ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE ECTOPARASITAS EM CÃES E GATOS NA REGIÃO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL/BRASIL
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- Filipe Martins Cipriano
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1 1 ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE ECTOPARASITAS EM CÃES E GATOS NA REGIÃO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL/BRASIL EPIDEMIOLOGIC STUDY ECTOPARASITES IN DOGS AND CATS IN NORTHERN RIO GRANDE DO SUL/BRAZIL BEVILACQUA, Marcelo 1 FERRARI, Jonatan 1 GRANJA, Manoel 1 KNEREK, André 1 NOSKOSKI, Marieli 1 ROMANOSKI, Carla Adriana 1 VEIGA, Marindia da 1 FLORES, Ricardo Antunes 2 GOTTLIEB, Juliana 2 GASPARIN, Walmor José 2 mm_vida07@hotmail.com RESUMO: Este trabalho objetivou fazer um estudo sobre a prevalência dos principais ectoparasitas encontrados nos cães e gatos da região norte do Rio Grande do Sul/Brasil. Para tanto, foram elaborados questionários de avaliação com perguntas relacionadas ao número de animais por propriedade, principais ectoparasitas visualizados e a conduta terapêutica utilizada para o tratamento destes. Com a totalização dos dados verificou-se que os cães são os animais eleitos na região para animal de companhia, sendo a pulga Ctenocephalides canis o ectoparasita mais encontrado no meio urbano. No meio rural, além desta, verificou-se também a incidência da pulga Tunga penetrans, causadora de tungíase e carrapato. Palavras-chave: ectoparasitas, cães, gatos, região norte do Rio Grande do Sul ABSTRACT: This work aimed to make a study on the prevalence of major ectoparasites found in dogs and cats in the northern region of Rio Grande do Sul / Brazil. For this, evaluation questionnaires with questions related to the number of animals per property, major ectoparasites visualized and therapy used for the treatment of these were made. With the aggregation of data it was found that dogs are animals in the region to elect pet, the flea Ctenocephalides canis being the most ectoparasites found in urban areas. In rural areas, besides this, there was also the incidence of flea Tunga penetrans, causing tungiasis and tick. Keywords: ectoparasites, dogs, cats, northern Rio Grande do Sul 1 Acadêmicos de Medicina Veterinária Faculdades IDEAU 2 Professores da Medicina Veterinária Faculdades IDEAU
2 2 INTRODUÇÃO Segundo Castro e Rafael (2006), os ectoparasitas de animais urbanos são de interesse Médico Veterinário pela ação espoliadora e transmissão de agentes patogênicos para seus hospedeiros e à população humana. Os ectoparasitas causam incômodos processos alérgicos, além de serem vetores de algumas doenças, como as hemoparasitoses nos animais domésticos (FORTES, 2004). Um dos mais comuns parasitas externos de cães e gatos é a pulga, inseto hematófago pequeno, sem asas e, que embora existam várias espécies, a Ctenocephalides canis e Ctenocephalides felis são as mais comuns em cães e gatos, respectivamente (OLIVEIRA, 2008). Estas perturbam seus hospedeiros pelas picadas, podendo gerar irritação devido à ação alérgica e tóxica da saliva do inseto que é chamada de Dermatite Alérgica à Picada de Pulga (DAPP) (OLIVEIRA, 2012). A DAPP é uma doença de pele comum em cães e gatos sensibilizados às proteínas da saliva da pulga por meio de picadas repetidas ou intermitentes. A característica mais consistente e singular a esta doença é a dermatite lombar em cães concentradas em uma área triangular da região caudal-dorsal-lombossacra (HNILICA apud OLIVEIRA, 2012). Além da dermatite alérgica acima citada, podem ocorrer, de forma secundária, infecções bacterianas nas escoriações provocadas pelos animais durante o ato pruriginoso (FORTES, 2004). As pulgas das espécies C. canis, C. felis, Pulex irritans e Xenopsylla cheopis tem relevante importância por serem os hospedeiros intermediários dos cestódeos Dipylidium caninum do cão e no homem, nematódeos Dirofilaria immitis e Dipetalonema reconditum do cão e ainda transmitem doenças como peste bubônica causada pela Yersinia pestis e o tifo murino ou endêmico ocasionado pela Rickettsia prowazekii (BOWMAN, 2006). O diagnóstico deste ectoparasita consiste na captura no hospedeiro e posteriormente a conservação em álcool 70%, realizando a visualização e identificação em microscópio ou lupa. O tratamento e profilaxia consiste em uso de inseticidas no ambiente, xampus, talcos, sabonetes e coleiras anti-pulga, antiparasitários pour-on e spot-on, de uso tópico, assim como ectoparasitários orais de ação sistêmica (FORTES, 2004).
3 3 A fêmea da Tunga penetrans, conhecida como bicho-de-pé é a menor das pulgas ao parasitar o hospedeiro (homem, cão ou suíno) a fêmea fecundada corta a pele deste com suas peças bucais e em seguida escava a ferida acomodando-se, deixando apenas a extremidade posterior do corpo em contato com a atmosfera para respirar (TAYLOR, 2010). Após a postura os ovos são expelidos para fora do hospedeiro e a fêmea morre ou é destruída pelo mesmo (FORTES, 2004). A picada da fêmea pode provocar irritação local, prurido extremo, dor e inflamação. Nos cães esta pulga pode causar grandes problemas, particularmente nos espaços interdigitais, sobre os coxins plantares e no escroto (BOWMAN, 2006). A infestação de piolhos pode ocorrer em qualquer espécie de animais de sangue quente, como mamíferos e aves, incluindo humanos. A infestação por piolhos é denominada pediculose. O Trichodectes canis, é popularmente chamado de piolho mastigador, sendo que todas as suas formas (ovos, ninfas e adultos) são encontradas na pelagem dos cães, e causam em seu hospedeiro prurido, pelagem áspera e dermatite (FORTES, 2004). Para detectar os piolhos são realizados exames nos pelos dos animais verificando quando à presença das formas já citadas do mesmo. Nos gatos o piolho mastigador é o Felicola substratus, bem incomum. Existem ainda os piolhos sugadores de cães, pertencentes à espécie Linognathus setosus que provocam irritação cutânea, prurido, dermatite, alopecia, anemia e pelagem embaraçada, também verificada no animal pelo exame da pelagem (FOREYT, 2005). O Sarcoptes scabiei, ácaro da escabiose (sarna), causam no cão intenso prurido, pele seca e espessada com lesões crostosas. Essa infecção inicia primariamente na região da face e pinas auriculares e a partir daí se dissemina para outros locais como axilas, abdome e extremidades. Sua detecção se faz com o raspado profundo de pele na periferia da lesão, e nos felinos é um agente raro, sendo estes acometidos por Notoedres cati (FORTES, 2004). Outro agente causador de sarna é o ácaro da sarna folicular Demodex canis, que provoca áreas de alopecia na região da cabeça, pescoço, membros anteriores, prurido, piodermatite. A infecção pode ser localizada ou generalizada, e para seu diagnóstico é feito raspado profundo de pele com leve compressão, Demodex spp. é raro em gatos (BOWMAN, 2006). De acordo com o ambiente onde o cão vive, pode ser observada a infestação por diferentes espécies de carrapatos. Em ambiente urbano, onde o cão não tem
4 4 acesso a áreas florestais, há predominância de Rhipicephalus sanguineus. Em contrapartida, nos cães mais expostos a áreas silvestres há maior ocorrência de Amblyommaspp., os cães que invadem estas áreas são hospedeiros acidentais (RODRIGUES; DAEMON; RODRIGUES, 2008). O Rhipicephalus sanguineus é o carrapato marrom do cão, da família (Ixodidae). Durante o repasto sanguíneo, o carrapato promove irritação cutânea, e ainda sinais clínicos como anemia e paralisia. É o vetor de doenças protozoárias e bacterianas, tais como babesiose canina e erliquiose canina respectivamente (FOREYT, 2005). A Dermatobia hominis conhecida como a mosca do berne, deposita seus ovos no abdome de outra mosca ou mosquito hematófago, as larvas se desenvolvem, e quando este pousa sobre os pelos de outro animal para se alimentar, as larvas da D. hominis eclodem, penetram na pele e desenvolve-se no local em um nódulo individual (BOWMAN, 2006). Em muitos casos, a infestação por um número pequeno de larvas tem pouco ou nenhum efeito clínico discernível sobre o hospedeiro. Entretanto se houver uma carga maciça de parasitas podem ocorrer sintomas como: irritação, desconforto e prurido, podendo resultar em inapetência, perda de peso, queda da fertilidade e perda de condições gerais de saúde, podendo levar o hospedeiro à morte, em decorrência de dano tecidual direto, hemorragia, infecção bacteriana, desidratação, anafilaxia, toxemia e também infestação por miíase (TAYLOR, 2010). A miíase causada pela larva da mosca Cochliomyia hominivorax também é considerada como ectoparasita de cães e gatos. A C.hominivorax deposita seus ovos em feridas recentes e não infectada que muitas vezes são as lesões causadas pelas larvas da D. hominis. Após a eclosão as larvas, parasitas obrigatórios, começam a se alimentar dos tecidos vivos, produzindo corrimento e odor desagradável, estas deixam o hospedeiro em cinco a sete dias para empupar no solo. Os animais infestados com larvas de moscas podem parecer abatidos, letárgicos e podem deixar de se alimentar e perdem peso, pode ocorrer infecção bacteriana e levar o animal a óbito (BOWMAN, 2006). O objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento de dados sobre os principais ectoparasitas encontrados nos cães e gatos da região norte do Rio Grande do Sul/Brasil.
5 5 MATERIAL E MÉTODOS Para a realização do estudo foi elaborado um questionário contendo oito perguntas, relacionadas ao número de animais (cães e gatos), principais ectoparasitas encontrados e tratamento usado pelos responsáveis. O levantamento dos dados consistiu na aplicação do referido questionário em vinte e quatro municípios da região norte do Rio Grande do Sul (Tabela 1), abrangendo zona urbana e rural. Foram entrevistados cem proprietários no período de agosto a outubro de Destes cem entrevistados setenta e oito pertencem à área urbana e vinte e dois a área rural. Tabela 1- Municípios onde foram aplicados os questionários e número de proprietários entrevistados respectivamente. Municípios Nº proprietários Municípios Nº proprietários Erechim 27 Paulo Bento 2 Getúlio Vargas 22 Quatro Irmãos 2 Viadutos 14 Entre Rios do Sul 1 Barão de Cotegipe 4 Campinas do Sul 1 Estação 3 Erebango 1 Aratiba 3 Cruzaltense 1 Gaurama 3 Centenário 1 Severiano de Almeida 2 Aurea 1 Barra do Rio Azul 2 Jacutinga 1 MarianoMoro 2 FlorianoPeixoto 1 Marcelino Ramos 2 Carlos Gomes 1 São Valentim 2 Ponte Preta 1 Total 100
6 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES Com os questionários verificou-se que dos setenta e oito proprietários residentes na área urbana, sessenta e oito moram em casas, sete em apartamento duas pessoas possuem cão de rua e um relatou que possui animais em casa e um de rua. Segundo Silva (2011) os animais de estimação estão influenciando no estilo de vida das pessoas, e nos últimos anos, houve aumento no número de gatos dentro dos lares por se adaptarem bem ao convívio familiar, ocupando menor espaço e necessitando de menos cuidados de que os requeridos pelos cães, mas foi verificado no estudo em questão, que o cão é o animal de estimação preferido pelos proprietários entrevistados, na referida região. Em relação aos animais serem ou não de raça, na área urbana, verificou-se o predomínio de animais de raça para os cães e sem raça definida (SRD) para os gatos (Tabela 2). Somando a quantidade de animais por proprietário têm-se cento e quarenta e seis cães e trinta e quatro gatos na zona urbana. Já na área rural a predominância de cães e gatos SRD (Tabela 3), sendo oitenta e um cães e trinta e quatro gatos a soma das propriedades. Tabela 2- Residências que possuem animais de raça e SRD. Área urbana Cão Gato Cão/gato Raça SRD Raça e SRD 5 Tabela 3 - Residências que possuem animais de raça e SRD. Área rural Cão Cão/gato Domicílio/raça 4 2 Domicílio/SRD Domicílio misto 5
7 7 A atitude das pessoas com os animais de estimação é influenciada por vários fatores culturais, demográficos, atributos físicos e comportamentais dos animais. Na Nigéria, por exemplo, os cães são utilizados nas mais diversas funções, em algumas comunidades rurais eles são mantidos exclusivamente para comer cadáveres, são usados como alimento e também em rituais religiosos. Porém, nesse mesmo país, o cão também é usado para fins de proteção, companhia e auxílio às pessoas com deficiência física (EZE & EZE apud LAGES, 2009). No estudo observou-se que na área urbana trinta e três dos proprietários mantém todos ou alguns animais dentro dos domicílios, enquanto que na área rural todos os proprietários relatam que seus animais permanecem fora, estima-se que esse dado pode ser em relação a função que os animais exercem em cada área, sendo considerados animais de companhia no meio urbano e animais de pastoreio ou cães de guarda no meio rural, desta mesma forma estima-se que os gatos no meio urbano são animais de companhia e no meio rural usado principalmente para caçar. Referente ao local de permanência dos animais nas residências urbanas, trinta e três entrevistados responderam que o animal permanece dentro do domicílio e trinta e três fora do domicílio (Tabela 4). Doze entrevistados responderam que mantém alguns animais dentro de casa e outros fora. Destes, quatorze ficam soltos e quatorze em canis, e de forma mista cinco relatos. Na zona rural não houve relato de animais dentro do domicilio, somente fora (Tabela 4.1). Tabela 4- Local de permanência dos animais nas residências. Área urbana Preso Solto Canil Misto solto e canil Animal dentro domicílio 33 Animal fora domicílio Domicílio misto 12 Tabela 4.1-Local de permanência dos animais nas residências. Área rural Preso Solto Preso / solto Animal fora domicilio
8 8 Dos entrevistados da área urbana a maioria respondeu que seus animais não têm acesso a rua conforme a Tabela 5. Quanto aos ectoparasitas, sessenta e quatro responderam que já observaram algum em seu animal. Destes todos fizeram tratamento específico e quatorze não encontraram nenhum ectoparasita e um responsável faz tratamento preventivo com antiparasitários. Vinte e sete proprietários observaram reincidência dos parasitas, ao passo que cinquenta e dois fazem uso de produtos para controle, quarenta e oito levam seus animais ao pet shop e cinquenta e quatro fazem a desinfecção do ambiente. Na zona rural a maioria dos animais tem acesso à rua. Os vinte e dois proprietários relataram que seus animais tiveram ectoparasitas, todos foram tratados, quatorze tiveram reincidência e nenhum dos proprietários leva seu animal ao pet shop (Tabela 5.1). Tabela 5- Referente ao acesso à rua, incidência de ectoparasitas e tratamento. Área urbana Acesso à rua Ectoparasitas Tratamento Reincidência Faz uso de produtos Pet shop Desinfecção do ambiente Sim Não Tabela 5.1-Referente ao acesso à rua, incidência de ectoparasitas e tratamento. Área rural Sim Não Acesso à rua 17 5 Ectoparasitas 22 Tratamento 22 Reincidência 14 8 Faz uso de produtos 17 5 Pet shop 22 Desinfecção do ambiente 6 16
9 9 Quantos aos ectoparasitas encontrados nos animais que vivem nas zonas urbanas, quarenta e nove proprietários observaram apenas pulgas e os demais observaram mais de um ectoparasita (Tabela 6). Viu-se que na zona rural a incidência de outros ectoparasitas associados à presença de pulgas é mais evidente (Tabela 6.1). Quanto a este resultado estima-se que como os animais do meio urbano tem maior contado com os seres humanos, e por esse motivo os ectoparasitas são mais controlados do que no meio rural. Pois segundo Tancredi (2009), os animais tem cada vez mais espaço na vida das pessoas, muitas vezes sendo considerados membros da família, o que requer maior atenção aos ectoparasitas como pulgas e carrapatos, já que estes podem ser vetores de doenças. Tabela 6- Número de proprietários e relação de ectoparasitas encontrados nos animais na área urbana. Ectoparasitas relatados Nº de proprietários Pulga 49 Pulga/sarna (não especificado) 5 Pulga / tungíase 3 Pulga/ miíase 2 Pulga /berne 1 Pulga/berne /sarna (não especificado) 1 Pulga/carrapato 1 Pulga / tungíase /sarna (não especificado) 1 Pulga/berne/carrapato 1
10 10 Tabela 6.1-Número de proprietários e relação de ectoparasitas encontrados nos animais na área rural. Ectoparasitas relatados Nº de proprietários Pulga 4 Pulga/carrapato 4 Pulga/ tungíase /berne 4 Pulga/ tungíase /carrapato/miíase/berne 4 Pulga/carrapato/ tungíase /berne 3 Pulga/carrapato/ tungíase 2 Pulga/sarna(não especificado) 1 No tratamento e controle de pulgas o produto mais relatado pelos proprietários foi o anti-pulga pour on com princípio fipronil, e não específico, pois, os proprietários não lembravam marca ou o princípio ativo do produto. Os pour-ons são eficientes no controle das pulgas, causam a morte rápida e são de fácil aplicação, (Tabela 7) (BIRCHARD ; SHERDING, 2008). Outra forma de controle relatada foi o banho com xampus anti-pulga com ou sem o uso de outros produtos, os xampus tem ação rápida, ampla margem de segurança e pode ser usado em filhotes, porém sua ação residual é curta (BIRCHARD ; SHERDING, 2008). Conforme Birchard e Sherding (2008) a ivermectina é muito eficaz no tratamento da escabiose, porém não esta aprovada para este fim, também é eficaz no tratamento e controle de miíase, bernes, carrapatos. Obteve-se relação entre os proprietários que relataram carrapatos, berne e miíase e o uso de ivermectina, sendo este o princípio ativo mais usado no meio rural, seguido do anti-pulgas não específico. Segundo Ruiz e Francisco (2010), o uso de enxofre e óleo de cozinha tem se mostrado eficiente, no tratamento da sarna sarcóptica, porém lento. No referido estudo foi observada uma relação entre, os proprietários que relataram que seus animais tiveram sarna e o uso de enxofre e óleo queimado ou banha. Segundo Moraes (2013), o óleo queimado pode ser usado em tratamento de miíase em gado leiteiro, pois as larvas tem necessidade de ter um orifício para que respirem o óleo queimado, além de repelir outras moscas, atrapalha a respiração destas.
11 11 Tabela 7- Tratamento usado pelos proprietários nas zonas rural e urbana. Qual tratamento usou Área urbana Área rural Anti-pulgapuor on (fipronil) 13 Anti-pulganão específico 12 5 Banho / anti-pulgapuoron (fipronil) 5 2 Banho / pónão específico 3 Anti-pulga/ corticoide ou antialérgico 3 Banho 3 Pó não específico 2 Comprimido não específico 2 Antiparasitário / óleo queimado/ enxofre/ banha 1 Anti-pulga/ óleo queimado 1 Ivermectina/ spray repelente 1 2 Coleira anti-pulga 1 Coleira anti-pulga / pó não especifico 1 Banho / Nitempiram 1 Banho / coleira 1 Spray/doramectina/ óleo queimado 1 Ivermectina/ spray/ óleo queimado / anti-pulga/enxofre 2 Ivermectina 8 Cresole Fenol 1 Extração manual (berne) 1 Com relação à frequência que os proprietários aplicam produtos para combater ou prevenir os ectoparasitas em seus animais, nota-se que a maioria dos que moram na zona urbana usam produtos uma vez ao mês, e em contrapartida na zona rural quatro proprietários usam produtos duas vezes ao ano, (Tabela 8).
12 12 Tabela 8- Frequência em que os produtos antiparasitários são usados nos animais (cães e gatos) Frequência que usa os produtos no animal Área urbana Área rural 1 vezes no mês 16 2 Cada 3 meses 15 3 Quando necessário 6 2 Cada 2 meses vezes ao ano vez ao ano 3 Cada 15 dias 2 1 vez por semana 1 3 vezes ao ano 1 Em relação à frequência que os proprietários levam seus animais ao pet shop para banho, aplica-se apenas aos animais que estão na zona urbana, onde dezesseis levam os animais uma vez ao mês, oito a cada quinze dias e seis mensalmente, nitidamente uma frequência bem significativa (Tabela 9). Tabela 9- Frequência em que os animais são levados ao Pet Shop na zona urbana. Área urbana 1 vez semana 16 Cada 15 dias 8 Mensal 6 Cada 60 dias 4 Raramente 3 2 vezes ano 3 Cada 90 dias 1 3 vezes ano 1 Quanto ao uso de desinfetantes, segundo Silvaet al. (2012), o uso de águas sanitárias com o hipoclorito de sódio e desinfetantes em geral tem presença
13 13 fundamental nos ambientes domésticos porque são responsáveis pela higienização e desinfecção destes ambientes. Deste modo, são usados praticamente em todas as casas do mundo. Foi verificado com o questionário que vinte e cinco dos proprietários entrevistados na área urbana usam hipoclorito para desinfecção do ambiente e quinze usam desinfetantes gerais, (Tabela 10). Um entrevistado relatou o uso de organoclorado conhecido popularmente como pó de gafanhoto, porém este princípio ativo esta proibido no Brasil desde 1985 (POLASTRO, 2004). No meio rural foram poucos os relatos de uso de produtos no ambiente uma vez que os animais permanecem fora dos domicílios e a área de permanência dos animais costuma ser ampla. Tabela 10- Produto usado para desinfecção dos ambientes Qual produto usa no ambiente Área urbana Área rural Hipoclorito de sódio 25 1 Desinfetante 15 1 Sabão 4 Cresole fenol 4 Cloro e álcool 1 Cloro, cresol e fenol 1 Organofosforados 1 Organoclorados 1 Deltametrina 1 Calcário 1 CONCLUSÃO Depois de compilados os dados obtidos nos questionários, verificou-se que dentre os ectoparasitas relatados, houve uma maior incidência de pulgas nos animais domésticos do meio urbano, e no meio rural além deste, a maior prevalência foi de tungíase e carrapato. Para controle e tratamento destes ectoparasitas os proprietários residentes na área urbana optam pelo uso de anti-pulga pour on com o principio ativo fipronil, ao passo que os de área rural usam a Ivermectina.
14 14 REFERÊNCIAS BIRCHARD, S. J.; SHERDING, R. G. Manual Saunders: Clinica de pequenos animais. 3 ed. São Paulo : BOWMAN, Dwight. D. et al. Parasitologia Veterinária de Georgis.8ª ed. Barueri, SP: Manole, CASTRO, M. C. M.: RAFAEL J. A. Ectoparasitos de cães e gatos da cidade de Manaus,Amazonas, Brasil Disponível em < 94AO2voEQ&usg=AFQjCNF47hnddu-SkBkVCv5i_m3KEzg6cA&bvm= bv ,d.dmg>. Acesso em18 set2013. FOREYT, W. J. Parasitologia Veterinária: manual de referencia. 5ed. Roca,2005. FORTES, E. Parasitologia Veterinária. 4 ed. São Paulo: Icone, LAGES, S.L.S. Avaliação de cães e gatos com proprietário, e do nível de conhecimento sobre a raiva e posse responsável em duas áreas contrastantes da cidade de Jaboticabal, São Paulo Disponível em: < /download/pgtrabs/mvp/m/3536.pdf> Acesso em:15 out MORAES, J. H.C. Manejo sanitário do gado leiteiro e aplicação de medicamentos e vacinas: Para região metropolitana do Rio de Janeiro Disponível em < L EITE.pdf> Acesso em: 28 out OLIVEIRA, A. C.; MACHADO, J. A. C.; ANTÔNION. S.Ctenocephalides canis e Ctenocephalidesfelis:Revisão de literatura Disponível em < sqfjaa&url=http%3a%2f%2ffaef.revista.inf.br%2fimagens_arquivos%2farquivos_ destaque%2f9xwdpilib8plwos_ pdf&ei=uad3uvzwo6t esatm4idaaw&usg=afqjcngfihru2zqyjaz89nur5bxxh58ssg> Acesso em 10 out OLIVEIRA, D.T. et al. Dermatite alérgica à picada de pulga: relato de caso Disponível em < nloads%2fanais%2fccs%2fdermatite%2520alergica%2520a%2520picada%2520de %2520pulga%2520relato%2520de%2520caso.pdf&ei=1qh3Ur60EqHIsATz44GYBA& usg=afqjcnffwdgmysxjddzplgakprjo7n5tdw>.acesso em 12out POLASTRO,D. Histórico, comportamento e degradação dos inseticidas organoclorados Disponível em < s2/noticia.php?idnoticia=35036> Acesso em05 nov RODRIGUES, D. F.; DAEMON, E.; RODRIGUESA. F.S.F. Caracterização da
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