais, o sistema global prevê a existência de especialistas em Direitos Humanos denominados Relatores Especiais que têm o mandato de investigar situações específicas e propor soluções para violações de Direitos Humanos. No ano 2000, a Comissão de Direitos Humanos da ONU designou um Relator Especial sobre o Direito à Alimentação. Nos planos regionais também existem sistemas de proteção dos Direitos Humanos. No nível regional, a Comissão Africana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos Humanos vêm tratando de ações sobre o DHAA Um exemplo prático: como os diferentes tipos de mecanismos de exigibilidade interagem e podem ser utilizados em casos de violação do DHAA e demais Direitos Humanos Pense nesta situação: em um determinado país, uma comunidade urbana marginalizada enfrenta, cotidianamente, violações aos seus Direitos Humanos. A comunidade possui cerca de 300 famílias que, em sua vasta maioria, vivem em estado de insegurança alimentar e nutricional, ou seja, passam fome ou convivem, de forma rotineira, com o medo da fome. As

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