Plano de Restauro Florestal. IBF Instituto Brasileiro de Florestas
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- Therezinha Sabrina Camilo Castanho
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1 Plano de Restauro Florestal IBF Instituto Brasileiro de Florestas 28 de setembro de 2011
2 Plano de Recuperação Local do plantio da Floresta da Embaixada Alemã: Área para plantio A área do IBF onde são plantadas as mudas referentes ao Programa Plante Árvore está localizada em uma região estratégica próxima a Bacia do Rio Pirapó, influenciando grande parte da região de forma positiva. A Bacia do Rio Pirapó tem sua nascente em Apucarana/PR, possui uma extensão de 168 km até sua foz no Rio Paranapanema e é de extrema importância, pois abrange 33 Municípios atingindo cerca de 950 mil habitantes. Além dos números significativos, a Bacia também destaca-se pelo destino de suas águas: consumo humano, irrigação agrícola e uso industrial. Nos últimos anos sofreu com a degradação causada pelo crescimento urbano desorganizado, poluição, rede de esgoto reduzida que agravaram a situação do local já não favorável, por não possuir mata ciliar nativa. Com isso, problemas como erosão e assoreamento apresentam crescimento. Com isto, fica clara a importância do local e a necessidade de sua conservação para o bem da comunidade e do meio ambiente a curto e longo prazo. Para isto, o IBF conta com uma área de cerca de 30 hectares em sua totalidade, capaz de receber mudas. 1
3 Tecnologia a ser empregada pela atividade do projeto de Recuperação de Área Degradada O plantio de florestas e as técnicas de gestão serão designados com base no conhecimento local construído pelas atividades de pesquisa/plantio conduzidas pela equipe do IBF através da elaboração do PROJETO TÉCNICO DE RECUPERAÇÃO. As atividades florestais incluem o preparo do local do plantio, a obtenção de mudas adequadas, plantio das mudas e a manutenção da plantação. Espera-se que as técnicas aplicadas para o reflorestamento das áreas atinjam um pegamento superior a 90% das mudas plantadas. Desenvolvimento de mudas A primeira etapa no processo é a coleta e o tratamento de sementes dos fragmentos da floresta, no bioma Mata Atlântica. As frutas de uma variedade de espécie são selecionadas manualmente e é feita uma triagem para a remoção de sementes. As sementes são tratadas para quebrar a dormência, como por exemplo, o processo de escarificação das sementes do Guapuruvu (Schizolobium parahyba), as quais são em seguida ensopadas em água por um ou dois dias. As sementes são plantadas em pequenos tubos contendo 53 cm 3 de substrato florestal próprio, composto basicamente por casca de pinus e fertilizante químico encapsulado. As bandejas que dão suportes do tubete, durante os estágios de semeadura, germinação e crescimento das mudas, podem sustentar 187 unidades. As bandejas são colocadas em canteiros de no chão forrado de uma camada de manta de ráfia e pedras, com 50% na penumbra. Esta forma de plantação garante o controle das condições de crescimento dos brotos, incluindo a irrigação completamente automatizada. Em alguns casos, quando a semente precisar de melhores cuidados a fim de processar a germinação, as sementes são plantadas no viveiro de germinação, antes de serem transplantadas para os tubetes. Preparo do Terreno A primeira ação em uma área a ser reflorestada deve ser eliminar ou controlar tudo que possa atrapalhar o trabalho. Essas iniciativas incluem o controle da erosão, a proteção da área contra o fogo (manutenção de aceiros), a retirada do gado ou o cercamento do local e a eliminação de espécies em desequilíbrio tais como braquiária, leucenas, eucaliptos, santa-barbáras, ipê-de-jardim, dentro outros. Após essa etapa, deve-se realizar o controle do mato, que pode ser feito pela capina manual ou com roçadeira, ou química com aplicação de herbicida de baixa toxidade como o glifosato. 2
4 É importante destacar que árvores ou arbustos nativos da região devem ser mantidos e tratados como se fossem mudas plantadas, ou seja, com o controle do mato ao redor dessas plantas e com a adubação de cobertura. Para o preparo das covas para o plantio das mudas de espécies nativas, as mesmas deverão ter um tamanho aproximado de 30cm x 30cm x 40cm, mantendo um coroamento de 80cm de diâmetro, e seguindo o espaçamento de 2,93 m x 2,00m, em quincônico. A seguir, serão demarcadas e construídas as covas de plantio, devendo seguir o seguinte critério para sua construção: Demarcação do local da cova. Retirada da primeira camada de solo para um dos lados (30,0cm de largura por 30,0cm de comprimento e 20,0cm de profundidade). Retirada da segunda camada de solo (subsolo) para o lado oposto (30,0cm de largura por 30,0cm de comprimento e continuar o cavamento 20,0cm aos 40,0cm de profundidade). Colocar sobre a primeira camada de solo retirada 10 litros de matéria orgânica, de preferência inerte, 100 gramas de Superfosfato Simples e 100 gramas de Calcário Dolomítico. Com enxada, misturar o composto orgânico e o fertilizante a primeira camada de solo retirada. Com a enxada, retornar o solo com os componentes misturados para o interior da cova, fechando-a. Completar, se necessário, o fechamento da cova com o solo retirado do fundo da cova. Com este mesmo solo formar coroa ao redor da cova. No centro da cova, após o assentamento das camadas, abrir coveta em tamanho adequado ao tipo de muda a ser utilizado (em tubetes ou em sacolas). Escolha de Espécies A escolha das espécies será determinada através de levantamento florístico realizados em áreas de vegetação semelhante à que anteriormente existia na área. Estes estudos possibilitam a visualização das espécies existentes nesse tipo de formação. Modelo de Plantio Num primeiro grupo, alinham-se as chamadas Pioneiras (grupo P ), espécies plenamente heliófilas, de porte médio a médio baixo, de rápido desenvolvimento, ciclo de vida curto, cuja dispersão se faz por pássaros e vento. As secundárias Iniciais e 3
5 Tardias (2º e 3º grupos) têm características intermediárias de exigências de luz, incremento e longevidade, com ciclo de vida maior que as pioneiras, mais ou menos exigentes em relação à presença de luz solar, com dispersão anemófila. Já as espécies Clímaces têm lento desenvolvimento, porte elevado quando adultas, são umbrófilas na fase inicial de desenvolvimento, longevas e com sementes pesadas, o que determina a dispersão por mamíferos (roedores) e pássaros grandes. As secundárias inicias, tardias e climáces formam o grupo D. Quanto à distribuição no campo, será adotado o modelo com uma linha de pioneiras P e outra não pioneiras (secundárias e clímaces) D, visando facilitar operações de plantio. No projeto de reflorestamento, adotamos o espaçamento de 2,93 metros por 2,0 metros, com uma densidade de aproximadamente mudas/ha. O plantio deve ser realizado preferencialmente na época chuvosa, quando não se dispõe de irrigação, que encarece o plantio. Ressaltando que a manutenção da área é tão ou mais importante que o plantio de mudas, principalmente controle periódico de competidores, que pode por em risco todo o investimento realizado no reflorestamento. Plantio O sucesso a ser alcançado com espécies nativas dependerá, em grande parte, de uma série de procedimentos básicos que deverão ser adotados durante e após o plantio, como se segue: Distribuir as mudas ao lado das covas já preparadas. Retirar cuidadosamente a muda da embalagem que a contém. Colocar a muda na coveta aberta. Efetuar o plantio calçando bem o solo ao redor da muda para evitar a formação de bolsas de ar. Se o solo se apresentar com pouca umidade, logo após o plantio efetuar irrigação com cerca de 4 litros de água. Controle de Formigas e Cupins O controle de formigas e cupins deverá ter inicio mesmo antes do preparo do solo, posto que as perdas ocasionadas por estas pragas pode inviabilizar a manutenção do stand de crescimento das plantas ou mesmo prejudicar o andamento do projeto. Formigas Podem ser considerados dois tipos de formigas, as cortadeiras (Atas) ou saúvas e as quenquém (Acromyrmex) ou raspadeiras. No caso das saúvas, o primeiro passo será localizar os formigueiros. Nas épocas secas, o combate pode ser feito pela utilização 4
6 de iscas granuladas e, nas épocas chuvosas, pela aplicação de formicida em pó, diluído ou via fog. Para as aplicações via pó, diluição ou fog, é recomendável, um dia antes do tratamento, raspar a superfície do formigueiro com enxada. No dia seguinte as formigas reabrirão o olheiro principal, no qual deverá ser feito o tratamento. O combate às formigas cortadeiras deverá ser feito mensalmente no primeiro ano, a cada dois meses no segundo ano e semestralmente nos anos seguintes. Para o caso das formigas rapadeiras, o preparo do solo já eliminará uma grande parte dos formigueiros, porém embora de difícil localização, os formigueiros remanescentes dessa pequena formiga devem ser localizados usando-se talco inerte branco, que deverá ser colocado nos carreiros encontrados, o que facilitará a descoberta do ninho uma vez que as formigas irão marcando o trajeto. Para as formigas rapadeiras, no caso do uso de iscas, moer os grânulos sem tocá-los com as mãos (em sacos plásticos, por exemplo), para que esses grânulos sejam reduzidos permitindo que as pequenas formigas os carreguem. Cupins Dois tipos de cupins podem atacar as árvores plantadas: os cupins de montículo e os cupins subterrâneos. Para o controle dos cupins de montículo pode-se destruir a construção e aplicar cupinicida diluído no interior do cupinzeiro através de um tubo. Os cupins subterrâneos são mais difíceis de controlar. Um método prático vem a ser a averiguação no entardecer, com uma lanterna, dos ninhos existentes, logo após a gradeação do terreno. Ao receber o facho de luz os cupins procuram se abrigar nos ninhos, não tendo tempo de fechar a entrada. Essa entrada deverá ser marcada e, no dia seguinte, reaberta, sendo aplicado na mesma o cupinicida diluído. Para uma proteção complementar das plantas pode-se utilizar além dos expedientes anteriormente recomendados com o uso de cupinicidas fosforados, a aplicação do cupinicida granulado a base de fipronil (Regent). Tratos Culturais Consiste nos cuidados a serem tomados após o plantio e que sempre se fazem necessários, envolvendo o combate às formigas cortadeiras, irrigação quando as condições climáticas forem desfavoráveis, capina e coroamento individual ao redor das mudas. Replantio: Por uma série de razões, poderá haver perda de algumas mudas no conjunto de plantio. Estas deverão ser repostas o mais breve possível, para evitar a desigualdade de crescimento do lote de árvores plantadas. 5
7 Manutenção: A concorrência das ervas daninhas e principalmente das gramíneas pode interferir de forma negativa no desenvolvimento das árvores plantadas. Desta forma, é recomendável não permitir o surgimento dessas espécies executando capinas no entorno das plantas toda vez que estas apresentarem desenvolvimento em direção das plantas. Fertilização: Para um bom desenvolvimento das plantas, lembrando que os solos podzolizados, especialmente os muito usados em pastagens com gramíneas e pela cultura da cana de açúcar são extremamente deficientes em fósforo, recomenda-se efetuar adubações de cobertura na seguinte ordem: Fertilizante/Fórmula Quantidade/Cova Época de Aplicação gramas 90 dias após o plantio gramas 180 dias após o plantio gramas 01 ano após o plantio Controle Fitossanitário As plantas recomendadas no plano dificilmente se verão sujeitas a ataque de doenças produzidas por fungos, bactérias ou vírus. Obs.: Para o bom andamento do reflorestamento, caso seja necessário deve ser feito a limpeza periódica (ao redor das covas) e os tratos culturais (combate a formiga, manutenção de aceiros, isolamento). 6
8 Impactos Positivos Esperados Frentes Mudanças Climáticas: Água: Solo: Micro Clima: Biodiversidade: Econômico e legal: Social: Impactos - Neutralização de CO2 - Combate ao aquecimento global - Melhoria da qualidade da água (balneabilidade e irrigação agrícola) - Aumento do fluxo (vazão) - Aumento no armazenamento dos lençóis freáticos - Equilíbrio do ciclo, evitando enchentes - Proteção da fauna aquática - redução gradativa da erosão - redução da compactação - aumento da fertilidade - infiltração e retenção da água no solo - retenção de resíduos (fertilizantes e agrotóxicos) - melhoria na ciclagem de nutrientes - melhoria nas condições de temperatura - diminuição da velocidade do vento - aumento da umidade relativa do ar - condições de alimento, abrigo e água pra a fauna silvestre - corredor natural, garantindo o deslocamento, reprodução e variabilidade gênica da região - proteção da microfauna - adequação as legislações vigentes sobre áreas de preservação - melhoria da qualidade e continuidade do abastecimento de água à população e gerações futuras - turismo ecológico - conscientização através da mobilização e da educação ambiental - difusão dos princípios agroecológicos 7
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