ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DAS MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NOS DADOS VITAIS DOS PACIENTES SUBMETIDOS À NEUROCIRURGIA
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- Matheus Domingos Galvão
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1 ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DAS MANOBRAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NOS DADOS VITAIS DOS PACIENTES SUBMETIDOS À NEUROCIRURGIA Abel Pompeu de Campos Júnior 1 Péricles Martim Reche 2 Tassia Cassimiro Vigato 3 RESUMO Este estudo objetivou analisar a influência das manobras fisioterápicas respiratórias nos dados vitais de pacientes submetidos à neurocirurgia. Participaram pacientes admitidos na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Geral Universitário de Cuiabá/MT, de maio a junho de 2008 e diagnosticados com Tumor Encefálico, Aneurisma Cerebral e Acidente Vascular Encefálico hemorrágico. Foram posicionados em decúbito dorsal e cabeceira elevada para a realização das manobras, que foram divididas em cinco grupos com cinco variáveis cada grupo. Conclui-se que houve diferença significativa na realização da Manobra Respiratória Localizada na Saturação Arterial de O 2 antes (87,18) e depois (87,72) com p<0,0251. PALAVRAS- CHAVE: manobras;fisioterapia; sinas vitais; neurocirurgia. ANALYSIS OF THE INFLUENCE OF RESPIRATORY PHYSIOTHERAPY EXERCISES ON THE VITAL SIGNS IN PATIENTS SUBMITTED TO NEUROSURGERY ABSTRACT This study aimed analyzing the influence of respiratory physiotherapy exercises on the vital signs of patients submitted to neurosurgery, admitted to the Intensive Care Unit of the University General Hospital in Cuiabá/MT between May and June 2008, with encephalic tumors, cerebral aneurism, brain attack. The pacients were positioned in horizontally lying on their back with the head elevated. The exercises were divided into five groups with five variables in each exercise. It was concluded that there was a significant difference in the measurements obtained from local respiratory exercises in the O 2 saturation before (87,18) and after (87,72) with (p<0,0251). KEY WORDS: respiratory exercises; physiotherapy; vital signs; neurosurgery. 1 Prof. MSc. das Faculdade Unidas do Vale do Araguaia UNIVAR Barra do Garças/MT Correspondência: Abel Pompeu de Campos Júnior (abel.pcj@terra.com.br) 2 Prof. Drº da Faculdade de Fisioterapia, Universidade de Cuiabá UNIC Cuiabá/MT 3 Profa Ms. das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia UNIVAR Barra do Garças/MT
2 1 INTRODUÇÃO As lesões neurológicas, por se tratarem na maioria das vezes de processos isquêmicos, hemorrágicos ou tumorais, acarretam alterações que refletem danos neuronais, levando a desordens posturais e de movimento globais (CRUZ, 2000 e CROSNEL, 1999). O fisioterapeuta intensivista, por cuidar de doentes críticos na unidade de terapia intensiva, deve conhecer as principais emergências neurológicas e técnicas de monitorização neurológica, devido ao fato destes pacientes apresentarem quadro clínico flutuante, com o objetivo de minimizar seqüelas funcionais, o que implica em melhor adequação destes à sociedade (PARAIBUNA, 2007). A hipertensão intracraniana (HIC) aguda, constitui a afecção de maior importância em pacientes neurológicos internados em unidades de terapia intensiva, devido maior morbidade que representa (CRUZ, 2000 e KNOBEL, 1994). A pressão intracraniana (PIC) é a pressão resultante da presença de três compartimentos dentro da caixa craniana: componente parenquimatoso (estruturas encefálicas), componente liquórico (constituído pelo líquor das cavidades ventriculares e do espaço subaracnóideo) e o componente vascular (constituído pelo sangue circulante no encéfalo) (CRUZ, 2000; CROSNEL, 1999 e KNOBEL, 1994). A oximetria de pulso tem estado disponível como método não invasivo para avaliar a oxigenação do sangue arterial por mais de 40 anos, ainda que não tenha alcançado amplo uso clínico no início. Porém a partir do uso de técnicas de computação, novos aparelhos foram desenvolvidos e numerosos estudos que comparam a oximetria com medidas simultâneas de amostra de sangue arterial, confirmaram sua precisão (PARAIBUNA, 1997) Dentre as medidas utilizadas para manter a permeabilidade das vias aéreas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a aspiração endotraqueal é considerada um procedimento necessário e rotineiro. Isto porque a manutenção da permeabilidade das vias aéreas tem sido o maior desafio e um dos principais objetivos da assistência a pacientes intubados, já que o acúmulo de secreção traqueobrônquica é inevitável (DAY, FARNELL E WILSON-BARNETT, 2001). Segundo a American Association for Respiratory Care (1993), a necessidade de remoção de secreções das vias aéreas deve ser evidenciada, pela presença de ruídos
3 pulmonares durante a ausculta, incapacidade do paciente em gerar uma tosse espontânea e eficaz, aumento nas pressões de pico inspiratório durante a ventilação mecânica com volume controlado ou diminuição do volume corrente durante a ventilação, com pressão controlada, secreções visíveis na via aérea artificial, alterações na monitorização nos gráficos de pressão e fluxo, suspeita de aspiração de secreções gástricas ou das vias aéreas superiores, presença de esforço respiratório e/ou assincronia durante a ventilação mecânica assistida, deterioração dos valores da gasometria arterial, alterações radiográficas compatíveis com retenção de secreção pulmonar e necessidade de obtenção de amostra de secreção brônquica.. A atuação fisioterapêutica respiratória tem sido usada com objetivo prioritário de remover secreções brônquicas. Isto na prática tem demonstrado resultados. Porém, as manobras utilizadas para esta finalidade podem determinar efeitos deletérios sobre a função pulmonar, efeitos estes que são despercebidos, pois não há uma monitoração de rotina durante a execução do tratamento (RIBEIRO, 1994). Em relação à Manobra de Compressão e Descompressão Súbita é uma técnica muito utilizada e eficaz. Alguns autores também a caracterizam como reexpansiva, apesar de seus benefícios como manobra desobstrutiva serem mais amplos. Para realizá-la o fisioterapeuta tem que colocar suas mãos na base inferior dos últimos arcos costais e durante a expiração aplicar uma compressão no tórax do paciente para dentro e para baixo. Assim que o paciente iniciar a inspiração, deve-se realizar uma descompressão súbita. Alguns autores preconizam que se deve trabalhar um hemitórax por vez. Proporciona um aumento do fluxo expiratório e, durante a inspiração a descompressão gera uma aceleração/variação do fluxo de forma súbita. A associação desses fatores favorece a desobstrução das vias aéreas e, conseqüentemente, a expectoração (PRESTO e PRESTO, 2003). Utilizando-se os mesmos princípios técnicos, fisiológicos e biomecânicos da estimulação diafragmática, porém com maior facilidade de aplicação, a estimulação costal consiste em acompanhar, com as mãos, o gradil costal na fase expiratória, bloqueando-o no fim da expiração. Em seguida, retiram-se bruscamente as mãos na metade ou no segundo terço da fase inspiratória, ou quando a pressão extratorácica gerada pela inspiração do paciente estiver próxima à máxima possível. Essa manobra permite a expansão máxima
4 possível do gradil costal, aumentando os diâmetros ântero- posterior e látero- lateral do tórax. Esse mecanismo proporciona ao paciente maior expansibilidade do tórax e dos pulmões, melhorando a ventilação pulmonar (DIRCEU, 2004). Ainda segundo Dirceu (2004), os exercícios passivos localizados consistem em realizar respiração localizada (só costal ou diafragmática, mista, no hemitórax direito ou hemitórax esquerdo etc), conjuntamente com a palpação e a pressão manual, exercida pelo fisioterapeuta nas regiões para onde se pretende direcionar ou inibir a respiração do paciente. A compressão constante de um hemitórax com uma das mãos e a compressão intermitente (comprime na expiração e descomprime na inspiração) do outro hemitórax, com a outra mão, são exemplos de respiração localizada por meio de exercício passivo. Os padrões dos membros superiores são usados para tratar disfunções causadas por fraqueza muscular, incoordenação e limitações articulares. São também utilizados para exercitar o tronco. A resistência aplicada nos músculos mais potentes do membro superior produz irradiação para músculos mais fracos em outras áreas do corpo (ADLER et al., ). Os padrões da extremidade inferior são usados para tratar disfunções da perna ou do pé, causada por fraqueza muscular, incoordenação e limitações articulares. Também são utilizados para exercitar o tronco. A resistência aplicada nos músculos mais fortes do membro inferior produz irradiação para músculos mais fracos em outras partes do corpo. (ADLER et al.) O objetivo deste estudo foi analisar a influência das manobras de fisioterapia respiratória nos dados vitais dos pacientes submetidos à neurocirurgia. 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 TIPO DE ESTUDO O estudo foi prospectivo, intervencionista, realizado com base em um protocolo do Hospital Geral Universitário de Cuiabá/MT, para o qual foram analisados e seguidos os seguintes critérios: Dados vitais: Pressão arterial (PA), Saturação de Oxigênio (O²) (SpO²), Freqüência Cardíaca (FC), Freqüência Respiratória (FR) e Pressão Intra Craniana (PIC).
5 As manobras realizadas foram Manobras de Fisioterapia Respiratória (de Compressão e Descompressão Súbita, Estimulação Costal, Aspiração Endotraqueal e Localizada) e Mobilização passiva em Membros Superiores e Membros Inferiores. 2.2 ÁREA DE ESTUDO O estudo foi realizado em pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral Universitário de Cuiabá-MT no período de maio a julho de 2008 após a aprovação do Comitê de Ética. A Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral Universitário, é composta por 10 leitos e atende às necessidades do Centro Cirúrgico (Clínica Cirúrgica, Cirurgia Bariátrica e Neurocirurgia), Clínica Médica, Clínica Ginecológica e Obstétrica. 2.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO A amostra foi constituída por 12 pacientes com os seguintes diagnósticos: oito casos de Tumor Encefálico, três casos de Aneurisma Cerebral, um caso de Acidente Vascular Encefálico (AVE) hemorrágico. 2.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Participaram da pesquisa todos os pacientes submetidos à neurocirurgia e admitidos na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral Universitário de Cuiabá MT, com 24 horas de pós-operatório. A família do paciente foi informada sobre o presente estudo, através de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelo responsável. 2.5 VARIÁVEIS DE ESTUDO As variáveis analisadas foram sexo, idade, local de procedência, diagnóstico, pressão arterial, saturação de O 2, freqüência cardíaca, freqüência respiratória e pressão intracraniana.
6 2.6 OPERACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO As variáveis sociodemográficas foram obtidas a partir dos prontuários dos pacientes e organizadas em um formulário. O formulário era composto por: identificação do paciente, sexo, idade, local de procedência e diagnóstico. Foram também descritas, as condições nas quais o paciente se encontrava no leito, ou seja, se fazia uso de sondas, drenos, se estava monitorado por eletrodos e oxímetro, além de terem sido realizadas a ausculta cardíaca e pulmonar. Para a realização do procedimento fisioterapêutico, posicionava-se o paciente em decúbito dorsal, cabeceira elevada a 30º e após 10 minutos iniciavam-se as manobras divididas em 5 grupos M1 (Manobra de Compressão e Descompressão Súbita), M2 (Manobra de Estimulação Costal), M3 (Aspiração Endotraqueal), M4 (Manobra Respiratória Localizada), M5 (Mobilização passiva em membros superiores e membros inferiores baseados na diagonal do Kabat). Em todas as manobras foram mensuradas 5 variáveis (Pressão Arterial, Saturação de O 2, Freqüência Cardíaca, Freqüência Respiratória e Pressão Intracraniana), sendo coletadas antes e após cada manobra. As manobras eram realizadas durante 5 minutos e após a realização de cada manobra aguardava-se 3 minutos para dar início à próxima. O procedimento foi realizado por 2 acadêmicos previamente capacitados e treinados, sendo 1 responsável pela coleta das variáveis e o outro pela realização das manobras. Foram utilizados os seguintes materiais: 2 pares de luvas, sendo um par estéril, e outro par de procedimento, sondas de aspiração números 12 e 14, estetoscópio da marca Litman, seringa 20 ml, agulha, soro fisiológico 0,9%, máscara nasal, óculos de procedimento e gorro, sendo ventilado por ventilação mecânica do modelo Dixtal do sistema dx 3010 e monitor dx 2010 com vídeo interno LCD, sendo coletado através das mesmas variáveis. 2.7 GERENCIAMENTO DOS DADOS Foi construído um arquivo para guardar os dados da pesquisa, que foram digitados, mediante a utilização do programa Epi-info 2003 (DEAN, et al, 1997) e posteriormente,
7 exportados para dbase, a fim de serem utilizados em outros pacotes estatísticos, mais avançados e disponíveis. 2.8 ANÁLISE DOA DADOS Foram observadas e testadas associações com testes de diferenças de médias para as variáveis de Pressão Arterial, Saturação de O 2, Freqüência Cardíaca, Freqüência Respiratória e Pressão Intracraniana antes e após as manobras. Utilizou-se o teste de Student s t-test, para testar diferenças de médias. (SPIEGEL, 1986; SPIEGEL, 1992). O nível de significância estatística para os testes foi estipulado em 0,05. 3 RESULTADOS De acordo com os resultados apresentados nas tabelas, durante as manobras de Fisioterapia Respiratória descritas como: M1, M2, M3, M4 e M5, observou-se o seguinte: Tabela 1 Análise de M1 e suas variáveis. Cuiabá, M1 Média Erro Intervalo de padrão Confiança PA antes 102,09 7,62 85,12 119,06 PA depois 106,59 16,38 70,10 143,78 P < 0,7548 SpO2 antes 87,18 8,74 67, ,67 SpO2 depois 87,36 29,17 67, ,97 p< 0,6168 FC antes 74,81 6,95 59,32 90,31 FC depois 73,45 5,24 61,77 85,13 p < 0 FR antes 14,81 1,56 11,32 18,30 FR depois 18,18 2,38 12,85-23,50 p< 0,2 PIC antes 7,45 3,79 (-) 1,00 15,91 PIC depois 7,36 3,71 (-) 9,09 15,63
8 p< 0, A análise estatística das mensurações realizadas antes e depois da manobra M1 não mostrou diferença significativa entre os valores obtidos de: Pressão Arterial antes (102,09) e depois (106,59) com (p<0,7548), Saturação Arterial de O 2 antes (87,18) e depois (87,36) com (p<0,6168), Freqüência Cardíaca antes (74,81) e depois (73,45) com (p<0), Freqüência Respiratória antes (14,81) e depois (18,18) com (p< 0,2) e Pressão Intra Craniana antes (7,45) e depois (7,36) com (p<0,756003). Tabela 2 Análise de M2 e suas variáveis. Cuiabá, M2 Media Erro padrão Intervalo de Confiança PA antes 102,09 7,61 85,12-119,06 PA depois 107,13 5,84 94,10-120,16 p<0,3079 Spo2 antes 87,18 8,74 67,68-106,67 Spo2 depois 87,63 8,82 67,96-107,30 p< 0,2964 FC antes 81,72 5,84 68,70-94,75 FC depois 81,27 5,43 69,16-93,37 p< 0,8958 FR antes 14,81 1,56 11,32-18,30 FR depois 15,81 2,42 10,41-21,22 p< 0,765 PIC antes 7,45 3,79 (-)1,00-15,91 PIC depois 7,45 3,79 15,96-77,48 p< 0 Quanto às mensurações realizadas antes e depois da manobra M2, a análise dos dados não apresentou diferença estatística entre os valores obtidos de: Pressão Arterial antes (102,09) e depois (107,13) com (p<0,3079), Saturação Arterial de O 2 antes (87,18) e depois (87,63) com (p<0,2964), Freqüência Cardíaca antes (81,72) e depois (81,27) com (p<0,8958), Freqüência Respiratória antes (14,81) e depois (15,81) com (p<0,7158) e Pressão Intra Craniana antes (7,45) e depois (7,45) com (p<0,).
9 Tabela 3 Análise de M3 e suas variáveis. Cuiabá, M3 Media Erro padrão Intervalo de Confiança PA antes 54,09 17,01 16,17-92,01 PA depois 57,65 17,08 19,58-95,71 p<0,5251 Spo2 antes 43,09 14,94 9,80-76,38 Spo2 depois 43,00 14,92 9,74-76,25 p<0,7961 FC antes 41,81 12,97 12,91-70,72 FC depois 46,72 13,80 12,91-70,72 p<0,3317 FR antes 7,36 2,28 2,28 12,44 FR depois 7,00 2,10 2,31 11,68 p<0,3409 PIC antes 7,45 3,79 (-)1,00 15,91 PIC depois 8,19 3,87 (-)5,46-16,72 p<0,2077 A análise estatística não verificou diferença significativa entre os valores obtidos antes e após a realização da M3 na Pressão Arterial antes (54,09) e depois (57,65) com (p<0,5251), Saturação Arterial de O 2 antes (43,09) e depois (43,00) com (p<0,7961), Freqüência Cardíaca antes (41,81) e depois (46,72) com (p<0,33), Freqüência Respiratória antes (7,36) e depois (7,00) com (p<0,3409) e Pressão Intra Craniana antes (7,45) e depois (8,19) com (p<0,2077).
10 Tabela 4 Análise de M4 e suas variáveis. Cuiabá, M4 Media Erro Intervalo de padrão Confiança PA antes 99,13 12,22 71,64-126,95 PA depois 113,00 19,73 68,34-157,65 p<0,3757 Spo2 antes 87,18 8,74 67,68 106,67 Spo2 depois 87,72 8,80 68,10 107,35 p<0,0251 FC antes 72,09 8,95 52,13 92,05 FC depois 68,90 8,13 50,78 87,03 p<0,3648 FR antes 13,72 2,06 9,13 18,32 FR depois 12,36 1,89 8,13 16,59 p<0,4271 PIC antes 7,45 3,79 (-)1,00 15,91 PIC depois 8,00 3,85 (-) ,59 p<0,2578 A análise da manobra M4 mostrou diferença estatística somente na Saturação Arterial de O 2 antes (87,18) e depois (87,72) com (p<0,0251). Nas demais medidas, não forma encontradas diferenças significantes. Pressão Arterial antes (99,13) e depois (113,00) com (p<0,3757), Freqüência Cardíaca antes (72,09) e depois (68,90) com (p<0,3648), Freqüência Respiratória antes (13,72) e depois (12,36) com (p<0,4271) e Pressão Intra Craniana antes (7,45) e depois (8,00) com (p<0,2578).
11 Tabela 5 - Análise de M5 e suas variáveis. Cuiabá, M5 Media Erro padrão Intervalo de Confiança PA antes 77,54 16,04 41,79 113,29 PA depois 79,40 16,67 42,24-116,57 p<0,7467 Spo2 antes 70,27 13,61 39,94-100,59 Spo2 depois 70,36 13,62 39,99-100,73 p<0,7244 FC antes 60,90 12,65 32,71 89,10 FC depois 57,63 11,61 31,75 83,51 p<0,3082 FR antes 11,90 2,66 5,97 17,83 FR depois 10,18 2,26 5,12 15,23 p<0,3558 PIC antes 3,90 2,15 (-) PIC depois 4,27 2, p<0,4917 A análise estatística dos dados não verificou diferença significativa entre os valores obtidos antes e depois a realização da M5 na Pressão Arterial antes (77,54) e depois (79,40) com (p<0,7467), Saturação Arterial de O2 antes (70,27) e depois (70,36) com (p<0,7244), Freqüência Cardíaca antes (60,90) e depois (57,63) com (p<0,3082), Freqüência Respiratória antes (11,90) e depois (10,18) com (p<0,3558) e Pressão Intra Craniana antes (3,90) e depois (4,27) com (p<0,4917). 4 DISCUSSÃO Desde o século passado, a fisioterapia vem elaborando e aperfeiçoando os recursos fisioterapêuticos. Entretanto, a eficácia do tratamento ainda baseia-se na experiência clínica do fisioterapeuta. Portanto, há necessidade de maior comprovação científica das técnicas, através de estudos específicos sobre as mesmas. Este estudo visou analisar as interferências de cinco manobras nos dados vitais dos pacientes em estudo, utilizadas rotineiramente pelo fisioterapeuta intensivista que são:
12 Manobra de Compressão e Descompressão Súbita, Manobra de Estimulação Costal, Aspiração Endo-traqueal, Manobra Localizada, Mobilização Passiva de membros superiores e membros inferiores. Foi estudado um grupo de 12 pacientes neurocirurgiados, internados na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral Universitário, sendo submetidos a recursos Fisioterapêuticos. Estes procedimentos foram realizados nos pacientes com 24 horas de pós-operatório. Os mesmos foram analisados antes das manobras e após a realização das mesmas. Dentre as cinco manobras realizadas, apenas uma mostrou um número significativo, sendo esta a Manobra Respiratória Localizada no que diz respeito a SaO 2. Entretanto observamos que a Aspiração Endotraqueal antecedeu a Manobra Respiratória Localizada, podendo ter propiciado uma maior demanda de O 2 nas vias aéreas desobstruídas, elevando a SaO 2. Já a Manobra de Compressão e Descompressão Súbita, Manobra de Estimulação Costal e Mobilização Passiva de membros superiores e membros inferiores não obtiveram diferenças significativas entre as variáveis estudadas. Quanto à aspiração endotraqueal de secreções, trata-se de uma necessidade apresentada por pacientes em estado crítico, como, por exemplo, o paciente intubado em ventilação mecânica. A presença do tubo artificial (cânula de intubação) impede que o paciente faça o mecanismo normal de limpeza das vias aéreas ao tossir. A presença da cânula também aumenta a produção de secreções. A necessidade de aspiração é determinada principalmente pela observação visual do acúmulo de secreções e pela ausculta pulmonar, para determinar a presença de secreções ou obstruções nas vias aéreas (ZEITOUN et al., 2001). Estudos similares observaram que as alterações da função pulmonar determinados pela fisioterapia torácica afirmaram que estes procedimentos podem produzir efeitos benéficos, na função pulmonar. Entretanto, estes efeitos parecem ser restritos à moléstias crônicas como: Fibrose Cística e Bronquite Crônica. A magnitude na função pulmonar é pequena e a duração dos benefícios não foi precisamente determinada (STILER e MCEVOY, 1990). Dentre todas as alterações que permeiam o paciente neuro-crítico (alterações do metabolismo cerebral, ventilatória e neuro-funcionais), o cuidado fisioterapêutico é
13 imprescindível para evitar sequelas funcionais limitantes. A assistência do paciente neurocrítico deve ser realizada empregando-se técnicas cinesioterapêuticas de forma a minimizar as desordens neurofuncionais provenientes da lesão, auxiliados pela monitorização dos parâmetros do hemometabolismo cerebral, hemodinâmicos e ventilatórios. O fisioterapeuta, através de posicionamento de forma a estimular e manter a consciência táctil e cinestésica, mantendo o cuidado durante a movimentação ativa ou passiva, realizando as manobras de higiene brônquica, tal como a aspiração, de maneira cautelosa e mantendo os níveis de CO 2 adequados favorece o prognóstico do paciente durante a fase de vulnerabilidade do sistema nervoso. A atuação do fisioterapeuta intensivista de forma sistemática e constante, favorece o prognóstico do paciente crítico, diminuindo a permanência do mesmo na UTI, implicando em menos custos e complicações clínicas (PARAIBUNA, 2007) No estudo de Nemer (2004), investigando os efeitos da fisioterapia respiratória sobre a PIC, observou-se que a manobra de estimulação costal unilateral contínua e a flexão do tronco inferior devem ser evitadas em pacientes com aumento da PIC e que a aspiração endotraqueal é inevitável, porém deve ser feita de forma cautelosa. Semelhante ao que observou-se também neste estudo, ao realizar o procedimento da aspiração endotraqueal nos pacientes intubados. Outros estudos comprovam que o paciente em terapia intensiva é um paciente que requer cuidado, devido o seu quadro clínico geral. Apesar disso, a estimulação precoce realizada por meio do posicionamento e mobilização adequados visando sua funcionalidade deve ser enfatizada desde os primeiros momentos da sua internação. O estabelecimento de metas individuais, o seguimento dos princípios básicos que norteiam o posicionamento e a mobilização do paciente em terapia intensiva, associados á analise do quadro clínico e à troca constante de informações com a equipe, poderão potencializar a recuperação do paciente, a prevenção de complicações e seu retorno á função (SARMENTO et al., 2006). 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Observou-se que houve uma diferença significativa entre os valores obtidos na realização da Manobra Respiratória Localizada somente na Saturação Arterial de O 2 antes
14 (87,18) e depois (87,73) com (p<0,025), não havendo alterações significativas nas demais manobras realizadas. Observou-se também que os pacientes da neurocirurgia com pós-operatório de 24 horas e em ventilação mecânica já apresentavam secreções nas vias aéreas. Isto causou a necessidade da aspiração endotraqueal antecedendo a Manobra Respiratória Localizada. Esse procedimento pode ter contribuído satisfatoriamente para que houvesse um aumento na SaO 2, facilitando a ventilação pulmonar desses pacientes. Portanto, a aspiração endotraqueal antecedendo a Manobra Respiratória Localizada, pode ser um método eficaz para evitar possíveis complicações pulmonares e melhorar a qualidade de vida dos pacientes da neurocirurgia. Na realização do presente estudo, foi observada a necessidade de continuidade e maior exploração sobre o assunto, pois as limitações encontradas foram principalmente a escassez de estudos relacionados às manobras respiratórias torácicas e seus efeitos nos dados vitais dos pacientes. 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADLER S. S, et al. PNF Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva. Ed: Manole., 2007 American Association for Respiratory Care: Clinical practice guideline: Endotracheal suctioning of mechanically ventilated adults and children with artificial airway. Resp Care 1993;38(50): CROSNEL, D. Medicina Intensiva. Ed. Atheneu, Rio de Janeiro, CRUZ, J. Current internacional trends in severe acute brain trauma. Arq Neuropsiquiatr 58: 3, DAY T., FARNELL S., WILSON-BARNETT J. Suctioning: a review of current research recommendations. Intensive and care nursing 2001; 18(2): DEAN A.G, et al. Epi Info, Version 6: a word processing, database, and statistics program for epidemiology on microcomputers. Centers for Disease Control and Prevention, Atlanta, Georgia, U.S.A., DIRCEU C. Fisioterapia Respiratória Básica. São Paulo Ed: Atheneu, KNOBEL, E. Condutas no paciente grave. São Paulo, Ed. Atheneu, 1994
15 NEMER, S.N. et al. Efeitos da fisioterapia respiratória e motora sobre a pressão intracraniana. In: Anais XI Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva, jun. 2004, Curitiba/PR PARAIBUNA, C. C. Aspectos gerais da fisioterapia intensiva no paciente neurológico crítico. Disponível em: htm. Acessado em: 13-março PRESTO, B. e PRESTO, L. D. de N. Fisioterapia respiratória: uma nova visão. Rio de janeiro: Editora: Bruno Presto, RIBEIRO, E. C. Monitorizaçäo oximétrica de pacientes com infecçäo pulmonar durante a fisioterapia respiratória-, Rev: Fisioterapia em movimento Vol:VI; N 2; p.29-39, Jul SARMENTO, G. J. V. et al., Fisioterapia em UTI -Avaliação e Procedimentos Vol 1 Ed: Atheneu:2006 SPIEGEL, M. R. Statistics. New York, Schaum Publishing, 1992 SPIEGEL, S. Nonparametric Statistics for the Behavioral Science. New York, Mcgrawhill, STILER, K.R.; MCEVOY, R.D.: Chest Physiotherapy for the Medical Patient- Are Current Practice Effective? AUS NZ J MED 1990;20: ZEITOUN, S.S., et al. Incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica em pacientes submetidos à aspiração endotraqueal pelos sistemas abertos e fechado. Revista Latino-Americana de Enfermagem U9 n1 p Ribeirão Preto, São Paulo, Jan
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