ta. No processo penal, se ela piorar ou melhorar a situação do réu, ela pode ser interpretada de forma material, que foi o que aconteceu.

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1 Aula 06 Destinatário das leis excepcionais e temporárias: apesar de não haver nenhuma lei desses tipos, esse artigo é muito importante, senão não teria sido editado. Existem as chamadas leis penais em branco, que é a hipótese mais concreta de aplicação desse artigo. Lei penal em branco: a lei penal, como conseqüência direta do princípio da legalidade, deve conter toda a matéria proibitiva, tudo o que disser respeito à incriminação. Às vezes, a matéria proibitiva não esta totalmente contida na lei penal incriminadora, embora a conduta, o comportamento, estejam, e depende de complementação. O normal é um crime de furto, p.ex., que está definido o comportamento a que se refere a conduta (matéria proibitiva). A maioria dos crimes seguem essa regra, mas alguns não, eles dependem de complementação por outro tipo de norma. Às vezes essa complementação pode vir por uma lei da mesma instância que cria o crime ou por uma outra norma que seja de instância diferenciada, mais forte ou menos do que aquela que define o delito. Por exemplo, o crime de estelionato, art Essa norma é totalmente fechada, define totalmente o comportamento criminoso e a matéria proibitiva, a tutela dela. Se você observar, p. ex., o art. 178, emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com disposição legal. Se você pegar um indivíduo que engana outra pessoa, você consegue perfeitamente encaixar esse comportamento no art. 171, mas, no art. 178, será que a simples observação do comportamento vai ser suficiente para que você tenha a tipicidade? Será que para concluir pela tipicidade do art. 178 eu vou ter que ir buscar outras normas alem da própria norma incriminadora? O que é conhecimento de depósito ou warrant? São títulos de crédito emitidos por armazéns gerais para negociação de mercadoria negociada. Para mim, no caso concreto, em que alguém foi sacaneado com emissão irregular de conhecimento de depósito, vai ser suficiente conhecer a situação de fato ou eu vou precisar buscar a legislação específica? Vou ter que ir atrás de legislação especifica, e isso não está no CP. Quem complementa essa matéria são as leis comerciais, que são leis ordinárias também. O código civil é uma lei ordinária, assim como o antigo código comercial. Nesse caso, você tem uma norma penal em branco em sentido amplo ou estrito? Sentido amplo, porque a matéria proibitiva esta complementada por outra norma de mesma força legislativa, no caso, o código comercial. Art. 237: contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta. Como você vai saber se o casamento foi contraído nessas condições? Você vai ter que consultar o que? O CP não é suficiente para você saber se esse comportamento é criminoso ou não. Você vai ter que ir atrás da legislação que diga essas circunstâncias de nulidade, no caso, o código civil. Esse também é um caso de lei penal em branco em sentido amplo. Pode acontecer de existir norma penal em branco dentro do próprio CP? Pode, apesar de raro. É a chamada norma penal em branco homogênea. As que eu já falei são normas penais em branco em sentido amplo heterogêneas, porque a complementação está fora do CP. Quando isso é feito dentro do CP, a norma é

2 homogênea. Por exemplo: art 304: fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302. Uso de documento falso. O que complementa esse crime? Os arts. 297 a 302 do CP. Nos dois casos, a conduta tem que estar dentro da lei penal. A conduta é expressada pelo verbo, pelo núcleo do tipo, e isso não pode estar fora do CP, da norma incriminadora. O que pode estar fora é a complementação da matéria proibitiva, mas nunca o comportamento. Se você tiver uma norma incriminadora destinando tudo para complementação, ela é inconstitucional, porque a incriminação passou a ser feita por uma norma não-penal, em ofensa direta ao princípio da reserva legal. Se isso acontecer, essa lei é inconstitucional. A norma penal em branco é necessária, porque há situações que você não pode trazer pro CP, porque não são objeto da lei penal, como as hipóteses de emissão de comprovante de depósito, apesar de esses preceitos serem importantes. Aqueles crimes contra as finanças públicas (art. 359-A e ss.) são inconstitucionais, ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização legislativa, porque eles criaram toda a situação de proibição a partir de uma lei e, em seguida, editaram a norma penal em branco. Ou seja, você não consegue entender essa norma penal a não ser exclusivamente a partir da lei complementar n 101. Se você mudar alguma coisa dentro da lei complementar, muda tudo aqui também, porque a lei trata da responsabilidade fiscal, então toda a matéria proibitiva está contida fora, e até a própria conduta, que na verdade é uma coincidência: você não consegue entender nada disso aqui se você não for na lei. Essa alteração legislativa, pra mim, é inconstitucional. O bem jurídico tem que ser captado, e não criado pela lei penal. Existe também outro tipo de norma penal em branco: é a lei penal em branco em sentido estrito. Isso quer dizer que a complementação da matéria proibitiva é feita por uma instância diferenciada da que criou a lei penal, de força legislativa superior ou inferior. Pode acontecer de um determinado crime ter a matéria proibitiva complementada por uma lei complementar ou ate pela constituição, hipóteses raras. O normal é que essa complementação da norma em sentido estrito seja feita através de um instrumento normativo inferior ao que criou o crime. Um exemplo seria uma portaria, um regulamento, uma instrução normativa. Por exemplo: a Lei /06, que trata de crime de entorpecentes, antiga lei 6.368/76. Tem um dispositivo nela, no art. 1º, que diz que será considerado o entorpecente aquilo que for definido como tal pelos órgãos competentes do ministério da saúde. O legislador penal não esta colocando dentro dessa lei o que são considerados entorpecentes. Quem define isso é o departamento de medicina e farmácia, que vai editar uma portaria dizendo o que é considerado entorpecente. Alguns códigos penais de alguns estados nos EUA incorporam todas as hipóteses de entorpecentes, são listas de 20 páginas, mas é uma opção. Essa norma penal deixou de ser norma penal em branco pra ser uma norma totalmente fechada, mas isso é uma maluquice, porque essa classificação muda muito rápido, é mais fácil fazer essa alteração na portaria que no CP, e pelas pessoas mais autorizadas, que são especializadas nisso, e não o legislador penal.

3 Lei 1.521/51, que trata dos crimes conta a economia popular, ofensa a tabelamento de preços. Quem vai fazer o tabelamento de preços? Vai ser o legislador penal? Imagina o legislador penal dizendo hoje o pão vai custar 1,50, amanhã rapaz, acabou de cair a bolsa de Nova York, na mesma sessão legislativa o preço vai aumentar pra 1,80. Isso não pode acontecer. O preço máximo, pra proteger a sociedade, tem que ser fixado, mas não vai ser o legislador penal que vai fazer isso, quem vai fazer isso é a SUNAB, através de portaria. Pode haver alteração do que seja uma emissão ilegal de conhecimento de depósito, pode haver uma alteração sobre o que seja impedimento pra casamento, sobre o que seja entorpecente, de preços de produtos tabelados. O artigo da lei de entorpecentes permite que essa complementação seja feita por lei ou pelo órgão competente, mas isso não vai acontecer porque não convém, mas está permitido. Na verdade a classificação de entorpecentes é feita pela fórmula do princípio ativo, e é ele que gera a incriminação, não o nome popular (ex.: lança-perfume é classificado como cloreto de etila). Hoje se entende que a complementação da matéria proibitiva está incorporada na lei penal. Você tem contrair casamento sonegando informação sobre impedimento a definição de impedimento que está fora do CP hoje se entende que ela se incorpora ao tipo incriminador. Se isso acontece, a alteração no complemento pode gerar efeitos dentro da lei penal e aí isso vai ter importância na questão de sucessão de leis no tempo, e aí vem a questão do art. 3º. Toda vez que você tiver uma lei penal em sentido amplo, a alteração da matéria proibitiva por outra lei de mesma instância legislativa acontecendo de forma que algum aspecto da matéria proibitiva for retirado ou acrescentado, isso produz efeito de sucessão de lei penal. Se você tirar um determinado impedimento do código civil, no caso de o indivíduo estar respondendo pelo art. 237, isso pode gerar abolitio criminis? A resposta é óbvia: claro. Se você tirar a matéria proibitiva, isso vai ter efeito de abolitio criminis, equivale ao processo de abolio criminis. Se ele estiver sendo processado, o processo tem que ser imediatamente trancado, se ele estiver cumprindo pena, tem que ser colocado em liberdade. Quando se trata de norma penal em branco em sentido amplo, a alteração do complemento vai gerar efeito penal imediatamente. Imaginemos: o individuo está sendo processado porque estava traficando lança-perfume. Aí vem a portaria do DMED e retira o cloreto de etila, que é o princípio ativo que é proibido. Na época, a portaria que definia a situação previa o cloreto de etila, uma portaria posterior retira o cloreto de etila. Situação B: um indivíduo está sendo processado porque vendeu o pão francês a R$ 1,10 quando o tabelamento estabelecia um máximo de R$ 1,00. Durante o processo a SUNAB editou outra portaria dizendo que preço passava a ser R$ 1,50, aí ele vai e argumenta que houve uma descriminalização. No caso de entorpecente, ele fala a mesma coisa, ele pede que seja aplicada a regra no art. 2º, par. único, que diz que a lei que descriminaliza tem efeitos imediatos. A gente viu que para a norma penal em sentido amplo isso é pacífico, mas e para a norma em sentido estrito, quando a complementação é feita por instância inferior? Aí surge a duvida, porque não há regra quanto a isso. O entendimento sobre isso é baseado na jurisprudência, que diz que se a complementa-

4 ção da matéria proibitiva tiver um sentido definitivo e não meramente transitório, a retirada desse componente vai gerar abolitio criminis. Se a complementação tiver caráter excepcional ou temporário, portanto, for flutuante, você vai aplicar o art. 3º. Em qual dessas situações incidiria o art. 3º, e, portanto, a complementação teria ultra-atividade? Na situação do pão. No primeiro caso, há um sentido mais definitivo, não existe não, hoje maconha não é não, liguei o rádio e tava ouvindo bob marley. O que é entorpecente é o que as autoridades consideram que causam danos irreversíveis ao sistema nervoso, não pode ser algo não, nem todo dia maconha faz mal, depende do dia, se o dia tá ensolarado, pá, praia, tá certo. Agora, o tabelamento de preços varia de acordo com critérios da economia, isso é variado dia a dia. Para a primeira situação, a alteração do complemento vai gerar abolitio criminis, mas, para chegar a essa conclusão, você tem que entender que a complementação faz parte da norma penal. Houve uma situação em que o departamento, perto do carnaval, editou uma portaria retirando o cloreto de etila e aí, alguns dias depois, editou outra incluindo de novo. Durante esses dois dias houve abolitio criminis? Alcançou fatos passados? Claro, você tirou os entorpecentes. Se, durante esses dois dias, alguém foi preso, isso não era crime. Se alguém estava sendo processado, isso gerou efeito de abolitio criminis, mesmo tendo sido reeditada depois. Para a lei penal, basta um dia de retirada para fazer efeito em todo o passado. Acontece um monte de cara que foi solto, o TJ deu habeas corpus. No tabelamento de preços, isso não acontece. Hoje em dia, o art. 3º praticamente se destina a hipóteses de leis penais em branco em sentido estrito com complementação por instancia legislativa inferior à norma penal. Para a lei penal em branco em sentido estrito, a complementação pode ter caráter excepcional ou temporário. Se ela for complementada por uma norma de instância superior, com certeza não vai ter caráter temporário, você não vai poder usar o art. 3º. Complementando o assunto de leis penais no tempo, poderia haver combinação de leis penais? O fato foi praticado sob a égide da lei A, durante o processamento surge a lei B, que é mais benéfica que a lei A em alguns aspectos. Você poderia combinar as duas leis para aquele caso? Essa matéria é controvertida. O código penal militar diz que sim, o código penal comum não diz nada. A jurisprudência já disse que sim. A lei 6.368/76 tinha alguns dispositivos mais benéficos que a lei 5520 (?). Fatos que aconteceram sob a égide da lei antiga foram processados com combinação das duas leis durante o período de transição. Tem um caso mais ou menos recente que foi da alteração do art. 366 do CPP, que fala do réu revel, que suspende o curso da ação penal até que ele seja capturado e suspende-se também o lapso prescricional. Qual dos dois dispositivos é mais benéfico pro réu? O que suspende a ação ou a prescrição? O que suspende a prescrição é pior. Para fatos que aconteceram sob a égide da redação anterior, a jurisprudência aplicou a redação antiga, retirou desses casos a suspensão da prescrição. Se a lei processual tiver reflexo sobre o indivíduo quanto à restrição da liberdade, se torna lei penal, material. A regra de interpretação das leis processuais, civis ou penais, é que elas têm aplicação imedia-

5 ta. No processo penal, se ela piorar ou melhorar a situação do réu, ela pode ser interpretada de forma material, que foi o que aconteceu. A lei penal no espaço: regras de territorialidade e extraterritorialidade. A jurisdição penal é exercida pelos países e a regra é que cada pais aplique a lei penal para o crime cometido no seu território, é onde ele exerce sua soberania. Pode acontecer de determinados crimes afetarem mais de um país, e, por isso, todo código penal do mundo tem regras de territorialidade de extraterritorialidade. Aplica-se, para tal o art. 5º, combinado com o art. 6º, que é importante para os crimes que começam em um país e terminam em outro. aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. O que é o território nacional? É o espaço terrestre, contínuo ou descontínuo, incluindo o mar territorial e o espaço aéreo sobre o território nacional. Existe também um conceito jurídico de território, por exemplo, os navios e aviões de natureza pública. Embaixada não é bem território, hoje em dia não se considera a embaixada como área territorial, mas é conferida uma imunidade que decorre da imunidade do diplomata e dos funcionários. A área territorial do Brasil, mas a nossa jurisdição não se estende por conta da Convenção de Viena, que confere a esses agentes imunidade de jurisdição onde eles estejam, e isso serve para facilitar o trabalho do Embaixador, para que ele tenha o mínimo de pressão possível, por isso que a lei fala sem prejuízo das regras que excepcionam a jurisdição. Isso tem no mundo inteiro. Existe também o conceito jurídico de território, que é o 1º, para efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou à serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. Onde estiver um barco ou aeronave de natureza pública, o crime lá cometido vai interessar somente à jurisdição brasileira. Se o Brasil fretar um avião da Tam para levar o Lula, isso se encaixa na hipótese também. Imaginemos que um navio esta nas águas territoriais de outro país e acontece um crime lá dentro. Nesse caso, vai ser aplicada a lei penal do país. Poderá ser aplicada a lei penal brasileira em alguns casos, em que o crime poderá interessar às duas jurisdições. O navio saiu do Brasil, um navio brasileiro, e o crime tanto faz que seja cometido nas águas territoriais até 12 milhas ou em altomar. Em qualquer das circunstâncias, se é um navio particular, aplica-se a lei brasileira. Se o crime é cometido no mar territorial de outro país, em princípio a regra é a da jurisdição do país, mas pode ser aplicada a lei brasileira, nos casos do 2º. Vem um avião da Air France, um belga mata um cara da Bulgária quando o avião tava num aeroporto brasileiro. De quem é a competência? Com toda a certeza do Brasil, mas poderá também ser da França ou da Bulgária, mas isso é problema deles. Essa regras são regras de direito nacional, do chamado direito penal internacional, mas são regras nacionais. Eu não vou forçar a França ou a Bulgária a aceitarem jurisdição, eu só estou dizendo que nos temos jurisdição sobre o caso. Lugar do crime: art. 6º considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Qualquer parcela do comportamento ou de

6 resultado, inclusive parcial, define o local. Crime que tenham prolongamento para fora do território brasileiro, nesse caso, o art. 6º considera que foi cometido aqui. Esse dispositivo é importante em crimes executados em jurisdição de mais de um país, que hoje em dia são cada vez mais comuns. Hoje em dia o cara inicia no computador num país qualquer um processo de falsificação de cartão de credito envolvendo um individuo na Suíça, que vai pro comerciante na Noruega e, no fim das contas, essa galera, envolvendo vários países, dá um prejuízo de 1 bilhão de dólares só dando um enter. Essas situações são mais complicadas, porque a execução do crime é imediata mas passa por vários países ao mesmo tempo, envolvendo indivíduos de varias nacionalidades. Para isso existe o art. 6º. Num caso como esse, embora o crime não chegue a se consumar, a regra do art. 6º se aplica. Imaginemos que a execução começa na Argentina e parte da execução acontece no Brasil, mesmo que a consumação não aconteça aqui. Para a nossa legislação, qualquer parcela de excussão ou resultado bastam para justificar a competência brasileira. Pode ser que a Argentina também seja competente, dentro da legislação deles, mas isso é problema deles, eles vão ter que pedir extradição depois. Uma norma penal de um país não exclui a norma penal de outro, mas há regras. No art. 7º, nos vamos ter situações de extraterritorialidade, fora do território jurídico. Um crime cometido num navio particular brasileiro em alto-mar não é caso de extraterritorialidade, porque o navio é considerado território jurídico. Quando o código fala de território do crime, a teoria utilizada é a da ubiqüidade, ao contrário do tempo do crime, que adota a teoria da atividade. Os casos de extraterritorialidade são todos os crimes que acontecem integralmente - execução e consumação - fora do território jurídico brasileiro. Art. 7º: ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro. O código vai tipificar situações em que pode haver aplicação da lei penal brasileira para um crime cometido na Alemanha, por exemplo. Existem duas classes de possibilidade de aplicação da lei penal para crimes cometidos no estrangeiro: 1. A lei penal pode condicionar essa aplicação ou 2. Pode não condicionar nada: o crime, independentemente de qualquer circunstância, por gerar uma repercussão muito grande, enseja aplicação da lei penal brasileira. Isso não quer dizer que nós temos interesse em processar o rime, e isso não exclui que o país onde ocorreu o crime tenha interesse também. Se eles não tiverem interesse, eles vão extraditar o indivíduo, se tiverem interesse, vão processar o cara lá e depois mandar pra gente se for pedida extradição. Esses casos de que eu to falando são casos de interesse total da jurisdição brasileira, que não estão sujeitos a nenhuma condição para aplicação da lei penal. Hipóteses: crimes contra a vida ou liberdade do presidente, crimes contra a fé publica de pessoas jurídicas de direito publico, contra a administração publica, crimes de genocídio quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. Crimes contra a vida. Isso não pode ser interpretado de forma ampla. No código, o art. 121 está dentro do capitulo dos crimes contra a pessoa, mas o art. 157, 3º, que trata do latrocínio, esta dentro dos crimes contra o patrimônio. Se o Lula estiver fora do país e alguém cometer um latrocínio contra ele, o crime não será de extraterritorialidade incondicionada, porque o latrocínio é um crime contra o patrimônio. Até existe, nele, uma ofensa ao bem jurídico vida, mas foi opção do legislador classificá-lo assim. A redação do código é restritiva e não alcança todas as hipóteses em que a vida é posta em risco. Para você

7 ampliar para todas as situações, o art. 7º deveria dizer crimes que atentem contra a vida. Quanto aos crimes contra a liberdade, isso pode ser interpretado de forma genérica ou é obrigatória também uma interpretação restritiva? No art. 159, extorsão mediante seqüestro, houve crime contra a liberdade? De fato, nesse delito há um atentado contra a liberdade, mas ele está no capítulo que trata dos crimes patrimoniais. Dentro dos critérios de interpretação do direito penal não há espaço para interpretação analógica. A interpretação, no direito penal, para incriminar, tem que ser a mais restrita possível, senão haverá ofensa, ainda que indireta, ao princípio da reserva legal. Há hipóteses de ampliação da interpretação da norma penal, mas quando ela expressamente autoriza isso. O conceito de patrimônio não pode ser ampliado para incluir algo que não contém tipificação dentro do capítulo próprio. A letra b remete aos crimes que estão no capítulo próprio, interpretação restritiva. Fé pública. Art. 289, dos crimes contra a fé pública. São somente esses crimes que autorizam uma extraterritorialidade incondicionada. Qualquer outro terá que ser definido como crime contra a fé pública, a interpretação é restritiva. Existe um caso de uns brasileiros que, na Alemanha, faziam parte de uma quadrilha que falsificava Real. Esse crime interessou à Alemanha na hora, porque eles têm uma definição típica semelhante à nossa. Prenderam todo mundo, brasileiros e alemães. Isso também interessou ao Brasil, e não foi necessária nenhuma condição. Crimes contra a administração pública. De cara, só podem ser considerados assim os que estão no capítulo correspondente. Veja o art. 150, 2º, violação de domicílio. É uma hipótese de aumento de pena se o crime é praticado por funcionário publico, mas o crime não é crime funcional em sentido estrito (apesar de, sem sentido amplo, ser), então o crime não pode autorizar a extraterritorialidade incondicionada. Crimes de genocídio quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. Lei (?), alterada pela adoção do Tratado de Roma, que vai ampliar o conceito. Esse crime foi criado depois da II Guerra Mundial e tem um conceito específico. Pouco importa onde o crime for praticado, e esse é um caso de jurisdição universal, porque se trata de crime de direitos humanos, e qualquer país pode processá-lo, onde quer que ele esteja. As regras de que estamos tratando são de direito nacional. Os crimes internacionais, crimes de guerra sujeitos à jurisdição do TPI, são crimes de direito internacional penal, porque são crimes que, de cara, atentam contra a ordem jurídica do mundo inteiro. A gente tá tratando aqui, falando do nosso código, de crimes que atentam contra a ordem jurídica de mais de um país. Pode haver hipóteses em que as regras coincidam, e o caso do genocídio é uma delas. Esses casos do inciso I são os de extraterritorialidade incondicionada e os do inciso II são os de extraterritorialidade condicionada, os crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir (ex. Tráfico de entorpecentes). No caso do colombiano, ele matinha a sede de operações dele aqui, mas executada tudo lá fora, mas é um crime que, por Tratado, o Brasil é obrigado a

8 processar. Eu não tenho certeza se ele praticava tráfico aqui, mas, se sim, ele praticava tráfico sob a lei brasileira, americana e colombiana, e o que pode acontecer, é que, tendo ele cometido o crime em território nacional, pode ser que a justiça brasileira queira se ver livre do cara logo, aí você expulsa, porque a expulsão não esta sujeita a você ter que processar o cara. Eu acho que ele traficava também porque ele tinha um negócio de frutas e provavelmente usava isso pra traficar. Quando ele entregava droga na Europa, cometia o crime lá também, nos EUA e na Colômbia. Todo mundo, então, se interessa pela repressão dele, até porque são casos de crime cometido em território de mais de um país, não vai ser extraterritorialidade, ele vai praticar o crime aqui e lá. Imaginemos que ele estivesse sediado aqui e não tivesse cometido crime nenhum aqui e a interpol manda uma mensagem olha, tem um traficante terrível aí. Isso interessa à lei penal brasileira por conta de tratado internacional. Crimes praticados por brasileiros: um brasileiro comete um furto na França. Isso interessa à lei penal brasileira porque ninguém quer que brasileiro saia fazendo besteira por aí. * * *

9 Aula 07 Lei , porte ilegal de arma, de 22/12/2003, art. 14 porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. Esse é um exemplo de norma penal em branco, que precisa de regulamentação. Art. 23 prevê que vários conceitos (armas de fogo e demais produtos controlados) utilizados na lei serão disciplinados pelo Presidente por sugestão do Comando do Exército. Essa lei é uma norma em branco em sentido estrito, porque a complementaçao é feita por instância inferior. A definição da conduta tá toda na lei penal, só a materia proibitiva é complementada. O exército tem um regulamento chamado (?) que disciplina todas as armas e é a partir dele que você vai saber o que é porte ilegal. Nesse caso pode haver, apesar de não ser comum, alteração do regulamento, e isso pode gerar efeito de sucessão de leis no tempo. Nunca houve uma situação dessa, porque o exército normalmente faz essas alterações de forma muito criteriosa (não acontece de um dia uma norma ser permitida e no outro dia não ser mais). Quem vai dizer se o complemento tem caráter temporário e a jurisprudência. Extraterritoralidade Inc II: os casos do inciso II são casos de extraterritorialidade condicionada. 1º do art. 7º: nos casos do inc. I o cidadão é processado pela lei brasileira mesmo que o indivíduo tenha sido punido no exterior. Se o cara já cumpriu pena no estrangeiro, aplica-se a regra do art. 8º, é um caso de detração penal, você vai abater a pena que já foi cumprida. Isso também vale pros casos de extraterritorialidade condicionada. A aplicação da lei brasileira depende do concurso das condições previstas. O agente entrar no territorio nacional : esse território deve ser considerado como o território jurídico em sentido amplo e esse ingresso pode ser feito de qualquer forma. Ser o fato punível também no país em que foi praticado, estar o crime punido dentre os quais a lei brasileira autoriza extradição : se excetua a extradição somente nos casos de crimes políticos ou crime de opinião, bem como outras situações, como se o tribunal for considerado de exceção. Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter cumprido a pena. Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. Casos de extinção de punibilidade no direito penal brasileiro estão previstos no art. 107, são as hipóteses em que se extingue o direito de punir. Todo código penal estabelece essas causas de extinção de punibilidade. Uma coisa importante, que se relaciona a esse tema, principalmente quanto à territorialidade, é que existem situações, como descritas no art 5º, em que um tratado ou convenção pode exepcionar a aplicação da lei nacional. Um exemplo é a Lei 6.815/80, sobre imunidade de agentes diplomáticos, isso é convenção internacional. A imunidade conferida ao agente diplomatico, funcionários e familiares limita a área da embaixada, mas a embaixada não é propriamente território do país. Dentro do nosso direito interno, existe outra imunidade de aplicação da lei penal, no sentido de que o fato não se configura crime. Se um diplomata comete um crime, isso não vai ser considerado crime na lei penal brasileira, a não ser que o país de origem dele abra mão da jurisdição sobre o

10 caso. Outras hipóteses são de imunidades internas, por exemplo, no caso de deputados e senadores. Os chamados crimes de opinião, crimes ligados à expressão de opinião do parlamentar, crimes contra a honra, crimes de imprensa, esses delitos não alcançam o parlamentar quando ele se expressa no exercício de sua ativiadde parlamentar. É um fato atípico, não existe crime de imprensa em função das expressões de que ele se utilizar na atividade parlamentar, e não necessariamente dento do congresso, mas pode ser numa entrevista, ou exercendo cargo de ministro. No 3º, vocês já têm outro caso de extraterritorialidade condicionada. A lei brasileira se aplica também a extrangeiro que pratica crime contra brasileiro fora do Brasil. Nesse caso, existe um acréscimo de condição: você vai aplicar todas as condições do 2º em combinação com o 3º. É a aplicação do princípio real ou de proteção que normalmente é aplicado para os casos de extraterritorialidade incondicionada. No art. 8º está a descrição da detração. Digamos que a pena seja diferente, que a pena no estrangeiro seja só a pena pecuniária. Como o juiz, dentro do processamento no Brasil, já preenchidas essas condições para que a pessoa seja punida aqui, como ele fará a adequação da pena que já foi cumprida? Não há regra para isso, o juiz vai ter que fazer uma adaptação no caso concreto. A extradição geralmente não é concedida se o autor é nacional do país requerido, porque normalmente há essa regra da não-extradição de nacionais. Um exemplo é o caso do Cacciola, que, depois de cometer a fraude, foi para a Itália. O problema foi que ele deu o mole de ir passear em Mônaco e acabou preso. O 3º é utilizado quando se verifica que está acontecendo impunidade. A hipótese da letra a só se aplica quando o cara comete o crime e continua lá fora. Já houve situações em que isso aconteceu, por isso eles criaram essa regra. Se o indivíduo entra no território nacional, a regra da letra a vai pro espaço, porque ela não fará mais sentido. Digamos que um brasileiro é assassinado na Inglaterra por um alemão. A Inglaterra provavelmente vai processá-lo, mas, para que o Brasil aplique a lei brasileira, terá que pedir a extradição, porque esse é um caso de extraterritorialidade condicionada. É provável que também a Alemanha se interesse, porque é provável que a Alemanha tenha uma regra parecida com a nossa, de ter interesse nos crimes praticados por alemão. Os países podem criar as regras que quiserem. Só no direito internacional penal é que existem regras específicas, nos chamados crimes de guerra, crime de genocídio, como a regra que estabelece a jurisdição preferencial do TPI. No mais, isso é direito interno. Exemplo da situação do Pinochet. Ele era um ditador, que matou várias pessoas e cometeu o seguinte vacilo: matou espanhóis, a Espanha ficou de olho nele e resolveu processá-lo. Enquanto ele era Chefe de Estado, ele tinha imunidade diplomática. Um dia ele deixou de ser Presidente, perdeu a imunidade e foi para a Inglaterra fazer um tratamento de sáude, aí chegou o mandado lá. Esse caso nada tem de excepcional, ele contistiu basicamente na aplicação dessas regras simples, num caso de direito penal internacional.

11 No caso de genocídio, que também é previsto como crime internacional, há uma coincidência de regras, porque ele também está previsto no direito internacional penal. Um exemplo é o Tribunal para a ex-iugoslávia. Com a separação da Iuguslávia, algumas autoridades saíram do país, foram participar de uma reunião em outro país, e aí prenderam o cara, um General, por conta da prática de um crime de guerra, um crime contra a humanidade. Digamos que um alemão, na Inglaterra, mate um brasileiro. Se essas regras aqui existirem nos 3 países, ele vai ter atingido 3 ordens jurídicas. O Pinochet matou espanhóis, e afetou a ordem jurídica do Chile e da Espanha. Se você cometer um crime de guerra, um genocídio, isso passa a afetar toda a ordem jurídica do mundo inteiro, é um crime contra todas as ordens jurídicas, aí é diferente. No caso do TPI, o que vai acontecer é que o tribunal é internacional, o crime é internacional, mas a jurisdição dele vai estar sujeita apenas aos países que aderiram ao Estatuto de Roma. Decreto 4.388/2002, art. 12. O Estatuto do TPI é um tratado internacional, ele estabelece no art. 1º que a competência do tribunal restringir-se-á aos crimes mais graves que afetam a comunidade internacional no seu conjunto, olha a diferença para as regras do direito penal internacional. Os crimes previstos ali são os de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra. Além desse tratado, existe outro tratado chamado (?), onde estão detalhados cada comportamento desse, seguindo o modelo de tipificação continental. Os crimes chamados crimes de guerra estão sujeitos à jurisdição universal porque afetam toda a comunidade internacional. No caso do TPI, há uma exceção à jurisdição universal, porque os caras inventaram um tribunal permanente fora da ONU como se fosse um clube de países, de ordem jurídica. As condições estão no art. 12, que estabelece as condições prévias para o exercício da jurisdição. Para que haja jurisdição é necessário que seja signatário ou o Estado em cujo território tenha tido lugar a conduta em causa ou Estado de que seja nacional a pessoa a quem é imputado o crime. Os americanos nunca vão assinar isso.. Nesses casos, não cabe extradição, é caso de entrega, porque você não vai estar transferindo uma pessoa de uma jurisdição para outra, é um processo muito mais simples. Se todo mundo vai aderindo ao tribunal, o mundo vai ficando pequeno para o cara que viola essas regras. Durante a guerra do Iraque, a Inglaterra aderiu ao Tribunal, mas os EUA não, então as tropas inglesas ficaram muito mais atentas. Essa normas estão condensando regras de direito internacional humantário, que estavam espalhadas em varias convenções internacionais. Dá para ver bem a diferença, esses são crimes internacionais. Os crimes do art. 7º são crimes que afetam ordens jurídicas nacionais. Eventualmente pode existir um ou outro caso de coincidência, nos casos de genocídio e de crimes que por convenção ou tratado o Brasil se obrigou a reprimir, que são casos também de jurisdição universal. Eventualmente o direito penal internacional coincide com o direito internacional penal, mas isso não é o normal. A jurisdição do TPI é complementar, ela só funciona se a nossa lei não atuar, ou, se atuar, o caso for uma farsa.

12 O Estatuto de Roma ainda não é lei penal no Brasil, ele significa que estão dizendo olha, Brasil, você faz parte desse organismo, portanto esses comportamentos nós consideramos como crimes internacionais, e vocês? a gente também tem que considerar como tal. Se acontecer um genocídio aqui dentro, ele não vai afetar só a jurisdição nacional, mas a de todos os países que aderiram. Se um brasileiro praticar genocídio aqui e for pra Argentina, não tem extradição, tem entrega: a Argentina entrega ele para o tribunal. Não havendo julgamento aqui, nós teriámos que entregar o cidadão brasileiro e é aí que surge o conflito, o Supremo não se manifestou ainda quanto a isso, quanto à constiucionalidade dessa entrega. Os caras que foram julgados pelos tribunais da Iugoslávia e Ruanda não foram extraditados, foram entregues pelos próprios Estados, porque não estavam sendo conduzidos à jurisdição de outro país, mas à jurisdição internacional. Prisão perpétua é outra incompatibilidade, porque nós vimos que nós temos uma regra que veda a prisão perpétua, mas o TPI admite. Quando vocês forem estudar DIP, vocês terão a oportunidade de ver isso aqui melhor, mas vocês já sabem a diferença entre as duas coisas. Art. 9º: eficácia de sentença estrangeira. São os unicos casos de homologação, apesar de hoje se defender a ampliação disso. Para outros casos, a sentença penal é vista como um fato jurídico. Para que se possa fazer o que está previsto nos incisos, é preciso que haja homologação. A homologação depende de pedido dos interessados, e isso é óbvio, porque o tribunal não pode agir de ofício. Quem homologa e concede exequatur é o Superior Tribunal de Justiça (atenção: o professor erra dizendo que quem faz isso é o Supremo. A alteração foi introduzida pela EC 45/2004). Para o que a sentença penal estrangeira é simples fato jurídico? Art. 63, quando trata da reincidência, fala sobre condenação ocorrida no estrangeiro. Para esse caso, basta uma certidão que ateste que ele foi condenado em outro país, não há necessidade de homologação. Contagem de prazos: dentro do direito processual, penal e civil, a regra é totalmente inversa da regra do código penal. O prazo processual é contado excluindo o dia do começo e incluindo o dia do fim. No código penal existem vários prazos, para decadência, cumprimento de pena, renúncia. Esses prazos são contados de maneira diferente. Art. 10: o primeiro dia é incluído no cômputo e, quanto a meses e anos, pouco importa se o mês tem 30, 31 ou 28 dias, eles serão contados pelo calendário comum. O mês não vai ser contado exatamente pelo número de dias, você vai contar a partir do dia do início e retirando o dia correspondente do mês seguinte. Um prazo de 6 meses de condenação que começa em 15 de março termina dia 14 de agosto. Essa questão de contagem de prazo é importante para o cálculo de prescrição penal. Vamos supor que começou dia 14 de março de Até quando vai o lapso prescricional de 2 anos? 13 de março de No dia 14 de março de 2010 já tá prescrito. Se ele tiver que cumprir uma pena de 2 anos, o cálculo é o mesmo. O prazo conta de 0 a 24 horas, incluindo o dia do início, e isso vale para tudo em direito penal: tempo de condenação, decadência, prescrição, tudo. Você associa esse art. 10 ao art. 11: desprezam-se, nas penas privativas de

13 liberdade e restritivas de direitos, as frações de dia e, nas penas de multa, as frações de cruzeiro. O cara vai começar o cumprimento da pena dia 14 de março, não importa a hora, aquilo é computado como um dia inteiro, você despreza a fração. Se é pena pecuniária, você despreza a fração de Cruzeiro - no caso, Real, por conta da interpretação progressiva - que são os centavos. Legislação especial. As regras gerais deste código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial se ela não dispuser de modo diverso. As regras básicas da legislação penal brasileira estão condensadas no código penal. Se você quer saber regras gerais, inclusive de aplicaçao de pena, você vai recorrer à pare geral do código. As leis penais especiais também recorrem à parte geral do código a não ser que a lei especial tenha dispositivo próprio de parte geral. Ex.: a lei de contravenções penais tem um dispositivo que diz que não se pune a tentativa. A configuração da contravenção coincide com a consumação. Se você pegar o código penal militar, ele terá todo o tratamento específico de uma parte geral, tudo de maneira específica, e ele prevalecerá sobre o código penal comum. A lei de crimes ambientais tem disposiçoes específicas quanto à pena, por exemplo, quanto a pessoas jurídicas, e ela prevalece sobre o código. Eventualmente pode a lei penal especial conter dispositivos de parte geral, e, nesse caso, ela prevalecerá. Existem várias classificações com relação à interpretação. Eu até cheguei a adiantar alguns casos pra vocês. A classificaçao de todas as regras de interpretação é dividida em 3, o resto tem interesse mais doutrinário. Na aplicação da lei penal são utilizadas essas 3 formas: na interpretação quanto ao sujeito, a doutrina classifica entre: 1.Autêntica. É feita pelo próprio texto de lei. É um caso em que o direito penal é constitutivo, quando ele pré-define o alcance de determinado instituto em determinada situação. Ex: art. 327, que define funcionário público, ou, por exemplo, o art. 150, 4º do CP, que trata de violação de domicílio, a expressão casa define. 2.Judicial: é a jurisprudência, a interpretação dada pelos tribunais. Não tem força vinculante a não ser hoje nos casos de súmula vinculante. 3.Doutrinária: é o que nós fazemos, com o estudo do direito penal científico. Não tem força vinculante alguma. Quanto ao meio: 1.Gramatical: você tentando entender o sentido do texto normativo. Esse tipo de interpretação é importantíssimo quando se trata de incriminar. Nós vimos aula passada que esse tipo de interpretação coincide, quanto aos resultados, com a interpretação restritiva 2.Lógica 3.Teleológica Quanto aos resultados: 1.Declarativa 2.Restrititva 3.Extensiva

14 4.Progressiva Quando estamos incriminando, utilizamos a interpretação gramatical, quanto ao meio, e, com relação ao resultado, restritiva. Uma interpretação que tem como objetivo observar se um fato é adequado a uma norma penal incriminadora, tem que ser, quanto ao resultado, o mais restritiva possível, e o meio para fazer isso normalmente vai ser o gramatical. Eu não posso expandir a norma incrimnadora, senão eu vou violar o princípio da legalidade, porque senão você vai estar fatalmente caindo na integração analógica. Se eu pegar os casos dos crimes contra a vida do presidente, se eu incluir neles o latrocínio, eu estaria expandindo o alcance da norma incriminadora. Só há exceções quanto a essa regra quando a própria norma incriminadora as prevê. Interpretação lógica, interpretação teleológica. É a que afasta o alcance absurdo da norma para fato que ela não compreender. Interpretação teleológica objetiva os fins que aquela norma alcança. Se eu tenho um crime de furto que é subtrair coisa alheia móvel, se determinado bem não tem valor patrimonial, mas houve uma subtração de algo que pertencia a outra pessoa, do ponto de vista da interpretação teleológica, aquele comportamento não pode ser considerado criminoso, porque se o crime de furto é um crime contra o patrimônio, a tutela dele volta-se para crimes de cunho patromonial, algo que não tenha valor patrimonial não está abrangido por esse crime. Interpretação declarativa coincide com a restritiva, você simplesmente estabelece o alcance da norma. Quanto se trata de incriminar, a interpretação tem que ser a mais fechada possível, tem que ser restritiva. Um exemplo é o art. 135, omissão de socorro. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e eminente perigo, ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública. Quem são as pessoas amparadas por essa norma? Criança abandonada ou extraviada e pessoa inválida ou ferida. ao desamparo ou em grave e eminente perigo também? Seria mais uma categoria de pessoas amparada por essa norma? Se você utilizar os critérios de interpretação gramatical e restritiva, de jeito nenhum. Na verdade, seria interessante que eles redigissem isso aqui melhor e colocassem pessoas ao desamparo e em grave ou eminente perigo. Por quê? Às vezes o cara capota, fica pendurado no ar, e você fala não, no código penal, não tô vendo nada de ferimento aí, se vira, mas não é assim. Se você interpretar como uma categoria independente, você vai estar restringindo ou ampliando o alcance da norma? Ampliando, e, para incriminar, eu não posso me utilizar desse tipo de interpretação, vai ser um processo de preenchimento de uma lacuna. Quando se trata de incriminação, a interpretação tem que ser literal, gramatical e restritiva. Se uma norma, de cara, já é extremamente ampla, ela já é inconstitucional, porque ela não tem conduta, tudo cabe nela. Ela fere o princípio da legalidade no aspecto da taxatividade. Interpretação extensiva. Ela expande o alcance da norma. Só é possível para incriminar nos casos que a lei permitir. Os casos de interpretação - não de integração - analógica, são casos de interpretação extensiva. Exemplo: art. 171 obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, induzindo ou mantendo

15 alguém em erro mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento. Quando ele trata de estelionato ele vai colocar aqui todas as hipóteses de malandragem? Não cabe, ainda mais num país como o nosso. Nesse caso, ele vai e cria uma fórmula de tal maneira que o intérprete vai conseguir colocar nessa fórmula todas as hipóteses e meios. Silêncio é artifício? Pode ser, mas não é artifício. Artifício normalmente é um aparato. Ardil é contar uma história. O silêncio entra na fórmula genérica. Esses casos são sempre finalizados por uma formulação genérica, que guarda relação com a seqüência casuística que a precede. O oposto disso é a Lei 7.170/83, a Lei de Segurança Nacional. Art. 15: praticar sabotagem contra instalações militares, meios de comunicação, meios e vias de transporte, estaleiros, portos, aeroportos, fábricas, usinas, barragens, depósitos, e outras instalações congêneres. outras instalações congêneres é uma fórmula genérica, onde o intérprete está autorizado a encaixar outras instalações que não sejam essas que estão aí. É um caso de interpretação extensiva analógica. Eu pergunto: o que pode ser instalação congênere aí? Tudo, até curral. O que tem a ver fábrica com depósito? Vias de transporte com porto? Não tem nada a ver um troço com o outro, a formulação genérica está precedida de uma seqüência de situações totalmente diferentes uma da outra, isso vai gerar um preenchimento da fórmula genérica através de integração analógica, e isso é inconstitucional. A interpretação extensiva está no limite da constitucionalidade. Para que não haja inconstitucionalidade, é necessário que haja relação entre a formulação genérica e a seqüência casuística. Se essa seqüência prevê situações muito diferentes uma da outra, vai valer tudo. Eu posso estender o alcance da norma para retirar do sistema, isso seria o caso de interpretação extensiva. Exemplo: art. 181, inc. I: é isento de pena. cônjuge, na constância da sociedade conjugal. Isso se chama escusa absolutória. Eu pessoalmente não intepreto assim, mas, em tese, seria possível ampliar o alcance para pegar situações de união estável? Sim, você estaria ampliando o alcance da norma não incriminadora. Outro exemplo de interpretação extensiva é o art. 121, inc. III. Se você quiser matar alguém com inundação, existe perigo comum, e isso guarda relação com fogo ou explosivo e estaria abrangido pela norma genérica. Pode haver, além da interpretação analógica, pode haver interpretação extensiva nos casos de interpretação progressiva, em que você também expande o alcance da norma. Frações não computáveis (na regra de cálculo da pena pecuniária), hoje não existe mais Cruzeiro, a moeda é o Real, então a interpretação deve acompanhar a evolução da norma na medida em que isso é possível. Quando você tem, nos crimes de violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica, art. 151, 1º, essa norma foi feita em 1941, ela abrange a telefonia celular? Claro, é uma forma de comunicação telefônica. Se você pegar os crimes de perigo comum, p. ex., art. 260, desastre ferroviário, impedir ou perturbar serviços de estrada de ferro, você pode incluir o metrô aí? Pode, a interpretação progressiva, nesse caso, é possível, porque o alcance semântico da expressão pode alcançar o metrô, a mesma

16 coisa com o telefone celular. Em outras situações isso não é possível. Exemplo: art. 326, consta aí prejudicado pelo art. 94 da Lei Está escrito devassar o sigilo de proposta de concorrência pública ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo, qual a situação de violação aí? Esta se referindo a concorrência pública. Em 1941, você tinha o código de concorrência pública, e a única forma de procedimento licitatório era a concorrência. Hoje você tem concorrência, tomada de preço, um monte de coisa. Houve essas alterações e, de repente, alguém fraudou uma tomada de preços. Teria cometido o crime do art. 326 considerando a interpretação progressiva? Não. O alcance semântico aí não chega até a tomada de preços. Tomada de preços é tomada de preços e concorrência até hoje é concorrência. Ah, mas houve mudança na lei que rege o procedimento licitatório. Não interessa, tiveram que fazer outra lei, porque, se você colocasse um instrumento interpretativo alcançando uma tomada de preços, uma carta-convite, você estaria integrando analogicamente, ofendendo o princípio da legalidade. As interpretações extensiva e progressiva cabem onde não esbarrarem na gramatical e na restritiva, que são a regra para a incriminação. Essa norma aí não foi expressamente revogada, você tem que chegar lá pela interpretação. No direito penal há problemas gravíssimos de sucessão de leis no tempo onde o povo não sabe se houve revogação ou não. Por exemplo, lei de armas de fogo e contravenção penal, porque o porte ilegal de arma de fogo era contravenção penal. Crimes ambientais, eram todos eles contravenções e transformaram em crime, aí não se sabe até onde a Lei revogou ou não, existem vários problemas desse tipo, de sucessão de leis no tempo sem revogação expressa. O fato é o seguinte, por exemplo, porte ilegal de arma, o indivíduo tava sendo processado pela contravenção de porte ilegal poderia ser processado pela lei que transformou a contravenção em crime? Poderia o promotor adaptar a acusação dele? De jeito nenhum. Nesse caso, a lei penal anterior mais benéfica vai ter ultratividade. Quanto aos elemtos de interpretação você tem a interpretação sistemática, que é o método mais importante de interpretação, porque é justamente o método que distingue um jurista do não jurista. Ele consegue ver a norma dentro do conjunto, e, fazendo isso, ele consegue observar o alcance daquela norma. Exemplo: se você pegar o art. 317, corrupção passiva, ele diz Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. Vamos comparar com o art. 159, extorsão mediante sequestro: Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. A expressão qualquer vantagem aqui tem o mesmo sentido de vantagem no art. 317? Se o art. 159 é o crime contra o patrimônio, a vantagem tem que ter natureza patrimonial ou econômico. Já no art. 317, que é um crime contra a administração pública, em que o indivíduo vai violar o dever funcional dele, qualquer vantagem serve, ela tem um sentido muito mais amplo que a outra. Para chegar a essa conclusão, você interpreta sistematicamente. A interpretação sistemática vai determinar o alcance da norma, e ela tem que ser adicionada à interpretação restritiva quando se trata de incriminar. * * *

17 Aula 08 Art. 301, certidão ou atestado ideologicamente falso. atestar ou certificar, falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem. Essa norma é totalmente fechada, ou há alguma fórmula aí dentro que permita uma abertura para o intérprete fazer a adequação típica? Existe, na expressão ou qualquer outra vantagem. O legislador tá determinando ao intérprete que ele tem uma maior possibilidade de enquadramento de fatos que não estão descritos aqui mas que têm que guardar relação com essa seqüência casuística. Não é possível você estabelecer todas as hipóteses de certidão ideologicamente falsa que vá atentar ao interesse público, então ele deixa uma margem de interpretação. Esse é um caso de interpretação analógica. Qualquer outra situação que o juiz enquadrar nessa norma genérica, guardando ela relação com essa seqüência casuística, será um caso de interpretação analógica, e não de integração analógica. Da maneira como tá redigido esse dispositivo, ele permite que você interprete dessa maneira? Compare com aquele outro artigo da lei de segurança nacional, aquele dispositivo te permitia restringir o alcance da norma ou permitia ao juiz botar tudo dentro do tipo penal? Onde fala instalações congêneres, porto, aeroporto, curral, oficina mecânica. Eu podia colocar tudo ali naquela norma genérica? De cara violava o princípio da legalidade. Aqui, se você definir o alcance da expressão ou qualquer outra vantagem, não vai violar o princípio da legalidade, até porque a gente sabe que, quando for pra incriminar, a interpretação tem que ser a mais restrita possível, mesmo sendo uma hipótese de interpretação analógica. Que tipo de vantagem é essa, portanto, embora não esteja escrito? De natureza pública. Se você colocar qualquer outra vantagem, você amplia demais o tipo penal. Dentro de um critério de interpretação sistemática, mesmo numa hipótese de interpretação analógica, é preciso restringir. Você utilizou, aí, tanto a interpretação analógica como a sistemática, para restringir o alcance do tipo penal. Outro caso é o do art. 148, dos crimes contra a liberdade individual, seqüestro ou cárcere privado. Inc. I se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 anos. Não existia a expressão companheiro. Você poderia, antes da lei /05, englobar a união estável dentro do conceito de cônjuge? Lógico que não. Se você fizesse isso, você estaria integrando por analogia. Você poderia fazer o contrário, numa hipótese de retirada do sistema, p.ex., art. 181, você poderia equiparar cônjuge ou companheiro, mas para retirar do sistema, não para incriminar, para impor uma causa de aumento de pena, uma qualificadora. Aí o legislador teve que reformar a legislação pra incluir companheiro. Se houver uma lei ordinária equiparando companheiro e cônjuge, isso não amplia automaticamente o alcance da lei penal, só se fosse pra retirar do sistema. P.ex.: a constituição equipara a filiação civil, natural, legítima ou ilegítima, mas no código penal não funciona assim. Aqui diz ascendente ou

18 descendente. Se você fizer uma interpretação sistemática, essas expressões estão se referindo a parentesco por consangüinidade na linha reta. Se você observar o próprio art. 181, ele te auxilia na interpretação, olha só o inc. II, ele disciplina as hipóteses de parentesco e está discernindo o parentesco legítimo do ilegítimo, civil e natural, com maior razão ainda, no momento da incriminação, você tem que fazer isso. O sentido de ascendente e descendente do art. 148, 1º, inc. I, só pode ser parentesco por consangüinidade. Se você estender isso, dentro da interpretação sistemática, você vai estar integrando analogicamente. Art. 226, crimes contra os costumes, a pena é aumentada na metade se o agente é ascendente e vem a alteração da Lei , que incluiu padrasto, madrasta, já houve alteração que ampliou o alcance da norma, mas ele teve que alterar. Pode acontecer o caso, por exemplo, de navegação de cabotagem, que era um caso de descaminho, em que a complementação da matéria proibitiva estava na constituição, aí tudo bem, o que alterar lá, altera aqui, que seria uma norma penal em branco em sentido estrito com instância superior, aí tudo bem. A adequação típica no direito penal é toda diferenciada. Outro caso interessante é o do art. 173, estelionato e outras fraudes, abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro O que é menor aí? O que a gente pode considerar como sendo o conceito de menor? Ele não diz, né. Qual seria a melhor hipótese? A presunção de violência de menor de 14 anos do art. 224, letra a, ou a maioridade penal geral que é de 18 anos? Que critério deve ser aplicado, o restritivo o ou de alcance da norma? Antes da reforma do código civil, alguns entendiam que seria só menor de 21 anos, outros entendiam que era menor de 18 anos e outros até falavam menor de 14 anos, mas menor de 14 anos escapa totalmente do objetivo da norma. Um menor de 14 anos está se referindo especificamente às hipóteses de crimes sexuais, uma tutela específica. Sistematicamente, não pode ser esse menor, você retira o alcance da norma, ela fica vazia. Sistematicamente a hipótese mais adequada é menor de 18 anos, que é a maioridade penal, art. 27. A interpretação sistemática é importantíssima. Através do conjunto de normas, você chega ao alcance da norma que você deseja. Como uma norma pode ser inconstitucional quanto à descrição? Ou ela incrimina algo positivo da constituição ou ela não faz referência alguma ao bem jurídico tutelado, uma das conseqüências do princípio da legalidade. Se a constituição estiver tratando de maneira positiva algum tema e a norma vai e incrimina, ela é de cara inconstitucional. Existem duas correntes que dizem o seguinte: uma fala que toda incriminação tem que partir da constituição e outra fala que a norma penal não pode contrariar um valor positivo da constituição. A segunda opção é a mais adequada, porque é impossível a constituição condensar todos os valores. A constituição dá definições diferentes

19 de funcionário, de domicílio, por exemplo, do que as que estão no código penal. O que a norma penal não pode fazer é tutelar de forma negativa algo que está de forma positiva na constituição. No direito penal, para incriminar, você tem que ser muito claro, ainda mais se você tem alguma hipótese de interpretação analógica. No caso do filho adotivo, a equiparação feita pela constituição é positiva com relação ao direito de família, mas não quanto ao direito penal. Essa interpretação até seria cabível, se você partir do pressuposto da constituição, que não difere mais, em tese seria cabível se não houvesse qualquer outra norma do código penal fazendo distinção. Se existe uma distinção na legislação penal que leva à restrição, acabou, para que a interpretação dessa norma seja constitucional, ela tem que se adequar à própria legislação penal que restringe. Não é porque lá tratou de ampliar que você tem que ampliar aqui, pelo contrário. Se não existisse o art. 181 dentro do código penal, se ele estivesse fora do código, em outra lei, ele não obrigaria a essa interpretação sistemática, ele obriga poque está dentro do corpo legislativo, ele leva à restrição. Se não existisse o art. 181, você poderia usar outra lei pra interpretar, mas ele existe, e o que a constituição quer é que você interprete de forma mais restritiva possível. Nas normas penais em branco, a gente usa elementos que estão fora da lei penal para entender a adequação típica, se não houvesse distinção dentro do código, ela poderia ser retirada da constituição ou de qualquer outro tipo de norma, mas de preferência uma norma que restringisse ao máximo. Como existe o conceito de casa dentro do código, eu não vou poder usar um que esteja em outro lugar, ainda mais que esse aqui restringe. Outro caso que tem dado margem a muita discussão é a lei /2001, que introduziu o crime de assédio sexual, art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. É aquela história, o sujeito cria um determinado tipo penal, é muito fácil você criar uma norma penal fora do código. Quando o cara cria um negócio dessa maneira aqui, isso aqui passou por discussão zero, quem redigiu com certeza não conhece o sistema do código penal, ele não observou a sistemática do código, porque existe, aqui, um conceito específico de cargo, função e emprego, isso você vai encontrar nos crimes contra a administração pública, em algumas outras hipóteses de crimes contra a paz domiciliar, contra o patrmônio, cada um com um alcance específico, e o cara não observou nada disso. Emprego, cargo ou função: público ou privado? Nos crimes contra a administração é função pública, nos crimes contra o patrimônio é mas abrangente. O cara não observou nada disso, ele queria fazer uma norma de qualquer jeito porque tinha neguinho azarando a mulherada e a mulherada não tava gostando. Aí o figura desenhou esse tipo penal sem observar a sistemática da legislação, sem saber o que é uma condição de superior hierárquico, qual o alcance disso. Superior hierárquico, no direito penal, é relação de direito público. Ele não foi lá na parte geral ver o que é obediência hierárquica, ele não foi saber o que é cargo, emprego ou função no código penal e como eles estão alocados dentro do código. Pior, ele colocou constranger. Na cabeça do mané aqui, constranger é encher o saco aí gatinha, chega aí, vamo dar uma saidinha. Constranger, em

20 direito penal não é isso, só pode ser coagir, forçar, superar a resistência de vontade de outra pessoa, não é encher o saco. Encher o saco seria perturbar, molestar. Olha o tanto de erro que o legislador fez por não consultar a sistemática legislativa. Isso tá acontecendo direto, eles estão introduzindo aqui crimes que eram típicos da legislação penal especial, que tende a ser tecnicamente inferior ao código penal. Isso está acontecendo porque ninguém consegue reformar o código penal. Existe um critério amplo de interpretação que diz in dubio pro reo, mas isso na dúvida, não na certeza. A certeza, no direito, é um consenso sobre determinado assunto. Você não pode escolher entre peculato e estelionato só porque o estelionato é mais benéfico. Isso não existe, ou é peculato ou é estelionato, se o comportamento é adequado ao peculato, ele não pode ser apropriação indébita, se é apropriação indébita, não é peculato, funciona dessa maneira. O in dubio pro reo, no máximo, conduz à absolvição. Se você conclui que o comportamento é adequado àquela norma, você não pode mudar a adequação pra beneficiar. Pode acontecer a dúvida entre tipificar um determinado crime ou de um crime estar em mais de um tipo penal, mas, para chegar nesse ponto, você chegou num grau de certeza. É muito difícil que você chegue numa dúvida sobre se um comportamento é apropriação indébita ou peculato, mas, se isso acontecer, você classifica como estelionato, que é mais benéfico. Se você tiver dúvida entre apropriação indébita e a inexistência do crime, aí não dá, você tem que absolver. O trabalho do advogado é gerar dúvida, não é só negar autoria, dizer que o cara não tava lá. O trabalho é confundir a acusação, o julgador, a testemunha, não é ficar rasgando papel dos autos e comendo, não é sacanagem não. Conceito de crime. O código não diz exatamente uma definição. O que existe, na verdade, é a ilicitude do direito tendo um tratamento específico aqui, com determinadas conseqüências de maneira que esse ato ilícito assume aqui determinadas características que nós chamamos de crime. O indivíduo que, através de um contrato, causa prejuízo a uma pessoa, a princípio está violando as regras do direito dos contratos, mas isso pode corresponder também ao tipo penal do art. 171 ou ao art Isso vai acontecer desde que esse comportamento, além de violar o direito dos contratos, ingresse nos requisitos do tipo penal, você vai ter que olhar o art. 171 e observar se aquela situação fenomênica tem enquadração, porque nem toda violação contratual é estelionato. Se um indivíduo, por exemplo, supostamente um incorporador imobiliário, capta dinheiro das pessas forjando a aparência de uma empresa de incorporação imobiliária quando na verdade isso não existia, ou não existia nenhum plano de edificar nada, isso é claramente uma violação contratual, mas ele foi muito além, porque ele já agiu com a disposição de lesar o patrimônio das pessoas. Isso aí é estelionato, foi muito além de uma violação de regras contratuais, se enquadrou no art Crime, então, é uma forma específica de você ver algo que é único, que é a ilicitude. Essa forma específica vai gerar uma punição mais grave. O código penal comum não é muito claro ao dizer que a pena restritiva de liberdade é a pena principal, ao contrário do código penal militar, que diz isso claramente, e

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