Direitos autorais no trabalho acadêmico 1. João Augusto Cardoso 2

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1 Artigos Direitos autorais no trabalho acadêmico 1 João Augusto Cardoso 2 Mestre em Direito pela UNIMEP e doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela UMSA. Professor de Direito Civil e Empresarial na UNIP. Advogado especializado em Propriedade Intelectual. jcardoso@jurisdoctor.adv.br Resumo: O presente artigo tem como escopo contribuir com a difusão dos direitos autorais entre os estudantes que vivem à guisa da produção de obras intelectuais quer no âmbito da graduação ou da pós-graduação. Visa, sobretudo, transmitir informações doutrinárias e legais, a fim de que produzam seus trabalhos acadêmicos com maior consciência e segurança, sem que venham a incorrer em crassa violação de direitos de autor por falta de conhecimento, quer seja o plágio, contrafação ou outros ilícitos civis e penais. Para que a violação não ocorra, é necessário reconhecer que o trabalho acadêmico é obra intelectual, caracterizado como documento e, portanto, protegido pela legislação pátria desde a Constituição Federal até a lei específica de direitos autorais, bem como pelos acordos e tratados internacionais dos quais o Brasil é país signatário. Logo, sua violação é tipificada como crime. Além da orientação de que as normas insculpidas na legislação autoral devam ser seguidas, a fim de se reconhecer a necessidade e a importância das citações de autores consagrados e suas obras, ainda que estejam em domínio público, em paralelo, chama-se a atenção para que as normas editadas pela ABNT sejam igualmente seguidas. Desse conjunto, evidentemente sem se olvidar da leitura, do estudo e da pesquisa, ao redigir os trabalhos acadêmicos o estudante estará contribuindo para o desenvolvimento do tema e para a construção do conhecimento. Palavras-chave: direitos autorais; trabalho acadêmico; documento; plágio; domínio público Sumário: 1 Introdução 2 Breve histórico dos direitos autorais no mundo e no Brasil - 3 A propriedade intelectual e o direito autoral - 4 Fundamentos jurídicos dos direitos autorais 5 Prazo de proteção da criação intelectual e domínio público - 6 O trabalho acadêmico como obra intelectual e documento 7 Violação dos direitos autorais - 8 Elaboração do trabalho acadêmico consoante às normas - 9 Considerações finais - Referências Considero o direito de autor um dos direitos sagrados, se posso exprimir-me assim. Cumpre zelá-lo e defendê-lo. Nada mais belo do que a criação espiritual. Se fosse possível, devia ser pago em mirra, incenso e ouro. 3 1 O presente artigo foi publicado na forma livre no livro intitulado Encontros de Reflexões, 2006, p O presente texto foi revisado, atualizado e ampliado. 2 O autor é Mestre em Direito pela UNIMEP e doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela UMSA. Cursou pós-graduação em Administração de Empresas na EEP e Direito da Economia e da Empresa na FGV/RJ. Cursou Propriedade Intelectual, e Direito de Autor e Direitos Conexos, pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual; Propriedade Industrial pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial e pela Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro; e Propriedade Intelectual para Gestores de Tecnologia, módulos básico e avançado, pela UNICAMP, INPI e OMPI. É Professor de Direito Civil e Comercial na Universidade Paulista, nos cursos de Direito e Administração de Empresas. Foi Professor de Propriedade Industrial na Faculdade de Direito da UNIMEP e nos cursos de pós-graduação em Administração de Empresas da Escola de Engenharia de Piracicaba e da Faculdade de Engenharia de Sorocaba. É Advogado especializado em propriedade intelectual e foi Agente da Propriedade Industrial. Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

2 D. Manuel Gonçalves Cerejeira 4 1 Introdução Nos últimos anos, muito se tem digladiado acerca da proteção das obras intelectuais, representadas por qualquer manifestação, quer sejam as obras escritas, a música, a pintura, a escultura, a fotografia, as cartas geográficas, as obras arquitetônicas, os projetos de engenharia, o programa de computador e as demais obras protegíveis pelos direitos autorais, no âmbito das obras literárias, artísticas ou científicas. Segundo o advogado e escritor brasileiro HENRIQUE GANDELMAN, o direito autoral é um dos ramos da ciência jurídica que, desde os seus primórdios, e até na atualidade, sempre foi e é controvertido, pois lida basicamente com a imaterialidade da propriedade intelectual. 5 Para o mesmo autor, A tendência de alguns profissionais da área, usuários, advogados, generalistas e cultores do direito, é a de encarar os direitos autorais como assunto de extrema complexidade (o que, aliás, por vezes, é mesmo!...) e de que sua compreensão seria acessível somente aos poucos especialistas da matéria. 6 Talvez, seja esta a razão intuitiva pela qual se têm poucos especialistas em direitos autorais no Brasil, contribuindo sobremaneira para a lenta disseminação da matéria em todos os segmentos da sociedade, desde os públicos empresarial e consumidor, até mesmo o acadêmico ou universitário. Após a participação em exatas 40 bancas de apresentação de monografias jurídicas, que versaram sobre os mais diversos temas entre 2001 e 2004 na Universidade Metodista de Piracicaba, bem como outras 15 de trabalhos de conclusão dos cursos de Direito, Administração de Empresas e de Propaganda e Marketing na Universidade Paulista, além de orientações e co-orientações e ainda o envolvimento com monografias de cursos de pósgraduação lato sensu e dissertações de mestrado, e agora de tese doutoral, este autor pôde constatar uma certa dificuldade, natural por parte de muitos acadêmicos, quanto à compreensão da matéria protegida pela legislação autoral. Outro fato que chamou a atenção é um crescente número de violação de direitos autorais, quer no trabalho acadêmico durante os cursos de graduação e pós-graduação, quer nos trabalhos de conclusão de curso. Desde reproduções de trechos inteiros sem as devidas citações dos autores até cópias literais de um trabalho todo. Um dos fatores que em muito tem contribuído para esta prática não só ilegal quanto antiética, é a farta disponibilidade de trabalhos completos e de artigos publicados na internet, notadamente para a pesquisa pública, acadêmica ou científica, o que não quer dizer que estas publicações sejam de domínio público, e autorizariam, em tese, a cópia e/ou reprodução indevida de textos inteiros ou suas partes, com ou sem citação dos autores e suas fontes. 3 CEREJEIRA, D. Manuel Gonçalves apud CHAVES, Antônio. Direito de autor p Don Manuel Gonçalves Cerejeira ( ), Estudou na Faculdade de Teologia de Coimbra de 1909 a 1911, tornando-se professor e sacerdote. Doutorou-se em Letras em Foi Cardeal Patriarca de Lisboa, o chefe da Igreja Católica portuguesa, de 1929 a Em 1967, inaugurou a Universidade Católica Portuguesa. Cf. CITI. Centro de Investigação para Tecnologias Interactivas. No mesmo sentido: Cf. Paróquias de Portugal. O cardeal GANDELMAN, Henrique. De Gutenberg à internet: Direitos autorais na era digital p Ibid. p. 25. Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

3 Esta crescente mentalidade da lei do mínimo esforço e da falsa crença de que se está na internet está em domínio público, tem causado sérios prejuízos ao trabalho acadêmico, e pior ainda, à formação e à construção do conhecimento. Além da crassa violação de direitos autorais o que é crime pela prática do plágio, da cópia e/ou reprodução de trabalhos acadêmicos e artigos (inteiros ou em partes), como se fossem seus, há também a violação das normas de elaboração do próprio trabalho acadêmico. Essa realidade inspirou a produção do presente artigo, que ainda que seja em largas pinceladas, tem o claro intuito de oferecer uma orientação simples e prática não só aos acadêmicos que vivem à guisa da produção de trabalhos escritos, quer no âmbito da graduação ou da pós-graduação, como também aos professores do ensino médio e técnico, que preparam e dão a base para os alunos freqüentarem a universidade; evitando-se assim, a prática de atos ilícitos, notadamente da contrafação em propriedade intelectual, ou violação de direitos autorais. O presente artigo está dividido em sete partes, iniciando-se com um breve histórico dos direitos autorais, seguido pela conceituação de propriedade intelectual e de direito autoral, passando-se a tratar em seguida, de seus fundamentos jurídicos, dos prazos de proteção e do domínio público. Na seqüência, aborda-se o trabalho acadêmico enquanto obra intelectual, bem como enquadrando-o na figura jurídica de documento e tratando a seguir das violações dos direitos autorais, até se chegar à prática da elaboração do trabalho, sem contudo, se violar as normas, quer sejam de direitos autorais, quanto as NBR s da ABNT. 2 Breve histórico dos direitos autorais no mundo e no Brasil Primitivamente, a idéia de direitos de autor remonta à épocas imemoriáveis, porquanto sabese que já havia nas duas civilizações clássicas, as antigas Grécia e Roma, um conceito de plágio, conquanto dispunham de alguns sistemas práticos para se coibir a reprodução não autorizada de obras intelectuais. 7 CLOVIS BEVILAQUA acentua que foi com a descoberta da imprensa e da gravura que, facilitada a multiplicação dos escritos e obras de arte, se tornaram possíveis a exploração industrial das produções do espírito, e o conseqüente reconhecimento de um novo direito. Disserta ainda que inicialmente se concederam os privilégios de reprodução das obras intelectuais primeiro aos editores e, somente depois, aos autores. 8 Somente no início do século XVI é que apareceram os primeiros privilégios concedidos aos escritores na Inglaterra, sendo um deles a Reginald Wolf; e em 1530, ao londrino Jean Palsgrave, graduado em Paris, concedeu-se o privilégio de venda de sua gramática francesa, por sete anos. Neste mesmo século já se concediam privilégios e autorizações para os autores de obras literárias na França. 9 Um dos mais antigos documentos da história do direito autoral alemão foi a Ordenança de Nuremberg de 1623, que visava reprimir a reprodução não autorizada independentemente do autor ter o respectivo privilégio, e no mesmo sentido, em 1660, houve uma decisão do Senado de Frankfurt ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA. Abc do direito de autor p BEVILAQUA, Clovis. Direito das coisas v. 1. p Ibid. p Ibid. p Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

4 Mais próximo do que conhecemos hoje, a Inglaterra foi o primeiro país a estabelecer uma lei de direitos de autor em 10 de abril de 1710, visando unicamente as obras literárias, que se resumia no seguinte: 11 An act for the encouragement of learning by vesting the copies during the time therein mentioned. 12 Esta espécie de proteção do direito de autor foi reclamada pela corporação dos livreiros e conduzido um projeto de lei em 11 de janeiro de 1709 à Câmara dos Comuns, cuja lei de 1710 ficou conhecida como a lei da rainha Ana. 13 Somente em 1723 que a primeira norma legal de direito de autor surgiu em França, quando estabeleceu o seu Droit d Edition, que consistia no direito de fixar por signos gráficos e de publicar uma obra, nascendo aí a proteção das obras literárias. 14 No Brasil, a primeira noção legal de direitos de autor surgiu com a lei de 11 de agosto de 1827, quando Dom Pedro I criou os dois primeiros cursos de Ciências Jurídicas no país, garantindo aos professores a proteção às obras intelectuais que criarem para o ensino de suas referidas disciplinas. Depois de mais de um século de inovações e aperfeiçoamentos a partir primeira norma autoral, é que a proteção foi ampliada, cristalizada na Convenção de Berna para a proteção das obras literárias e artísticas, firmada em Paris, em 9 de setembro de 1886, da qual o Brasil é país originalmente signatário. Somente a partir desta Convenção internacional que o Brasil incluiu em seu texto constitucional a proteção dos direitos de autor aos brasileiros e estrangeiros residentes no país, insculpida na Constituição de 1891, ainda que a Constituição do Império, de 1824, já dispusesse em seu art. 179, XXVI, os princípios de proteção aos direitos de propriedade industrial. 15 Após a primeira Constituição republicana, nossa primeira norma específica de direitos de autor foi editada através da Lei nº 496, de 1º de agosto de 1898, contemplando a proteção às obras literárias, científicas e artísticas, 16 seguida pelo Código Civil de 1916, que estabeleceu normas semelhantes dentre os arts. 649 e 673, que passou a regular a matéria. Depois disso, veio a lei de direitos autorais anterior à vigente, a Lei nº 5.988, de 14 de dezembro de 1973, revogada pela atual lei autoral de 1998, que também revogou expressamente os citados artigos do antigo Código Civil. 3 A propriedade intelectual e o direito autoral Este importante e complexo ramo do direito veio, ao longo do tempo, sendo estudado e conhecido por várias nomenclaturas, algumas utilizadas ainda hoje em vários países, conquanto outras foram sendo abandonadas e substituídas por denominações mais modernas. Uma delas é direitos intelectuais, inaugurada por EDMOND PICARD 17 antes mesmo da Convenção de Berna. Como ensina o professor e senador belga, la division tripartite romaine: Droits personnels, Réels, Obligationnels. Les droits intellectuels ajoutés comme 4ª 11 SOARES, José Carlos Tinoco. Direitos de autor nas obras artísticas. In: Regime das patentes e royalties p Tradução livre: Lei para o encorajamento do estudo, protegendo as publicações durante o tempo aqui mencionado. 13 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA, op. cit., p SOARES, op. cit., p CARDOSO, João Augusto. Breve histórico dos direitos autorais no Brasil e no mundo p BEVILAQUA, Clovis. Direito das coisas v. 1. p No mesmo sentido: SOARES, op. cit., p PICARD, Edmond. Le droit pur p Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

5 terme. 18 Como se vê, os direitos intelectuais não correspondem a essa tripartição clássica do Direito Romano, porém, PICARD 19 propôs que fosse acrescentada em 1877, como se lê: Cette situation m avait d autant plus frappé que je m étais livré à une étude spéciale des droits intellectuels protégés par les Brevets d Invention. Je meditai la question. En 1877, j eus l audace de proposer d ajouter un quatrième terme à la Division classique des Romains, sous l étiquette Droits intellectuels. 20 A partir dessa assertiva, o professor francês HENRI DESBOIS 21, seguindo a doutrina de PICARD, compreende a nomenclatura direitos intelectuais, e em seu estudo acerca do direito de autor, assim preleciona: L expression «droits intellectuels» a fait son apparition voilà longtemps, déjà, dans la terminologie juridique: E. Picard l y a introduite (1) a fin de souligner à la fois la raison d être et la nature dês droits patrimoniaux, reconnus aux auteurs et aux inventeus: ceux-ci méritent une telle appellation, parce que le monopole qu ils comportent se justifie par la création d une œuvre de l espirit. 22 Em sua justificativa pelo uso da expressão direitos em vez de propriedade, PICARD 23 preleciona que: Aussi s accoutuma-t on à dire Propriété artistique, Propriété littéraire, Propriété industrielle, comme on disait propriété d un immeuble ou d un meuble matériel. On s y est même appliqué à éviter le mot propriété pour désigner la plénitude du droit sur une production de l intelligence. 24 No Brasil, país fortemente influenciado pelo direito europeu, adotou-se desde seus primórdios a expressão propriedade literária, científica e artística, a exemplo do direito francês, no qual se espelhou, bem como na Convenção de Berna para a proteção das obras literárias e artísticas, de 1886, que utilizava como título da matéria a propriété littéraire et artistique, seguida pela maioria dos países signatários da Convenção. Ao aprofundar o estudo da propriedade industrial em sua monumental obra, matéria típica de Direito Comercial, o tratadista CARVALHO DE MENDONÇA trata desde logo da diferenciação entre essa e o direito autoral, cuja matéria é estudada no âmbito do Direito Civil, dissertando que: A propriedade literária, científica e artística compreende toda produção do domínio literário, científico e artístico, qualquer que seja o modo ou forma de reprodução, como os livros, 18 Tradução livre: A divisão romana em três partes: Direitos Pessoais, Reais e Obrigacionais. Os direitos intelectuais se acrescentam como uma 4ª termo. 19 PICARD, Edmond, op. cit., p Tradução livre: Esta situação me tinha tomado ainda mais por eu ter me entregue a um estudo especial dos direitos intelectuais protegidos pelas Patentes de Invenção. Eu meditei sobre a questão. Em 1877, tive a audácia de propor que se acrescentasse um quarto termo à Divisão clássica dos Romanos, sob o título de "Direitos intelectuais. 21 DESBOIS, Henri. Le droit d auteur p Tradução livre: A expressão «direitos intelectuais» teve seu aparecimento há muito tempo; já, na terminologia jurídica, E. Picard a introduziu com o fim de acentuar ao mesmo tempo, a razão de ser e a natureza dos direitos patrimoniais reconhecidos aos autores e aos inventores; estes merecem tal distinção, porque o monopólio que comportam se justifica pela criação de uma obra do espírito. 23 PICARD, Edmond, op. cit., p Tradução livre: Também se costuma dizer Propriedade artística, Propriedade literária, Propriedade industrial, como se diz propriedade de um imóvel ou um móvel material (p. 120). Foi aplicável mesmo evitar a palavra propriedade para designar a plenitude do direito sobre uma produção da inteligência (p. 121). Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

6 opúsculos, jornais, revistas, as obras teatrais ou musicais e as obras de desenho, pintura, arquitetura, etc. 25 O direito de autor tem atualmente as mesmas denominações em vários países, dos quais destacamos por sua proximidade lingüística o Droit D'auteur dos franceses, o Diritto D'autore dos italianos, como o Derecho de Autor dos espanhóis, seguido pelos países de língua espanhola. Entretanto, os ingleses e os norte-americanos utilizam a expressão Copyright, cujo sistema de proteção se difere sensivelmente do brasileiro, por se tratar do direito de reprodução. Entretanto, quando se trata do gênero propriedade intelectual, esta nomenclatura surgiu anos mais tarde, compreendendo a expressão propriedade já utilizada para designar as propriedades literária, artística e industrial, contempladas pelas Convenções de Paris (1883) e de Berna (1886). É conhecida por propriété intellectuelle pelos sistemas de língua francesa e por intellectual property pelos de língua inglesa. A primeira expressão supracitada no presente título, qual seja a propriedade intelectual, vem definida pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual OMPI, com sede em Genebra, Suíça, sendo este um dos 14 órgãos especializados da Organização das Nações Unidas, justamente na Convenção que a criou em 1967, cuja definição que abaixo se transcreve também é verbete de seu glossário oficial de termos e definições: PROPRIÉTÉ INTELLECTUELLE. 26 Dans la Convention instituant l OMPI il faut entendre par propriété intellectuelle, les droits relatifs : aux oeuvres littéraires, artistiques et scientifiques, aux interprétations des artistes interprètes et aux exécutions des artistes exécutants, aux phonogrammes et aux émissions de radiodiffusion, aux inventions dans tous les domaines de l activité humaine, aux découvertes scientifiques, aux dessins et modèles industriels, aux marques de fabrique, de commerce et de service, ainsi qu'aux noms commerciaux et dénominations commerciales, à la protection contre la concurrence déloyale; et tous les autres droits afférents à l activité intellectuelle dans les domaines industriel, scientifique, littéraire et artistique. 27 Antes de se definir direito autoral, convém ressaltar que, como se verificou acima, este é espécie do gênero propriedade intelectual, e tem sede no Direito Civil. Didaticamente, podemos dizer que a propriedade intelectual é o gênero que abarca duas espécies principais: os direitos autorais e a propriedade industrial, sendo esta segunda, matéria compreendida pelo Direito Comercial. 28 Dentre as espécies, outros autores também classificam os conhecimentos tradicionais e os cultivares. Considera-se, aqui, as duas principais espécies citadas o Direito de Autor e a Propriedade Industrial como direitos especiais, quer sejam entendidas como espécies ou subespécies do gênero propriedade intelectual. 25 MENDONÇA, José Xavier Carvalho de. Tratado de direito comercial brasileiro. v p PROPRIÉTÉ INTELLECTUELLE. Cf. ORGANISATION MONDIALE DE LA PROPRIÉTÉ INTELLECTUELLE. Glossaire: terms et définitions p. 49. Cf. Convenio de la OMPI. Art. 2, (viii) Tradução livre: PROPRIEDADE INTELECTUAL. Na Convenção que instituiu a OMPI ela faz entender por propriedade intelectual, os direitos relativos: às obras literárias, artísticas e científicas, as interpretações dos artistas intérpretes e as execuções dos artistas executantes, dos fonogramas e as emissões de radiodifusão, as invenções em todos os campos da atividade humana, as descobertas científicas, os desenhos e modelos industriais, as marcas de fábrica, de comércio e de serviço, assim como aos nomes e denominações comerciais, a proteção contra a concorrência desleal, e a todos os demais direitos relativos a atividade intelectual nos terrenos industrial, científico, literário e artístico. 28 CARDOSO, João Augusto. Direitos autorais dos engenheiros e arquitetos. Juris Doctor: revista jurídica, Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

7 Nas palavras do ilustre civilista CLOVIS BEVILAQUA, patrono do Direito Civil brasileiro e pai do Código Civil de 1916, Direito autoral é o que tem o autor de obra literária, científica ou artística, de ligar o seu nome às produções do seu espírito e de reproduzi-las, ou transmiti-las. Na primeira relação, é manifestação da personalidade do autor; na segunda, é de natureza real, econômica. 29 Um outro conceito de direito de autor que merece ser considerado é dado pela OMPI 30, que além de tratar dos institutos protegidos, cuida da finalidade e de uma compensação pela criação intelectual, como se verifica na citação abaixo: Por derecho de autor se entiende un conjunto de derechos exclusivos encaminados a la protección de las obras literarias y artísticas. La finalidad del derecho de autor es promover las ciencias, la cultura y las artes. Para ello se ofrece una compensación a los creadores de dichas obras y se trata de llegar a un equilibrio entre los derechos de esos creadores, los derechos de los empresarios, como los editores, los organismos de radiodifusión, las compañías discográficas, etc. y los derechos del público. 31 No magistério de CARLOS ALBERTO BITTAR, Em breve noção, pode-se assentar que o Direito de Autor ou Direito Autoral é o ramo do Direito Privado que regula as relações jurídicas, advindas da criação e da utilização econômica de obras intelectuais estéticas e compreendidas na literatura, nas artes e nas ciências. 32 O Direito Autoral é, portanto, um arcabouço jurídico que compreende a proteção de obras intelectuais, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, tais como: os textos de obras literárias, artísticas ou científicas (matéria tratada no presente artigo), bem como a música, escultura, pintura, ilustrações e desenhos, fotografia, fonograma, programa de computador, entre outras elencadas no art. 7 da Lei do Direito Autoral e no art. 2º da Convenção de Berna; bem como a repressão à contrafação, ou seja, a reprodução não autorizada de obra intelectual protegida. Em sua obra Diritto D Autore, AMEDEO GIANNINI 33 disserta que la convenzione di Berna dispone all art. 2, primo comma, che il termine opere letterarie ed artistiche comprende toutes les productions du domaine littéraire, scientifique et artistique. 34 Para ANTÔNIO CHAVES, A diferença essencial, que existe entre direito de autor e o de propriedade material, revela-se tanto pelo modo de aquisição originário (único título: criação da obra), como pelos modos de aquisição derivados, lembrando Bluntschli que no direito autoral uma perfeita transferência não 29 BEVILAQUA, Clovis. Direito das coisas v. 1. p Também citado por: Cf. CHAVES, Antônio. Direito de autor p OMPI. El concepto de derecho de autor, antecedentes históricos y marco internacional. In: Curso de derecho de autor y derechos conexos p Tradução livre: Por direito de autor se entende um conjunto de direitos exclusivos determinados à proteção das obras literárias e artísticas. A finalidade do direito de autor é promover as ciências, a cultura e as artes. Por isso se oferece uma compensação aos criadores de tais obras e se trata de alcançar um equilíbrio entre os direitos desses criadores e os direitos dos empresários, como os editores, os organismos de radiodifusão, as empresas discográficas, etc., e os direitos do público. 32 BITTAR, Carlos Alberto. Direito de autor p. 8. No mesmo sentido: Cf. Id., p GIANNINI, Amedeo. Il diritto d autore p Tradução livre: a Convenção de Berna dispõe em seu art. 2º, inciso primeiro, que o termo obra literária e artística compreende todas as produções do domínio literário, científico e artístico. Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

8 existe, não saindo completamente uma obra intelectual da esfera de influência da personalidade que a criou. 35 Em nosso magistério, ao contrário das obras protegidas pela propriedade industrial, como as marcas, as patentes, os desenhos industriais, etc., sendo que estes institutos só gozam da proteção legal a partir da expedição do competente certificado de registro ou carta patente, as obras tuteladas pelos direitos autorais independem do registro. 36 Isto é, os direitos do autor nascem no exato momento da concepção de sua obra intelectual e independem de quaisquer outras formalidades administrativas ou jurídicas. O registro não é obrigatório por lei, mas serve de presunção de autoria e como prova documental (que goza de fé pública) em caso de disputa judicial. Quanto aos direitos de autor, pode-se dividir didaticamente o direito autoral em duas esferas, a fim de uma melhor compreensão da matéria e elucidação de uma gama de dúvidas ou confusões que fazem as pessoas de uma forma em geral, quando tratam indevidamente do assunto. São elas: os direitos morais de autor e os direitos patrimoniais (do autor ou do respectivo titular). São direitos morais de autor, o direito de paternidade da obra de sua criação intelectual, o direito de reivindicar a qualquer tempo sua autoria; o direito de ter seu nome associado à mesma; o direito de ver sua obra original e inalterada, dentre outros. Estes direitos morais são inalienáveis e irrenunciáveis, na forma do art. 27 da Lei Autoral. Ou seja, após a criação da obra, o criador sempre será seu autor e jamais poderá renunciar sua autoria nem transferir a respectiva autoria a terceiros, a qualquer título. Já os direitos patrimoniais se referem à utilização ou exploração econômica da obra intelectual, quer seja pelo próprio autor, como por terceiro por ele autorizado. Isso quer dizer que o autor, enquanto titular desses direitos patrimoniais poderá alienar, ceder ou licenciar os direitos de publicação, edição, reprodução, transmissão ou retransmissão, distribuição, etc., de sua obra. O terceiro que adquiriu a titularidade desses direitos de forma expressa também poderá transferi-los, porém, tão somente a titularidade dos direitos patrimoniais. Como quer a lei autoral, a transferência sempre se dará de forma expressa, ou seja, por escrito, e se presumirá onerosa. Nessa esteira de reprodução é que melhor se enquadra, a nosso ver, o chamado copyright, que segundo MILLER e DAVIS 37, ao traçarem em sua conhecida obra os principais objetivos do copyright, tem-se o seguinte trecho: The essence of copyright is originality, which implies that the copyright owner or claimant originated the work. By contrast to a patent, however, a work of originality need not be novel. An author can claim copyright in a work as long as he created it himself, even if a thousand people created it before him. Originality does not imply novelty; it only implies that copyright claimant did not copy from someone else. From that definition of originality comes the common but true example that an author could gain a copyright on the Romeo and Juliet story as long as he made it up himself and did not copy it from Shakespeare. Such a copyright would prevent anyone else from copying the work of the copyright owner (but it would not prevent others from copying Shakespeare s creation since that is in the public domain) CHAVES, Antônio. Direito de autor p CARDOSO, João Augusto. Do nome empresarial e sua tutela jurídica em face da marca registrada p MILLER, Arthur R.; DAVIS, Michael H. Intellectual property: patents, trademarks, and copyright p Tradução Livre: A essência do copyright é a originalidade, que implica que o titular protegido por direitos autorais, ou pretendente, originaram o trabalho. Ao contrário de uma patente, porém, um trabalho de originalidade não necessita ser novo, inédito. Um autor pode reivindicar direitos autorais de um trabalho contanto que ele o tenha criado, até mesmo se mil pessoas tivesses criado isto antes dele. Originalidade não Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

9 A reprodução de obra intelectual é exclusiva do autor 39, que segundo BEVILAQUA, é a faculdade de reproduzir ou de autorizar a reprodução de seu trabalho. Esse exercício de direito é discriminado. Quanto às obras literárias e científicas, compreende a faculdade exclusiva de publicar, editar, espalhar, expor a venda, traduzir, e modificar a obra. 40 Esse princípio já vem consagrado na Convenção de Berna, porquanto GIANNINI 41 o comenta a partir do sistema italiano estabelecido pelo decreto-lei de 7 de novembro de 1925, substituído pelo Codice Civile de 1942: L art. 511 (ora 2575 cod. civ. 42 ) si riferisce al contenuto dell diritto e dispone: L atore ha il diritto esclusivo di pubblicare l opera e di utilizzarla economicamente in ogni forma e modo, nei limiti e per gli effetti fissatti dalla legge. 43 Desta forma, a diferença fundamental entre os direitos morais de autor e os direitos patrimoniais, consiste no fato de que uma obra intelectual escrita por Pedro jamais poderá ser assinada por Maria (direitos morais), mesmo que ela lhe pague os proventos inerentes aos direitos autorais; entretanto, com a expressa autorização, Maria poderá publicar a obra de Pedro, porém, sempre com o nome do legítimo autor, e auferir os lucros decorrentes da exploração econômica da obra (direitos patrimoniais). 4 Fundamentos jurídicos dos direitos autorais Por tratar o presente artigo sobre direitos autorais no trabalho acadêmico, muito oportuno ratificar que Dom Pedro I ao criar os dois primeiros cursos jurídicos no Brasil, através da Lei de 11 de agosto de 1827, um em São Paulo e outro em Olinda, desde logo estabeleceu a primeira norma de direitos autorais em seu art. 7º, que abaixo se reproduz, ipsis litteris: Art. 7.º - Os Lentes farão a escolha dos compendios da sua profissão, ou os arranjarão, não existindo já feitos, com tanto que as doutrinas estejam de accôrdo com o systema jurado pela nação. Estes compendios, depois de approvados pela Congregação, servirão interinamente; submettendo-se porém á approvação da Assembléa Geral, e o Governo os fará imprimir e fornecer ás escolas, competindo aos seus autores o privilegio exclusivo da obra, por dez annos. No tocante à natureza jurídica dos direitos autorais, muito se debateu sobre ser esta uma propriedade ou não; e enquanto propriedade, se atinente aos direitos pessoais, reais ou intelectuais, e mesmo quanto ao seu enquadramento dentre as antigas nomenclaturas, bem como modernas, quer como propriedade literária, artística e científica, direitos intelectuais ou mesmo enquanto propriedade imaterial ou propriedade intelectual. Isso posto, CHAVES disserta em sua obra que o implica novidade; só implica que o pretendente de direitos autorais não copiou de outra pessoa. Daquela definição de originalidade vem a coisa comum, mas verdadeiro exemplo de que um autor pudesse obter direitos autorais da história de Romeu e Julieta, contanto que ele a tivesse criado e não copiado de Shakespeare. Esses tais direitos autorais visam prevenir qualquer um de copiar o trabalho de um titular protegido pelos direitos de autor (mas não impediria outros de copiarem a criação de Shakespeare, desde que ela esteja em domínio público). 39 Art. 28 da atual Lei de Direitos Autorais: Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literária, artística ou científica. Cf. Art. 649 do Código Civil de 1916: Ao autor de obra literária, científica ou artística, pertence o direito exclusivo de reproduzi-la. 40 BEVILAQUA, Clovis. Código civil dos Estados Unidos do Brasil commentado v. 3, p No mesmo sentido, Chaves comenta o art. 29 da revogada Lei nº 5.988/73: Cf. CHAVES, op. cit., p GIANNINI, Amadeo. Il diritto d autore p Cf. ITÁLIA. Codice Civile. Art Oggetto del diritto. Formano oggetto del diritto di autore le opere dell'ingegno di carattere creativo che appartengono alle scienze, alla letteratura, alla musica, alle arti figurative, all'architettura, al teatro e alla cinematografia, qualunque ne sia il modo o la forma di espressione. 43 Tradução livre: Art. 511 (atual 2575 cod. civ.) se refere ao conteúdo do direito e dispõe: Ao autor cabe o direito exclusivo de publicar sua obra e de utilizá-la economicamente de toda forma e modo, nos limites e pelos efeitos fixados pela lei. Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

10 direito de autor representa uma relação jurídica de natureza pessoal-patrimonial, sem cair em qualquer contradição lógica, porque traduz uma fórmula sintética aquilo que resulta da natureza especial da obra da inteligência e do regulamento determinado por esta natureza especial. 44 Concernente aos fundamentos jurídicos, pode-se afirmar que os direitos autorais classificamse dentre os direitos fundamentais, garantidos pela Constituição Federal de 1988 em seu art. 5, como se transcreve abaixo: XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; Segundo disserta BITTAR, os direitos autorais a exemplo de outros direitos privados vêm sendo constitucionalizados em vários países, compondo o elenco dos denominados direitos fundamentais da pessoa ou liberdades públicas, em razão da evolução alcançada no plano da preservação, ante ao Estado, de direitos inatos do homem. 45 No Brasil, a matéria recepcionada pela constituição é regulada por lei específica, ou seja, a Lei n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais, entendendo-se sob esta denominação os direitos de autor e os que lhes são conexos. Antes disso, o direito de autor era regido pela revogada Lei n 5.988/73 (apenas o art. 17 e seus 1 e 2 continuam em vigor até o momento). Somente com a nova lei autoral é que foram expressamente revogados os arts. 649 a 673 do antigo Código Civil de 1916, que tratavam no Título II, da Propriedade, Capítulo VI: da Propriedade Literária, Científica e Artística. Em sua obra, o professor CHAVES faz uma preleção acerca dos fundamentos dos direitos autorais, conquanto destaca-se o seguinte trecho: O direito de autor implanta-se tão profundamente nas necessidades primordiais da civilização, da cultura e do progresso, que transcende os estreitos limites das legislações internas, dando origem não apenas a importantíssimas convenções internacionais, mas lançando suas raízes na própria Declaração Universal dos Direitos do Homem. 46 Além de nossa carta magna e legislação pátria, a proteção autoral das criações intelectuais também tem assento no art. 27 da Declaração Universal dos Direitos do Homem, proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1948, da qual o Brasil é país signatário, como segue: Artigo CHAVES, op. cit., p BITTAR, Carlos Alberto. Contornos atuais do direito de autor p CHAVES, op. cit., p Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

11 I) Todo o homem tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico e de fruir de seus benefícios. II) Todo o homem tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor. Além da Declaração acima, os direitos autorais são objeto de proteção de acordos ou tratados internacionais do quais o Brasil também é país signatário. 47 Dentre eles estão a monumental Convenção de Berna, para a proteção de obras literárias e artísticas (Berne Convention for the protection of literary and artistic works), de 9 de setembro de 1886, completada em Paris em 1896, revisada em Berlim em 1908, completada em Berna em 1914, revisada em Roma em 1928, em Bruchelas em 1948, Estocolmo em 1967 e novamente em Paris, em 1971, sendo aumentada em Outro tratado internacional é a Convenção de Roma, para a proteção dos artistas intérpretes ou executantes, dos produtores de fonogramas e dos organismos de radiodifusão (Convention de Rome, convention internationale sur la protection des artistes interprètes ou exécutants, des producteurs de phonogrammes et des organismes de radiodiffusion), de 26 de outubro de Também há o Tratado da OMPI sobre Direitos de Autor (Traité de L OMPI sur le Droit D Auteur), adotado pela conferência diplomática de 20 de dezembro de Estes três últimos tratados e convenções internacionais são administrados pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual. Dentre os tratados, há a Convenção Universal sobre o Direito de Autor, assinada em Genebra, a 6 de setembro de 1952 e revista em Paris, a 24 de julho de 1971, por iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura UNESCO, que tem o escopo de assegurar em todos os países a proteção do direito de autor sobre obras literárias, científicas e artísticas, contando até 2003, com cerca de 98 Estados contratantes, e dentre eles, o Brasil. Ainda na esfera da proteção jurídica concernente ao direito internacional, há também o Acordo sobre os Aspectos de Direito de Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio 48 (Trade Related Intellectual Property Rights TRIPs, ou Acuerdo sobre los Aspectos de los Derechos de Propiedad Intelectual Relacionados con el Comercio ADIPC), que trata da matéria atinente ao direito de autor, além dos direitos de propriedade industrial, e nele se adotaram as disposições fundamentais da Convenção de Berna. Este acordo foi assinado em Marrakech, em 1994, e é relacionado ao comércio, pois foi adotado originariamente na Rodada do Uruguai de negociações comerciais multilaterais do GATT 49, e é administrado por sua sucessora, a Organização Mundial do Comércio A constituição brasileira não determina claramente a sistemática para a aprovação de tratados no Brasil. Na prática histórica: o Executivo negocia o tratado, remetendo uma mensagem ao Congresso Nacional; se aprovado nas duas casas legislativas, o Congresso publica um decreto legislativo; o Presidente, então, determina que se publique o tratado no Diário Oficial da União (geralmente como anexo a um decreto) e procede à ratificação perante outro Estado ou o depositário, nos tratados multilaterais. Cf. BARRAL, Welber. Direito internacional: normas e práticas p O Congresso Nacional brasileiro, aprovou a Ata Final da rodada Uruguai de Negociações Comerciais Multilaterais do GATT em 15 de dezembro de 1994, pelo Decreto Legislativo nº 30 de 15/12/94, e o presidente da República promulgou-a pelo Decreto nº 1355, de 30 de dezembro de 1994, entrando em vigor em 1º de janeiro de 1995, revogando as disposições em contrário. Cf. CHINEN, Akira. Know-how e propriedade industrial. 1997, p GATT: General Agreement on Tariffs and Trade (Acordo Geral sobre Tarifas Alfandegárias e Comércio). Fórum permanente no qual se organizou, desde seu início, grandes conferências para negociar a redução dos impostos alfandegários e diminuir as barreiras ao comércio internacional. Foi um tratado multilateral Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

12 No estudo de ANTONELLA CARMINATTI acerca da aplicação do TRIPs no Brasil, que dentre os institutos de propriedade intelectual por ele tutelados está o direito de autor, este tem aplicação na ordem jurídica interna, como se lê em suas próprias palavras: Interpretando-se o 2º do artigo 5º da Constituição Federal conjuntamente com o 1º do mesmo dispositivo, conclui-se que as normas definidoras de direitos e garantias fundamentais, constantes de tratados internacionais que o Brasil vier a promulgar, têm aplicação imediata. Considerando que o TRIPs estabelece regras atinentes a direitos e garantias fundamentais em matéria de propriedade intelectual, regulando o disposto no artigo 5º, XXIX da Constituição Federal, e que o mesmo passou a integrar o ordenamento jurídico interno através do decreto nº 1.355, de 30 de dezembro de 1994, tem ele aplicação imediata, sobrepondo-se à legislação ordinária em vigor, sem a necessidade de nova manifestação do Poder Legislativo. 51 Ainda nesta seara, há nova regra constitucional que complementa o art. 5º da Constituição Federal, cujo parágrafo terceiro foi incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 30 de dezembro de 2004, que assim prescreve: 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Sem se olvidar quanto à aplicabilidade das Convenções de Berna, de Roma e da Universal no Brasil, na mesma esteira de argumentação de CARMINATTI, todas estão em pleno vigor no ordenamento jurídico interno, vez que a primeira foi promulgada através do Decreto nº , de 6 de Maio de 1975, conquanto a segunda, através do Decreto nº , de 19 de Setembro de Já a Convenção Universal sobre o Direito de Autor, foi inserida em nosso direito pátrio através do Decreto nº , de 24 de Dezembro de Ou seja, todas estão em pleno vigor no Brasil. À guisa de se complementar o presente tópico sobre os fundamentos jurídicos dos direitos autorais, tanto quanto no direito pátrio quanto no direito internacional, têm-se que citar os demais diplomas legais que historicamente regeram a matéria no Brasil, bem como as Convenções internacionais que o Brasil assinou, conquanto vários diplomas já se tenham tratados na parte histórica. Anteriormente ao Código Civil de 1916, os direitos autorais eram regulados primitivamente no Brasil pela Lei nº 496, de 1º de agosto de 1898, consoante ao disposto no art. 72, 26 da Constituição de 1891, que abaixo se transcreve, ipisis litteris: firmado em 1947, em vigor a partir de 1948, que recebeu adesões ao longo de quase 50 anos por países que representam a mais significativa parcela do comércio mundial. Seu objetivo fundamental foi o de garantir o funcionamento do princípio de livre comércio no mercado mundial. Cf. PIMENTEL, Luiz Otávio. Direito industrial: As funções do direito de patentes p. 26, nota nº A importância do acordo sobre o TRIPS: Com a política de abertura de 1990, visando a globalização, o Brasil assinou, com outros 120 países, em abril de 1994, em Marrakesh, o acordo sobre o TRIPS (Trade Related Intellectual Property Rights) Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio, na Ata Final da Rodada Uruguai de Negociações Multilaterais do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) Acordo Geral de Tarifas e Comércio, onde se estabeleceu a WTO (World Trade Organization), conhecida entre nós por OMC (Organização Mundial de Comércio), que tem como objetivo estabelecer entre os países membros, normas gerais para regerem o comércio internacional. Cf. CHINEN, op. cit., p CARMINATTI, Antonella. A aplicação do TRIPS na ordem jurídica interna. Revista da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual, Rio de Janeiro, n. 17, p. 17, jul.-ago., Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

13 Art. 72 A Constituição assegura a brazileiros e a estrangeiros residentes no paiz a inviolabilidade dos direitos concernentes á liberdade, á segurança individual e á propriedade, nos seguintes termos: 26 - Aos autores de obras litterarias e artisticas é garantido o direito exclusivo de reproduzii-as, pela imprensa ou por qualquer outro processo mechanico. Os herdeiros dos autores gozarão desse direito pelo tempo, que a lei determinar. 52 A partir da também histórica Lei nº 2.577, de 17 de Janeiro de 1912, estendeu-se a proteção jurídica às obras publicadas em país estrangeiro, aderente a convenções internacionais sobre a matéria. 53 No âmbito das convenções, há ainda que se citar a Convenção de Buenos Aires sobre propriedade literária e artística, assinada em 11 de agosto de 1910, na quarta Conferência Internacional Americana, que adentrou ao direito interno através do Decreto nº , de 19/05/1915. Também, o Brasil assinou com Portugal o Acordo de 9 de setembro de 1889, e depois, a Convenção de 22 de setembro de 1922, esta última promulgada pelo Decreto nº , de 9/04/ E com a França, em 15 de dezembro de 1913, assinou Convenção relativa às obras literárias, científicas e artísticas, promulgada pelo Decreto nº , de 29/09/ Por todo o exposto, concernente aos fundamentos jurídicos dos direitos de autor, nota-se pela gama de leis pátrias e tratados ou convenções internacionais, que a matéria já vem sendo regulada há muito no ordenamento jurídico internacional, desde os primórdios de 1710 com a lei da rainha Ana, na Inglaterra, e timidamente inaugurada no Brasil pela célebre Lei de Dom Pedro I, de Mas foi a partir da Convenção de Berna, cujos princípios basilares se cristalizaram na lei pátria nº 496, de 1898, que estabeleceu a primeira legislação atinente aos direitos autorais no Brasil. Atualmente, como se vislumbrou acima, o Brasil contempla a proteção aos direitos de autor desde a carta constitucional até lei federal específica, sem se olvidar dos tratados ou convenções dos quais o Brasil é país signatário. Portanto, os direitos autorais fundam-se em princípios jurídicos atinentes aos direitos fundamentais do Homem, quer sejam os insculpidos no art. 5º da Constituição Federal de 1988, quer os constantes da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Por fim, em contrapartida ao direito positivo acima amplamente exposto, faz-se das palavras do professor ANTÔNIO CHAVES as nossas palavras: se algum direito natural existe, nenhum poderá ser mais natural do que o direito de autor Prazo de proteção da criação intelectual e domínio público Dado ao relevo dos direitos morais e patrimoniais que envolvem a matéria atinente à proteção autoral, estes são regidos tanto pela Constituição Federal e lei nacional própria, quanto por tratados e convenções internacionais, como já se viu. Apesar dos prazos de proteção dos direitos de autor serem diferentes em diversos países do mundo, há um prazo 52 BRASIL. Constituição (1891). Constituição da República dos Estados Unidos do Brazil. p. 40 e BEVILAQUA, Clovis. Código civil dos Estados Unidos do Brasil commentado v. 3. p Ibid. p Id. Direito das coisas v. 1. p CHAVES, Antônio. Direito de autor p. 4. Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

14 mínimo de 50 anos de proteção a ser adotado pelos países signatários em suas leis nacionais, estabelecido pelo art. 7, 1, da Convenção de Berna: Article 7, 1) La durée de la protection accordée par la présente Convention comprend la vie de l auteur et cinquante ans après sa mort. 57 O TRIPs adotou em seu texto, especialmente em seu artigo 9º, que os países membros observarão o disposto nos artigos 1º a 21 da Convenção de Berna. Quanto ao tempo de proteção das obras intelectuais adotado pelo TRIPs, prescreve em seu art. 12 que o prazo não será inferior a 50 anos, senão vejamos: Artículo 12 Duración de la protección Cuando la duración de la protección de una obra que no sea fotográfica o de arte aplicado se calcule sobre una base distinta de la vida de una persona física, esa duración será de no menos de 50 años contados desde el final del año civil de la publicación autorizada o, a falta de tal publicación autorizada dentro de un plazo de 50 años a partir de la realización de la obra, de 50 años contados a partir del final del año civil de su realización. 58 Atualmente no Brasil, a proteção que é dada aos direitos patrimoniais de autor compreende toda a vida da pessoa e mais 70 anos, contados a partir do dia 1 de janeiro do ano subseqüente à morte do autor, na forma do art. 41 da Lei nº 9.610/98. À égide da revogada lei autoral de 1973, bem como e anteriormente, o art. 649, 1º do Código Civil de 1916, esses direitos gozavam de 60 anos de proteção. Entretanto, quando a obra literária, artística ou científica for criada em co-autoria, e esta for indivisível, o prazo de proteção previsto no art. 41 acima, passará a ser contado a partir da morte do último dos co-autores sobreviventes, na forma do art. 42. Porém, com relação às obras anônimas ou pseudônimas, o prazo de proteção será de 70 anos, contudo, contados da data da primeira publicação da obra. Todavia, se o autor for conhecido durante esse prazo de vigência da proteção de que trata o art. 43, prescreve seu parágrafo único que a regra de proteção será aplicada, então, na forma do art. 41, ou seja, de 70 anos após a morte do autor. Somente a partir de então, os direitos patrimoniais cairão em domínio público ; ou como dissertava BEVILAQUA, em domínio comum 59, ao passo que não há prazo de proteção ou de prescrição determinado em lei quanto aos direitos morais de autor, pois como se viu, são inalienáveis e irrenunciáveis, como quer o art. 27 de nossa referida lei autoral, sendo portanto, imprescritíveis. Por domínio público se entende: Domaine public: Tradução livre: Artigo 7. A duração da proteção acordada para a presente Convenção compreende a vida do autor e de cinqüenta anos após sua morte. 58 Tradução livre: Artigo 12. Duração da proteção. Quando a duração da proteção de uma obra, que não fotográfica ou de arte aplicada, for calculada com uma base diferente à da vida de uma pessoa física, esta duração não será inferior a 50 anos, contados a partir do fim do ano civil da publicação autorizada da obra ou, na ausência dessa publicação autorizada, nos 50 anos subseqüentes à realização da obra, de 50 anos, contados a partir do fim do ano civil de sua realização. 59 BEVILAQUA, Clovis. Código civil dos Estados Unidos do Brasil commentado v. 3. p Cf. Art. 649, 2º do Código Civil de DOMAINE PUBLIC. Cf. OMPI. Glossaire: termes et définitions p. 26. Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

15 Désigne, en matière de droit d auteur, l ensemble des oeuvres qui peuvent être exploitées par quiconque sans aucune autorisation, dans la plupart des cas en raison de l expiration de la durée de protection ou de l absence d instrument international assurant une protection dans le cas des oeuvres étrangères Ao contrário do que se poderia imaginar, que uma vez em domínio público as obras estariam sem nenhuma garantia ou proteção, podendo delas se fazer qualquer tipo de uso e que não haveria ninguém para reclamar, conforme preceitua o 2º do art. 24 da Lei de Direitos Autorais, compete ao Estado a defesa da integridade e autoria da obra caída em domínio público. Ainda, a Lei nº 5.805/72, estabelece normas destinadas a preservar a autenticidade das obras literárias caídas em domínio público. No tocante ao prazo prescricional dos direitos autorais, BEVILAQUA assevera que: merece ser tratado à parte o direito autoral pela particularidade, com que se apresenta, em face da ação dissolvente do tempo. Em primeiro lugar, há uma parte do direito autoral, a mais íntima, a que constitui atributo especial da pessoa, que não se pode perder pela prescrição. Por mais longo que seja o decurso do tempo, um autor conserva sua qualidade. 63 Ou seja, entende-se aqui que, os direitos morais de autor reputam-se ad aeternum, e o nome do autor sempre acompanhará sua obra através dos tempos, e não poderia ser diferente, como se verificará na sequência. Quase 2500 anos já passados, Sófocles é sempre o autor de Antígona, Édipo Rei, Electra. Mesmo que a estátua de Zeus Olímpico (400 anos antes de Cristo) tenha desaparecido, Fídias é conhecido pela humanidade como seu criador, e igualmente a de Atena, como nos ensina GANDELMAN. 64 O escritor inglês William Shakespeare ( ), autor de Ricardo III, Hamlet e Romeu e Julieta, dentre tantas outras obras, ainda é considerado o poeta nacional da Inglaterra, e reconhecido mundialmente como o maior autor dramático de todos os tempos. Luís de Camões ( ), poeta e dramaturgo português, autor de Os Lusíadas, foi quem, através de suas obras, contribuiu para que a língua portuguesa se consolidasse. Isso ocorre porque, como disserta DESBOIS 65, les prérogatives, inhérentes au droit moral, accompagnent l œuvre au cours de toute son existence, aussi longtemps qu elle résistera aux épreuves du temps. 66 Note-se que, do ponto de vista dos direitos morais de autor, ainda que suas obras já tenham caído em domínio público, a relação entre o nome do autor e sua obra permanecem, diferentemente de quando se trata dos chamados direitos patrimoniais de autor. Imagine que um autor criou uma obra intelectual aos 18 anos. Como já se viu, o direito nasceu com a concepção da própria obra. Este vem a morrer aos 98 anos. Assim, de acordo 61 No Brasil, os autores estrangeiros domiciliados no exterior gozam da mesma proteção legal que é aplicada em nosso país, porquanto os brasileiros gozem de reciprocidade de proteção conferida por lei no país em que tenham domicílio. (Art. 2º e seu parágrafo único da Lei nº 9.610/98). 62 Tradução livre: Domínio público: Pela perspectiva do direito de autor, domínio público significa o conjunto de todas as obras que podem ser exploradas por qualquer pessoa sem necessidade de nenhuma autorização, principalmente em razão da expiração do prazo de proteção ou porque não existe um instrumento internacional que garanta a proteção em caso de obras estrangeiras. 63 BEVILAQUA, Clovis. Theoria geral do direito civil p GANDELMAN, Henrique. De Gutenberg à internet: direitos autorais na era digital p DESBOIS, Henri. Le droit d auteur p Tradução livre: As prerrogativas inerentes ao direito moral, acompanham a obra ao curso de toda sua existência, por isto de muito que ela resiste às provas dos tempos. Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

16 com a lei civil autoral quanto aos direitos patrimoniais, a obra de sua criação intelectual tem proteção por toda sua vida, e adicionam-se mais 70 anos. Podemos somar os 80 anos de tutela enquanto vivo, mais 70 após sua morte, chegando a um prazo de proteção legal de 150 anos, ao passo que, quanto aos direitos morais, o de cujus (morto) sempre terá seu nome ligado à sua obra. Pelo acima exposto, claro está agora, que o fato de uma pessoa adicionar na internet, em meio digital, publicar ou fazer comunicação ao público de sua obra intelectual, não implica que esta caiu em domínio público, pois ainda prevalece a proteção de que trata a legislação, quer quanto aos direitos patrimoniais, quer quanto aos direitos morais de autor. Ainda que o autor dê expressa autorização para reprodução, implicando ou não na citação da fonte, este poderá fazê-lo exclusivamente quanto aos direitos patrimoniais, pois está abrindo mão da possível exploração econômica da obra. Como já se verificou, a obra somente cai em domínio público, podendo ser explorada por qualquer pessoa, a partir de 70 anos após a morte do autor. A conseqüência prática do domínio público é a possibilidade de um editor publicar livremente de autorização dos herdeiros e de proventos de direitos autorais as obras caídas em domínio público, como as clássicas de Ihering, Maquiavel, Montesquieu, Voltaire, Aristóteles, Gracián e tantos outros autores, porém, mantendo-se a fidelidade da obra, bem como o nome do autor ou seu pseudônimo associado à mesma. À título de exemplo de domínio público e de tradução, este autor do presente artigo, está traduzindo obra intelectual, cujo original é edição publicada em Amberes, Bélgica, em 1669, procurando-se manter a fidelidade da obra na tradução, e obrigatoriamente, o nome e o pseudônimo do autor. Desta futura publicação, somente se possuirá os direitos autorais da tradução e não do conteúdo intelectual da obra em si, ainda que esteja em domínio público, pois o autor sempre será seu autor, como já se verificou. Isso quer dizer que qualquer pessoa poderá publicar e republicar a obra que se encontrar em domínio público em seu idioma original ou traduzida. Porém, não poderá publicar ou republicar a tradução ainda protegida pelo direito de autor sem expressa autorização do tradutor, pois aplica-se ao tradutor os mesmos direitos conferidos ao autor, consoante à proteção autoral de sua tradução. 6 O trabalho acadêmico como obra intelectual e documento: Parte-se do princípio que o trabalho acadêmico é fruto da criação intelectual, ou seja, é fruto da criação da mente humana. Logo, como tal, é obra intelectual, e assim sendo, é instituto protegido pela legislação autoral. Suas características principais resultam do fruto do estudo e da pesquisa, da interpretação e da crítica e de conhecimentos anteriormente obtidos através da leitura, das aulas, palestras, audiovisuais e outras formas, que resultam em sua maioria na forma final escrita. Contudo, isso não afasta a hipótese de que um dado trabalho acadêmico não possa ser elaborado através de outro processo qualquer, que não seja simplesmente o escrito, podendo ser, inclusive, oral, bem como apresentado através da execução de projetos ou cumprimento de tarefas, cujo resultado final conferirá ao autor os direitos de proteção de acordo com sua natureza, se obra protegível pelo direito autoral ou pela propriedade industrial. Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

17 Em seu estudo acerca do trabalho acadêmico, os TAFNER e FISCHER assim o classificam: Trabalho de Graduação, Trabalho de Final de Curso, Monografia para os cursos de especialização, Dissertação 67 de mestrado, Tese 68 de doutorado, Artigo de Periódicos e Eventos Científicos, e Comunicação Científica. 69 Quanto ao trabalho, MARIA FRANCISCA CARNEIRO disserta que: em sentido amplo, todos os trabalhos acadêmicos podem ser entendidos como monografias. Porém, em sentido estrito, dentre os trabalhos acadêmicos, a monografia é o mais basilar. Como expressa a etimologia do vocábulo, é o escrito sobre um tema, com aspectos delimitados. 70 A Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT, define trabalhos acadêmicos (trabalho de conclusão de curso TCC, trabalho de graduação interdisciplinar TGI, trabalho de curso de especialização e/ou aperfeiçoamento e outros) na NBR 14724, em sua regra 3.28, como sendo: Documento que representa o resultado de estudo, devendo expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve ser obrigatoriamente emanado da disciplina, módulo, estudo independente, curso, programa e outros ministrados. Deve ser feito sob a coordenação de um orientador. 71 Ainda que o trabalho acadêmico não vise primeiramente resultados financeiros, EDUARDO VIEIRA MANSO consigna que, sendo a obra intelectual o fruto de um esforço humano capaz de proporcionar proveitos econômicos, nada mais natural que atribuir, ao criador dela, todas as garantias para que essa utilização patrimonial seja somente possível ao autor desse bem. 72 Conquanto aqui se pretenda demonstrar que além de obra intelectual, o trabalho acadêmico resulta num documento 73, mesmo que NELSON HUNGRIA disserte que não são documentos os papéis totalmente datilografados ou impressos (sem firma manuscrita), como são a maioria dos trabalhos apresentados e entregues pelos alunos, porém, mais adiante, o autor completa sua afirmação prelecionando que também não o são os escritos que não representam manifestações de idéias e, em geral, os destituídos de cunho pessoal. 74 Deste modo, ainda que o trabalho acadêmico seja inteiramente impresso, evidentemente, este é uma obra intelectual, assim, é revestido de cunho pessoal (autoral), bem como expressa manifestações de idéias, quer sejam particulares do próprio autor do trabalho, ou 67 DISSERTAÇÃO. Documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor), visando a obtenção do título de mestre. Cf. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: regra p TESE. Documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e bem delimitado. Deve ser elaborado com base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor) e visa a obtenção do título de doutor, ou similar. Cf. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR Regra p TAFNER, Malcon Anderson; TAFNER, José; FISCHER, Juliane. Metodologia do trabalho acadêmico p CARNEIRO, Maria Francisca. Pesquisa jurídica p ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação e documentação, trabalhos acadêmicos, apresentação p MANSO, Eduardo Vieira. Direito autoral p As definições de dissertação e tese, dadas pela ABNT 14724/2005, principiam com a expressão documento, como já se verificou; determinando desde logo, que as monografias são documentos. Segundo a Dra. Maria Francisca Carneiro, já citada, dentre os trabalhos acadêmicos, a monografia é o mais basilar. 74 HUNGRIA, Nelson. Comentários ao código penal v. 9, p Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

18 mesmo de outros tantos autores pesquisados e citados. Logo, podendo o trabalho ser individualizado, é um documento, não sendo necessário que o docente colha a assinatura (firma manuscrita) do autor, ou seja, do estudante, acadêmico. Para a ABNT, quanto às bases de pesquisa, documento é qualquer suporte que contenha informação registrada, formando uma unidade, que possa servir para consulta, estudo ou prova. Inclui impressos, manuscritos, registros audiovisuais, sonoros, magnéticos e eletrônicos, entre outros. 75 Na preleção do jurista italiano VINCENZO MANZINI 76, Documento, in senso proprio, è ogni scrittura fissata sopra mezzo idoneo, dovuta ad un autore determinato, contenente manifestazioni o dichiarazioni di volontà, ovvero attestazioni di vertà, atte a fondare o a suffragare una pretesa giuridica o a provare un fatto giuridicamente rilevante, in un rapporto processuale o in altro rapporto giuridico. 77 Para SÁ PEREIRA, em suas Exposições de Motivos ao Projeto de Código Criminal brasileiro, São documentos: 1, os escritos em que algum direito ou relação jurídica se afirma; 2, os que se destinam a provar, ou são afetos a provar qualquer fato de alcance jurídico; 3, os objetos que, por convenção ou pelo costume social, se destinam a provar qualquer fato do mesmo alcance. 78 O eminente doutrinador italiano FRANCESCO CARNELUTTI, em sua Teoria del Falso 79, preleciona que o documento deve ser definido como cualquiera cosa idónea à la representación de un acto 80, conquanto em sua obra Sistema de Derecho Procesal Civil 81, assim define: Documento, en sentido etimológico, es una cosa que docet, esto es, que lleva en sí la virtud de hacer conocer; esta virtud se debe a su contenido representativo; por eso, documento es una cosa que sierve para representar otra. Por otra parte, siendo la representación siempre obra del hombre, el documento, más que una cosa, es un opus (resultado de un trabajo). 82 Mais adiante, CARNELUTTI 83 ao referenciar o autor, nos ensina que la importancia de la consideración del autor del documento resalta porque el documento merece la fe que goce su autor. 84 Isso quer dizer que, uma vez entregue o documento ou trabalho acadêmico, há uma simples presunção de autoria, visto que o aluno regularmente matriculado na instituição 75 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação, referências, elaboração p MANZINI, Vincenzo. Tratatto di diritto penale italiano v. 6. p No mesmo sentido: cioè tutte le scritture pubbliche o private, fissate sopra mezzi idonei, dovute ad un autore determinato, contenenti manifestazione o dichiarazioni di volontà, ovvero attestazioni di vertà, atte a fondare o a suffragare una pretesa giuridica o a provare un fatto giuridicamente rilevante, in un rapporto processuale o in altro rapporto giuridico. Cf. op. cit., v. 9. p Tradução livre: Documento, em sentido próprio, é toda escrita fixada sobre meio idôneo, provindo de autor determinado, e contendo manifestações ou declarações de vontade, ou atestações de verdade, aptas a fundamentar ou apoiar uma pretensão jurídica ou a provar um fato juridicamente relevante, seja em uma relação processual, seja em qualquer outra relação jurídica. 78 PEREIRA, Virgílio de Sá. Projeto de código criminal Artigo CARNELUTTI, Francesco. Teoria del falso p Tradução livre: qualquer coisa idônea à representação de um fato. 81 Id. Sistema de derecho procesal civil v. 2., p Tradução livre: Documento, em sentido etimológico, é uma coisa que docet, isto é, que leva em si a virtude de fazer conhecer; esta virtude deve-se a seu conteúdo representativo; por isso, documento é uma coisa que serve para representar outra. Por outro lado, sendo a representação sempre obra do homem, o documento mais do que uma coisa, é um opus (resultado de um trabalho). 83 Ibid. p Tradução livre: a importância da consideração do autor do documento ressalta porque o documento merece a fé de que goze seu autor. Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

19 de ensino estaria cumprindo, em tese, parcial ou totalmente os requisitos de aprovação ou promoção da disciplina ou curso em questão, cuja relação jurídica adveio da simples matrícula ou contrato de prestação de serviços educacionais entre as partes (instituição e aluno). Logo, uma vez constatada que a autoria do referido trabalho acadêmico é de outrem, ou seja, em se tratando de plágio, sem prejuízo das sanções civis e penais previstas pela legislação, o trabalho poderá ser desconsiderado, podendo, inclusive, ser a nota cancelada. Isso quer dizer que o prejuízo sofrido pelo aluno poderá ser igualmente parcial ou total, ou seja, se o trabalho acadêmico em questão for requisito fundamental para a obtenção de um título de licenciado, bacharel, especialista, mestre ou doutor, por exemplo, sua titulação poderá ser anulada. Se for parcial, poderá ser o aluno reprovado na série ou disciplina em que a nota do trabalho cancelado for subtraída do cômputo total, e este não obtiver nota suficiente para promoção ou aprovação. Isso posto, e considerando que o conhecimento está a disposição de todos que o alcançarem, e que está disponível em diversas plataformas ou meios físicos ou digitais, até mesmo em informações verbais, dentre outras formas de transmissão, bem como é passado de geração em geração, devemos verificar quais são os conhecimentos protegidos ou protegíveis, e quais são os de domínio público, bem como o que é do senso comum, a fim de sabermos exatamente o que é de nossa criação intelectual e o que é de criação de terceiros, pois com o estudo aprofundado e a repetição, a memória pode nos confundir. Como exemplo, note-se que na construção do presente artigo são feitas várias citações de autores com suas respectivas referências bibliográficas, porquanto fora, também, escrito com as próprias palavras, com base na experiência profissional, nos conhecimentos anteriores obtidos através do estudo de muitos livros da área, apostilas, jurisprudência e legislação, aulas expositivas, cursos, seminários, etc., salvo nos casos, como já foi dito, em que houve citações de trechos de outros autores, dando-lhes a devida autoria de seus escritos, bem como da legislação e jurisprudência, que nestes dois últimos casos, embora não gozam de proteção autoral na forma da lei, também devem ser citados. É essencial que na criação ou elaboração de um trabalho acadêmico ou científico, muitos autores e suas obras devam ser lidos, entendidos, comparados, criticados, citados, para se chegar ao fim proposto no projeto de elaboração. Entretanto, este novo trabalho igualmente goza da proteção autoral, da mesma forma que os livros e artigos pesquisados (salvo os em domínio público), não podendo ser contrafeitos. Ao se concluir o presente item, consigna-se que alguns trabalhos acadêmicos ou científicos, pela riqueza nas citações de trechos de outros autores, sem se olvidar das referências bibliográficas, respeitados os limites legais, parecem verdadeiras colchas de retalhos, porém, não perdem sua característica de obra intelectual, pela construção de um trabalho, crítica ou estudo novo, resultando também em um documento. 7 Violação dos direitos autorais A este respeito, CLOVIS BEVILAQUA escreveu as seguintes considerações: As violações ao direito dos autores são reprimidas por penas criminais e civis e, ainda, por prescrições policiais. A estes atos ilícitos, segundo o mesmo autor, destaca-se, em primeiro lugar, o Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

20 crime de contrafação, que é definido como todo ato doloso ou fraudulento contra os direitos de autor. 85 Quanto à tutela jurídica do direito de autor, segundo BITTAR, a tutela dos direitos autorais estende-se por diferentes níveis, a fim de propiciar ao titular ampla proteção, a saber: civil, penal e administrativa. 86 Segundo NELSON HUNGRIA, a lei protege, aqui, o que se denomina direito de autor ou direito autoral, concernente ao interesse econômico e moral que a lei reconhece ao autor de obra intelectual, nacional ou estrangeira, no campo literário, científico ou artístico. 87 A violação dos direitos autorais implica em ato ilícito, na forma do art. 186 do Código Civil, também prevista na Lei de Direitos Autorais em seus arts. 101 e seguintes, bem como crime, tipificado pelo Código Penal. E as sanções civis de que trata a lei autoral em seu art. 101, aplicam-se sem prejuízo das penas cabíveis, abaixo indicadas. Os crimes contra a propriedade intelectual estão elencados no art. 184 do Código Penal, que trata do crime de violação de direito autoral e aqueles que lhe são conexos, prescrevendo uma pena de três meses a um ano de detenção, ou multa; podendo chegar a uma pena de reclusão de dois a quatro anos e multa, conforme o caso. Tal violação, como por exemplo a contrafação, é considerada crime pela legislação em vigor, que não deve ser entendida de forma restritiva, ou seja, não só a reprodução não autorizada em exemplares com o intuito de lucro, mas também a reprodução sem menção do nome do autor merecem atenção da norma penal. Além das demais cominações legais, o ato de reproduzir obra intelectual de outrem e/ou colocar seu nome em lugar do autor, ou seja, como se fosse o autor, em nosso entender, além da clássica violação de direito autoral, é crime tanto de estelionato quanto de falsidade ideológica, bem como de falsificação de documento particular, considerando o trabalho acadêmico, como já se considerou, como documento. O simples fato de reproduzir obra de terceiro como se fosse sua, trata-se de obtenção de vantagem ilícita, e como prescreve o art. 171, também do Código Penal: Art Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. Ainda que aparentemente possa se indagar qual seria o prejuízo alheio tipificado pelo art. 171 acima, sem o que, poderia não se caracterizar o crime de estelionato, crê-se que tal prejuízo seja o da própria instituição de ensino em sentido lato, bem como e principalmente, em sentido stricto, o prejuízo da violação aos direitos morais e patrimoniais de autor; conquanto a vantagem ilícita é evidentemente a nota ou conceito, total ou parcial, necessários para se considerar a aprovação ou reprovação de um aluno. No mais, o fato de se reproduzir obra intelectual de outrem e substituir o nome do legítimo autor por outro, em nosso parecer, constitui-se também em crime de falsidade ideológica, tipificado pelo art. 299 do Código Penal, como se verifica abaixo: 85 BEVILAQUA, Clovis. Direito das coisas v. 1. p BITTAR, Carlos Alberto. Contornos atuais do direito de autor p HUNGRIA, Nelson. Comentários ao código penal v. 7. p Rev. Jur., Brasília, v. 9, n. 86, p.58-86, ago./set.,

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