Relatório dos auditores independentes sobre as demonstrações financeiras

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Relatório dos auditores independentes sobre as demonstrações financeiras"

Transcrição

1 Brasilagro Companhia Brasileira de Propriedades Agrícolas BR GAAP e IFRS Demonstrações financeiras em 3o de de 2011 e Relatório dos auditores independentes

2 Relatório dos auditores independentes sobre as demonstrações financeiras Aos Administradores e Acionistas Brasilagro Companhia Brasileira de Propriedades Agrícolas Examinamos as demonstrações financeiras individuais da Brasilagro Companhia Brasileira de Propriedades Agrícolas ("Controladora") que compreendem o balanço patrimonial em de 2011 e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo nessa data, assim como o resumo das principais políticas contábeis e as demais notas explicativas. Examinamos também as demonstrações financeiras consolidadas da Brasilagro Companhia Brasileira de Propriedades Agrícolas e suas controladas ("Consolidado") que compreendem o balanço patrimonial consolidado em de 2011 e as respectivas demonstrações consolidadas do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo nessa data, assim como o resumo das principais políticas contábeis e as demais notas explicativas. Responsabilidade da administração sobre as demonstrações financeiras A administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras individuais de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e das demonstrações financeiras consolidadas de acordo com as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS) emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e as práticas contábeis adotadas no Brasil, assim como pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração dessas demonstrações financeiras livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou por erro. Responsabilidade dos auditores independentes Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelo auditor e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações financeiras estão livres de distorção relevante. Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e das divulgações apresentados nas demonstrações financeiras. Os procedimentos 2

3 Brasilagro Companhia Brasileira de Propriedades Agrícolas selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações financeiras, independentemente se causada por fraude ou por erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras da Companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Companhia. Uma auditoria inclui também a avaliação da adequação das políticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião. Opinião sobre as demonstrações financeiras individuais Em nossa opinião, as demonstrações financeiras individuais acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Brasilagro Companhia Brasileira de Propriedades Agrícolas em de 2011, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo nessa data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Opinião sobre as demonstrações financeiras consolidadas Em nossa opinião, as demonstrações financeiras consolidadas acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Brasilagro Companhia Brasileira e suas controladas em de 2011, o desempenho consolidado de suas operações e os seus fluxos de caixa consolidados para o exercício findo nessa data, de acordo com as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS) emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e as práticas contábeis adotadas no Brasil. Ênfase Conforme descrito na Nota 2.2 (b), as demonstrações financeiras individuais foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. No caso da Brasilagro Companhia Brasileira de Propriedades Agrícolas, essas práticas diferem do IFRS, aplicável às demonstrações financeiras separadas, somente no que se refere à avaliação dos investimentos em controladas pelo método de equivalência patrimonial, uma vez que para fins de IFRS seria custo ou valor justo. Outros assuntos Demonstrações do valor adicionado Examinamos, também, as demonstrações individual e consolidada do valor adicionado (DVA), referentes ao exercício findo em de 2011, cuja apresentação é requerida pela legislação societária 3

4 Brasilagro Companhia Brasileira de Propriedades Agrícolas brasileira para companhias abertas, e como informação suplementar pelas IFRS que não requerem a apresentação da DVA. Essas demonstrações foram submetidas aos mesmos procedimentos de auditoria descritos anteriormente e, em nossa opinião, estão adequadamente apresentadas, em todos os seus aspectos relevantes, em relação às demonstrações financeiras tomadas em conjunto. São Paulo, 5 de setembro de 2011 PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes CRC 2SP000160/O-5 Wander Rodrigues Teles Contador CRC 1 DF005919/O-3 S SP 4

5 Brasilagro Companhia Brasileira de Propriedades Agrícolas Senhores Acionistas, Em cumprimento às disposições legais e estatutárias submetemos à apreciação de V. Sas. as Demonstrações Financeiras referentes ao exercício findo em de COMENTÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO No ano-safra 2010/2011, a BrasilAgro apresentou mais um ano de crescimento e com resultados expressivos. Aumentamos a área plantada em 26% em relação à safra anterior e encerramos o ano com uma Receita Líquida de R$100,4 milhões. Plantamos uma superfície total de hectares divididos entre as culturas de soja, milho, arroz, algodão, cana-de-açúcar e área de pastagem. Além disso, transformamos mais de 20,1 mil hectares. A produtividade da safra 2010/2011 apresentou bons resultados, nas áreas novas, áreas de primeiro e segundo ano de cultivo, a produtividade média (limpa e seca) foi de 40,2 sacas/ha, já nas áreas em desenvolvimento, áreas de três a quatro anos de cultivos, a produtividade média (limpa e seca) foi de 45,6 sacas/ha e nas áreas desenvolvidas, áreas com mais de quatro anos de cultivo, a produtividade média (limpa e seca) foi de 53,7 sacas/ha. A produtividade média do milho foi de 135,5 sacas/ha e a produtividade média do arroz foi de 53,1 sacas/ha, foram plantados hectares de milho e hectares de arroz, divididos entre as fazendas Cremaq, Horizontina, Jatobá e São Pedro. Em 2011, encerramos o primeiro ano de fornecimento de cana-de-açúcar, entregando 522,3 mil toneladas para a ETH e transformamos 100% das fazendas Alto Taquari e Araucária em cana-de-açúcar, dando continuidade ao contrato de fornecimento exclusivo a ETH. A partir desse exercício as demonstrações financeiras consolidadas são apresentadas de acordo com os pronunciamentos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e os padrões Internacionais de Demonstrações Financeiras IFRS. Apresentamos uma Receita Líquida de R$100,43 milhões (faturamento de R$79,5 milhões), resultado muito superior aos R$9,6 milhões (faturamento de R$36,7 milhões) de Receita Líquida registrados no ano anterior, já comparando os números na metodologia IFRS. Somente com receitas provenientes, principalmente, de grãos e cana-de-açúcar, fechamos o ano com um Lucro Líquido de R$26,4 milhões. Com esses resultados positivos, apresentamos um EBITDA recorde de R$22,3 milhões. 5

6 Brasilagro Companhia Brasileira de Propriedades Agrícolas Visando ampliar as formas de acesso de investidores a Companhia, principalmente aqueles domiciliados no exterior, bem como ampliar a liquidez das ações, implantamos o Programa de ADRs Nível I sob o símbolo BRCPY. Outra importante ação com o objetivo de fomentar a liquidez das ações foi a contratação do BTG PACTUAL, como formador de mercado. Em Assembléia Geral realizada em 4 de outubro, os acionistas da Companhia aprovaram a resilição do Contrato de Consultoria entre a Companhia e a Paraná Consultora de Investimentos S.A., conforme proposto pelos Conselheiros de Administração Independentes da Companhia em reunião realizada em 22 de julho. O ano-safra 2011/2012 promete grandes desafios para a BrasilAgro, vamos continuar buscando as melhores oportunidades de crescimento, vamos manter o ritmo acelerado de transformação das nossas propriedades, além de buscar as melhores estratégias de comercialização e assim gerar valor para todos os nossos acionistas. Diante de tantas ações e resultados positivos, seguimos confiantes em relação às perspectivas de crescimento e resultados para o próximo exercício. DESEMPENHO OPERACIONAL No ano-safra 2010/2011, a BrasilAgro plantou uma superfície total de hectares divididos entre as culturas de soja, milho, arroz, algodão, cana-de-açúcar e área de pastagem, o que representa aumento de 26% em relação ao ano anterior. A Companhia concluiu a transformação de mais de 20,1 mil hectares, sendo que 14,2 mil hectares já foram cultivados com soja na safra 2010/2011 e 5,9 mil hectares foram preparados para o cultivo na safra 2011/2012. As fazendas Alto Taquari e Araucária estão 100% plantadas com cana-de-açúcar e estão em processo de colheita. Essas propriedades fazem parte do contrato de fornecimento de cana-de-açúcar à ETH Bioenergia, que tem duração de dois ciclos de completos de lavoura, ou seja, seis anos agrícolas com cinco cortes. Na safra 2010/2011, foram produzidos 103 mil toneladas de soja e 35 mil toneladas de milho. Desse total, aproximadamente 43 mil toneladas de soja e 24 mil toneladas de milho, foram armazenadas para futura comercialização nos silos das fazendas Cremaq e Horizontina. Foram plantados hectares de soja divididos entre áreas novas, áreas em desenvolvimento e áreas desenvolvidas. Nas áreas novas, áreas de primeiro e segundo ano de cultivo, a produtividade média (limpa e seca) foi de 40,2 sacas/ha, já nas áreas em desenvolvimento, áreas de três a quatro anos de cultivos, a 6

7 Brasilagro Companhia Brasileira de Propriedades Agrícolas produtividade média (limpa e seca) foi de 45,6 sacas/ha e nas áreas desenvolvidas, áreas com mais de quatro anos de cultivo, a produtividade média (limpa e seca) foi de 53,7 sacas/ha. A produtividade média do milho foi de 135,5 sacas/ha e a produtividade média do arroz foi de 53,1 sacas/ha, foram plantados hectares de milho e hectares de arroz, divididos entre as fazendas Cremaq, Horizontina, Jatobá e São Pedro. Desde o inicio das operações em 2006, a Companhia obteve um crescimento médio de 38% na área total plantada. ADERÊNCIA À CÂMARA DE ARBITRAGEM DO MERCADO A Companhia está vinculada à arbitragem na Câmara de Arbitragem do Mercado, conforme Cláusula Compromissória constante do seu Estatuto Social. RELACIONAMENTO COM AUDITORES EXTERNOS Os Auditores Independentes, PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes, que examinam as demonstrações financeiras desde 2006, prestaram somente serviços à BrasilAgro Companhia Brasileira relacionados à auditoria das demonstrações financeiras. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Administração da BrasilAgro agradece aos acionistas, clientes, fornecedores e instituições financeiras pela colaboração e confiança depositados e, em especial, aos seus colaboradores pela dedicação e esforço empreendidos. Permanecemos à disposição para quaisquer outras informações. São Paulo, 5 de setembro de Julio Cesar de Toledo Piza Neto Diretor Presidente e de Relações com Investidores 7

8 Balanço patrimonial Controladora Consolidado Controladora Consolidado Ativo de o de julho de 2009 de o de julho de 2009 Passivo e patrimônio líquido de o de julho de 2009 de o de julho de 2009 Circulante Circulante Caixa e equivalentes de caixa (Nota 6) Fornecedores (Nota 18) Instrumentos financeiros mensurados ao Empréstimos e financiamentos (Nota 19) valor justo (Nota 5) Obrigações trabalhistas Clientes (Nota 8) Tributos a pagar Estoques (Nota 10) Dividendos propostos Ativos biológicos (Nota 11) Operações com derivativos (Nota 7) Créditos fiscais e tributários (Nota 9) Aquisições a pagar (Nota 17) Operações com derivativos (Nota 7) Adiantamentos de clientes Despesas do exercício seguinte Outros ativos Não circulante Empréstimos e financiamentos (Nota 19) Não circulante Tributos diferidos (Nota 20) Ativos biológicos (Nota 11) Operações com derivativos (Nota 7) 637 Títulos e valores mobiliários (Nota 12) Bônus de subscrição (Nota 21) Empresas coligadas, controladas e Outros passivos associadas (Nota 32) Créditos fiscais e tributários (Nota 9) Tributos diferidos (Nota 20) Créditos por venda de fazenda (Nota 8) Patrimônio líquido, capital e reservas atribuídos aos Propriedades para investimento (Nota 13) acionistas da controladora Operações com derivativos (Nota 7) Capital social (Nota 21) Outros ativos Reserva de capital (Nota 26) Prejuízos acumulados ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Investimentos (Nota 14) Imobilizado (Nota 16) Participação dos não controladores Intangível (Nota 15) Total do patrimônio Total do ativo Total do passivo e patrimônio líquido As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras. 1 de 85

9 Demonstrações do resultado Exercícios findos em, exceto quando indicado de outra forma Controladora Consolidado Receita (Nota 23) Custo das vendas (Nota 25) (51.492) (28.388) (60.604) (30.310) Lucro bruto (prejuízo) (19.322) ( ) Despesas com vendas (Nota 25) (2.400) (1.839) (2.991) (2.175) Despesas gerais e administrativas (Nota 25) (25.985) (22.015) (26.330) (22.916) Encargos com bônus de subscrição (Nota 21) (3.832) Outras receitas operacionais (Nota 24) Receitas financeiras líquidas Receitas financeiras (Nota 27) Despesas financeiras (Nota 27) (13.799) (5.997) (16.460) (8.386) Participação nos lucros (prejuízos) de coligadas Resultado da equivalência patrimonial (4.409) (6.569) Resultado antes do imposto de renda e contribuição social (33.304) (35.837) Imposto de renda e contribuição social (Nota 28) (5.519) (7.162) Lucro líquido (prejuízo) do exercício (21.565) ( ) Atribuído aos Acionistas da Companhia (21.565) Participação dos não controladores (442) (637) Lucro líquido (prejuízo) básico por ação reais 0,45991 (0,36912) Lucro (prejuízo) diluído por ação 0,19244 (0,04868) Não houve outros resultados abrangentes nos exercícios divulgados que requeiram a apresentação de uma demonstração do resultado abrangente. As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras. 2 de 85

10 Demonstrações das mutações do patrimônio líquido Capital social Atribuível aos acionistas da controladora Reserva de capital Prejuízos acumulados Total Participação de não controladores Consolidado Total Em 1 o de julho de ( ) Prejuízo do exercício (21.565) (21.565) (637) (22.202) Aumento de capital Em ( ) Lucro líquido (prejuízo) do exercício (442 ) Plano de remuneração em ações Aumento de capital Em de ( ) As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras. 3 de 85

11 Demonstrações dos fluxos de caixa Exercícios findos em Controladora Consolidado Fluxos de caixa das atividades operacionais Lucro líquido do exercício (21.565) (22.202) Ajustes para conciliação do lucro líquido Depreciação e amortização (Notas 15 e 16) Depreciação de ativos biológicos colhidos (Nota 11) Baixa de imobilizado Plano de remuneração em ações Bônus de subscrição (17.359) (13.740) (328) Perdas com investimentos Resultado da equivalência patrimonial (5.953) Resultado não realizado de derivativos (1.172) (2.289) Variação cambial e monetária sobre o passivo Juros e encargos financeiros (Nota 27) Juros ativos (Nota 27) (904) (1.374) (904) (1.374) Imposto de renda e contribuição social diferidos (6.587) (9.033) Valor justo dos ativos biológicos (Notas 11 e 23) (4.291) (4.425) Valor justo dos produtos agrícolas (Nota 23) (9.954) (16.454) Provisão para contingências Variação do capital circulante operacional Clientes a receber (7.623) (11.845) (4.061) (14.511) Impostos a compensar (7.345) (7.889) (9.079) (8.575) Despesas antecipadas 78 (222) 71 (221) Estoques (42.538) (20.290) (40.325) (23.766) Operações com derivativos (2.801) (177) Outros créditos (9.429) (562) (10.134) (1.190) Fornecedores Aquisições a pagar (343) Impostos e contribuições a pagar 40 (2.257) 154 (2.238) Salários e encargos Outras obrigações (586) (1.886) Caixa líquido aplicado nas atividades operacionais ( ) ( ) ( ) ( ) Fluxos de caixa das atividades de investimentos Adições ao imobilizado (39.465) (24.897) (47.166) (33.030) Adições aos ativos biológicos cana (Nota 11) (2.516) (11.687) (2.516) (11.687) (Aumento) redução em títulos e valores mobiliários (10.793) (11.883) Dividendos recebidos (Aumento) redução de investimentos e participações (17.957) (32.606) Adiantamento para futuro aumento de capital (2.158) 437 Pagamento por compra de fazendas (269) (8.102) (15.820) Caixa líquido aplicado nas atividades de investimentos ( ) ( ) ( ) ( ) Fluxos de caixas das atividades de financiamentos Pagamentos de financiamentos de fazendas (12.422) Aporte de capital acionistas minoritários de control Empréstimos e financiamentos obtidos Juros pagos de empréstimos e financiamentos (2.309) (1.541) (2.739) (1.541) Pagamentos de empréstimos e financiamentos (23.907) (11.318) (31.466) (11.318) Caixa líquido gerado pelas atividades de financiamentos (Redução) do caixa e equivalentes de caixa ( ) ( ) ( ) ( ) Caixa e equivalentes no início do exercício Caixa e equivalentes no final do exercício As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras. 4 de 85

12 Demonstrações dos valores adicionados Exercícios findos em Controladora Consolidado Receitas Receita operacional bruta e devoluções de vendas (Nota 23) Outras receitas (Nota 24) Insumos adquiridos de terceiros Custo dos produtos vendidos (Nota 25) (51.492) (28.388) (60.604) (30.310) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros (15.076) (13.689) (16.046) (14.528) (66.568) (42.077) ( ) ( ) Valor adicionado bruto (31.062) ( ) Depreciação e amortização administrativa (Nota 25) (991) (501) (991 ) (486 ) Valor adicionado liquido produzido pela entidade (31.563) ( ) Valor adicionado recebido em transferência Resultado de equivalência. patrimonial e perdas com investimentos (Nota 14) (4.408) (6.569) Receitas financeiras (Nota 27) Valor adicionado total a distribuir (12.072) ( ) Distribuição do valor adicionado Pessoal e encargos Remuneração direta Benefícios FGTS Impostos, taxas e contribuições Federais (10.436) (11.667) Estaduais Municipais Financiadores Juros e variações cambiais Aluguéis Encargos com bônus de subscrição (17.359) (13.740) (328) Lucros retido (prejuízo) do exercício (21.565) (21.565) Participação de acionistas minoritários (442) ( (12.072) ( ) As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras. 5 de 85

13 financeiras em de Informações gerais A Brasilagro Companhia Brasileira ("Companhia" ou "Brasilagro") foi constituída em 23 de setembro de 2005 e possui sede em São Paulo e filiais nos Estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais e Piauí. Conforme o Estatuto Social, o objeto social consiste em: (a) a exploração da atividade agrícola, pecuária e florestal de qualquer espécie e natureza e prestação de serviços direta ou indiretamente relacionados; (b) a importação e exportação de produtos e insumos agrícolas e relacionados à atividade pecuária; (c) a compra, venda e/ou locação de propriedades, terrenos, edificações e imóveis em áreas rurais e/ou urbanas; (d) a intermediação em operações de natureza imobiliária de quaisquer tipos; (e) a participação, como sócia, em outras sociedades, simples ou empresárias e em empreendimentos comerciais de qualquer natureza, no Brasil e/ou no exterior, relacionadas direta ou indiretamente aos objetivos aqui descritos; e (f) a administração de bens próprios e de terceiros. A Companhia e suas controladas possuem hoje 11 (onze) fazendas em 6 (seis) estados do Brasil, com área total de hectares. Tem como objetivo consolidar sua posição como uma das principais empresas atuantes no segmento de agronegócio no Brasil por meio de: (a) aquisição de novas fazendas e início de uma estratégia de expansão da produção; (b) otimização dos processos produtivos; (c) diversificação geográfica e produtiva; e (d) venda das fazendas adquiridas, uma vez obtida a valorização desejada ou alcançado o seu potencial produtivo agropecuário. As controladas Cremaq Ltda. ("Cremaq"), Engenho de Maracajú Ltda. ("Engenho"), Jaborandi Propriedades Agrícolas S.A. ("Jaborandi"), Jaborandi Agrícola Ltda, Araucária Ltda. ("Araucária"), Mogno Ltda. ("Mogno"), Cajueiro Ltda. ("Cajueiro"), Ceibo Ltda. ("Ceibo") e Flamboyant Ltda. ("Flamboyant") possuem como objeto social a compra e venda de propriedades, terrenos, edificações e imóveis em áreas rurais e/ou urbanas. Conforme autorizado nos seus respectivos estatutos e contratos sociais, enquanto não vendidos os bens imóveis de propriedade de tais sociedades, esses poderão ser objeto de arrendamento a terceiros, mas apenas como estratégia para facilitar a valorização dos imóveis. Existem novos negócios sendo prospectados, mas que serão divulgados apenas quando finalizadas as avaliações técnicas e legais e o respectivo due diligence, segundo estabelecem as políticas de divulgação da Companhia. As presentes demonstrações financeiras foram aprovadas pelo Conselho de Administração da Companhia em 29 de agosto de Resumo das principais políticas contábeis As principais políticas contábeis aplicadas na preparação destas demonstrações financeiras estão descritas abaixo. Essas políticas vêm sendo aplicadas de modo consistente em todos os exercícios apresentados, salvo disposição em contrário. 2.1 Base de preparação As demonstrações financeiras foram preparadas considerando o custo histórico como base de valor na data de transição para IFRS/CPCs, e ativos financeiros disponíveis para venda e ativos e passivos financeiros (inclusive instrumentos derivativos) mensurados ao valor justo contra o resultado do exercício. 6 de 85

14 financeiras em de 2011 A preparação de demonstrações financeiras requer o uso de certas estimativas contábeis críticas e também o exercício de julgamento por parte da administração da Companhia no processo de aplicação das políticas contábeis do Grupo. Aquelas áreas que requerem maior nível de julgamento e possuem maior complexidade, bem como as áreas nas quais premissas e estimativas são significativas para as demonstrações financeiras consolidadas, estão divulgadas na Nota (a) Demonstrações financeiras consolidadas As demonstrações financeiras consolidadas foram preparadas e estão sendo apresentadas conforme as práticas contábeis adotadas no Brasil, incluindo os pronunciamentos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPCs). As demonstrações financeiras consolidadas também foram preparadas e estão sendo apresentadas de acordo com os Padrões Internacionais de Demonstrações Financeiras (International Financial Reporting Standards (IFRS) emitidos pelo International Accounting Standards Board. Estas são as primeiras demonstrações financeiras apresentadas de acordo com CPCs e IFRS pela Companhia. As principais diferenças entre as práticas contábeis adotadas anteriormente no Brasil (BR GAAP antigo) e CPCs/IFRS, incluindo as reconciliações do patrimônio líquido, estão descritas na Nota 33.2 (b) Demonstrações financeiras individuais As demonstrações financeiras individuais da controladora foram preparadas conforme as práticas contábeis adotadas no Brasil emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPCs) e são publicadas juntas com as demonstrações financeiras consolidadas. 2.2 Consolidação (a) Demonstrações financeiras consolidadas As seguintes políticas contábeis são aplicadas na elaboração das demonstrações financeiras consolidadas. (i) Controladas Controladas são todas as entidades nas quais a Companhia tem o poder de determinar as políticas financeiras e operacionais, geralmente acompanhada de uma participação de mais do que metade dos direitos a voto (capital votante). A existência e o efeito de possíveis direitos a voto atualmente exercíveis ou conversíveis são considerados quando se avalia se a Companhia controla outra entidade. As controladas são totalmente consolidadas a partir da data em que o controle é transferido para a Companhia. A consolidação é interrompida a partir da data em que o controle termina. Transações entre companhias, saldos e ganhos não realizados em transações entre empresas da Companhia são eliminados. Os prejuízos não realizados também são eliminados a menos que a operação forneça evidências de uma perda (impairment) do ativo transferido. As políticas contábeis das controladas são alteradas quando necessário para assegurar a consistência com as políticas adotadas pela Companhia. 7 de 85

15 financeiras em de 2011 (ii) Coligadas Coligadas são todas as entidades sobre as quais a Companhia tem influência significativa, mas não o controle, geralmente em conjunto, com uma participação acionária de 20% a 50% dos direitos de voto. Os investimentos em coligadas são contabilizados pelo método de equivalência patrimonial e são, inicialmente, reconhecidos pelo seu valor de custo. (b) Demonstrações financeiras individuais Nas demonstrações financeiras individuais as controladas são contabilizadas pelo método de equivalência patrimonial. Os mesmos ajustes são feitos tanto nas demonstrações financeiras individuais quanto nas demonstrações financeiras consolidadas para chegar ao mesmo resultado e patrimônio líquido atribuível aos acionistas da controladora. No caso da Brasilagro as práticas contábeis adotadas no Brasil aplicadas nas demonstrações financeiras individuais diferem do IFRS aplicável às demonstrações financeiras separadas, apenas pela avaliação dos investimentos em controladas e coligadas pelo método de equivalência patrimonial, enquanto conforme IFRS seria custo ou valor justo. 2.3 Apresentação de informação por segmentos As informações por segmentos operacionais são apresentadas de modo consistente com o relatório interno fornecido para o principal tomador de decisões operacionais. O principal tomador de decisões operacionais, responsável pela alocação de recursos e pela avaliação de desempenho dos segmentos operacionais, é a Diretoria Executiva, responsável inclusive pela tomada das decisões estratégicas da Companhia. 2.4 Conversão de moeda estrangeira (a) Moeda funcional e moeda de apresentação Os itens incluídos nas demonstrações financeiras de cada uma das empresas da Companhia são mensurados usando a moeda do principal ambiente econômico, no qual a empresa atua ("a moeda funcional"). As demonstrações financeiras consolidadas estão apresentadas em R$ (reais), que é a moeda funcional da Companhia e, também, uma moeda de apresentação. (b) Transações e saldos As operações com moedas estrangeiras são convertidas para a moeda funcional, utilizando as taxas de câmbio vigentes nas datas das transações ou da avaliação, na qual os itens são remensurados. Os ganhos e as perdas cambiais resultantes da liquidação dessas transações e da conversão pelas taxas de câmbio do final do exercício, referentes a ativos e passivos monetários em moedas estrangeiras, são reconhecidos na demonstração do resultado. Os ganhos e as perdas cambiais relacionados com empréstimos, caixa e equivalentes de caixa são apresentados na demonstração do resultado como receita ou despesa financeira. 8 de 85

16 financeiras em de Caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa incluem o caixa, os depósitos bancários, outros investimentos de curto prazo de alta liquidez, com vencimentos originais de três meses, ou menos e com risco insignificante de mudança de valor. São apresentados nas demonstrações financeiras da Controladora, os saldos em caixa e bancos, assim como o investimento em cotas do fundo exclusivo FIM Guardian que detém investimentos em títulos de renda fixa, resgatáveis em prazo máximo de até 90 dias. São apresentadas como "Caixa e equivalentes de caixa" no consolidado, além dos saldos antes descritos, aplicações em bancos (certificados de depósito e operações compromissadas) que possuem as mesmas características de liquidez e que são resgatáveis no prazo máximo de 90 dias a partir da data do balanço. As aplicações estão valorizadas ao custo amortizado correspondendo ao investimento inicial, menos as amortizações de principal, acrescidos dos juros decorridos calculados com base no método da taxa de juros até a data do balanço. Considerando a natureza dos instrumentos mantidos pela Companhia, não existem diferenças significativas entre o seu valor contábil e o valor de mercado na data do balanço. Os investimentos de renda fixa têm como objetivo a atualização monetária dos valores detidos pela Companhia e ainda não alocados na atividade rural, sendo os mesmos guiados por uma política aprovada pelo Conselho de Administração. Além do objetivo especifico do investimento, a Companhia não tem nenhum instrumento financeiro denominado "derivativo embutido". De acordo com a política de Investimento da Companhia (Nota 4), títulos de renda fixa (certificados de depósitos e operações compromissadas) podem ter prazos de vencimento final superior a 90 dias, nesse caso existe uma garantia de recompra fornecida pela instituição financeira vendedora do título, garantindo liquidez sem penalidades. As demonstrações do fluxo de caixa, no que se referem às atividades de financiamentos e investimentos, incluem apenas as transações efetivas de caixa e equivalentes de caixa. Assim sendo, as compras financiadas e vendas de ativos estão incluídas nas Notas 16 e Ativos financeiros Classificação A Companhia classifica seus ativos financeiros sob as seguintes categorias: mensurados ao valor justo através do resultado, empréstimos e recebíveis e disponíveis para venda. A classificação depende da finalidade para a qual os ativos financeiros foram adquiridos. A administração determina a classificação de seus ativos financeiros no reconhecimento inicial. Nos exercícios apresentados, a Companhia mantém exclusivamente ativos financeiros classificados como empréstimos e recebíveis, ativos mensurados a valor justo por meio do resultado e derivativos usados para hedge. (a) Ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado Os ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado são ativos financeiros mantidos para 9 de 85

17 financeiras em de 2011 negociação. Um ativo financeiro é classificado nessa categoria se foi adquirido, principalmente, para fins de venda no curto prazo. Os derivativos também são categorizados como mantidos para negociação, a menos que tenham sido designados como instrumentos de hedge. Os ativos dessa categoria são classificados como ativos circulantes. (b) Empréstimos e recebíveis Incluem-se nessa categoria os empréstimos concedidos e os recebíveis que são ativos financeiros não derivativos com pagamentos fixos ou determináveis, não cotados em um mercado ativo. São incluídos como ativo circulante, exceto aqueles com prazo de vencimento superior a 12 meses após a data do balanço (estes são classificados como ativos não circulantes). Os empréstimos e recebíveis da Companhia compreendem principalmente as contas a receber de clientes, demais contas a receber, caixa e equivalentes de caixa e aplicações financeiras de curto prazo correspondentes a depósitos a prazo em bancos. Os empréstimos e recebíveis são contabilizados pelo custo amortizado, usando o método da taxa de juros efetiva. A Companhia avalia, na data do balanço, se há evidência objetiva de que um ativo financeiro ou um grupo de ativos financeiros está registrado por valor acima de seu valor recuperável (impairment) Reconhecimento e mensuração Ativos financeiros são classificados como ativos financeiros a valor justo por meio do resultado, empréstimos e recebíveis, investimentos mantidos até o vencimento, ativos financeiros disponíveis para venda, ou derivativos classificados como instrumentos de hedge eficazes, conforme a situação. A Companhia determina a classificação dos seus ativos financeiros no momento do seu reconhecimento inicial, quando ele se torna parte das disposições contratuais do instrumento. Ativos financeiros são reconhecidos inicialmente ao valor justo, acrescidos, no caso de investimentos não designados a valor justo por meio do resultado, dos custos de transação que sejam diretamente atribuíveis à aquisição do ativo financeiro. Os ativos financeiros incluem caixa e equivalente de caixa, contas a receber de clientes e outras contas a receber, empréstimos e outros recebíveis e instrumentos financeiros derivativos Impairment de ativos financeiros Ativos mensurados ao custo amortizado A Companhia avalia no final de cada período do relatório se há evidência objetiva de que o ativo financeiro está deteriorado. Um ativo ou grupo de ativos financeiros está deteriorado e os prejuízos de impairment são incorridos somente se há evidência objetiva de impairment como resultado de um ou mais eventos ocorridos após o reconhecimento inicial dos ativos (um "evento de perda") e aquele evento (ou eventos) de perda tem um impacto nos fluxos de caixa futuros estimados do ativo financeiro ou grupo de ativos financeiros que pode ser estimado de maneira confiável. Os critérios que a Companhia usa para determinar se há evidência objetiva de uma perda por impairment incluem: (a) dificuldade financeira relevante do emissor ou devedor; 10 de 85

18 financeiras em de 2011 (b) (c) (d) (e) (f) (i) (ii) uma quebra de contrato, como inadimplência ou mora no pagamento dos juros ou principal; a Companhia, por razões econômicas ou jurídicas relativas à dificuldade financeira do tomador de empréstimo, garante ao tomador uma concessão que o credor não consideraria; torna-se provável que o tomador declare falência ou outra reorganização financeira; o desaparecimento de um mercado ativo para aquele ativo financeiro devido às dificuldades financeiras; dados observáveis indicando que há uma redução mensurável nos futuros fluxos de caixa estimados a partir de uma carteira de ativos financeiros desde o reconhecimento inicial daqueles ativos, embora a diminuição não possa ainda ser identificada com os ativos financeiros individuais na carteira, incluindo: mudanças adversas na situação do pagamento dos tomadores de empréstimo na carteira; condições econômicas nacionais ou locais que se correlacionam com as inadimplências sobre os ativos na carteira. A Companhia avalia em primeiro lugar se existe evidência objetiva de impairment. O montante do prejuízo é mensurado como a diferença entre o valor contábil dos ativos e o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados (excluindo os prejuízos de crédito futuro que não foram incorridos) descontados à taxa de juros em vigor original dos ativos financeiros. O valor contábil do ativo é reduzido e o valor do prejuízo é reconhecido na demonstração consolidada do resultado. Se um empréstimo ou investimento mantido até o vencimento tiver uma taxa de juros variável, a taxa de desconto para medir uma perda por impairment é a atual taxa efetiva de juros determinada de acordo com o contrato. Como um expediente prático, a Companhia pode mensurar o impairment com base no valor justo de um instrumento utilizando um preço de mercado observável. Se, num período subsequente, o valor da perda por impairment diminuir e a diminuição puder ser relacionada objetivamente com um evento que ocorreu após o impairment ser reconhecido (como uma melhoria na classificação de crédito do devedor), a reversão da perda por impairment reconhecida anteriormente será reconhecida na demonstração do resultado. 2.7 Instrumentos derivativos e atividades de hedge A Companhia utiliza instrumentos financeiros derivativos, como contratos a termos de moeda, contratos a termos de commodities e swaps de taxas de juros para proteção contra risco de variação dos preços de commodities e risco de variação das taxas de juros, respectivamente. Os instrumentos financeiros derivativos designados em operações de hedge são inicialmente reconhecidos ao valor justo na data em que o contrato de derivativo é contratado, sendo reavaliados subsequentemente também ao valor justo. O método de ganho ou perda resultante depende do fato do derivativo ser designado ou não como instrumento de hedge. Sendo este caso, o método depende da natureza do item que está sendo protegido por hedge. 11 de 85

19 financeiras em de 2011 Quaisquer ganhos e perdas resultantes de mudanças no valor justo de derivativos durante o exercício são lançados diretamente na demonstração de resultado. O valor justo dos instrumentos derivativos está divulgado na Nota 7. Hedge de valor justo As variações no valor justo de derivativos designados e qualificados como hedge de valor justo são registradas na demonstração do resultado, com quaisquer variações no valor justo do ativo ou passivo protegido por hedge que são atribuíveis ao risco hedgeado. A Companhia só aplica a contabilização de hedge de valor justo para se proteger contra o risco de variação de preço de commodities. As variações do valor justo são lançadas no resultado dentro de "Receitas financeiras", exceto quando o derivativo for designado para fins contábeis como um instrumento de hedge de fluxo de caixa. Se o hedge não mais atender aos critérios de contabilização do hedge, o ajuste no valor contábil de um item protegido por hedge, para o qual o método de taxa efetiva de juros é utilizado, é amortizado no resultado durante o período até o vencimento. Embora a Companhia faça uso de derivativos com o objetivo de proteção, ela não tem aplicado nos períodos apresentados a chamada contabilização de hedge (hedge accounting). 2.8 Clientes As contas a receber de clientes correspondem aos valores a receber de clientes pela venda de mercadorias, imóveis ("terras") e/ou prestação de serviços no decurso normal das atividades da Companhia. Se o prazo de recebimento é equivalente a um ano ou menos (ou outro que atenda o ciclo normal da Companhia), as contas a receber são classificadas no ativo circulante. Caso contrário, estão apresentadas no ativo não circulante. São, inicialmente, reconhecidas pelo valor justo considerando o ajuste a valor presente e, subsequentemente, mensuradas pelo custo amortizado com o uso do método da taxa efetiva de juros menos a Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) (impairment). Na prática são normalmente reconhecidas ao valor faturado, ajustado pela provisão para impairment, se necessária. Para saldos de títulos a receber relativos à venda de fazendas, o tratamento é semelhante, aplicando-se ainda, o ajuste a valor presente conforme disposto na Nota Estoques Os estoques de produtos agrícolas são mensurados ao seu valor justo quando atingem o ponto de colheita, também denominada "pré-colheita". Os estoques de sementes, adubos, fertilizantes, defensivos agrícolas, combustíveis, lubrificantes, almoxarifado e materiais diversos foram avaliados pelo custo médio de aquisição. As provisões para estoque de baixa rotatividade ou obsoletos são constituídas quando consideradas necessárias pela administração. 12 de 85

20 financeiras em de 2011 A provisão para ajuste de estoque a valor de mercado, dos produtos agrícolas, é constituída quando o valor justo registrado no estoque for superior ao valor de realização. O valor de realização é o preço estimado de venda no curso normal dos negócios menos os custos estimados necessários para vendê-los Ativos biológicos Os ativos biológicos da Companhia e suas controladas correspondem, substancialmente, às culturas de soja, milho, sorgo, algodão e cana-de-açúcar e são mensurados pelo valor justo menos as despesas de venda. Essas lavouras são cultivadas não somente para obtenção do resultado operacional não imobiliário, mas, também, como vetor de apreciação do valor imobiliário das propriedades rurais. As lavouras de soja, milho, sorgo e algodão são culturas temporárias, nas quais o produto agrícola é colhido após um período de tempo que varia de 110 a 180 dias após a data do plantio, dependendo da cultura, variedade, localização geográfica e condições climáticas. As lavouras de cana-de-açúcar possuem ciclo produtivo de cinco anos após o seu primeiro corte, motivo pelo qual são classificadas como ativo biológico de longo prazo. O valor justo dos ativos biológicos é determinado no seu reconhecimento inicial e na data base das demonstrações financeiras. O ganho ou perda na variação do valor justo dos ativos biológicos é determinado pela diferença entre o valor justo e os custos incorridos com o plantio e tratos culturais dos ativos biológicos até o momento da avaliação, deduzido das eventuais variações acumuladas do valor justo de períodos anteriores, quando aplicável (demonstrações intermediárias e culturas permanentes), sendo registrado no resultado do período na rubrica "Valor justo dos ativos biológicos", como custo dos produtos vendidos (Nota 25). Em determinadas circunstâncias, a estimativa do valor justo menos as despesas de venda se aproximam do correspondente valor de custo de formação até aquele momento, especialmente quando apenas uma pequena transformação biológica ocorre desde o momento inicial ou quando não se espera que o impacto dessa transformação sobre o preço seja material (basicamente no caso das lavouras plantadas há poucos dias do encerramento das demonstrações financeiras); nesses casos, os gastos incorridos podem permanecer avaliados ao custo. Metodologia utilizada (a) Plantações de cana A metodologia de cálculo utilizada para estimar o valor do ativo biológico "cana" foi o fluxo de caixa descontado. Para tanto projetamos os fluxos de caixa futuros de acordo com o ciclo de produtividade projetado para cada corte, levando-se em consideração a vida útil estimada de cada área, os preços do ATR (açúcar total recuperável), as produtividades estimadas e os correspondentes custos estimados de produção, colheita, carregamento e transporte para cada hectare plantado. (b) Plantações de soja, milho, sorgo, arroz, milheto e algodão A metodologia de cálculo utilizada para estimar o valor do ativo biológico dos grãos/algodão foi o fluxo de caixa descontado. Para tanto projetamos os fluxos de caixa futuros levando-se em consideração a produtividade estimada, os custos a serem realizados com base no orçamento da companhia ou com 13 de 85

21 financeiras em de 2011 base em novas estimativas internas e os preços de mercado. Esses preços, para as commodities que apresentam mercados futuros, foram obtidos a partir das cotações das seguintes bolsas de negociação: CBOT ("Chicago Board of Trade"), BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros), NYBOT ("New York Board of Trade"). Para os produtos agrícolas que não apresentam esse tipo de mercado, utilizamos os preços obtidos por meio de pesquisas diretas de mercado ou divulgados por empresas especializadas, A partir dos preços de mercado realizamos os descontos logísticos e tributários correspondentes a fim de encontrar os preços de cada um desses produtos em cada unidade de produção da Companhia. Conforme citamos acima o valor justo dos ativos biológicos apresentados no balanço patrimonial foram determinados utilizando técnicas de avaliação - método de fluxo de caixa descontado. Os dados para esses métodos se baseiam naqueles praticados no mercado, sempre que possível, e quando isso não for viável, determinado nível de julgamento é requerido para estabelecer o valor justo. O julgamento inclui considerações sobre os dados utilizados como, por exemplo, preço, produtividade e custo de produção. Mudanças nas premissas sobre esses fatores poderiam afetar o valor justo apresentado nos ativos biológicos Propriedades para investimento A estratégia de negócios da Companhia tem como pilar fundamental aquisição, desenvolvimento, exploração e comercialização de propriedades rurais com aptidão agropecuária. A Companhia adquire propriedades rurais que acredita ter significativo potencial de geração de valor por meio da manutenção do ativo e do desenvolvimento de atividades agropecuárias rentáveis. A partir do momento da aquisição das nossas propriedades rurais, buscamos implementar culturas de maior valor agregado e transformar essas propriedades rurais com investimentos em infraestrutura e tecnologia, além de celebrarmos contratos de arrendamentos com terceiros. De acordo com nossa estratégia, quando julgarmos que as propriedades rurais atingiram um ótimo valor, venderemos tais propriedades rurais para realizarmos ganhos de capital. As terras de imóveis rurais compradas pela Companhia são demonstradas ao custo de aquisição, que não supera seu valor líquido de realização, e estão sendo apresentadas no "Ativo não circulante". O valor justo de cada propriedade está demonstrado na Nota Ativos intangíveis (a) Softwares As licenças de software adquiridas são capitalizadas com base nos custos incorridos para adquirir os softwares e fazer com que eles estejam prontos para ser utilizados. Esses custos são amortizados durante sua vida útil estimável, de três a cinco anos. Os custos associados à manutenção de softwares são reconhecidos como despesa, conforme incorridos. Os custos de desenvolvimento que são diretamente atribuíveis ao projeto e aos testes de produtos de software identificáveis e exclusivos, controlados pela Companhia, são reconhecidos como ativos intangíveis. 14 de 85

22 financeiras em de Imobilizado O imobilizado é mensurado pelo seu custo histórico, menos depreciação acumulada. O custo histórico inclui os gastos diretamente atribuíveis à aquisição dos itens e também os custos de financiamento relacionados com a aquisição de ativos. Os custos subsequentes são incluídos no valor contábil do ativo ou reconhecidos como um ativo separado, conforme apropriado, somente quando for provável que fluam benefícios econômicos futuros associados ao item e que o custo do item possa ser mensurado com segurança. Todos os outros reparos e manutenções são lançados em contrapartida ao resultado do exercício, quando incorridos. A depreciação é calculada usando o método linear para alocar seus custos aos seus valores residuais durante a vida útil estimada, como segue: 15 de 85 Taxas - % Edifícios e benfeitorias 5 Equipamentos e instalações Veículos e máquinas agrícolas Móveis e utensílios 10 Aberturas de área Os valores residuais e a vida útil dos ativos são revisados e ajustados, se necessário, ao final de cada exercício. O valor contábil de um ativo é imediatamente baixado para seu valor recuperável se o valor contábil do ativo for maior do que seu valor recuperável estimado. Os ganhos e as perdas de alienações são determinados pela comparação dos resultados com o valor contábil e são reconhecidos em "Outros ganhos/(perdas), líquidos" na demonstração do resultado. Em função da mudança da prática contábil brasileira para plena aderência ao processo de convergência às praticas internacionais na adoção inicial do Pronunciamento Técnico CPC 27 (IAS 16), a Companhia optou em não contabilizar os ajustes de custo atribuído (deemed cost) conforme previsto nos Pronunciamentos CPC 37 (IFRS 1) e CPC 43, por concluir que seu valor justo é muito próximo do seu valor de custo conforme laudo preparado por especialista técnico Fornecedores As contas a pagar aos fornecedores são obrigações a pagar por bens ou serviços que foram adquiridos de fornecedores no curso normal dos negócios, sendo classificadas como passivos circulantes se o pagamento for devido no período de até um ano (ou no ciclo operacional normal dos negócios, ainda que mais longo). Caso contrário, as contas a pagar são apresentadas como passivo não circulante Empréstimos e financiamentos Os empréstimos e financiamentos são reconhecidos, inicialmente, pelo valor justo, líquido dos custos incorridos na transação e são, subsequentemente, demonstrados pelo custo amortizado. Qualquer