DENDEZEIROS TECNOLOGIA DOS MATERIAIS PARA ESTOFADOS
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- Oswaldo Prada Neto
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1 DENDEZEIROS TECNOLOGIA DOS MATERIAIS PARA ESTOFADOS
2 DENDEZEIROS TECNOLOGIA DOS MATERIAIS PARA ESTOFADOS Salvador 2004
3 Copyright 2004 por SENAI DR BA. Todos os direitos reservados Área Tecnológica: Mobiliário Elaboração: Osvino Alves de Sousa Revisão Técnica: Luciane Bahia Revisão Pedagógica: Glaydes Mara Merlos Penna Normalização: Núcleo de Informação Tecnológica NIT Catalogação na fonte (NIT- Núcleo de Informação Tecnológica) SENAI-DR BA. Tecnologia dos Materiais para Estofados. Salvador, f. (Rev.01). 1. Madeira 2. Estofados-Materiais I. Título CDD 749 SENAI DENDEZEIROS Av. Dendezeiros do Bonfim, 99 - Bonfim CEP: Tel.: (0xx71) Fax.: (0xx71) senaidendezeiros.org.br
4 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO CARPINTARIA 5 ESPUMA 15 NÁTEX/ACRILON 17 CORTE DO COURO 19 COSTURA 21 ESTOFARIA 24 EMBALAGEM 25 REFERÊNCIAS 27
5 APRESENTAÇÃO Com o objetivo de apoiar e proporcionar a melhoria contínua do padrão de qualidade e produtividade da indústria, o SENAI BA desenvolve programas de educação profissional e superior, além de prestar serviços técnico e tecnológicos. Essas atividades, com conteúdos tecnológicos são direcionadas para indústrias nos diversos segmentos, através de programas de educação profissional, consultorias e informação tecnológica, para profissionais da área industrial ou para pessoas que desejam profissionalizar-se visando inserir-se no mercado de trabalho. Este material didático foi preparado para funcionar como instrumento de consulta. Possui informações que são aplicáveis de forma prática no dia-a-dia do profissional, e apresenta uma linguagem simples e de fácil assimilação. É um meio que possibilita, de forma eficiente, o aperfeiçoamento do aluno através do estudo do conteúdo apresentado no módulo.
6 CARPINTARIA Definição - É a arte de trabalhar e transformar a madeira e seus derivados em peças, móveis, estruturas ou objetos, com o objetivo de decorar, proporcionar conforto (movelaria e objetos), assim também como função estrutural (parte interna de móveis, coberturas, escadas, etc). O setor da carpintaria está dividido em duas áreas: Área do corte: Destinada a usinagem da madeira e chapas derivadas da madeira, local onde a madeira e as chapas são trabalhadas ou processadas para serem encaminhadas às áreas de montagem. Área da Montagem: Destinada à montagem, operação de reunir as peças prédefinidas acompanhando geralmente um esquema de montagem da estrutura, do móvel ou peça. A área do corte e da montagem devem estar bem situadas e organizadas, dentro de uma lógica para circulação do material, das peças pré-cortadas, cortadas, furadas, e local adequado para separação, armazenamento e identificação das peças. É necessário haver um local de fácil acesso e organizado para separação e arrumação das peças, desta forma a montagem de um determinado estofado ou parte de um estofado, como braços, assentos e costas, poderá atingir a produção, podendo haver ainda a necessidade da pré-montagem ou preparação de algumas peças fora da montagem propriamente dita, ou seja, aplicação de alguma peça sobre outra para reforço, engrossamento, colocação de porcas com garra etc. Todos os setores de produção de uma fábrica de estofados são importantes, mas o setor da carpintaria é o único que produz o acúmulo de materiais. Há a necessidade da utilização de vários tipos de máquinas manuais e industriais. Na indústria de estofados as madeiras mais utilizadas são Pinho do Paraná e o Eucalipto. CIRCULAÇÃO E PROCESSAMENTO DA MADEIRA Com a chegada da madeira na área do corte existem várias operações para serem feitas: 1. Armazenamento da madeira com dimensões pré-estabelecidas. As madeiras saem da madeireira e chegam ainda à fábrica com defeitos e com algum teor de umidade, havendo a necessidade do tratamento destas madeiras. 5
7 2. Aparelhamento, bitolando a máquina para dimensões desejadas. 3. Corte das peças no sentido transversal com comprimento desejado. 4. Separação das peças em boas condições, que não comprometam a estrutura, exemplo: nós, empenos, rachaduras etc. 5. Separação das peças a serem furadas: Fazer desenho antes de ser cortada, fazer chanfros, etc. 6. Peças a serem recicladas. Exemplo: Fazer esquadros, corte de peças menores etc. Chegada das chapas derivadas da madeira na área do corte: As chapas são tecnologias de transformação da madeira alterando a estrutura fibrosa, obtendo os seguintes procedimentos: 1. Reaglomeração da madeira reduzida a fibras. 2. Madeira transformada aglomerada. 3. Madeira laminada compensada. 4. Aglomerado de fibras de média densidade. CIRCULAÇÃO E PROCESSAMENTO DAS CHAPAS DERIVADAS DA MADEIRA: 1. Corte de peças retangulares ou quadradas. 2. Desenho dos moldes nas peças retangulares ou quadradas. 3. Fixação de quatro peças ou mais sendo a primeira desenhada para corte em serra fita e ou furação. 4. Corte das peças em serra fita. 5. Separação e arrumação de peças para furação e ou chanframento. CARACTERÍSTICAS DA MADEIRA MACIÇA UTILIZADA PARA FABRICAÇÃO DO ESTOFADO Usinagem da Madeira Propriedade física e mecânica da madeira maciça: Existem madeiras duras e macias, as duras são mais usadas para execução de estruturas pesadas, como escadas e coberturas. A madeira macia é mais usada para fabricação de peças mais leves, como objetos de decoração na movelaria e algumas estruturas. Na confecção de estrutura de estofado, usamos madeira macia, uma delas é o Pinho do Paraná, ou simplesmente pinho, que é uma árvore em forma de cone, 6
8 sendo fácil o seu reflorestamento, sua grande vantagem é que elas podem ser serradas, aparelhadas e trabalhadas com facilidade, pois são bastante leves, facilitando também a aplicação de grampos, pregos, parafusos e outros materiais. O pinho pode ser encontrado totalmente brancos ou com alguns veios, geralmente amarelados, indicando que esta madeira pode ou não haver fissura após seu uso, Os nós que aparecem em quase toda parte da madeira, devem ser identificados antes do seu uso. Os nós podem ser caracterizados como nó de bordo, nó de aresta e nó de face, podendo ser um nó aderente, semi-aderente ou um nó morto, estes nós podem comprometer a estrutura do estofado, causando grandes problemas. Exemplos de madeiras usadas na estrutura do estofado: 1. Pinho do Paraná Seu nome botânico é Araucária Angustifólia, tem procedência do Paraná, seu maior produtor, possui peso específico igual a 540 kgf/m³ (a 15% de umidade), madeira leve e macia, possibilitando melhor trabalho, processamento e manuseio com as peças, tendo boa aceitação na aplicação de pregos ou grampos, sua desvantagem, são os nós existentes nas madeiras, sendo necessário uma seleção ou testes com algumas peças para que não comprometa uma estrutura ou o móvel. 2. Eucalipto Seu nome botânico é Eucalyptus Citriodora, tem procedência de São Paulo, seu maior produtor, possui peso específico igual a 1000 kgf/m³ (a 15% de umidade), madeira não muito leve e de densidade média, exigindo mais esforço para seu trabalho e processamento, sua vantagem acorre devido a não existência de nós, aumentado a resistência da estrutura ou do móvel. CLASSIFICAÇÃO DOS DEFEITOS DO PINHO: 1. Os nós - O nó é uma porção de ramo encaixado na madeira. Classifica-se com base em: Posição, Forma e Aderência. Quanto à posição - podem ser nó de face, nó de bordo ou nó de aresta. Quantos à forma - podem ser redondos, oval ou um nó comprimido. Quanto à aderência podem ser aderentes, parcialmente aderente ou um nó morto. As FISSURAÇÕES 1. A fissuração é uma separação das fibras da madeira na mesma direção das fibras. Classifica-se em função de: profundidade e comprimento. 2. As fissurações não são aceitas numa estrutura. CRITÉRIO DE ACEITAÇÃO PARA BOA QUALIDADE DA MADEIRA (PINHO): 7
9 1. A madeira que se encontram com algum nó morto não é admitida, ou apresentando fissuras, não são utilizadas. 2. Só é admitido apenas um único nó por metro linear, podendo ser aderente ou parcialmente aderente e sua dimensão seja no máximo 30% da superfície da madeira. CARACTERÍSTICAS DAS CHAPAS DERIVADAS DA MADEIRA. As chapas derivadas da madeira são materiais industrializados em madeireiras e outras em indústrias especializadas, algumas são fabricadas com a reciclagem da própria madeira. As chapas mais usadas na indústria de móveis são: 1. O Aglomerado Material de pouca utilidade na marcenaria, muito utilizado na produção de móveis em série, geralmente móvel popular e de baixo custo, tem pouca resistência à umidade e pouca durabilidade, é resistente ao empeno e a expansão. O aglomerado é produzido com a aplicação de pressão e calor sobre partículas de madeira (cavaco) previamente coberta com adesivo e resina sintética (uréia quente), esta mistura aumenta também sua resistência ao inseto (cupim) devido à mistura de produtos químicos que matam os insetos e outros fungos. Pode ser encontrado em vários tamanhos, 2200mm a 2750mm de comprimento por 1830mm de largura e sua espessura varia de 4mm a 30mm. 2. Compensado É uma composição de várias folhas (faqueadas ou serradas) de madeira coladas com resina de uréia, sendo o número de folhas uma sobre a outra e sempre em número ímpar para que as duas folhas extremas tenham sempre o veio na mesma direção e as internas fiquem sempre cruzadas, aumentando assim a sua resistência. Geralmente as chapas de compensado medem: 2200 mm x 1600 mm, e sua espessura variam de quatro mm a 25 mm. Existem vários tipos de compensado e com funções diferentes: O compensado naval é mais utilizado na construção civil, pois apresenta maior resistência quanto á durabilidade e umidade. O compensado copaíba possibilita melhor acabamento e tem boa resistência contra insetos e a umidade, quase todas as chapas já são fabricadas com o uso de inseticida misturada à cola, mais mesmo assim ainda encontramos chapas que aparecem buracos depois de algum tempo, sinal de ataque de insetos, exemplo: cupim e brocas. O compensado de segunda, não oferece nenhuma confiança, pois os insetos destroem o compensado em pouco tempo. O compensado fantasia, é aquele que apresenta pelo menos uma face em madeira nobre ou pronta para acabamento, exemplo: Mogno, Louro Feijó, Pau Marfim, Imbuia e etc. 3. MDF Chapa confeccionada da fibra da madeira, tem média densidade, aproxima-se da madeira maciça, devido a sua consistência e sua aparência. O MDF é um material moderno, pois sua fabricação é feita através do reflorestamento, podendo tomar conta do mercado, hoje está sendo muito utilizada 8
10 na fabricação de móveis, porque possui boas qualidades em função do acabamento, não empena e possibilita uma boa aparência, é resistente a umidade e não possibilita o ataque de insetos e fungos. Produzido através das fibras de madeira secas aglutinadas por resina de uréia e prensadas. Seu uso é limitado na fabricação do estofado devido ao seu custo alto. Possuem dimensões com 2750 mm x 1830 mm e espessuras variadas de seis mm a 30 mm. 4. OSB É uma composição de painéis de tiras de madeira, orientadas com propriedades físicas e mecânicas similares ao compensado, para adquirir resistência e durabilidade, esta chapa é utilizada na produção de móveis na construção civil e atualmente o OSB está sendo bastante empregado na confecção da estrutura do estofado tomando conta do aglomerado, possui largura de 1220mm x 2440mm e sua espessura varia de 6mm a 25mm. 5. Duratree Lisa ou (Duratex) São chapas industrializadas da fibra da madeira, são encontradas com espessuras de 3mm a 2mm, tornando-se mais flexível, são usados para forrar a estrutura (esqueleto) do estofado, industrialização similar ao MDF. 6. Papelão nº 40 Ou simplesmente papelão, são usados também para forrar as partes curvas e bastante acentuadas do estofado, principalmente no braço do estofado. Sua desvantagem é que não possui muita resistência. Com dimensões: 1000 mm de largura e 800 mm de comprimento e espessura igual a dois mm. CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS, FERRAMENTAS E MÁQUINAS MANUAIS UTILIZADOS NA CARPINTARIA OU MARCENARIA. 1. Martelo - Ferramenta muita usada na carpintaria e marcenaria, usado para pregar, isto é, introduzir o prego na madeira, o martelo pode ter a função também de retirar pregos da madeira. São usados dois tipos de martelo em marcenaria e carpintaria: o de pena e o de unha. 2. Torquês Usadas para retirar e cortar pregos, usadas também para retirar grampos. 3. Extrator para pregos Esta ferramenta também é usada para retirar pregos que estejam bem encravados na madeira. 4. Extrator para grampos Ferramenta similar ao extrator de prego, sua função é retirar grampos. Seu formato faz com que se encaixe entre a madeira e o grampo, possibilitando a remoção do grampo sem dificuldade e sem danificar a peça de madeira que está sendo usada. 9
11 5. Pincel usado para aplicação de cola nas peças a serem pregadas ou grampeadas. 6. Vasilhame para cola branca devendo estar sempre acima da bancada de montagem ou preparação e em local próximo para não esquecer de sua aplicação. 7. Trena ou Metro É usado para fazer medições e conferir medidas, são pouco usados, pois existem as bitolas que auxiliam na execução dos serviços, limitando o uso deste instrumento. 8. Bitola Geralmente confeccionado em madeira, é usada para posicionar uma peça que vai ser fixada em uma outra, evitando assim o uso constante de um equipamento de medição. As bitolas são empregadas em máquinas proporcionando assim condições de cortar ou aparelhar madeiras ou chapas em grande quantidade. As bitolas devem ser marcadas e numeradas ou codificadas para não serem trocadas no momento da preparação e ou montagem. 9. Molde Geralmente confeccionado em duratree (Duratex). São bastante usados em quase todos os setores de produção. Os moldes são desenhos recortados conforme matriz, que servem para fazer outras repetições em várias peças para serem posteriormente cortadas, usando os moldes com precisão, os cortes sairão todos perfeitos. Deve-se se preocupar com o desgaste do mesmo, podendo haver redução com o uso constante e algumas quedas. 10. Grampos, Pregos e Parafusos São materiais muito utilizados no setor de carpintaria e marcenaria, São usados dois tipos de pregos na montagem e preparação, que medem 35mm ou (2.03 x 35) e 50mm ou (2.03 x 50) com cabeça, e na área do corte são usados pregos de 62mm ou (2.03 x 62) com cabeça. Os grampos são usados para fixar ou juntar duas peças, os mais usados são 8/10 e 3/8, sempre com a mesma espessura. São usados também para fazer forração do esqueleto ou estrutura do estofado, geralmente usam-se chapas com espessura de 2mm a 3mm. Ao usar pregos na preparação ou montagem, ter o cuidado de não esquecer de colocar a cola branca, pois só o prego não é o suficiente para fixar duas ou mais peças. 11. Cola de polivinila Conhecida também como cola branca, devido a sua cor, proporciona uma excelente aderência quando totalmente seca. Produzido do acetato de polivinila. O adesivo de PVA é o material de aderência mais utilizado para unir peças de madeira ou chapas derivadas da madeira e complementada com a presença de grampos e ou pregos. Em temperatura ambiente, a cola branca leva de 30 minutos a 3 horas para endurecer. 12. Bancada de Trabalho É um móvel em aço e madeira ou totalmente em madeira que mede 3000mm de largura, 1000mm de profundidade e 900mm de altura, dividida e planejada para realizar tarefas de preparação e montagem. Nesta bancada devem ser organizados todos materiais, equipamentos, ferramentas e máquinas, para obter condições de realizar tarefas rápidas e com qualidade. As 10
12 bancadas geralmente estão compostas de instalação de ar comprimido ou energia elétrica que abastecem as máquinas como grampeador, lixadeira e pinador, etc. As prateleiras servem para distribuir as peças a serem montadas ou preparadas. 13. Paletes As peças cortadas são colocadas sobre paletes, para facilitar a sua organização e o seu transporte. Máquinas manuais São máquinas usadas sobre a bancada, funcionam geralmente à base de ar comprimido, são conhecidas como máquinas pneumáticas, podem ser também utilizadas máquinas elétricas. Exemplos: 1. Pinador Conhecida também como pistola de prego, esta máquina substitui o martelo para pregar, seu manuseio é fácil podendo pregar vários pregos em pouco tempo, facilitando e acelerando o processo produtivo. Como qualquer outra máquina é necessário ter muito cuidado, são usados pregos comuns em pentes ou perfilados. 2. Grampeador Funciona também a base de ar comprimido, usada para grampear placas de duratex ou papelão, fazer junções entre duas peças, usada também na colocação de percintas e na estofaria. 3. Lixadeira É usada para dar acabamento nas peças já montadas, tirando o excesso do duratex, papelão e eliminar também os pregos sobressalentes e quebrar os cantos onde comprometa a segurança e a possibilidade de danificar outro material. 4. Parafusadeira É usada para aplicação de porcas e parafusos, troca-se o bico para executar o trabalho, apropriada para apertar e também folgar parafusos. 5. Bico de ar É usado para fazer limpeza da bancada, manutenção de máquinas e outras peças, eliminando o acúmulo de pó e sujeira nos cantos e dentro dos compartimentos. 6. Furadeira manual Pouco usada, pois as peças chegam a bancadas já furadas e preparadas, caso aconteça de esquecer da furação e a estrutura já esteja montada,então usa-se a máquina de furar manual. 7. Ferragem e Acessórios Nas poltronas reclináveis é usado um mecanismo, que chamamos de aranha negra, que proporciona o movimento de reclinação e giro da poltrona. Outro acessório é uma estrutura metálica dobrável que transforma-se em sofá em cama, esta estrutura, será encaixada no estofado transformando-se em cama casal. 11
13 CORTE E PROCESSAMENTO DA MADEIRA E DAS CHAPAS DERIVADAS DA MADEIRA Máquinas industriais: A madeira maciça e as chapas derivadas da madeira ao chegar na fábrica passam por vários processos para atingir a forma e condições para montagem, e para isso é necessário à utilização de várias máquinas industriais de grande e médio porte com finalidades e funções específicas como: cortar, furar, chanfrar, fazer curvas, etc. Podem funcionar a base de ar comprimido ou a energia elétrica. Tipos de Máquinas: 1. Multi-desengrosso ou plaina Sua função básica é tirar os empenos, defeitos e imperfeições da madeira, transformando numa peça bitolada, deixando todas as peças com a mesma espessura e pronta para ser utilizada, depois de cortada no seu comprimento desejado, em uma nova peça para montagem. Este desengrosso pode aparelhar os quatro lados da madeira, e possui serras acopladas para divisão das peças quando necessário. 2. Destopadeira Geralmente usada para corte da madeira no sentido longitudinal ou corte no comprimento da peça, podendo cortar em série, Nesta máquina utilizase disco de serra com ataque negativo e com limitador de corte. 3. Serra Circular Usada para cortar madeiras e as chapas derivadas da madeira, cortes em ângulos, sendo possível cortar em série, processo similar a destopadeira. 4. Máquina Para Corte de Esquadros O esquadro é uma peça muito utilizada e importante na estrutura do estofado, feito com a madeira reciclada. Permite manter a estrutura exatamente com 90 e aumenta a resistência da estrutura, por isso existe uma máquina apropriada para sua execução. Esta máquina possui duas serras posicionadas a 45 cada uma para um lado, tornando os esquadros íntegros. 5. Furadores Os furadores também são programados para trabalhos em série, bastando apenas, regular e bitolar a máquina com as medidas desejadas, os furadores funcionam automaticamente, bastando apenas virar o lado da peça se for dois furos é necessário que o operador encontre o tempo da máquina para seguir a seqüência. 6. Furador a Laser, Furador com Corrente e Furador de coluna São furadores que são necessários apenas bitolar a máquina conforme o modelo para começar a furação em série. 7. Respigadeira Máquina utilizada para fazer rebaixes e espigas na madeira. 12
14 8. Tupia Também usada na marcenaria e na execução de peças para estrutura do estofado. Sua função é fazer chanfros ou curvas em topos de chapas e ou madeira, usando frezas ou simplesmente ferros (pouco utilizado), seu funcionamento é rotativo e com alta velocidade, a lâmina de corte fica exposta causando perigo de acidente, por isso é considerada a máquina mais perigosa do setor de carpintaria. 9. Serra Fita Usada principalmente para fazer cortes em linhas irregulares, retas ou em curvas. Chama-se serra fita porque sua serra tem forma de fita e é dentada. Seu movimento giratório facilita o corte, bastando apenas o operador movimentar a peça a ser cortada seguindo a linha do desenho marcado através do molde, sendo percorrido em movimento suave, é necessário ter bastante cuidado, pois às vezes a mão do operador se aproxima muito da serra. 10. Seccionadora Máquina para corte das chapas, possui um computador acoplado aos comandos, podendo cortar qualquer chapa derivada da madeira, estes cortes podem ser em série, antes dos cortes as pilhas das chapas a serem cortadas podem ser programadas, e os cortes são feitos em pouco tempo, os cortes das peças são geralmente retangulares e quadradas. As peças após os cortes são separadas e empilhadas em paletes para serem desenhados os moldes, conforme modelo e versão. 11. Serra de Esquadrias Sua função principal é cortar peças em ângulos ou cortar peças com comprimentos pequenos. 12. Máquina para soldar, Máquina para amolar e máquina para travamento da serra fita Estas são máquinas para manutenção da serra fita, pois devido seu uso constante é necessário fazer reparos. MONTAGEM A montagem numa estofaria, refere-se á confecção dos braços direito ou esquerdo, assento, costa, pouf, etc. Cada montador confeccionará uma parte da estrutura ou esqueleto e a montagem também de algumas peças da estrutura do estofado. Forração É a última fase do trabalho da carpintaria, onde são colocados como revestimento da estrutura o duratex e ou papelão. O acabamento é feito, lixando os excessos da forração, algumas quinas e pregos que ficaram sobressalentes, este processo vai evitar acidentes e que rasguem o tecido ou o couro. As peças ao saírem da área do corte para montagem devem ser separadas e contadas conforme a quantidade de peças á serem montadas. Fixação dos pregos O prego ainda é o produto mais utilizado para a fixação de madeiras, dentro e fora de uma indústria. Existem vários tipos de pregos e com o uso da cola, vai possibilitar o aumento da qualidade na fixação, como é o caso dos pregos anelados e resinados, existem também pregos em pentes ou perfilados 13
15 muito utilizados nas indústrias de grande porte, são usadas também para fixação dos pregos máquinas manuais, a qual aceleram a produção. Os pregos com cabeça são utilizados para trabalhos pesados. A cabeça larga assegura um aperto firme, mas o prego pode lascar a madeira. Como aplicar - É praticamente impossível encontrar quem nunca aplicou ou viu aplicar um prego. A versão convencional do produto é aplicada à batida ou martelada, nome que provém da ferramenta utilizada para este fim; o tão famoso martelo, instrumento dos mais primitivos, mas que, na medida do possível, também apresenta variações e evoluções. A versão do martelo pneumático é a mais aceita pelas linhas de produção atualmente. Pelo fácil manuseio e alta velocidade, permite trabalhos contínuos aumentando o rendimento. Geralmente na montagem são usados pregos com cabeça medindo 35mm e 50mm. Preparos das peças Existem peças que deve ser preparado antecipadamente para depois serem passadas para a montagem, facilitando o trabalho do montador, porque às vezes são peças pequenas que são fixadas em outras maiores, considera-se preparação a composição ou união de duas ou mais peças, com o objetivo de chegar nas mãos do montador em condições de aplicar no contexto da montagem, e colocação também de algumas ferragens como porca com garra, parafusos com roscas para colocação dos pés, etc. Avaliação quanto à fixação: 1. Os pregos de interligação não devem vazar, neste caso devem ser rebatidos ou amassados. 2. Se os pregos de interligação quebrarem o painel em OSB, a estrutura não está conforme mas sim comprometida. 3. Devem conter no mínimo: dois esquadros por assento na parte posterior, os esquadros devem estar perfeitamente íntegros, sem fissuras, pregados e colados. 4. Utilize pregos três vezes mais compridos do que a espessura do objeto que estiver pregando. Pregue sempre a mais fina na mais grossa. A melhor maneira de fixar uma junção é cruzar dois pregos. Pregar mais de um prego no mesmo veio pode rachar a madeira. Processo para controle de qualidade: Na chegada da estrutura montada, em outra área ou setor, durante a fase de descarga, deve haver um controle, sobre 100% das peças, verificando os seguintes parâmetros: identificação e integridade. 1. Identificação Anotação do modelo, versão e identificação do fornecedor ou montador, caso aconteça algum problema será fácil resolver. 14
16 2. Integridade Verificar as condições da madeira e chapas derivadas da madeira, quanto ao seu estado de conservação, ausência de partes quebradas e ou elementos estragados. Itens que são verificados durante o controle de qualidade: Cola 1. É de fundamental importância na estrutura do estofado, caso aconteça uma montagem sem cola esta montagem será descartada. 2. Presença de cola nas áreas de junção. 3. Ausência de cola fresca (não suja as mãos), presença de uma camada incolor, quando seca, justifica a presença de cola. Encaixes ou junções A junção em uma estrutura de estofado é feita em forma de T utilizando a ripa e um encaixe, neste tipo de junção à borda de uma ripa é encaixada em uma outra parte da estrutura, deve-se usar no mínimo dois pregos, evitar que a ripa não sofra fissura e colocar bastante cola. Devemos verificar: 1. Correta realização dos encaixes, sem folgas, ausência de luz entre os encaixes (fendas muito abertas), sem fissuras e a presença de cola entre elas. 2. Correto uso, localização dos esquadros e presença dos mesmos nos cantos que formam 90 (servem para manter a estrutura sempre com 90 e para dar mais resistência à estrutura), presença de cola e prego nos esquadros. 3. Pregos curvados e sobressalentes, devem ser retirados e substituídos quando necessário, se sobressalentes devem ser amassados, retirados ou lixados. 4. Presença de porcas com roscas externas ou com garras, previstas no esquema de montagem. 5. Uso e locação corretas das ripas de reforço e presença das mesmas nos lugares previstos. 6. Presença dos furos de encaixes para a próxima etapa da montagem. 7. Ausência de partes da madeira molhadas ou com muita umidade. 8. Ausência de nós que comprometam a estrutura. 15
17 ESPUMA O setor de espuma está dividido em duas partes sendo uma para corte do bloco de espuma e outra para colagem. As espumas se diferenciam conforme a sua densidade a qual vai definir a sua utilização, quanto ao modelo do estofado, as espumas geralmente são empregadas nos assentos do estofados, servem também para revestir as partes externas da estrutura que vai ter contato com o couro ou tecido, sendo utilizado também outros materiais como acrilon com capa, acrilon resinado, etc. As espumas são transportadas em grandes blocos, pesando em média 130 kg, que são cortados em blocos menores com utilização de máquinas especiais para corte de espumas, as sobras dos blocos são coladas e cortadas posteriormente para estofamento dos poufs, e outros cortes, as sobras e pedaços com defeitos são prensados para serem reciclados. São usadas também máquinas computadorizadas que programadas fazem cortes em série, tornando estes cortes perfeitamente iguais e íntegros, podendo fazer curvas e pequenos detalhes na espuma que, se fosse feito manualmente levariam mais tempo e não atingiria a mesma qualidade, as máquinas computadorizadas fazem também cortes da espuma com espessura de 10 mm, para revestimento da estrutura. As espumas podem ser, ortopédica, semi-ortopédica, tem como referência suas cores e densidades. Materiais utilizados no setor de espuma Cola de Contato para espuma ou adesivo R342-O-T:usada para colagem das espumas e também do acrilon com capa, aplicada com o uso de uma pistola com caneca. Talco Usado para deslizamento da espuma sobre bancada da máquina de corte. Moldes Geralmente confeccionados em duratex são bastante usados em quase todas as seções. Os moldes são desenhos recortados de uma matriz, que servem para fazer outras repetições em outras peças para serem posteriormente cortadas, usando os moldes com precisão, os cortes sairão todos perfeitos e íntegros... Acrilon com capa - Usa-se também no setor da espuma o acrilon com capa, que são cortadas em máquinas especiais e depois são coladas nas espuma já cortadas, sua principal função é dar mais conforto ao estofado e dar a formação de linhas curvas mais arrojadas, protegendo também a espuma, são utilizados também gabaritos e moldes conforme o seu modelo. Acrilon resinado Pouco utilizado tem mais freqüência na frente dos braços. Pistola com caneca Utilizada para aplicação de cola para espuma. 16
18 REFERÊNCIA DAS ESPUMAS E SUA APLICAÇÃO D 30 (EXS) Cor ZINZA Aplicação Parte superior do assento Espessuras Variam conforme o modelo estofado de seis cm a sete cm. D21 (P) Cor BEGE Aplicação Costa e Braço (Revestimento da estrutura do estofado) Espessura 1 cm. D23 (S) Cor ROSA Aplicação Parte da frente do braço do estofado Espessura 2 cm. D30 (S) Cor Amarela claro Aplicação Estofamento do Puffe Espessura Conforme o modelo do puffe. D 35 (S) Cor Amarelo Aplicação Sofá / Cama e alguns modelos de puffe (Assento) Espessuras Variam conforme o modelo do estofado. D 45 (S) Cor Verde Aplicação Poltrona reclinável na (tabuleta) local onde descansa os pés. Espessura Conforme o modelo do estofado MÁQUINAS E FERRAMENTAS 1. Máquina para corte de bloco de espuma 2. Máquina computadorizada para corte de assentos, costas e pequenos detalhes em espuma. 3. Máquina para corte de espuma (pequeno porte) 4. Máquina computadorizada para corte do bloco da espuma com espessura de 10 mm. 5. Pistola com caneca para aplicação de cola 6. Bancadas para trabalho de colagem. 7. Carrinhos tipo gaiolos para armazenamento de peças prontas. 8. Máquina para prensar da sobra da espuma (a reciclar). 9. Balança para pesagem da sobra da espuma (a reciclar). NÁTEX / ACRILON 17
19 Setor Nátex Neste setor é produzido almofadas com enchimento de acrilon, geralmente empregadas nos encostos e braços dos estofados. Está divida em área de corte, costura e enchimento. Materiais utilizados no nátex e acrilon: 1. Nátex ( TNT - Tecido Não Tecido ) Tecido utilizado para fazer almofadas sacos com câmaras internas para enchimento com acrilon, este tecido possui gramatura igual a 40/0,90 para facilitar a passagem de ar, 100 % polipropileno, cor branco. 2. Linha - para costura, 100% poliéster, cor branca. 3. Acrilon - Fibra Sintética, utilizada para enchimento da almofada, geralmente utilizada no encosto e braço, é resistente a deformação e não deixa que a umidade acumule, proporciona melhor conforto. 1. Moldes Geralmente confeccionados em duratex são bastante usados em quase todas as seções. Os moldes são desenhos recortados que servem para fazer outras repetições em outras peças para serem posteriormente cortadas, usando os moldes com precisão os cortes sairão todos perfeitos. MÁQUINAS E FERRAMENTAS 1. Máquina de corte (Lâmina de disco)- Utilizada para cortar o TNT no comprimento desejado. 2. Tesoura industrial de cortar tecido - Utilizado para cortar o TNT, seguindo os desenhos feitos através do molde. 3. Tesouras Utilizadas para fazer pequenos cortes e acabamentos. 4. Máquina de furar sem impacto Para as costureiras seguirem um alinhamento, os furos serve com orientação ou guia. 5. Máquina de costura reta com bancada Utilizada para fazer a união das peças através da costura e após o enchimento e pesagem fazer o fechamento. 6. Máquina de desfilamento com canhão Tem a função de desfiar o acrilon dando condição de dar aparência de algodão ou lã. 7. Balança de precisão Para padronização das almofadas é necessário que as mesmas sejam pesadas de forma adequada e conforme o modelo e versão. 8. Suporte desenrolador serve de suporte para os rolos de tecido. 9. Cadeira giratória para costura - Altura regulável, assento e encosto em estofados em espuma e napa, armação tubular, pintura martelado sintético. Processo produtivo do nátex Arrumação das peças de nátex ou TNT, uma sobre a outra formando um tapete, desenha-se na primeira peça todos os moldes, conforme o modelo e versão do estofado; Estes moldes são distribuídos ou arrumados conforme um esquema, para que o aproveitamento das peças de nátex sejam o máximo possível, após as 18
20 peças serem cortadas usando uma tesoura industrial, podem ser cortadas várias peças ao mesmo tempo, as peças são entregue as costureiras que vão unir todas as peças cortadas conforme um manual, a qual já vem preparada para costura com marcação através de furos e pequenos cortes, após a costura das laterais e câmaras internas, são deixadas aberturas nas almofadas para o enchimento com acrilon, as costureiras armazenam as almofadas, repassando todo o material pronto para o enchimento com o acrilon, O acrilon é uma fibra sintética. Este material é importado da Corea, vindo em fardos de 250 kg, são desembalados e colocados em máquinas de desfiamento para torná-los igual ao algodão ou lã, as máquinas provém de canhão e balanças de precisão, através deste processo à própria máquina faz o enchimento das câmaras e a pesagem de cada espaço preenchido, ao final do processo todas as almofadas terão o mesmo peso específico, os pesos de cada câmara depende do modelo do estofado, após o enchimento e a pesagem as almofadas são totalmente fechadas, separadas e arrumadas. Etapas de produção do nátex: 1. Arrumação do tapete ou empilhamento das peças do nátex. 2. Desenho do molde no TNT (nátex) conforme modelo, preocupando-se com o aproveitamento total das peças. 3. Corte do nátex conforme desenho, utilizando tesoura industrial. 4. Marcação com furos para servir como guia ou orientação para costura das câmaras das almofadas e pequenos cortes. 5. Costura das almofadas com um lado aberto para enchimento com acrilon. 6. Enchimento das almofadas com acrilon e pesagem das almofadas para padronização. 7. Fechamento da almofada e separação das peças. CORTE DO COURO Principal material empregado: Couro bovino acabado, raspa bovina acabada e tecido impregnado para revestimento de estofados. O couro utilizado na fabricação de estofados é o couro bovino que, depois de retirado do animal segue para o curtume e passa pelo processo de curtimento que define os tipos de couro e sua tonalidade. Setor destinado ao manuseio e processamento do couro, procurando detectar todos os defeitos existentes e tentar fazer cortes dos moldes que são distribuídos na manta do couro com aproveitamento de quase toda a sua extensão, preocupando-se com a qualidade e o consumo. Observação e marcação dos defeitos do couro conforme sua característica e qualidade. O couro é divido em duas partes uma é chamada de pele ou flor, é a mais valorizada, é um couro fino e macio, usado nos assentos, costas, braços e na parte frontal do estofado. É a parte que fica exposta ao meio ambiente, sujeito a 19
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