RADARES AESA A GRANDE EVOLUÇÃO
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- Ana Júlia Maria Clara Belém Regueira
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1 RADARES AESA A GRANDE EVOLUÇÃO Roberto Portella Bertazzo, Bacharel em História pela UFJF, Membro da Sociedade Latino Americana de Historiadores Aeronáuticos (LAAHS) e Membro de Centro de Pesquisas Estratégicas Paulino Soares de Sousa da UFJF. robertobertazzo@hotmail.com No dia 15 de maio de 2008, a Força Aérea Brasileira FAB - instituiu uma Comissão Gerencial do Projeto F-X2, cujo objetivo será a compra de novas aeronaves. Espera-se que estas iniciem suas operações no Brasil por volta do ano 2015 e que sejam empregadas nos próximos 30 anos. A FAB pré-selecionou seis empresas que receberam solicitação para apresentarem informações (request for information RFI): as norte-americanas Boeing (F/A-18 E/F Super Hornet) e Lockheed Martin (F-35 Lightning II), a francesa Dassault (Rafale), a russa Rosoboronexport (Sukhoi SU-35), a sueca Saab (Gripen) e o Consórcio Europeu Eurofighter (Typhoon). Para enfrentar as arenas de combate do futuro, espera-se que o novo vetor da FAB, seja dotado dos melhores sensores disponíveis no momento de sua aquisição. A lógica indica que o FX-2 deverá ser equipado com um radar tipo AESA -Active Electronically Scanned Array, ou seja de varredura eletrônica ativa. Este tipo de radar é uma das características que Força Aérea da índia especificou para seu futuro avião de caça. O primeiro radar tipo AESA operacional foi o Raytheon APG-63(V)2, que a partir do ano 2000, equipou inicialmente a dezoito F-15C da Força Aérea Americana (USAF). Enquanto que nos radares convencionais, a antena se move, direcionando o sinal de transmissão de ondas eletromagnéticas, no radar tipo AESA, a função de transmissão e recepção é feita por um grande número de módulos de transmissão e recepção localizados na antena, que é fixa, dispensando os complexos sistemas hidráulicos de movimentação. Alguns radares tipo AESA possuem mecanismo de movimentação mecânica para melhorar suas performances em determinadas circunstâncias. Por não possuir partes móveis mecânicas para movimentar da antena, os radares do tipo AESA exigem menos manutenção e demoram muito mais para apresentar falhas, sendo mais confiáveis.
2 A maior vantagem dos radares tipo AESA sobre os radares de varredura mecânica é que possuem uma varredura muito mais abrangente, podendo rastrear e engajar (multiple agile beams) um número muito maior de alvos, possuindo ainda função de detecção e interferência eletrônica, operando simultaneamente no modo ar-ar e ar-terra. No momento, somente os F-22 Raptor e alguns F-15C da USAF, bem como os Boeing FA-18E-F Block II da US Navy operam com esse tipo de radar. F-22 Raptor, à esquerda, equipado com o radar tipo AESA Northrop Grumman AN/APG 77 e F-15C, ambos da USAF receberam radares AESA Raytheon APG-63(V)2 que melhoraram muito seu desempenho em combate. (Fotos: Autor) O alto custo e a exigência de modificações complexas em células já existentes desestimulavam a substituição de radares com antenas móveis pelos tipos AESA. A novidade é que a Raytheon e a Northrop Grumman, acabam de lançar radares tipo AESA de baixo custo, que podem equipar células antigas.a Raytheon lançou em julho, no Farnborough Air Show o radar tipo AESA denominado RACR Raytheon Advanced Combat Radar, destinado à modernização de aeronaves da linha F-16 e FA-18. O RACR aproveita as tecnologias e componentes desenvolvidos para os radares tipo AESA dos F-15 (APG-63(v)2/3/4) e FA-18E/F Super Hornet Block 2 (APG-79). Antes, requeriam muita potencia elétrica, e complexos sistemas de refrigeração a líquido, mas o novo RACR promete um baixo custo aliado ao fato de que não são necessárias modificações estruturais complexas nas aeronaves para sua instalação. Radar AESA RACR da Raytheon é uma opção de baixo custo para equipar os caças F-16, à esquerda. À direita o Boeing FA-18F cujos modelos Block 2 estão equipamentos com radar tipo AESA. (Fotos: Raytheon e autor)
3 A Northrop Grumman anunciou em fevereiro, no Singapore Air Show o lançamento do radar SABR também destinado à modernização de aeronaves da linha F-16 e FA-18. Os fabricantes Europeus também estão tentando alcançar os americanos e já estão desenvolvendo radares tipo AESA para o Eurofigther Typhoon, Dassault Raffale e Saab Gripen. Um radar tipo AESA está sendo desenvolvido pela Saab Microwave Systems e a Thales para equipar o Saab Gripen NG. Espera-se que o avião de demonstração voe em Este radar combina a detecção ativa do Thales RBE2-AA com o processador do OS- 05A do Gripen atual. Este radar não será um modelo de produção, mas um demonstrador de tecnologia que deverá provar as capacidades básicas do sistema. Um novo sistema de refrigeração líquido deverá ser instalado. Um radar AESA está sendo desenvolvido pela Saab Microwave Systems e a Thales para equipar o Saab Gripen NG. (Foto: autor) Já na Rússia, a empresa Phazotron está testando o radar tipo AESA Zhuk-AE em um Mig-35, que é o modelo oferecido à Índia, já que atende aos requisitos de sua Força Aérea. O radar Zhuk-AE teve seus primeiros estágios de desenvolvimento entre 2000 e 2002 e o demonstrador atual possui 680 canais ou 170 transmissores/receptores quádruplos, mas o da configuração de produção deverá ter uma antena de 688mm com 1064 canais e uma área de abrangência de detecção provável de aproximadamente 300km. O conjunto de transmissores/receptores quádruplos que formam o radar Zhuk-AE. Notar a dimensão do transmissor/receptor em comparação com uma caneta. (Fotos: Phazotron)
4 Desenho esquemático do radar AESA Zhuk-AE da empresa russa Phazotron e SU-35 está equipado com o potente radar Irbis-E de varredura eletrônica passiva PESA. (Fotos: Phazotron) Mig azul é o primeiro caça russo equipado com um radar tipoaesa, no caso o Zhuk-AE. (Foto: MIG) O Eurofighter Typhoon atual é equipado com o radar GEC Marconi Avionics ECR-90 Captor, um radar de Pulso Dopler, multimodo com antena mecânica, mas o seu sucessor potencial deverá ser uma versão AESA do Captor, denominada CAESAR. Eurofigther Typhoon, à esquerda, poderá receber no futuro uma versão AESA do radar Captor e F-35 que não foi ofertado para a FAB, também vai operar com radares AESA, à direita. (Fotos: autor) Espera-se que para o momento da entrega dos FX-2, todos os possíveis participantes estejam em condições de fornecer vetores equipados com radar tipo AESA. Porém, atualmente, o único candidato em condições operacionais com esse tipo de radar seja o Boeing FA-18E/F.
5 Com os programas de modernização atualmente disponíveis é de se esperar que o Chile e a Venezuela adotem radares tipo AESA no médio prazo. A grande vantagem do uso dos radares tipo AESA em combate, é que a longa distância fica extremamente difícil para um oponente livrar-se do travamento daquele radar, tornando-se um alvo em potencial, já a curta distância esta vantagem não é tão evidente. Para a FAB resta a certeza de que os F-5M não serão efetivos em combate ar-ar no ambiente regional por muito tempo e que a aquisição dos FX-2 se faz cada vez mais urgente.
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