PAULO FREIRE E A DESCOLONIZAÇÃO DO SABER

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1 PAULO FREIRE E A DESCOLONIZAÇÃO DO SABER COORDENAÇÃO Prof. Dr. José Eustáquio Romão FINANCIAMENTO: União Europeia ANO DE INÍCIO: 2010 APRESENTAÇÃO Este projeto faz parte de uma Rede Iberoamericana de Investigação em Políticas Educativa (RIAIPE III), financiada pelo Programa Alfa III da União Europeia. A descolonização do saber pode ser examinada em dois eixos. No primeiro, podemse verificar, no universo do conhecimento instituído, institucionalizado, as racionalidades que se opõem às racionalidades hegemônicas; no segundo, podem-se levantar, no universo do conhecimento não institucionalizado, as mesmas razões. Na primeira etapa deste projeto ( ) serão verificados os saberes contra hegemônicos produzidos nos programas de pós-graduação em educação em educação, no Brasil. Na segunda etapa ( ) o levantamento, a identificação e a análise das racionalidades contra hegemônicas serão verificados fora do universo da pós-graduação brasileira em educação, u seja, nas redes de produção do conhecimento não formais. OBJETO E PROBLEMA DE PESQUISA Verificação, dentro e fora das universidades brasileiras, das produções pedagógicas que se posicionam como contra hegemônicas às racionalidades eurocêntricas e norteamericano-cêntricas, com vistas a verificar sua contribuição para a superação dos graves problemas que afligem a Educação Superior no Brasil, especialmente a pós-graduação. JUSTIFICATIVAS

2 As contribuições das reflexões alternativas podem ser imensas, se resgatadas do silêncio e do desprestígio a que são submetidas, em razão das estruturas de poder que são tecidas nas relações entre a produção e a gestão do conhecimento. HIPÓTESES A hipótese geral é a de que as reflexões que não têm prestígio, nem dentro nem fora da comunidade acadêmica, podem dar uma grande contribuição à superação dos problemas que acometem a Educação Superior Brasileira, com ênfase na pós-graduação, especialmente em seus momentos de crise. REFERENCIAL TEÓRICO O exame das reflexões desprestigiadas, silenciadas ou oprimidas, na esteira do projeto anterior, sobre as racionalidades oprimidas, continuará sendo feito sob o enfoque sócio-histórico, referenciado no pensamento de Walter Mignolo, Darcy Ribeiro, Néstor- Garcia Canclini, Enrique Dussel, Frantz Fanon, Edward Said, Amílcar Cabral e, especialmente, no de Paulo Freire. FONTES, PROCEDIMENTOS E ETAPAS Serão examinadas as racionalidades pedagógicas sobre a pós-graduação brasileira na produção desenvolvida nos programas de pós-graduação brasileira em educação, na primeira etapa. Na segunda, serão examinadas as produções da rede de Institutos Paulo Freire.

3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BHABHA, Homi K. The location of culture. New York: Routledge Classics, CABRAL, Amílcar. Guiné-Bissau: Nação africana forjada na luta. Tradução Manuel L. Martins, Lisboa: Nova Autora, L arme de la théorie. Paris: Maspero, 1975 (Cahiers Unité et Lutte, v. I).. La pratique révolutionaire. Paris: Maspero, 1975 (Cahiers Unité et Lutte, v. II).. Return to the source: Selected speeches by Amílcar Cabral. Conakry: Africa Information Service, Revolution in Guinea: an African peoples struggle. London: Love and Malcomson (Stage 1), Unity & struggle : Speeches and writings. 2. ed. Pretoria: UNISA Press Tsehai Publishers, DUSSEL, Enrique. Ética da Libertação na idade da globalização e da exclusão. 2. ed. Petrópolis RJ: Vozes, FREIRE, Paulo. Conscientização. São Paulo: Cortez e Moraes, Educação como prática da liberdade. 18. ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, Pedagogia da autonomia; Saberes necessários à prática pedagógica. 3. ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997 (Col. Leitura ).. Pedagogia da Esperança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, Pedagogia do Oprimido. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, MACEDO, Donaldo. Literacy: reading the word and the world. Mass.: Bergin Garvey, Educación y actualidad brasileña. México: Siglo XXI, GARCÍA-CANCLINI, Néstor. Culturas híbridas: Estratégias para entrar e sair da Modernidade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, GLISSANT, Édouard. Introdução a uma poética da diversidade. Trad. Enilce Albergaria Rocha, Juiz de Fora MG: Ed. UFJF, GOLDMANN, Lucien. A criação cultural na sociedade moderna. São Paulo: DIFEL, 1972.

4 . Épistémologie et philosophie politique. Paris: Denoël/Gonthier, GRUZINSKI, Serge. A colonização do imaginário: Sociedades indígenas e colonização no México espanhol - séculos XVI-XVIII. Tradução Beatriz-Perrone Moisés, Paulo: Companhia das Letras, HARDT, Michael; NEGRI, Antonio. Multitude; War and democracy in the age of Empire. New York: Penguin Books, KUHN, Thomas. Estrutura das revoluções científicas. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, LAMPE, Armando (org.). História e libertação; Homenagem aos 60 anos de Enrique Dussel. Petrópolis RJ: Vozes; São Paulo: CEHILA, 1996 (ed. bilíngüe). MIGNOLO, Walter. Histórias locais/projetos globais: Colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Tradução Solange Ribeiro de Oliveira, Belo Horizonte: Ed. UFMG, Introduction: From Cross-Genealogies and Subaltern Knowledges to Neplanta. Neplanta: Views from the South. 1:1, Durham NC: Duke University Press, 2000, p OXFORD ADVANCED LEARNER S DICTIONARY. Oxford: Oxford University Press, 1989 (2nd impression). QUIGLEY, Carroll. A evolução das civilizações. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, RIBEIRO, Darcy. Os brasileiros: 1. Teoria do Brasil. Petrópolis RJ: Vozes, O processo civilizatório: etapas da evolução sociocultural. São Paulo: Cia. das Letras, ROMÃO, José Eustáquio. Dialética da diferença. São Paulo : Cortez, Pedagogia dialógica. São Paulo: Cortez/IPF, Contextualização: Paulo Freire e o Pacto Populista in FREIRE, Paulo. Educação e atualidade brasileira. São Paulo: Cortez/IPF, 2001, p. XIII-XLVIII.. Dilemas e Desafios da Educação Contemporânea: uma (re) leitura de Paulo Freire no Cenário de Immanuel Wallerstein. Revista Portuguesa de Educação., v.18, p.7-21, SAID, Edward. Cultura e imperialismo. Trad. Denise Bottman, São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

5 . Reflexões sobre o exílio e outros ensaios. Trad. Pedro Maia Soares, São Paulo: Companhia das Letras, SANTOS, Boaventura de Sousa. O Fórum Social Mundial: manual de uso. São Paulo: Cortez, A crítica da razão indolente: Contra o desperdício da experiência. São Paulo: Cortez, 2000, v. 1. (org.). Conhecimento prudente para uma vida decente: Um discurso sobre as ciências revisitado. São Paulo: Cortez, WALLERSTEIN, Immanuel. O sistema mundial moderno: A agricultura capitalista e as origens da economia-mundo europeia no século XVI. Trad. Carlos Leite, Fátima Martins e Joel de Lisboa, Porto: Afrontamento, s/d. (v. 1).. O sistema mundial moderno: O mercantilismo e a consolidação da economiamundo europeia. Tradução. Carlos Leite, Fátima Martins e Joel de Lisboa, Porto: Afrontamento, s/d. (v. II).. Unthinking social science: The limits of nineteenth-century paradigms. 2. ed. Philadelphia: Temple University Press, Utopística ou as decisões históricas do século vinte e um. Petrópolis RJ: Vozes, As estruturas do conhecimento ou quantas formas temos nós de conhecer. In: SANTOS, Boaventura de Sousa (org.). Conhecimento prudente para uma vida decente; Um discurso sobre as Ciências revisitado. São Paulo: Cortez, 2004, p (org.). Para abrir as ciências sociais; Relatório da Comissão Gulbenkian sobre a reestruturação das ciências sociais. Lisboa: Europa-América, 1996.