XIII Encontro de Iniciação Científica IX Mostra de Pós-graduação 06 a 11 de outubro de 2008 BIODIVERSIDADE TECNOLOGIA DESENVOLVIMENTO
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1 XIII Encontro de Iniciação Científica IX Mostra de Pós-graduação 06 a 11 de outubro de 2008 BIODIVERSIDADE TECNOLOGIA DESENVOLVIMENTO MCH0690 O RECONHECIMENTO DOS ATIVOS INTANGÍVEIS COMO PARTE INTEGRANTE DO PATRIMÔNIO DAS ORGANIZAÇÕES BEATRIZ CRISTINA MONTEIRO ARREZZE 1UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ MESTRANDO EM GESTÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL RUA VINTE E NOVE DE AGOSTO, 107, JARDIM MORUMBI TAUBATÉ SP CEP: beatriz.unitau@hotmail.com Introdução A Ciência Contábil em toda sua evolução tem como objetivo a mensuração do patrimônio das entidades, demonstrando com fidelidade os resultados obtidos decorrentes dos investimentos realizados, a fim de proporcionar aos seus usuários informações para o processo decisório. Os postulados, alicerces da Contabilidade, nos conferem a responsabilidade de analisarmos continuamente as práticas contábeis, buscando sempre a atualização de procedimentos visando suprir as necessidades de seus usuários, face a dinâmica da economia e dos mercados. Os Ativos Intangíveis tem sua existência reconhecida, seja pela teoria das organizações seja pela própria teoria contábil. Mas, devido a discussões ainda existentes quanto as formas de sua mensuração, eles são totalmente ignorados pela Contabilidade, quando da elaboração dos demonstrativos financeiros das empresas. Tal procedimento impede aos seus usuários uma leitura correta do patrimônio da entidade. Nesta pesquisa demonstramos os aspectos teóricos da contabilidade quanto aos Ativos Intangíveis e evidenciamos a sua importância no patrimônio, elencando os valores agregados das cinco maiores empresas da BOVESPA no ano de Objetivo Este trabalho objetiva demonstrar que a teoria contábil não exclue os intangíveis na formação do patrimônio organizacional, mas são os paradigmas atuais, adotados pela Contabilidade, que impedem aos usuários das demonstrações contábeis o acesso a uma informação de grande relevância no momento da avaliação dos riscos dos investimentos nas organizações: o valor agregado de seus Ativos Intangíveis. Metodologia
2 Esta pesquisa é eminentemente conceitual, contábil e teórica, elaborada no contexto da Abordagem Sistêmica da Contabilidade, baseada em pesquisa bibliográfica disponível. Resultados e discussões A reflexão sobre os conceitos básicos da Ciência Contábil norteará a discussão sobre o o não reconhecimento dos Ativos Intangíveis como parte integrante do patrimônio corrente das organizações, é uma falha, ferindo seus próprios princípios. Contabilidade Conceitualmente a Contabilidade é a ciência que estuda, planeja e controla o patrimônio das entidades. Como qualquer ciência, ela deve ser evolutiva, cujo desenvolvimento deve objetivar a busca mais perfeita de retratar esse patrimônio, gerando informações que alicercem o processo decisório das organizações, cuja meta sempre será a concretização do principal objetivo das organizações que é a geração de lucros A ciência contábil se alicerça em dois postulados, o da Entidade Contábil e o da Continuidade. Para a discussão desse trabalho, salientamos esse segundo postulado Continuidade, que traz em seu bojo o pressuposto de que as entidades são consideradas como empreendimentos em andamento, tendo vida por tempo indefinido. TINOCO (1996, p.13) afirma que, segundo a ótica deste postulado, as entidades tem por objetivo adicionar valor (grifo nosso), gerando por conseguinte, novos produtos e serviços, que visam satisfazer as necessidades de seus clientes, permitindo em decorrência, a continuidade da entidade. Ativo O patrimônio objeto de estudo da Contabilidade é composto de bens, direitos e obrigações, classificadas como Ativo, Passivo e Patrimônio Liquido. Aqui nos cabe a conceituação de Ativo. No ARS no. 3, do AICPA, de 1962, Sprouse e Moonitz, apud Iudícibus (2000, p.129), conceituam assim os Ativos: [...] ativos representam benefícios futuros esperados, direitos que foram adquiridos pela entidade como resultado de alguma transação corrente ou passada. A ênfase, nesta definição está na potencialidade de serviços por parte dos ativos, para a empresa. Aproxima-se de uma definição bastante precisa para nossa finalidade, embora dê, talvez, excessiva ênfase as transações presentes ou passadas. Os Ativos podem ser constituídos como resultado do esforço de pesquisa da empresa, de natureza contínua, pela organização excelente e por fatores intangíveis não necessariamente ligados a transações com o mundo exterior (IUDICIBUS, 2000, p.129). Esta definição de Sprouse e Moonitz influenciou uma série de outras. Como por exemplo a definição de Martins (1972, p. 30) onde afirma [...] ativo é o futuro resultado econômico que se espera obter de um agente. Hendriksen e Van Breda (1999, p. 284) demonstram que este mesmo princípio foi seguido pelo FASB, em seu SFAC 6 (1985), quando definiu Ativo como [...] benefícios econômicos futuros prováveis, obtidos ou controlados por uma dada entidade em conseqüência de transações ou eventos passados.
3 Acrescentam ainda características adicionais aos Ativos, cujos aqueles mais relevantes para esta discussão enumeramos abaixo: a. direitos com zero ou negativo potencial de benefícios não são Ativos b. o fato de que o valor futuro de um direito ou de um potencial de serviço possa ser incerto, não modifica a definição de Ativo c. a incerteza afeta a avaliação mas não muda a natureza do item d. somente mudará se a incerteza é tão grande que o futuro benefício esperado for considerado zero ou negativo. Muitas outras abordagens poderiam ser discutidas, relacionadas com a conceituação dos Ativos, mas este trabalho não se propõe a aprofundar o estudo desses conceitos, que poderá ser objeto de outra pesquisa. O que foi exposto acima já sedimenta nossa proposta. Ativos Intangíveis Na classificação contábil os Ativos podem ser tangíveis ou intangíveis. Os ativos intangíveis são classificados em dois grupos: 1.Ativos intangíveis identificáveis: gastos com implantação e pré-operacionais, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, marcas e patentes, direitos autorais, franquias, capital intelectual etc. 2. Ativos intangíveis não identificáveis: goodwill De acordo com Hendriksen e Van Breda (1999, p. 388): [...] os ativos intangíveis formam uma das áreas mais complexas da contabilidade, em parte em virtude das dificuldades de definição, mas por causa das incertezas a respeito da mensuração e da estimação de suas vidas úteis. O problema maior desses ativos reside em sua mensuração, cuja subjetividade de alguns investimentos, contraria os Princípios da Contabilidade Geralmente Aceitos, tendo o capital intelectual como maior exemplo. Porém, essa mensuração não os desqualificam como Ativos das organizações, como já evidenciamos acima. A relevância da discussão está justamente no não reconhecimento de seus valores como parte do patrimônio das entidades, interferindo, assim, na análise das potencialidades econômicas das empresas. Martins (2001) observa que o patrimônio contábil reflete a soma dos custos dos investimentos feitos por uma entidade, ao passo que o valor de uma empresa engloba o valor econômico dos investimentos feitos,e também uma parcela sinergística entre eles. Assim o patrimônio liquido não quantifica o valor de uma empresa, mas sim o custo da empresa até determinada data. Mencionando Alfred Rappaport, Hendriksen e Van Breda (1999, p. 388), afirmam que o valor contábil do patrimônio dos acionistas está se distanciando do seu valor de mercado. Isso ocorre à medida que a sociedade se torna cada vez mais dependente da informação. Como conseqüência, os ativos intangíveis criam valor para as empresas. Informação Históricamente, os registro contábeis remontam a A.C. Desde os primórdios tempos, sempre a Contabilidade teve por escopo a informação. No seu início, o usuário principal e único, era o proprietário,
4 mas com a evolução e desenvolvimento das organizações e do próprio ambiente econômico e social o leque de usuários da Contabilidade amplia-se, envolvendo novas classes de proprietários (sócios e acionistas), fornecedores de crédito, governo, sindicatos, clientes e a própria administração do negócio, que reconhece na Contabilidade sua maior fonte de informações para estruturação do planejamento e controle. Conforme afirma SELL (2004), uma informação é valorizada quando ajuda os tomadores de decisão a optarem pela alternativa que segundo eles é tida como a melhor em determinado momento, assim a relevância da informação está intimamente ligada às estratégias dos negócios. A Contabilidade deve alimentar esse processo com informações reais e adequadas ao contexto atual das organizações e suas necessidades. Não reconhecer os valores dos Ativos Intangíveis como parte do patrimônio das entidades retratados em seus Balanços Patrimoniais é furtar-se ao cumprimento de sua própria finalidade. Mensuração dos Ativos Intangíveis em empresas brasileiras A relevância dos valores dos Ativos Intangíveis no patrimônio das organizações pode ser melhor entendida quando vislumbramos os valores abaixo. A empresa de consultoria Global Brands avaliou as 25 maiores empresas da BOVESPA, classificadas segundo seu valor de mercado, baseado no último dia do pregão do ano do levantamento As cinco empresas com maiores capitais intangíveis são: Vale do Rio Doce (mineração) com R$ ,00, AmBev (bebidas) com R% ,00, Petrobras (petróleo) com R$ , Arcelor (siderurgia) com R$ ,00 e CPFL Energia (energia elétrica) com R$ ,00 Conclusão O Ativo pode ser tangível ou intangível, o seu valor pode ser mensurável ou não, dependendo da capacidade geradora de resultados, tanto para bens, tecnologia ou criatividade, conforme o grau de realização da entidade. A Contabilidade financeira dentro das regulamentações atuais, não reconhecendo os ativos intangíveis como parte integrante do patrimônio das entidades, está não só ferindo um de seus postulados como também descumprindo sua finalidade, como fonte de informação, não proporcionando aos seus usuários uma confiabilidade maior em seus investimentos. Assim, mudanças são necessárias para que as demonstrações contábeis se apresentem mais realistas, atendendo as necessidades de seus usuários. Bibliografia - Global Brands Consultoria Estratégica Inteligente.Disponivel em acessado em 17/08/ HENDRIKSEN. EltonS., VAN BREDA. Michael F. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999.
5 - IUDICIBUS. Sergio de. Teoria da Contabiliade. 6ª Ed. São Paulo: Atlas, MARTINS. Eliseu. Contribuição a avaliação do Ativo Intangível Tese (Doutorado em Contabiliade) Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, MARTINS. Eliseu (Org.). Avaliação de empresas: da mensuração contábil a econômica. São Paulo: Atlas, SELL. Graciele Kieser. Uma sistemática para inserir a contabilidade gerencial no processo decisório nas pequenas e médias empresas Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, TINOCO. João E. P. Contribuição ao estudo da Contabilidade Estratégica de Recursos Humanos f. Tese (Doutorado em Controladoria e Contabilidade) Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo. São Paulo, 1996.
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