ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS UNIDADE VI - ÍNDICES DE RENTABILIDADE
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- João Galindo Casqueira
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1 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS UNIDADE VI - ÍNDICES DE RENTABILIDADE 0
2 6. ÍNDICES DE RENTABILIDADE Caro aluno, você já sabe todo empresário ou investidor espera que o capital investido seja adequadamente remunerado e, por outro lado, os financiadores ou fornecedores de capital desejam ter a certeza de que o financiado é capaz de gerar lucro suficiente para remunerar seus ativos e ainda honrar os financiamentos. É possível avaliar o desempenho global de um empreendimento através do estudo das taxas de retorno. Esta análise busca a identificação do retorno sobre o investimento total, o retorno sobre as vendas e o retorno sobre o capital próprio, portanto, uma avaliação não apenas da produtividade, mas, sobretudo, da lucratividade do negócio. Dentro desse contexto, nessa unidade nós desenvolveremos a aplicação dos índices de rentabilidade com exemplos mais simples. Eu acredito que dessa forma, ficará mais fácil para vocês entenderem. No entanto, o Caso Prático da Gerdau S.A. continuará sendo desenvolvido em materiais complementares. A seguir serão apresentados o Balanço Patrimonial e a DRE de uma empresa fictícia dos quais retiraremos os dados para calcular os índices de rentabilidade Giro do Ativo Este indicador estabelece a relação entre as vendas do período e os investimentos totais efetuados na empresa, expressando o nível de eficiência com que são utilizados os recursos aplicados, ou seja, a PRODUTIVIDADE dos investimentos totais (ativo total). No cálculo deve ser usado o Ativo Médio quando ocorrer discrepância significativa entre os dois saldos, o qual é obtido pela soma do Ativo Total do ano anterior com Ativo Total do ano em curso, divido por dois. Giro do Ativo = Vendas Líquidas (ou Receita Líquida) Ativo Total ou Ativo Médio Interpretação: Quanto maior, melhor. O analista deverá estar atento aos seguintes aspectos: Quais são os critérios de avaliação dos ativos, especialmente os 1
3 integrantes do ativo permanente, observando: - efeitos da inflação; - reavaliação de ativos; Itens representativos, que não estejam relacionados com produção e vendas, pois estes podem superavaliar o ativo e distorcer o indicador. Nos anos em que a empresa estiver em fase de ampliação e expansão, o indicador poderá apresentar distorções. Nos casos em que ocorra mudança significativa no valor do ativo total de um exercício para o outro entre períodos, devemos utilizar o saldo médio destes na composição do índice Margem Líquida Também conhecido como Retorno sobre as Vendas, este índice compara o Lucro Líquido em relação às Vendas Líquidas do período, apresentando o percentual de LUCRATIVIDADE gerado. Não existe um índice ideal, o analista deverá comparar o índice apurado com a média verificada no segmento ou região onde opera a empresa. Muitos fatores podem influenciar a rentabilidade sobre as vendas, dentre os quais destacamos o ramo de atividade, a rotação dos estoques, mercados, custos de produção, produtividades, dentre outros. Atuando a empresa em um segmento onde a margem de lucro seja apertada, não adiantará para a mesma tentar aumentar seus lucros com um aumento do preço de venda. Nesta situação, o aumento no faturamento deverá ocorrer através da conquista de novos mercados, para que aumentando o volume de vendas, possa ganhar no giro, através da alavancagem operacional e rentabilidade/giro do ativo. Margem Líquida = Lucro Líquido x 100 Vendas Líquidas (ou Receita Líquida) Interpretação: Quanto maior, melhor. O analista deverá estar atento aos seguintes aspectos: 2
4 Volume de despesas ou receitas não operacionais, os quais podem distorcer o resultado; Os critérios de avaliação de estoques e de apropriação de custos podem interferir no valor do CMV Custo das Mercadorias Vendidas (ou CPV Custo dos Produtos Vendidos) e, portanto, no lucro. O estudo deste indicador deverá ser realizado em conjunto com o estudo do Grau de Alavancagem Operacional Rentabilidade ou Retorno do Ativo (ROA ou ROI) Também denominado de Taxa de Retorno sobre o Ativo Total (ROA Return on Total Assets), ou simplesmente Taxa de Retorno sobre Investimentos (ROI Return on Investment). Este indicador tem por objetivo medir a EFICIÊNCIA global da alta direção da empresa na geração de lucros em seus investimentos totais. Não havendo variações significativas nos saldos do Ativo, o analista poderá optar por mediar a relação direta entre o Lucro Líquido do Exercício e o saldo do Ativo. Caso contrário, utiliza-se o Ativo Médio, que é obtido pela soma do Ativo Total do ano anterior com o Ativo Total do ano em curso, dividido por dois. Rentabilidade do Ativo = Lucro Líquido x 100 Ativo Total ou Ativo Médio Interpretação: Quanto maior, melhor. O Ativo Total nada mais é do que o capital econômico da empresa, em que parte deste capital refere-se ao aporte dos sócios e a outra parte é captada junto a terceiros, além das parcelas de lucros incorporados ao capital dos sócios. 3
5 6.4. Rentabilidade do Patrimônio Líquido ou Retorno do Capital Próprio (ROE) Também denominada de Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE Return on Equity), este indicador apresenta o retorno que os acionistas ou quotistas da empresa estão obtendo em relação aos seus investimentos na empresa, ficando patente o prêmio do investidor ou proprietário pelo risco de seu empreendimento quando o indicador (taxa) obtido é superior à taxa média de juros de mercado. Rentabilidade do PL = Lucro Líquido x 100 Patrimônio Líquido Médio ou Total Interpretação: Quanto maior, melhor. Observamos que se não ocorrer aporte de capital ao longo do exercício ou outras modificações significativas na estrutura do PL, o analista poderá optar por mediar a relação direta entre o Lucro Líquido do Exercício e o saldo do PL. Caso contrário, podemos usar o Patrimônio Líquido Médio, que é obtido pela soma do Patrimônio Líquido do ano anterior com o Patrimônio Líquido do ano em curso, divido por dois. Deve-se estudar este indicador em conjunto com o Grau de Alavancagem Financeira. Análise Prática Observe os dados da Empresa XPTO apresentados a seguir: 4
6 BALANÇO PATRIMONIAL Ano 1 Ano 2 Ano 1 Ano2 Ativo Circulante Passivo Circulante Aplicações Financeiras Fornecedores Contas a Receber de Clientes Contas a Pagar Estoques Impostos a Recolher Outros Valores a Realizar Dividendos a Pagar Empréstimos Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante Investimentos Financiamentos Patrimônio Líquido Imobilizados Capital Social Imobilizados Diversos Reservas (-) Depreciação Acumulada ( ) ( ) Total Total
7 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS Ano 1 Ano 2 Receita Operacional Bruta (-) Impostos sobre Vendas (52.500) (57.000) Receita Operacional Líquida Custo dos Produtos Vendidos ( ) ( ) Consumo de Materiais ( ) ( ) Depreciação (27.600) (28.950) Outros Custos de Fabricação (97.500) ( ) Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais ( ) ( ) Com Vendas ( ) ( ) Administrativas (93.650) ( ) Lucro Operacional I Receitas Financeiras Despesas Financeiras (19.575) (27.000) Equivalência Patrimonial Lucro Operacional II Imposto sobre o Lucro (10.532) (6.222) Lucro Líquido do Exercício Agora, vamos fazer os cálculos juntos: 6
8 Giro do Ativo: Giro do Ativo = Vendas Líquidas (ou Receita Líquida) Ativo Total ou Ativo Médio Giro do Ativo do Ano I = R$ = 1,02 R$ Giro do Ativo do Ano II = R$ = 1,06 R$ Margem Líquida: Margem Líquida = Lucro Líquido x 100 Vendas Líquidas (ou Receita Líquida) Margem Líquida do Ano I = R$ x 100 = 11,23% R$ Margem Líquida do Ano II = R$ x 100 = 9,36% R$
9 Rentabilidade do Ativo: Rentabilidade do Ativo = Lucro Líquido x 100 Ativo Total ou Ativo Médio Rentabilidade do Ativo do Ano I = R$ x 100 = 11,45% R$ Rentabilidade do Ativo do Ano II = R$ x 100 = 9,92% R$ Rentabilidade do Patrimônio Líquido: Rentabilidade do PL = Lucro Líquido x 100 Patrimônio Líquido Médio ou Total Rentabilidade do PL do Ano I = R$ x 100 = 16,19% R$ Rentabilidade do PL do Ano II = R$ x 100 = 14,08% R$
10 Referências ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro: comércio e serviços, indústrias, bancos comerciais e múltiplos. 8. ed. São Paulo: Atlas, BRAGA, Hugo Rocha. Demonstrações contábeis: estrutura, análise e interpretação. 2. ed. São Paulo: Atlas, MARION, José Carlos. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 4. ed. São Paulo: Atlas, MATARAZZO, Dante Carmine; PESTANA, Armando Oliveira. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, REIS, Arnaldo Carlos de Rezende. Demonstrações contábeis: estrutura e análise. São Paulo: 3. ed. Saraiva, RIBEIRO, Osni Moura. Demonstrações financeiras - mudança na lei das sociedades por ações: como era e como ficou. 1. ed. São Paulo: Saraiva, RIBEIRO, Osni Moura. Estrutura e análise de balanços fácil. 8.ed. São Paulo: Saraiva, SILVA, Alexandre Alcântara da. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. 1. ed. São Paulo: Atlas,
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