DICA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO INFANTIL
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- Thomas Bacelar Casado
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1 DICA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO INFANTIL 1 TÍTULO DO PROGRAMA Balinha e Dentinho. 2 EPISÓDIO TRABALHADO Dentinho no dentista. 3 SINOPSE DO EPISÓDIO ESPECÍFICO A série Balinha e Dentinho aborda de forma lúdica a importância dos cuidados com a higiene bucal. Neste episódio, Balinha leva Dentinho ao dentista para fazer uma limpeza nos dentes. Desde a véspera, Dentinho fica bastante ansioso, e chega a ter pesadelos durante a noite. Como será essa visita? 4 PALAVRAS-CHAVE Saúde bucal; autocuidado; dentista; escovação; dentes. 5 ASPECTOS RELEVANTES DO VÍDEO O episódio Dentinho no dentista aborda de forma lúdica um sentimento bastante presente nas crianças, que é o receio em relação a profissionais da saúde e os procedimentos inerentes às suas funções. As crianças poderão individualmente se identificar com o personagem Dentinho, e, por meio dessa identificação e do enredo do episódio, trabalhar os seus próprios medos e concepções em relação aos dentistas e à higiene oral. 6 TÍTULO DO PROJETO/ ATIVIDADE De Dentinho aos nossos dentinhos: hábitos de autocuidado.
2 7 EM QUAL FASE OU IDADE SERIA MELHOR APLICAR ESSE TRABALHO? Essa proposição foi pensada para crianças de 4 a 6 anos que frequentem instituições de Educação Infantil nas quais preferencialmente, a rotina inclua momentos de escovação de dentes, e/ou visitas de profissionais da saúde ligados à higiene bucal - dentistas, estagiários de odontologia, técnicos de higiene dental. 8 PRINCIPAIS CONCEITOS QUE SERÃO TRABALHADOS Cuidados com os dentes, compreendidos no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998, v.ii) como parte de um ambiente de cuidados essenciais para a formação pessoal e social. 9 O QUE O ALUNO PODERÁ APRENDER OU DESENVOLVER COM ESTA ATIVIDADE As crianças poderão desenvolver hábitos de higiene bucal por meio de uma relação positiva e informada sobre os momentos de escovação, preferencialmente com profissionais da saúde bucal que são referência para a comunidade escolar. 10 MATERIAL NECESSÁRIO PARA REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE Televisão, DVD e cópia do episódio; ou computador com acesso à internet; escovas de dente, pasta dental (preferencialmente sem flúor), porta-escovas adequado; canetas hidrocor que não escrevem mais, garrafas PET vazias de 500 ml, potinhos (sucata), pincéis, folhas de papel sulfite ou papel com maior gramatura. 11 DURAÇÃO DA ATIVIDADE A atividade é dividida em diversos momentos com as crianças, cujos tempos estimamos a seguir. Tais momentos não precisam ser feitos de forma consecutiva, todos em um mesmo dia, e devem-se reservar alguns dias entre o Momento 2 e o Momento 4. É preciso que o/a professor/a considere, também, o tempo que lhe será necessário para articular as ações conjuntas com os profissionais de saúde, assim como preparar espaços e materiais.
3 Tempo total estimado: 2 horas e 30 minutos, divididas em vários dias, da seguinte forma: Momento 1 30 minutos; Momento 2 30 minutos; Momento 3-30 minutos; Momento 4 60 minutos. 12 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE Antes de iniciar a atividade: Providenciar a tinta da canetinha retirar das canetas hidrocor que não escrevem mais as almofadinhas de tinta (parte interna) e dispô-las, separadas por cor, junto com um pouco de água nas garrafas PET, deixando-as assim por algum tempo. Dispor as escovas e pastas de dentes dentro de uma bela caixa, preferencialmente enfeitada como se fosse um pacote de presente. Buscar em parceria com a coordenação ou direção, uma articulação com profissionais da saúde bucal, preferencialmente aqueles da(s) equipe(s) da Estratégia Saúde da Família (ESF) que são referência para a comunidade escolar (os profissionais da ESF trabalham nas unidades de saúde municipais. Tais unidades são chamadas de posto de saúde, centro de saúde, unidade sanitária, dentre outros). Esses profissionais podem ser convidados, inicialmente, para o Momento 4, em que ocorrerá uma conversa com as crianças e seus pais. Seria muito interessante que essa parceria pudesse ocorrer durante todo o ano letivo, buscando promover uma efetiva integração que vise à saúde bucal das crianças. Caso não consiga estabelecer uma parceria com os profissionais da ESF (dentistas, auxiliares ou técnicos de saúde bucal), pode-se pensar em alternativas, como a parceria com outros profissionais da saúde ou um pequeno projeto de extensão com estudantes de odontologia. Momento 1: Encontrando as escovas de dente um pique-esconde diferente Propõe-se para este momento um jogo cooperativo, que chamamos de pique-esconde diferente. O objetivo é, da mesma forma que no pique-esconde, encontrar o esconderijo. A diferença é que apenas uma criança se esconde (ou um objeto é escondido) e todas as demais devem contar e, a seu ritmo, encontrar o esconderijo. Sugere-se brincar da seguinte maneira: em um ambiente amplo o/a professor/a reunirá o grupo ao seu redor e mostrará a caixa que preparou anteriormente (com as escovas e o pergaminho), sem revelar seu conteúdo. Dirá então às crianças que farão um pique-esconde diferente:
4 todos taparão seus olhos e contarão lentamente até dez, enquanto o/a professor/a esconderá a caixa. Cada criança que encontrar a caixa deverá esconder-se junto a ela, no lugar escolhido pelo/a professor/a, até que todas as crianças estejam escondidas juntas. Quando estiverem junto à caixa, o/a professor/a vai abri-la e mostrar as crianças o seu conteúdo, que será tratado como algo muito valioso: escovas de dente! Momento 2: confeccionando os convites O/A professor/a organizará uma roda para inicialmente ouvir as concepções que o grupo já traz acerca da higiene bucal; e, em seguida, anunciar às crianças que receberão uma visita muito especial que as ensinará outras coisas sobre o cuidado com os seus dentes. Para tanto, as crianças vão confeccionar belos convites para os participantes do Momento 4 (além dos profissionais da saúde, sugere-se que também as famílias sejam convidadas). O/A professor/a será o escriba do grupo, escrevendo o convite. O/A professor/a deverá providenciar ainda um local organizado com as cópias dos convites (xerocar um para cada criança) e os potinhos de sucata, nos quais a tinta da caneta hidrocor será disposta pelos adultos, e os pincéis. As crianças poderão pintar com a tinta por cima do texto escrito, pois seu efeito é bastante suave, parecendo uma aquarela. Depois de a tinta secar, os convites deverão ser encaminhados às famílias, em mãos ou por algum canal de comunicação que a professora já utilize. Momento 3 Dentinho no dentista As crianças assistirão ao episódio Dentinho no dentista. É interessante que, depois do filme, as crianças que quiserem possam expressar suas impressões e curiosidades sobre ele. Momento 4 O grande encontro Espera-se que este seja um momento de troca entre os profissionais da saúde bucal, o/a professor/a, os pais e as crianças, em que todos possam sanar suas dúvidas e criar uma relação positiva com o cuidado dos dentes. Para tanto, é importante a mediação do/a professor/a no sentido de informar anteriormente aos convidados as especificidades sobre a faixa etária, assim como as concepções que as
5 crianças já explicitaram possuir sobre a higiene bucal. É interessante também relacionar junto ao profissional de saúde, anteriormente, questões essenciais a serem abordadas, por exemplo: o uso adequado de escova e pasta de dentes, a forma adequada de armazenar as escovas na instituição de educação infantil, as interações entre crianças e adultos nos momentos de higiene bucal, entre outras observações. No sentido de garantir uma maior participação, é interessante também o/a professor/a buscar equacionar as possibilidades de horários dos profissionais da saúde com o das famílias e o seu próprio. 13 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE O final desta atividade se constitui, na realidade, como o início ou a continuidade do processo cotidiano de cuidado dos dentes das crianças no espaço institucional da Educação Infantil, cuidado este que, espera-se, seja compartilhado com as famílias e com os profissionais da saúde. Nesse sentido, a avaliação pode ser pensada em dois eixos, que se complementam: Como as crianças se envolveram com a proposição? Como viveram e têm vivido seus momentos cotidianos de autocuidado, notadamente com os dentes? Como a atividade parece ter repercutido em sua relação com a higiene bucal e as profissões da saúde? Houve participação e envolvimento das pessoas convidadas a compor o Momento 4? Que trocas ocorreram? Quais os possíveis próximos passos juntos? Se a participação foi pequena, quais as hipóteses para o não envolvimento dessas pessoas? Como têm sido as relações institucionais com as equipes de saúde e as famílias? Como tecer aproximações? 14 DISCUSSÕES TEÓRICAS A escola tem aparecido, em estudos do campo odontológico, como um espaço propício para medidas educativas e preventivas relacionadas à saúde bucal, considerando a faixa etária atendida, que favoreceria a assimilação de medidas preventivas, como hábitos de higiene bucal e dieta, que são formados na infância (FERREIRA et al., 2005); e a abrangência deste atendimento, que inclui crianças que não têm acesso regular a serviços de odontologia.
6 Ao justificar a importância de se analisar a incidência de cárie dental em crianças de 3 a 6 anos, Saliba e seus colegas apontam uma tendência mundial de voltar a atenção odontológica para crianças de menor idade, estabelecendo programas de promoção de saúde bucal (1998, p. 208). Vasconcelos e colaboradores (2001) destacam a importância de tais ações serem elaboradas de forma multidisciplinar, ou seja, por meio de parcerias entre professores e profissionais de saúde. Tal afirmação se assenta na compreensão de que as/os professores/as podem ser multiplicadores dos cuidados que promovem a saúde bucal, por sua formação pedagógica e pela relação cotidiana com as crianças; mas para isso precisam ampliar seus conhecimentos específicos acerca do tema, o que pode ser feito pela parceria com profissionais da saúde. Nesse contexto, para os autores, é interessante o cirurgiãodentista interagir com as crianças, seus familiares e professores; o que se alinha com a proposição desta atividade. A opção por priorizar profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) justifica-se pela sua presença em todos os municípios brasileiros, assim como pela educação em saúde ser compreendida como parte do trabalho de seus profissionais. A ESF é a forma como os governos brasileiros vêm estruturando a atenção básica à saúde no país. Os profissionais são divididos em equipes, e cada equipe responsabiliza-se por uma área ou microárea de atuação. Busca-se, com isto, a existência de profissionais de referência para as populações, que possibilite a criação de vínculos e a promoção de saúde. As instituições de Educação Infantil podem se inserir neste processo, tecendo aproximações e articulações com a(s) equipe(s) de sua área. 15 SUGESTÕES DE LEITURAS AMARAL, Marlene Felomena Mariano do. Dona Escova e Comadre Alice. In: ROSSETTI-FERREIRA, Maria Clotilde et al.(org.). Os fazeres na Educação Infantil. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2002.
7 16 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação fundamental. Coordenação Geral de Educação Infantil. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, volume II, Brasília, FERREIRA et al. Conhecimentos de alunos concluintes de Pedagogia sobre saúde bucal. Revista Interface, v. 9, n.17, Botucatu, SP: março/agosto Disponível em: (acesso em 27/12/2011). SALIBA et al. Prevalência da cárie dentária em crianças de 3 a 6 anos de idade, do município de Araçatuba SP, Rev. Odont. UNESP, n.27, p São Paulo, Disponível em: (acesso em 27/12/2011). VASCONCELOS et al. Escola: um espaço importante de informação em saúde bucal para a população infantil. PGR Pós Graduação Revista da Faculdade Odontológica São José dos Campos, v.4, n.3, p , São José dos Campos (SP), setembro/dezembro CONSULTOR Flora Bazzo Schmidt
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