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4 Staff Tel.Fax: / / / Cordenação Geral Gustavo Molinatti editor@guiadoreciclador.com Página Web Website em espanhol: Website em português: Desenho e Diagramação Estudio Connotar cpalacios@estudio-connotar.com.ar Publicidade e contato comercial Gustavo Molinatti gmolinatti@guiadoreciclador.com Para anunciar e contato no Brasil (11) info@guiadoreciclador.com comercial@guiadoreciclador.com Para anunciar e contato na America Latina Gustavo Molinatti gmolinatti@guiadoreciclador.com Redação - Correio de leitores info@guiadoreciclador.com Fax: Envio de artigos técnicos e notícias editor@guiadoreciclador.com Assinatura Gratuita on line : info@guiadoreciclador.com Fax : Colaboradores e agradecimentos especiais desta edição Mike Josiah, Uninet Imaging Jorge Daniel Santkovsky, Scrap y Rezagos Sherry Lachine, PrintFleet Inc. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida sob nenhum conceito sem a permissão por escrito pelo editor. Se realiza todo o esforço possível para assegurar a fidelidade do material editado. De qualquer modo, o editor não assume nenhuma responsabilidade pelos erros nos artigos nem são expressadas as opiniões do editor Colaboradores Leonardo Valente é economista e profissional inscrito do Conselho Profissional de Ciências Informáticas de Buenos Aires. Tem sido produtor de meios especializados em informática, e trabalhado nas áreas de sistemas e marketing de várias empresas. Atualmente dirige a Inkpro.net, uma empresa de reciclagem ISSO 9001 com distribuidores em toda Argentina, que ativamente trabalha no teste de cartuchos sob as normas ASTM. Realiza, também, trabalhos de consultoria e implementação de sistematização e qualidade em empresas do setor. Eng. Cássio Rodrigues é o responsável técnico pelo Instituto que leva seu nome, referência no Mercado de Recondicionadores onde capacita utilizando avançadas metodologias educacionais que permitem o aumento da qualidade nos processos técnicos e operacionais. O ICR atua em todo o território brasileiro assim como Américas Latina, Central e do Norte, levando palestras, cursos e consultorias para recondicionadores, distribuidores, fabricantes de insumos e consumidores de produtos recondicionados. Enrique Stura tem mais de 25 anos de experiência no campo de eletrografia tendo atuado tanto em Desenvolvimento e Produção de fotorreceptores de Sete assim como em Marketing e Vendas de materiais para reprografia. De 1999 até 2005 foi consultor e também diretor técnico da Laser Toner do Brasil Ltda. empresa brasileira de remanufatura de cartuchos para impressoras e copiadoras. Das 2005 até hoje é Diretor técnico da UniNet Argentina na gerência técnica. O trabalho inclui investigação e desenvolvimento de produtos como suporte a UniNet Internacional, criação de manual e notas relacionadas com remanufatura, seminários, treinamento técnico. Software para seguimentos de custos de remanufactura e ajuda a clientes locais e internacionais. Seus trabalhos são publicados em várias revistas internacionais. Horácio Murúa é engenheiro químico e administrador de empresas pela Universidade Mackenzie, com pós graduação em comércio exterior pela Fundação Getúlio Vargas e em História pela Universidade de São Paulo. Foi diretor industrial de diversas empresas multinacionais das áreas químicas e farmacêuticas, realizou diversas conferências sobre temas técnicos em congressos no Brasil, Estados Unidos e América Latina. Possui patente de processos de fabricação, projetou e instalou indústrias no Brasil, Argentina, Uruguai e França. É autor de vários artigos técnicos publicados na área de reciclagem de cartuchos de toner. Consultor de projetos, implantação e validação de processos, atua hoje na Ink Press do Brasil como gerente das áreas de marketing e exportação e é instrutor dos cursos de reciclagem de cartuchos de toner, toner colorido e jato de tinta. Gustavo Molinatti Cordenação Geral Silvia Fiasche Administração e Eventos Mariela Gentilini Confêrencias toners. Alejandro Campos Responsável pela área técnica da Servicint S.A., empresa com mais de 15 anos de experiência no mercado de insumos, trabalhou por mais de 10 anos em sistemas de impressão de grande formato e gigantografias, dedicando-se há mais de 5 anos ao desenvolvimento de sistemas de reciclagem de jato de tintas, matriciais e Estudio Connotar Disenho e Diagramação Arqta. Paulina Molinatti Tradução Adriana Ponce Coelho Cerântola é advogada especializada em meio ambiente, sócia-fundadora de Santos & Cerântola Sociedade de Advogados, docente e palestrante. 4 Guia do Reciclador - Ano 8 - Número 49

5 Editorial Gustavo Molinatti Uma nova Era para o Guia do Reciclador Por fim atendemos aos pedidos de vocês! Depois de 8 anos de intenso trabalho, oferecendo à indústria brasileira a mais atualizada informação, o Guia do Reciclador evoluiu seu meio de comunicação para que, sem nenhum custo, em qualquer momento e em qualquer lugar, possam acessar de forma rápida e simples todas as informações sobre o mercado de remanufatura. Um conjunto de fatores combinados nos fez entender a necessidade de crescer e buscar novas maneiras de trabalhar junto a indústria. Em primeiro lugar, o território brasileiro não se limita a São Paulo. Existe uma extensa geografia que como meio de comunicação nos vemos obrigados a cobrir, e nem sempre os correios conseguem fazê-lo com facilidade, em tempo e forma. De outro lado, o setor de remanufatura no Brasil está em constante movimento, com muitas empresas saindo e entrando no mercado, dificultando em muitos casos a identificação das empresas verdadeiramente ativas, ainda mais por sermos uma revista de distribuição gratuita. Para que tenham uma idéia, entre uma e outra edição temos em média 300 empresas solicitando assinatura! Isso sem levarmos em conta a quantidade de empresas que mês a mês mudam seus funcionários, endereços e telefones e se esquecem de atualizar seus dados na revista. Entre esses e outros fatores, o que mais nos impulsionou foi observar a quantidade e velocidade das mudanças que o mercado vem produzindo nos últimos tempos. Foi aí que finalmente entendemos o pedido de vocês, de aumentar a quantidade e freqüência de informação, para poder enfrentar de uma maneira melhor o complexo cenário que o setor vem enfrentando. Como funcionará o Guia do Reciclador a partir dessa edição? A revista manterá a mesma periodicidade bimestral, mas em formato eletrônico, avisando-os através de um sobre a saída de cada uma das edições (sempre disponíveis no site A isso acrescentamos novas ferramentas de informação, basicamente o blog e um novo informativo semanal que incluirá notícias importantes, entrevistas, estudos de mercado e novas tecnologias. O Facebook e outras redes sociais são vias de comunicação que já estamos utilizando há alguns meses, facilitando o processo de comunicação. Sabemos que nossos desafios são muitos. O papel dificilmente poderá ser substituído por qualquer outro meio virtual, mas quem de vocês não tem em mãos uma boa impressora para imprimir cópias e oferecer a seus funcionários como capacitação? Várias empresas entenderam essa necessidade de mudança e nos deram seu apoio comercial para que toda essa nova Era seja possível. Eles, assim como nós, aprenderam que a remanufatura é uma INDÚSTRIA NACIONAL, que oferece EMPREGO a uma grande quantidade de famílias, que protege com seu trabalho o MEIO AMBIENTE e que seu futuro depende da profissionalização e compromisso de todos os que continuam crescendo no setor. Nesta Edição Edição Número 49 SdeI 12 Porque a MPS é uma solução esverdeada Atualidade M. Ambiente 22 O que são RAEE e resíduos eletrônicos? Tecnica 18 O que é DTP? 14 Algo novo, algo emprestado, algo azul, algo velho Instruções 26 Instruções de remanufatura da unidade de imagen HP Laserjet CP1025 (CE314A) 42 Remanufatura do cartucho de toner Lexmark X560 8 Novos Produtos 54 Notícias Intenacionais Guia do Reciclador - Ano 8 - Número 49 5

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8 Novos Produtos As últimas novidades do mercado da Static Control Webinar técnico de demonstração para cartuchos HP P1505 ajuda clientes da Static Control no processo de remanufatura Inclui instruções passo a passo e técnicas para evitar defeitos de impressão Sanford, Estados Unidos O innovador View on Demand Webinar da Static Control foi recentemente ampliado com o lançamento da Demonstração Técnica Completa para a HP P1505, que inclui instruções simples de seguir e animações 3-D. O Webinar ensina cada passo do processo de remanufatura, incluindo a selagem do cartucho e informação privilegiada para evitar defeitos de impressão. Os clientes da Static Control sinalizaram que os webinars são grandes repasses para o pessoal de apoio técnico e uma forma simples de esclarecer as instruções. Os Webinars da Static Control (disponíveis para os clientes 24 horas por dia, sete dias da semana e em mais de 20 idiomas) oferecem uma explicação clara e concisa das últimas tecnologias de remanufatura. Centenas de webinars estão disponíveis para acesso online e em múltiplos idiomas. Para acessar a Demonstração Técnica Completa do HP P1505, contate um representante de vendas da Static Control ou visite o site Novo Webinar sobre NeverTAB PCRs da Static Control inclui animação 3D e folheto interativo NeverTAB PCRs Trabalha igual ao OEM e já está disponível Sanford, N.C. Os clientes Static Control agora podem aprender tudo o que precisam saber sobre a problemática de acumulação de aditivo para toner e como evitá-la através do novo View on Demand Webinar que a empresa lançou recentemente. O Webinar foca o velho problema da Indústria por acumulação de aditivo de toner no PCR, problema que foi eliminado com a nova tecnologia PCR da Static Control. O Webinar explica o problema de acumulação de aditivos de toner (TAB em sua sigla em inglês), e por que limpar e reutilizar o PCR é custoso, consome tempo, é ineficaz e pode fazê-lo perder negócios. Uma animação detalhada 3D e um link a um folheto online interativo estão incluídos no Webinar. Os Webinars da Static Control (disponíveis para os clientes 24 horas por dias, sete dias por semana e em mais de 20 idiomas) oferecem uma explicação clara e concisa das últimas novidades em tecnologia para a remanufatura. Centenas de Webinars estão disponíveis online e em múltiplos idiomas Para acessar o Webinar NeverTAB PCRs Trabalha igual ao OEM, contate um representante de vendas de Static Control ou visite o site A Static Control, com escritórios centrais em Sanford (Carolina do Norte), é líder global em Imagens e Tecnologia de Remanufatura. Para más información relacionada con éste y otros proyectos de Static Control, contacte al representante de ventas de Static Control: Oficina Central en E.E.U.U. línea gratuita : / Oficina Central en E.E.U.U. Tel: Oficina Central en Europa : Oficina Central en Asia : Visite: Visite: 8 Guia do Reciclador - Ano 8 - Número 49

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10 Novos Produtos As últimas novidades do mercado da Uninet Componentes e toner Uninet X Generation para a Xerox Phaser 6500 Los Angeles, CA - A UniNet tem o prazer de anunciar o lançamento de toner clorido e componentes X Generation homologados para a utilização nas impressoras coloridas séries Xerox Phaser A nova impressora da Xerox é similar em design aos modelos anteriores das impressoras Phaser 6125 / 6128 / 6130 / 6140, incorporando quatro cartuchos de toner separados como único consumível substituível pelo consumidor Com velocidade de 24ppm e resolução de 600 x 600 dpi, esta é uma poderosa impressora por apenas USD 349. A alta capacidade dos cartuchos de toner tem um rendimento de 3,000 páginas para impressão em preto e 2500 páginas para impressão colorida. Essa é uma boa máquina para os remanufaturadores já que os cartuchos podem ser facilmente recarregados e um novo chip pode ser instalado em minutos. A Xerox também oferece os toners coloridos com um rendimento padrão de páginas. Estes atualmente utilizam o mesmo cartucho que as versões de alta capacidade e podem ser convertidos ao mais desejável tipo de alto rendimento simplesmente com a troca do chip. Componentes e toner UniNet Absolute Black para Samsung ML-2855, 2450, 2850, 2851 Los Angeles, CA - A UniNet introduz componentes e toner Absolute Black homologados para utilização nas impressoras monocromáticas Samsung ML-2855, 2450, 2850, y Conhecida como a menor impressora laser no mundo com direção bilateral, essa máquina é muito popular e vendida Componentes e toner UniNet Absolute Color para a Konica Minolta Magicolor 3730 Los Angeles, CA - A UniNet anuncia o lançamento de toner e componentes chave Absolute Color, homologados para utilização na impressora laser Konica Minolta Magicolor Toner e componentes UniNet Absolute Color para a Ricoh Aficio SP C 310, 311, 312, 232, 231 Los Angeles, CA - A UniNet lança toner e componentes chave Absolute Color, homologados para uso nas impressoras coloridas Rico Aficio SP C 310,311,312,232, e 231. Os toner e smartchips para os cartuchos da versão de alto rendimento já estão sendo oferecidos. no mundo inteiro. Essa impressora laser monocromática tem uma velocidade de 30 ppm com resolução de 1200 dpi. A máquina inclui um cartucho de toner tudo em um e seu desenho é muito familiar para remanufaturadores que trabalham com cartuchos Samsung. Os cartuchos de toner vem em duas versões, de e páginas. Essa nova impressora laser colorida com velocidade de 25ppm e com resolução de impressão de 2400 x 600 dpi e impressão bidirecional padrão. Essa impressora está atualmente disponível a um preço de USD 249. Os insumos de substituição são oferecidos tanto em versões com rendimento padrão (3,000 páginas) como de alto rendimento (5,000 páginas). Essas novas impressoras coloridas da Ricoh configuram uma máquina de 26ppm e um design de cartucho tudo em um. Essa máquina não tem todas as características que uma impressora colorida de preço competitivo deveria ter, contudo é uma jogadora de peso nesse segmento. Toner, componentes e cartuchos de substituição Uninet Absolute Black para Ricoh Aficio 350, 450 Los Angeles, CA - A UniNet tem o prazer de anunciar o lançamento de toner, componentes e cartucho de substituição Absolute Black para uso na Ricoh Aficio 350, 450. Essa copiadora, ainda que não esteja mais em produção, continua muito popular no mercado. A máquina monocromática tem uma velocidade de 35ppm e características com capacidade de impressão/cópia/escâner/fax, bem como a bidirecionalidade. O sistema de desenvolvimento de dois componentes possui um cartucho de toner para páginas, um cartucho de cilindro de páginas e um cartucho de revelação de páginas. Para mais aplicações, é necessário somente substituir o toner e o cilindro ao mesmo tempo. Para mais informações, contate-nos através do telefone + 1 (424) ou visite nosso site 10 Guia do Reciclador - Ano 8 - Número 49

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12 por Sherry Lachine Porque a MPS é uma solução esverdeada Na indústria MPS, como em muitas outras indústrias, o verde parece ser visto como uma maneira de fazer ouro. Más há muitas razões além do ouro para optar por práticas verdes. Então, como escolher as ações na vida cotidiana, em estruturas corporativas ou em MPS, para ajudar a guiá-lo no caminho verde da maneira correta, e como garantir que fizemos as escolhas corretas? Muitos anúncios de produtos ou práticas verdes podem enganar os clientes, fazendo-os acreditar que a empresa e os produtos são completamente sustentáveis, seguros ou amigáveis com o meio ambiente. O termo engano verde surgiu nos anos oitenta com relação a pratica da indústria hoteleira de colocar letreiros em cada quarto promovendo a reutilização das toalhas com o pretexto de salvar o meio ambiente. De fato, nessa época, pouco ou nenhum esforço foi feito para reduzir o desperdício de energia por parte de muitos hotéis e o foco esteve mais direcionado ao aumento do lucro. Existem outras razões para escolher práticas verdes além do lucro? Sim, claro. Muitos de nós temos razões ligeiramente diferentes: para preservar o meio ambiente evitando o excesso de recursos, criar ou manter um mundo saudável com habitantes saudáveis, permitir que a terra continue preservando a vida para futuras gerações. Essas são as razões nobres e importantes para ser verde, fácil de decidir ainda que não tão fácil de implementar. Uma vez que tenha dito a si mesmo que é uma boa idéia e decida seguir o caminho verde, como o fará de maneira adequada? Isso pode ser feito, mas não há maneira de fazêlo por inteiro. Uma tentativa de ser absolutamente verde demandaria que tudo o que fosse relacionado ao seu produto ou serviço tivesse um enfoque verde, incluindo a escolha dos materiais, processos, fabricação, bem como o aquecimento/esfriamento, e muito mais. Então, como escolher as ações do dia a dia, em estruturas corporativas ou MPS de maneira que possam guiá-lo a um caminho realmente verde? Como garantir que você fez as escolhas certas? Acredito que deveríamos olhar as organizações que voltaram seu pensamento e esforço na tarefa de ser verde corretamente. Por exemplo, a Leadership in Energy e Environmental Design (LEED, em sua sigla em inglês) é um programa de certificação que estimula e acelera a adoção global de práticas sustentáveis de construção e desenvolvimentos verdes através da criação e implementação de ferramentas compreendidas e aceitadas universalmente e critérios de desempenho. (Website: Os edifícios podem ser certificados como verdes baseados em um número de critérios de desempenho usados em seu desenho e em sua construção. Esses critérios estão agrupados em objetivos a alcançar e divididos em subgrupos de áreas significativas: desenvolvimento de substituição sustentável, seleção de materiais e qualidade do meio ambiente interno. Os pontos são identificados ou premiados com base no número de critérios satisfeitos, classificando-o como: prata, ouro ou platina O que é interessante sobre esse sistema é que o verde é definido desde o seu primeiro momento. Ao escolher criar um edifício verde, o gerente de projeto seleciona os critérios mais significativos para o cliente e o projeto; se a energia é o foco, então um número importante dos critérios pode ser escolhido na categoria rendimento de energia. Ou, se o projeto consiste sobre os aspectos da vida saudável, então um maior número de critérios pode ser escolhido nas categorias qualidade do meio ambiente interno e seleção de materiais. Verde pode ser definido de diferentes maneiras, em diferentes projetos. Outro programa chamado Electronic Product Environmental Assessment Tool (algo como Ferramenta Eletrônica de avaliação de produto meio ambiental, EPEAT, em sua sigla em inglês), como parte do Green Electronics Council, também usa critérios agrupados para poder obter um nível bronze, prata e outro. Seus critérios estão agrupados por: seleção de materiais, desenhos até o final da sua vida útil, conservação de energia, apresentação, etc. É tempo de aplicar metodologias similares de classificações verdes ao espaço MPS como LEED e EPEAT fizeram. A gestão de serviços de impressão é complexa, com conceitos e partes em constante evolução. A MPS começou com o monitoramento do dispositivo (incluindo insumos e serviço) e está rapidamente se movendo para a gestão e correção da conduta do usuário para administrar a excessiva impressão do dispositivo como uma forma de economia de custos e/ou medida verde. Para que os eletrônicos sejam certificados com EPEAT, consideramos um enfoque de seu ciclo de vida incluindo como foi feito, com que materiais, como está sendo utilizado e como termina. Em um MPS verde, o ciclo de vida não somente envolve os dispositivos mas também os insumos, serviços e impressão do dispositivo. O Forest Stewardship Council (Conselho de Administração de Bosques, FSC, em sua sigla em inglês) utiliza uma certificação de cadeia de custodia que seduz o céptico verde, garantindo que as práticas verdes serão mantidas desde o princípio até o final do processo, quer dizer, desde a viagem da madeira do bosque até que chegue a 12 Guia do Reciclador - Ano 8 - Número 49

13 prateleira. Imagine rastrear um cartucho desde a sua criação para uso, através do processo de reciclagem e assim sucessivamente até o final de sua vida útil. Impossível? Não deveria ser. As duas figuras seguintes apresentam uma sugestão que pode ajudar na compreensão do alcance dos critérios existentes em uma MPS verde. Observem Figura 1 Critérios Gerais para uma MPS verde Impressão do Dispositivo Insumos e Potência MPS Verde Serviço Figura 2 Detalhes de critérios MPS Verde Ciclo de Vida do Dispositivo gos de utilização de potência, uso de toner, rastreamento do número de paginas impressas e relatórios do rastro de carbono. Também, temos pacotes de software disponíveis que modificam e/ou controlam a conduta do usuário para reduzir o número de impressões e software para transformar o papel em documentos eletrônicos para sua armazenagem. Devemos mencionar que todas essas soluções requerem informações corretas e confiáveis do dispositivo para criar esses relatórios e administrar a impressão do usuário. De outro modo, é lixo que entra, lixo que sai. Provavelmente isso seja apenas outra forma que nós, nas indústrias de impressão e MPS, podemos tentar ser verdes e economizar alguma coisa no processo. A tentativa requer que compreendamos o alcance do verde na MPS, decidir sobre que critérios focar as iniciativas da empresa e informar sobre os critérios verdes para rastrear sua eficácia e continuar melhorando em um ciclo de aperfeiçoamento. Isso Categoria de Critérios Impressão do Dispositivo Insumos e Potência Cartucho Toner Outros Insumos Consumo de Potência Serviço Técnico Dispositivo Critérios Nº Descrição PPapel (Temu m certificado FSC cadeia de custodia ou está reciclado ) Toner (a quantidade usada é menor que a média definida) Usuário (conduta gestionada para reduzir saída) Materiais usados - cartucho (sob componentes orgánicos voláteis, ou baixa toxidade VCC) Materiais usados - toner (baixo VOC, baixa toxicidade) Método de entrega (local vs. larga distancia) Remanufacturado Materiais de embalagem usados (reciclados o postconsumo) Uso de insumos verdes (por e j., fusor, caixa/garrafa residuos de toner, kits de cilindro, mais) Os cálculos de Kwh são baixos Existem operações de economía de potência Método de traslado e distâncias são baixas emissões curta distância A eficiencia da resposta é alta Tempo de funcionamento é alto O número de partes utilizadas pelo dispositivo em chamadas de serviço é baixo Ciclo de vida do Dispositivo Materiais usados na produção do dispositivo cartucho (baixo VCC, baixa toxidade) Otimização empregada (o dispositivo correto para o uso correto) Método de transporte à localização (local x.grande distancia) Existe clasificação Energy Star o Eco Foram tomadas considerações de final de vida útil Na figura 2 há 2 critérios potenciais sobre os quais podemos medir o verde em uma solução MPS. Hipoteticamente, se uma empresa tivesse em condições de atingir com sucesso 20 dos 20 critérios, então essa empresa poderia ser premiada coma categoria MPS verde platino. Ou se uma empresa conseguisse atingir a metade, digamos, 10 dos 20, poderíamos premiá-la com a categoria verde bronze. Imagino que com esse exemplo você tenha conseguido captar a idéia geral. Quem sabe com essa tentativa de identificar claramente os critérios verdes a serem cumpridos na indústria, podemos remover qualquer mancha de engano verde MPS que possa existir. É importante destacar que a maioria dos critérios já podem ser rastreados utilizando os artigos inteligentes que possuem atualmente muitas das soluções MPS: artipode ser um caminho para fazê-lo adequadamente, mas novamente, não há uma forma de ser totalmente verde. Então quem sabe podemos chamar esverdeado, é impressão, depois de tudo. Sobre o autor Sherry Lachine é a diretora de inovação em produto em PrintFleet Inc., estabelecendo a direção para produtos e serviços. Utilizando seus 15 anos de experiência e conhecimento, guia todos os aspectos de gestão de produto desde os requerimentos até a sua utilização. Antes de se unir a PrintFleet, Lachine teve cargos chave de liderança como engenheira sênior de sistemas e requerimentos em vários projetos de comunicações com o setor de tecnologia militar e privada no Canadá. Possui licenciatura em engenharia mecânica do Colégio Militar Real do Canadá, é engenheira profissional registrada em Ontário e tem uma Certificação Profissional LEED (Leadership in Energy and Environmental Design, Accredited Professional). Guia do Reciclador - Ano 8 - Número 49 13

14 Atualidade Algo novo, algo emprestado, algo azul, algo velho Por Gustavo Molinatti O que deixou o mercado global de impressão em 2011 e seu impacto regional e o que podemos prever como tendências para 2012 Para que negar, 2011 não foi um ano memorável. Impactos cambiais, crises econômicas ainda presentes, recessão, graves problemas financeiros em vários países da sempre madura Europa e até alguns desastres naturais em regiões de fábrica, fizeram do ano passado um período bastante complicado para muitos mercados. Todos esses fatores globais somados a outros tantos regionais impactaram as OEMs, que esperavam um crescimento em 2011 por conta da sua leve recuperação de As condições foram piorando com o passar do tempo, com quedas de vendas tanto em hardware como em insumos, as margens de lucro tiveram que ser revistas e empresas como a própria HP experimentaram o menor resultado operacional em anos. Inclusive várias OEMs viram-se obrigadas a subir seus preços recentemente para melhorar sua rentabilidade. Para a HP fica o consolo de não ter sido a única OEM a sofrer nesse período. As vendas da Canon refletem os inconvenientes que a HP está tendo no negócio de laser, os insumos da Lexmark foram reduzidos, a Epson continuou em queda nas vendas e tanto a Ricoh como a Lexmark anunciaram corte de pessoal. Outras OEMs conseguiram melhores resultados, sempre considerando o período posterior a recessão. É o caso da Konica Minolta e Samsung, que parecem terem mantido o volume de suas vendas. Mas apesar das condições econômicas ruins, as OEMs lançaram uma grande quantidade de máquinas no mercado, sendo a HP a que mais anunciou novidades, em monocromático, colorido e MFP. Boas e más para a remanufatura Apesar de a crise ter servido de combustível para a remanufatura, o mercado é duro tanto para as OEMs quanto para as não OEMs. A remanufatura tem suas vantagens potenciais frente a situação financeira, o impulso dos mercados emergentes e a economia pelo uso das MPS. Mas por outro lado, as OEMs estão sendo muito agressivas em suas campanhas publicitárias, em seus processos judiciais por patentes e em suas novas estratégias comerciais, o que permitiu um equilíbrio em sua posição. Vejo varios fatores que estão afetando a Indústria de remanufatura em toda a região latina, podemos detalhar os mais relevantes: Diminuição das margens A intensidade da concorrência e a insistência de muitos empresários do setor em vender por preço, fizeram diminuir ainda mais as margens de lucro do negócio. Os mesmos usuários habituais dos produtos remanufaturados buscam reduzir custos, mesmo sabendo que da diferença de preços que tem em relação aos originais. A guerra de preços entre colegas fornece melhores ferramentas de pressão ao consumidor para alcançar seus objetivos. Menos postos de trabalho A queda nos lucros gera a necessidade de corte nos custos, entre eles um dos mais críticos é o emprego. A comunidade de remanufaturadores tende a reduzir-se Verde mas nem tanto A redução de preços fez com que não fosse economicamente viável produzir certas linhas de cartuchos, colocando o remanufaturador em uma difícil encruzilhada: continuar mantendo essa linha mesmo não sendo rentável; deixar de vendê-los correndo o risco de perder o cliente; incorporar em sua oferta cartuchos compatíveis ou originais, abandonando em parte seu espírito verde. A falta de compromisso com os aspectos meio ambientais torna a decisão mais fácil. Isso levou uma massa (crescente) de remanufaturadores que historicamente juraram não fazer parte do mercado de compatíveis a oferecer o produto a seus clientes por uma questão de comodidade ou sobrevivência (ou ambas). A guerra dos cloness É quase uma obviedade voltar a destacar a tremenda penetração dos cartuchos compatíveis asiáticos, mas nos últimos meses uma série de fatores globais potencializou sua agressividade na região. A proliferação de fábricas asiáticas multiplicou os volumes de produção e por fim, a pressão que exercem para alcançar seus ambiciosos objetivos de venda. No cenário de crise que afeta a Europa e os Estados Unidos, junto ao freio por questões legais de patentes, deram um novo atrativo comercial aos mercados emergentes, entre eles a América Latina. O Brasil foi o país da região mais prejudicado nesse aspecto, já que as fábricas tomaram consciência de seu volume de mercado, de seu bom momento econômico e da falta de políticas governamentais que impeçam sua entrada (ou que fomentem e incentivem essa indústria nacional). Menos vazios Outro efeito que prejudicou a remanufatura foi justamente a queda nas vendas ou a falta de productos originais, o que ocasionou escassez de vazios. Inclusive varias OEMs melhoraram seus programas de coleta, o que limitou a entrada de muitas carcaças no mercado. Esse é outro fator global e regional que estimulou a venda de compatíveis. E onde está o colorido? Definitivamente o colorido não teve o crescimento esperado há alguns anos. Os prognósticos que oportunamente previam um mercado em sua maioria colorido para 14 Guia do Reciclador - Ano 8 - Número 49

15 Atualidade hoje em dia não se cumpriram, ao menos não na dimensão que se pensava. Em 2011, o mercado global de impressoras coloridas caiu, não no sentido das margens mas no volume de unidades e entradas por vendas. Muitas empresas estão avaliando substituir seus velhos equipamentos que são caros de operar e manter, mas as impressoras inkjet de escritório e as MPF laser coloridas parecem ser mais atrativas que as impressoras laser coloridas. Contudo o benefício que o colorido traz quanto ao aspecto econômico e AL segmento de mercado que permite alcançar o transforma em uma tendência necessária para o futuro do setor. Longa via a Inkjet Muitos poderão afirmar que o mercado de inkjet está se reduzindo, o que é claramente perceptível se compararmos os gráficos de vendas da última década. Mas ainda existem milhões de máquinas ativas e muitas OEM continuaram lançando novos modelos de inkjet em Um fator que consolidou sua posição foi a aceitação no ambiente de escritório das novas tecnologias inkjet. A disponibilidade que existe atualmente de impressoras de alta qualidade, como são as HP Officejet Pro ou as Epson WorkForce Pro series, deu um novo espaço às soluções inkjet. São rápidas, imprimem com qualidade surpreendente e algumas são mais econômicas de adquirir e operar que as laser. O recente desenvolvimento da tecnologia Memjet promete legitimar ainda mais a opção inkjet para escritório. CISS: se não pode vencê-los, junte-se a eles Não podemos deixar de destacar o Guia do Reciclador - Ano 8 - Número 49 15

16 Atualidade recente lançamento da Epson L200, a primeira impressoras Epson com sistema contínuo de tinta original incorporado. A novidade coloca em destaque a importância que ainda mantém o negócio CISS na indústria inkjet, o que levou a OEM a competir de maneira direta com um mercado dominado por marcas alternativas. Veremos no futuro que impacto terá naquelas empresas que comercializam tintas alternativas para esses sistemas e de que forma a Epson conseguirá manter sua estratégia, abrindo mão do lucro para ganhar volume. O que é de se esperar é a entrada da Epson nesse segmento vá exigir um alto nível da concorrência e a migração a um negócio baseado mais em serviço do que em venda de equipamentos ou insumos. Serviços de Gestão de Impressão (MPS) Pouco a pouco o canal MPS vai se transformando na maior tendência do mercado de impressão. Todas as OEMs lançaram, com diferente nível de compromisso, serviços de gestão de impressão para se fortalecer ante a concorrência com as outras marcas. HP, Xerox, e Ricoh aparecem como as OEMs com maior habilidade em suas ofertas MPS, seguidas por Canon e Lexmark. Os mercados mais maduros nesse tipo de contratos são os Estados Unidos e a Europa. Não obstante a isso, várias consultoras de prestígio começam a identificar a América Latina como a região de maiores oportunidades de crescimento para empresas que ofereçam soluções e serviços para documentos de escritórios. Segundo a InfoTrends, a região crescerá de forma geral cerca de 12% até 2015, destacando-se o Brasil, com um crescimento de 14% para o mesmo período. Essas projeções de crescimento continuarão sendo um grande atrativo para as OEMs em sua disputa para conseguir contratos no segmento corporativo e governamental. MPS e o remanufaturador latino Atualmente a remanufatura parece ser mais funcional para a MPS que a MPS para a remanufatura. Os contratos de gestão de impressão tem como um de seus principais objetivos promover a redução de custos de impressão e de recursos, o que encaixa perfeitamente com o espírito do setor. Mas o consumível é somente uma pequena parte dentro do universo MPS; uma parte crítica sem dúvidas, mas somente uma etapa da cadeia. Para a maioria dos remanufaturadores é uma incógnita a melhor maneira de migrar seu negócio, seja baseado em um produto para outro ou baseado em serviços. Alguns inclusive acreditam estar oferecendo um contrato MPS quando na verdade estão apenas trabalhando em CPP ou aluguel de impressoras. Nesse processo não há receitas mágicas nem milagres. Quem sabe trabalhar em aliança com empresas que ofereçam gestão empresarial seja o melhor conselho para encarar esse novo mundo. Aliança não significa necessariamente dividir lucros, mas potencializar através das sinergias. Até as próprias OEMs em sua maioria adquiriram recentemente empresas ECM para melhorar sua participação no mercado MPS, como é o caso da Xerox com a Newfield IT e da HP com a Printelligent. Contudo, aqueles remanufaturadores que trabalham no segmento PyMES, com muita presença de impressoras monocromáticas e laser coloridas de baixo custo, terão boas oportunidades de lucro através de contratos CPP e serviços. Outra alternativa é converter-se em um provedor de insumos de empresas com contratos MPS, para o qual a qualidade e rendimento serão chaves no sucesso da oferta. Um pouco do que vem por aí As tendências continuam nos mercados mais evoluídos que o latino, em especial nos Estados Unidos e Europa. Essa demora em receber a mudança pode ser vista como um benefício, já que nos outorga um tempo extra para avaliar de que forma a indústria está mudando e nos antecipar. Veremos a seguir alguns prognósticos para esse ano, que nos deixam vários questionamentos sobre sua maior ou menor influência na América Latina. Soluções de impressão em nuvem ou móveis Impulsionada pela aparição dos tablets e a crescente relevância da computação em nuvem, as OEMs e algumas terceiras marcas lançaram as soluções de impressão em nuvem e móveis, para garantirem conectividade dentro das novas fronteiras da rede. Enquanto 2011 será lembrado como os primeiros tempos da impressão em nuvem e móvel, as tecnologias percorreram um grande caminho nos últimos meses, somando excelentes soluções, tanto em quantidade como em qualidade. Esse mercado se expandiu além de seus líderes originais HP, Xerox e Ricoh, já que praticamente todas as OEMs oferecem atualmente esse tipo de soluções. O que essa tendência parecía estar precisando é uma urgente padronização, de maneira que todos os sistemas móveis e de interconexão possam trabalhar de maneira conjunta dentro das frotas mistas de impressão. Um possível primeiro passo para essa padronização pode ter ocorrido em outubro passado, quando a HP permitiu que a Toshiba agregasse eprint a sua oferta MPS. Contudo por hora surgem muitas dúvidas sobre as possíveis alianças de impressão em nuvem entre as diferentes OEMs. E enquanto esperamos que a padronização ocorra, continuaremos vendo novos desenvolvimentos dessas tecnologias de impressão, onde seu futuro dependerá de quanto cresça o ato do usuário de imprimir em nuvem ou móvel. Esse fator será sem dúvidas o que definirá o sucesso ou o fracasso desse novo mercado. 16 Guia do Reciclador - Ano 8 - Número 49

17 Rápido crescimento Memjet Em 2007, os incrivelmente rápidos protótipos da Memjet junto com seus planos de negócios, sacudiram a normal relativa calma do mundo de imagens e impressão. Respaldada por Silverbrook Research e sua tecnologia que incluía umas patentes globais (atualmente possui mais de 4.000), as notícias da secreta empresa impactaram a indústria. Apesar dos primeiro produtos Memjet terem sido anunciados e vendidos em seus primeiros anos, 2011 pode ser considerado o ano da Memjet, com os primeiros produtos OEM em produção, o anúncio de importantes alianças comerciais e o impacto da empresa em diversas categorias de mercado e através de um amplo espectro de segmentos do negócio. Apsar da maioria dos meios prever que a Memjet será umas das grandes tendências de 2012, por hora seu desenvolvimento encontra-se fora da nossa região e com sócios comerciais de forte presença em outros mercados (em especial da Coréia do Sul), o que nos faz crer que seu impacto na América Latina irá demorar. Convergência em MPS A convergência da gestão de serviços e a gestão de serviços de impressão começarão pouco a pouco a ser uma tendência importante no mercado MPS. Há uma massa crítica de programas em construção e um ecossistema desenvolvendo-se ao redor de tudo isso, o que elevará o nível de exigência de quem está dentro do MPS, tornando esse espaço muito interessante e competitivo. É provável que 2012 seja o ano que separe aqueles que podem dos que não podem. Existem empresas que estão MPS de maneira importante já há algum tempo. Inclusive muitas delas iniciaram em novos níveis, como o de outsourcing de processos de negócios (suas siglas BPO serão cada vez mais ouvidas) e administração de gestão de documentos, coisas que são transformadoras para seus clientes mais além da administração da frota. Como os primeiros níveis MPS estão sendo comoditizados, mais e mais empresas estão se esforçando para avançar nessas e outras oportunidades mais complexas. Aqueles que puderem fazer essa transformação (quero dizer, não somente administrar frotas mas ir mais além de um mero impacto no modelo de negócios do cliente), exercerão uma grande pressão para que o resto também o faça. Será um ano crítico para aqueles que deram seus primeiros passos rumo ao universo MPS mas que não conseguiram evoluir para outros níveis de gestão. Como seria bom ter uma bola de cristal e poder antecipar o futuro! Mesmo nas dificuldades, nossa indústria conseguiu manter-se em pé, adotando mudanças novas, copiando modelos de outros mercados ou cuidando de velhos métodos que sempre deram resultado. O espaço que ganhamos com esforço é tão legítimo como o que pudemos conseguir por falta de união e consenso. E se analisarmos com inteligência as mudanças que estão acontecendo (e não duvide, são cada vez mais rápidas), veremos que a maioria são oportunidades para a remanufatura. O futuro do negócio é o serviço, nessa direção marcham as OEMs e seus vendedores, e é aí onde você deveria focar a sua empresa. Guia do Reciclador - Ano 8 - Número 49 17

18 Técnica O que é DTP? Por Ing. Cassio Rodrigues O que é impressão direta em tecido DTP, ou Direct Textile Printing, ou Impressão Direta em Tecido é uma vertente da Impressão digital em tecidos, e consiste em imprimir imagens, figuras e desenhos diretamente em tecidos, em equipamentos adaptados ou desenvolvidos especialmente para este fim. Tradicionalmente os tecidos são produzidos por métodos que utilizam equipamentos rotativos, e em larga escala. Embora o custo seja muito baixo, é necessário um alto volume de produção para diluir os gastos em preparação do equipamento, como fotolitos, gravações dos cilindros, além de pesados custos ecológicos, como tratamento de efluentes. A estamparia em cilindros também tem seus custos aumentados por exigir um alto custo para amostras, além de um limitado uso de cores e variações e um longo tempo desde sua criação até sua execução final. Os processos de DTP conseguem atingir exatamente os pontos fracos do processo tradicional de estampagem: agilidade e baixo custo para pequenas tiragens, além de se ter à disposição uma quantidade ilimitada de cores e temas, sendo que apenas a criatividade é o limitador para este processo. Como funciona? Podemos pensar no processo de DTP como um processo comum de impressão: uma imagem é criada, convertida por um software específico e impressa diretamente no tecido. Simples assim. Porém, como em todo o processo de impressão, alguns fatores são necessários, como o correto tratamento do tecido, a correta escolha da tinta e o uso da impressora. Pode-se virtualmente imprimir em qualquer tipo de tecido, desde que este seja pré-tratado, ou seja, preparado para receber a tinta da impressora. Cada tecido necessita de um tipo especial de tinta e/ou pré-tratamento, para que haja a reação que fixa o corante permanentemente nas fibras. Também algum tipo de pós-tratamento é exigido, para que o corante seja fixado na fibra e a cor final seja realçada. O primeiro passo para a Impressão Direta em Tecidos é a preparação do tecido em si. O pré-tratamento é exigido para que a tinta, ao atingir o tecido, encontre um ambiente ideal para sua fixação, com um ph e hidratação corretos, a fim de evitar reações químicas adversas e promover a correta penetração e fixação da tinta na fibra. Desta forma, a tinta, ao atingir o tecido, o espessante incha e cria um ambiente viscoso e, juntamente com os outros componentes do coating usado, determina o grau exato de extensão sobre a penetração através do tecido. Os coatings usados seguem formulações que incluem espessantes (ácidos ou básicos), umectantes e fixadores. Quimicamente semelhantes aos usados na estamparia tradicional, os espessantes são compatíveis com as tintas usadas e são facilmente removidos na lavagem final, e a quantidade usada é sempre muito menor que na estamparia convencional. O ph das soluções de prétratamentos é corrigido para que haja a correta reação química da tinta usada com a fibra do tecido e os umectantes são necessários para que haja a correta difusão dos corantes nas fibras durante o processo de vaporização. Usualmente os tratamentos prévios em tecidos são realizados em foulards, semelhantes aos foulards de tingimento, e seco em câmaras de secagem ou calandras. Após o pré-tratamento, o tecido pode então ser impresso com sua tinta específica, e por fim, deve receber um tratamento para a correta fixação e coloração. As tintas usadas no processo de impressão direta em tecidos usam os mesmos corantes que os usados no 18 Guia do Reciclador - Ano 8 - Número 49

19 Técnica processo de estamparia normal, porém com formulação muito diferente. Características físico-químicas como viscosidade e tensão superficial, além de condutividade e ph são extremamente importantes, e são considerados quando se formula uma tinta, pois a correta formação da gotícula nos orifícios de saída das cabeças e sua correta trajetória e fixação nas fibras são a chave para o sucesso deste processo. A BM possui tintas específicas para a necessidade do Mercado, oferecendo tintas com corantes dispersos, ácidos e reativos, compatíveis com equipamentos d.gen de impressão digital em tecidos. As impressoras usadas para este processo são também específicas, ou altamente modificadas para este fim. Os sistemas de tração e enrolamento dos tecidos são calculados para controlar a elasticidade dos tecidos e conferir à impressão uma reprodução fiel das necessidades dos clientes. A BM Print oferece ao Mercado de Impressão Direta equipamentos d.gen, como a Artrix e a Teleios V8, capazes de imprimir mais de 100m²/h e 38m²/h, respectivamente e conseguir gerar imagens de até 720 x 720 dpi de resolução, além de poderem trabalhar com até 8 cores diferentes, aumentando ainda mais a fidelidade de cores e a qualidade final das imagens impressas. Fibras Algodão Viscose Seda e Lã Poliamida Poliéster Nylon / Nylon Lycra Todas Pré-tratamento Reativo Reativo Reativo Ácidos Dispersos Ácidos Nenhum Corantes usados Reativo Reativo Reativos Ácidos Dispersos Ácidos Pigmentos Para se conseguir o máximo da impressão, softwares RIP (Raster Image Processor, ou Processador de Imagem por varredura) são necessários para unir a imagem criada por um programa como Corel, Adobe ou outro, e os perfis de cores ICC (International Color Consortium), imprimindo no tecido exatamente a cor que se quer. Os softwares RIP, como o Wasach permitem um correto controle do tipo de padrão de cobertura da imagem, da quantidade de tinta expulsa e da quantidade de passadas do equipamento impressor, criando imagens muito mais definidas em resolução e quantidade de cores do que o sistema de estamparia convencional. Os processos de pós-tratamento em tecidos removem também os corantes que não reagiram com as fibras e o excesso de coating decorrente dos pré-tratamentos, e normalmente consistem em processos de vaporização, lavagem e secagem, necessários para que sejam maximizadas as características de cor e solidez Mercado atual, e exatamente neste cenário que a Impressão Direta em Tecidos encontra sua maior força. O avanço tecnológico dos equipamentos atualmente oferecidos elevou o processo de impressão direta em tecidos de simples produtores de amostras e provas, para efetivamente tomar para si a produção de pequenas e médias tiragens com alta qualidade, rapidez e custos acessíveis, principalmente quando comparados com os métodos tradicionais. Entre a idéia e a execução, quando se fala de um processo de Impressão direta em tecidos, o tempo gasto é muito pequeno, isto sem contar que podemos imprimir apenas alguns metros de um determinado desenho ou estampa, com custos extremamente competitivos. Este baixo custo, aliado à agilidade e a rapidez na impressão, e principalmente à alta qualidade fotográfica das impressões com cores ilimitadas faz com que cada vez mais se busque esta modalidade de trabalho para atender à Indústria da Moda. As impressões diretas requerem um setup inicial simples, e possuem registros multicores construídos nos próprios equipamentos, ou seja, elimina muito tempo desperdiçado em ajustes e permite uma resposta mais rápida e uma entrega muito mais rápida das impressões (enquanto demora-se dias para fazer as telas e a impressão, demora-se minutos para imprimir uma imagem com 4 cores), além de serem mais ágeis, promovendo dados variáveis, personalização e customização. Por este processo, podemos limitar estoques e agilizar entregas, uma vez que se pode produzir quase ao mesmo tempo em que se oferta à venda, pois podemos produzir apenas e tão somente o que é vendido, sem qualquer necessidade de liquidações ou queimas de estoque. O tempo também entre a criação e a venda do produto acabado é também Pós Tratamento / Fixação Vaporização e lavagem muito atraente, pois em Vaporização e lavagem questão de horas temos toda a cadeia produtiva Vaporização e lavagem fechada, com criação Vaporização e lavagem impressão e acabamento. Termofixação Vaporização e lavagem A criação dos desenhos Termofixação e estampas está limitada apenas a criatividade de quem o produz, e, devido à sua alta especialização, torna-se também difícil de ser copiada, dando aos trabalhos impressos diretamente um design único. Os processos de impressão digital em tecidos também empregam sofisticados sistemas de coloração para produzir ajustes perfeito de cor, sendo que estes equipamentos também podem imprimir imagens cujo limite é o próprio tamanho do tecido, e com o comprimento do rolo usado, além de imprimir panoramas e não estão restritos a imprimir padrões repetitivos. Quais as principais vantagens? Atualmente, a Indústria de Moda necessita de novas criações e respostas imediatas de seu público consumidor, além de baixo volume de estoque e menor índice de reposição. Designs exclusivos, altos níveis de detalhes e encantamentos são as características exigidas pelo Suas imagens geradas são usualmente fáceis e rápidas de serem manipuladas, deixando designers, artistas, fotógrafos, arquitetos e outros profissionais da área livres para criar seus trabalhos digitalmente, e rapidamente ver seus trabalhos impressos e prontos para uso, além de arquivos digitais serem muito mais práticos e fáceis de transportar e são lidos Guia do Reciclador - Ano 8 - Número 49 19

20 Técnica em qualquer computador rapidamente, facilitando ainda mais o trabalho de impressão sob demanda. Quando se fala em área necessária, investimento e controle de efluentes, os processos de DTP também fazem a diferença, pois se necessita de um espaço pequeno comparado a outros métodos de impressão em tecidos e investimentos de aquisição e manutenção inferiores (e obviamente retorno do investimento muito mais rápido), bem como a mão-de-obra necessária para a operação de todo o parque também me muito menor. O Meio-Ambiente é igualmente poupado, uma vez que se consomem menos recursos naturais, como água e eletricidade, além de diminuir as perdas e descartes, inclusive por não necessitar de filmes, estêncil, telas ou placas gravadas. Quais os principais usos? São inúmeros os usos que podemos ter com o processo de DTP, e dentre eles, como dito até aqui, a produção de estampas e confecções de pequenas e médias tiragens encontra seu maior expoente. Com a possibilidade de criações exclusivas e a alta versatilidade do processo, a cada dia mais e mais empresas lançam mão das vantagens do uso de equipamentos para impressão direta. Podemos citar como exemplos de usos de processos de DTP a moda íntima e esportiva, moda praia, vestidos, batas, camisas estampadas, moda feminina e masculina e etc, além de acessórios, como cangas, bolsas, tiaras, cintos e calçados. O Design de Interiores também busca nos processos de DTP a inovação que seus clientes necessitam como impressão de cortinas, tecidos para mobília, roupa de cama, mesa e banho com desenhos exclusivos e decoração de paredes e divisórias. Além da Moda, a Indústria de Sinalização encontra um forte concorrente na Impressão Direta, principalmente por seu apelo ecológico. Vemos já em Países da Europa e Ásia a proibição de uso de impressões por solventes ou eco-solventes para Sign e banners, sendo substituído por produtos impressos diretamente em tecidos. Imagine um Banner de 10 metros de altura em vinil e em tecido, qual a diferença em peso que teremos? Isto sem falar da utilização de tintas à base de água para os processos de DTP, e não as potencialmente perigosas tintas a base de solvente. Por esta linha, também encontramos no mercado de bandeiras outra grande potencial consumidor de produtos impressos diretamente, principalmente pela vivacidade das cores impressas, do rendimento, do controle e transpasse (a impressão pode ser vista no verso do tecido), e a possibilidade de impressão de uma variedade enorme de bandeiras por um custo individual mais acessível quando comparado com métodos tradicionais. Sobre BM Print A BM Print oferece soluções completas para impressão direta em tecidos, como seus equipamentos d.gen Artrix GT e Teleios V8, tintas especiais, pré-e pós-tratamentos, com assistência técnica permanente para todo o sistema, inclusive softwares e suplementos. Para mais informação cassio@cassiorodrigues.eng.br 20 Guia do Reciclador - Ano 8 - Número 49