DECISÃO Nº 0002/2015 DE IMPUGNAÇÃO DE LICITAÇÃO
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- Bianca Raminhos Beretta
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1 DECISÃO Nº 0002/2015 DE IMPUGNAÇÃO DE LICITAÇÃO PROCESSO nº: 0008/2015 REFERÊNCIA: PREGÃO PRESENCIAL nº 05/2015 OBJETO: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PROVIMENTO DE ACESSO CORPORATIVO À INTERNET (SERVIÇO) EM LINK DEDICADO, COM VELOCIDADE DE 10 MBPS (MEGABITS POR SEGUNDO), INCLUINDO INSTALAÇÃO, SUPORTE TÉCNICO E MANUTENÇÃO. RECORRENTE: TELEMAR NORTE LESTE S.A. RECORRIDO: CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SERGIPE (COREN/SE) 1. Cuida-se de reposta ao Pedido de Impugnação ao Edital interposto pela empresa TELEMAR NORTE LESTE S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n / , ora Impugnante, referente ao Pregão Presencial n 05/2015, cujo objeto é a prestação de serviços de provimento de acesso corporativo à internet (serviço) em link dedicado, com velocidade de 10 mbps (megabits por segundo), incluindo instalação, suporte técnico e manutenção. DA ADMISSIBILIDADE: 2. Conforme disposto no art. 18 do Decreto de 31/05/2005, é cabível a impugnação, por qualquer pessoa, do ato convocatório do pregão na forma eletrônica até dois dias úteis antes da data fixada para abertura da sessão pública. 3. Desse modo, observa-se que a Impugnante encaminhou sua petição, via elvis@corensergipe.org.br, e este registrou o recebimento dia 29/04/2015 às 12h10min. Observe-se que este endereço eletrônico pertence ao pregoeiro oficial designado pela Portaria nº 05/2015. Considerando que a abertura da sessão pública do pregão estava agendada para o dia 06/05/2014, a presente Impugnação apresentase tempestiva e atendendo ao princípio da Legalidade e Razoabilidade, RECEBE-SE o pedido.
2 DO PRAZO DE RESPOSTA AO PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO 3. Nos termos da legislação em vigor, o prazo para o Pregoeiro responder a Impugnação é de até vinte e quatro horas. Foi opção de o Legislador pátrio estabelecer o prazo em horas. 4. Considerando-se as regras de contagem de prazo da Administração Pública, presentes na Lei nº 9.784/1999 e tendo sido o pedido de impugnação registrado em 29/04/2015 às 12h10min no da elvis@corensergipe.org.br, tem-se como prazo legal para resposta 24 horas, considerando os dias úteis de trabalho desta Autarquia. DOS PONTOS QUESTIONADOS 5. Sobre a exigência de consulta a determinados cadastros não previstos em lei A solicitação contida no item do Edital não é medida descabida da Administração, embora não esteja previsto no rol dos artigos 28 a 31 da Lei Geral de Licitações. Esqueceu-se a impugnante de mencionar o motivo pelo qual esta exigência foi inserida como requisito de habilitação para as empresas licitantes, Portaria CGU Controladoria Geral da União nº 516, de 15/03/2010 combinada com Acórdão 1793/2011 Plenário. Contratações públicas: 7 Para o fim de exame quanto à eventual declaração de inidoneidade anteriormente aplicada a empresa participante de licitação, cabe à Administração Pública, em complemento à consulta dos registros constantes do Sicaf, consultar o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis). Também na auditoria realizada pelo Tribunal na Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação - (SLTI) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - (MPOG), com o objetivo de verificar a consistência e a confiabilidade dos dados constantes do Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais - (Siasg) e do sistema Comprasnet, a unidade responsável pelo processo consignou casos em que empresas declaradas inidôneas foram contratadas por instituições públicas federais. Para chegar a essa conclusão, a unidade técnica se valeu de consulta formulada ao Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas - (Ceis), no qual a Controladoria Geral da União - (CGU) registra, por conta de convênios com estados e municípios, suspensões e declarações de inidoneidade oriundas das três esferas da federação. A opção de se utilizar o Ceis para aplicação do procedimento deveu-se, de acordo com a unidade técnica, pelas deficiências do atual cadastro de ocorrências do Sicaf, uma vez que este último sistema não é compulsoriamente alimentado pelas instituições das demais esferas federativas, e mesmo por algumas entidades federais, desobrigadas de usar o Sicaf. Por conta disso, a unidade técnica,
3 com a concordância do relator, encaminhou proposta de determinação à SLTI/MPOG para que orientasse os gestores dos órgãos integrantes do Sisg acerca da importância de se consultar o Ceis em complementação à consulta do Sicaf, o que foi aprovado pelo Plenário. Precedente citado: Acórdão nº 1647/2010, do Plenário. Acórdão n.º 1793/2011-Plenário, TC /2010-2, rel. Min. Valmir Campelo, (grifo nosso). Portaria CGU Controladoria Geral da União nº 516, de 15/03/2010 Art. 1º Fica instituído o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, banco de dados que tem por finalidade consolidar e divulgar a relação de empresas ou profissionais que sofreram sanções que tenham como efeito restrição ao direito de participar em licitações ou de celebrar contratos com a Administração Pública. Parágrafo único. O CEIS conterá o registro das seguintes sanções: I - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, conforme disposto no art. 87, inciso III, da Lei nº 8.666/93; II - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública, conforme disposto no art. 87, inciso IV, da Lei nº 8.666/93; III - impedimento de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, conforme disposto no art. 7º da Lei nº , de 2002; IV - proibição de contratar com o Poder Público e receber benefícios e incentivos, conforme disposto no art. 12 da Lei nº 8.429, de 1992; V - proibição de participar de licitações e de contratar com o Poder Público, conforme disposto no art. 81, 3º, da Lei nº 9.504, de 1997; VI - declaração de inidoneidade pelo Tribunal de Contas da União, conforme disposto no art. 46 da Lei nº 8.443, de 1993; e VII - outras sanções previstas em legislações específicas ou correlatas com efeitos previstos no caput do artigo 1º Neste sentido o item permanecerá inalterado, pois estando devidamente respaldado pelos normativos legais supracitados no subitem anterior. 6. Realização do pagamento mediante fatura com código de barras Requer a empresa impugnante a inclusão de item no edital e na minuta do contrato, a fim de permitir que o pagamento seja realizado mediante autenticação de código de barras, facilitando, assim, o reconhecimento eficiente do pagamento. Informamos a impugnante que não consta no corpo do Edital impedimento para recebimento de faturas com códigos de barras. Encontra guarida legal no Decreto nº 6.976, de 7/10/2009. Convém informar que, a partir do boleto com código de barras emitido pela contratada, será gerada, após trâmite interno, uma ordem bancária para que seja realizado, mediante autenticação eletrônica, de forma on-line o crédito à contratada Não será dispensado na nota fiscal ou fatura informações básicas, como, descrição dos serviços prestados, valor total da nota, mês de pagamento,
4 identificação da contratante e da contratada, mesmo contendo o código de barras. 7. Regime de execução dos serviços e fiscalização Requer a impugnante que o prazo exigido para o cumprimento do objeto é insuficiente para o seu atendimento, haja vista as demais especificações do Termo de Referência. Dessa forma requer a TELEMAR NORTE LESTE S.A. que o mesmo seja estendido para até 90 (noventa) dias da assinatura do contrato. Entende este Pregoeiro e Equipe de Apoio, com base em Parecer Técnico emitido pelo setor responsável pela elaboração do Termo de Referência/Projeto Básico, que a petição formulada pela impugnante no que tange ao item procede parcialmente, ou seja, o prazo para ativação do serviço será até 60 (sessenta) dias corridos, contados a partir da assinatura do contrato, admitindo-se prorrogação desde que previamente solicitada pela CONTRATADA e devidamente justificada. 8. Esclarecimento 1 Da Habilitação Questiona a empresa TELEMAR NORTE LESTE S.A.: O item determina que Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas CEIS, mantido pela Controladoria-Geral da União ( Entendemos que a consulta citada no item acima, no tocante a verificação ao Sistema CEIS, restringe-se apenas a penalidades aplicadas por esta entidade, ou seja, se porventura constar penalidade aplicada por outra entidade da Administração Pública não restringirá a participação neste certame. A Lei de licitações assim está redigida. Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: I - advertência; II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato; III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos; IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
5 Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior. Para entendermos o significado dos termos administração e administração pública, devemos nos amparar nos incisos XI e XII do art. 6º da mesma Lei: XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas; XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente; Mais ainda, o impedimento para contratar com a administração pública é identificado na Lei como declaração de inidoneidade e tal ato é tão grave que só pode ser aplicada pela Autoridade da Pasta, a rigor do 3º do próprio artigo 87: 3º - A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação.(vide art 109 inciso III) A referida punição não possui como âmbito de abrangência somente o Órgão sancionador, mas de acordo com o entendimento predominante do Superior Tribunal de Justiça, toda a Administração Pública. Renomada doutrina também congrega deste entendimento, no sentido de que, mesmo diante das diferentes definições, não há distinção entre o âmbito de abrangência das referidas penalidades, quais sejam, aquelas referidas nos incisos III e IV do artigo 87 da Lei 8.666/93.
6 Neste sentido, recaindo a sanção de suspensão temporária do direito de licitar sobre empresa ou pessoa, estaria ela impedida de licitar perante toda a Administração Pública, ou seja, seus efeitos se estenderiam a todos os demais entes do Poder Público. Fundamentando o entendimento acima, vale destacar que a Administração Pública é una, apenas possuindo funções descentralizadas para melhor atender ao interesse público, haja vista o art. 37, caput e inciso XXI, segundo os quais a lei de regência abrange todos os entes públicos integrantes da administração direta, indireta ou fundacional da União, dos Estados e dos Municípios. Seguindo esta mesma linha transcreve-se o entendimento de Marçal Justen Filho: Se um determinado sujeito apresenta desvios de conduta que o inabilitam para contratar com a Administração Pública, os efeitos dessa ilicitude se estendem a qualquer órgão. Nenhum órgão da Administração Pública pode contratar com aquele que teve seu direito de licitar "suspenso". A menos que lei posterior atribua contornos distintos à figura do inc. III, essa é a conclusão que se extrai da atual disciplina legislativa. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) adota esse entendimento: ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. LICITAÇÃO. SUSPENSÃO TEMPORÁRIA. DISTINÇÃO ENTRE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. INEXISTÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE PARTICIPAÇÃO DE LICITAÇÃO PÚBLICA. LEGALIDADE. LEI 8.666/93, ART. 87, INC. III. - É irrelevante a distinção entre os termos Administração Pública e Administração, por isso que ambas as figuras (suspensão temporária de participar em licitação (inc. III) e declaração de inidoneidade (inc. IV) acarretam ao licitante a não-participação em licitações e contratações futuras. - A Administração Pública é una, sendo descentralizadas as suas funções, para melhor atender ao bem comum. - A limitação dos efeitos da suspensão de participação de licitação não pode ficar restrita a um órgão do poder público, pois os efeitos do desvio de conduta que inabilita o sujeito para contratar com a Administração se estendem a qualquer órgão da Administração Pública. - Recurso especial não conhecido.
7 Como visto, a sanção aplicada produz efeitos não somente no Órgão sancionador, mas no âmbito de toda a Administração Pública. 9. Esclarecimento 2 Da Habilitação Questiona a empresa TELEMAR NORTE LESTE S.A.: O Item 38.5 determina a apresentação do Termo ou autorização expedido pela Anatel, de prestação de serviços de rede de transportes de telecomunicações- SRTT. Entendemos que o termo de autorização expedido pela Anatel e que regulamenta o objeto solicitado no edital é o de Serviço de Comunicação Multimídia- SCM. Entende este Pregoeiro e Equipe de Apoio, com base em Parecer Técnico emitido pelo setor responsável pela elaboração do Termo de Referência/Projeto Básico, que a petição formulada pela impugnante no que tange ao item procede parcialmente, ou seja, a empresa deve apresentar a autorização para prestar Serviço de Rede e Transporte de Telecomunicação (SRTT), ou de Serviço Limitado Especializado (SLE), ou Ser-viço de Comunicação Multimídia (SCM), emitida pela Agência Nacional de Telecomunicações ANATEL, na forma da Resolução nº 328, de 29 de janeiro de Essa comprovação poderá se dar por meio de extratos publicados no Diário Oficial da União (DOU), sendo absolutamente desnecessário o envio de cópia integral do procedimento administrativo da ANATEL no qual se fundou a concessão da autorização à empresa de telecomunicações.
8 DECISÃO Diante do exposto, entendemos pela PROCEDÊNCIA EM PARTE da presente impugnação. A impugnação e sua resposta serão remetidos à Procuradoria do Coren/SE para melhor embasamento legal, de forma a não comprometer a segurança desta licitação 17. Dê ciência à Impugnante através do e via . Aracaju, 30 de abril de 2015 Elaborado por: Aprovado por: ELVIS LIMA MOURA DA SILVA Pregoeiro Coren/SE Portaria nº 17/2015 MARIA CLAUDIA TAVARE DE MATTOS Presidente Coren/SE
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