REFUGIADOS AMBIENTAIS. Novos motivos Velhas causas
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- Luiz Eduardo Bicalho Sacramento
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1 REFUGIADOS AMBIENTAIS Novos motivos Velhas causas
2 CONSTRUÇÃO DA DEFINIÇÃO DE REFUGIADO CONTEXTOS INTERNACIONAIS HISTÓRICOS Conjuntura internacional do pós guerra (Segunda Grande Guerra Mundial ( ). Contexto relativo aos movimentos de independência das colónias africanas (década de 1960). Situação criada devido aos conflitos armados que eclodiram na América Latina na década de 1980.
3 PROCESSO DE REGULAMENTAÇÃO RELATIVA AOS REFUGIADOS Instrumentos privilegiados de protecção e promoção dos direitos humanos: As Nações Unidas (1946) e a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados (1951)
4 DEFINIÇÃO DE REFUGIADO (CLÁSSICA) Convenção Relativa ao Estatuto de Refugiados de 1951 (alterada pelo Protocolo de 1967) De acordo com esta Convenção, deve-se outorgar o estatuto de refugiado a qualquer pessoa que "devido a temores fundados de ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, ou por pertencer a determinado grupo social ou opiniões políticas, se encontre fora do país de sua nacionalidade e não possa ou, devido a tais temores, não queira recorrer à protecção de tal país.
5 DEFINIÇÃO DE REFUGIADO (AMPLIADA) Convenção da Organização de Unidade Africana (1969) Declaração de Cartagena de 1984 (1980) Acrescenta à definição Clássica outras formas de perseguição: como a agressão externa, ocupação, domínio estrangeiro e acontecimentos que perturbam gravemente a ordem pública. Permitiu agilizar, por exemplo, os processos de reconhecimento dos refugiados na ex-jugoslávia e em alguns países africanos,
6 CONCEITO CLÁSSICO DE REFUGIADO E DESAFIOS ACTUAIS Os fluxos migratórios actuais não são apenas a procura de um nível de vida melhor. Muitas vezes as migrações ocorrem por motivos de sobrevivência. Estes refugiados não fogem de guerras, conflitos armados ou perseguições políticas. A miséria, destruição, poluição, calamidades etc, são uma nova forma de perseguição da qual os REFUGIADOS AMBIENTAIS são vítimas.
7 DEFINIÇÃO DE REFUGIADO AMBIENTAL PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), 1985 são pessoas que foram obrigadas a abandonar temporária ou definitivamente a zona onde tradicionalmente vivem, devido ao visível declínio do ambiente ( por razões naturais ou humanas) perturbando a sua existência e/ou a qualidade da mesma de tal maneira que a subsistência dessas pessoas entra em perigo. LISER Living Space for Enviromental Refugees Organização orientada no reconhecimento e distinção de refugiados ambientais.
8 REFUGIADOS AMBIENTAIS Ainda não existe reconhecimento jurídico; Não existe nenhuma protecção específica do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR); A organização LISER, fundada em 2002 por pessoas ligadas aos Refugiados, Meio Ambiente, Direitos do Homem e Desenvolvimento do Terceiro Mundo, tem vindo a desenvolver esforços a fim de fortalecer a posição dos Refugiados Ambientais em todo o mundo.
9 CAUSAS DE TRANSFORMAÇÃO DE MILHÕES DE SERES HUMANOS EM REFUGIADOS AMBIENTAIS CALAMIDADES NATURAIS: Ciclones, vulcões, terramotos,... ACÇÃO DO HOMEM: Destruição da floresta tropical, construção de barragens, catástrofes nucleares, contaminação do ambiente e guerras (biológicas),... ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
10 IMPACTES DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS Impactes na totalidade das dimensões do desenvolvimento sustentável
11 Modificações na fauna e flora. Aumento das ondas de calor, com prejuízo da saúde humana, maior consumo de energia utilizada em sistemas de arrefecimento. Diminuição da precipitação, com escassez e diminuição da qualidade dos recursos hídricos que levam à DESERTIFICAÇÃO. Precipitação excessiva, com riscos de cheias. Alteração das flutuações climáticas anuais, que interferem com a produção agrícola. O aquecimento global da Terra.
12 SISMO NO OESTE DA CHINA - SICHUAN O sismo, com uma magnitude de 7,8 na escala de Richter. As autoridades estimam que aproximadamente 4,8 milhões ficaram sem casa devido ao terramoto, que devastou cidades inteiras na província de Sichuan, a mais atingida, onde poucas pessoas sobreviveram.
13 BIRMÂNIA - CICLONE NARGIS O ciclone de categoria 3 vindo do lado do estreito de Bengala, originou ventos de velocidades superiores a 190 km/h. O balanço pode ultrapassar os mortos. Para além da destruição, o ciclone pode ter também efeitos devastadores na já frágil situação alimentar mundial: duas das principais áreas de produção de arroz da Birmânia foram afectadas, o que pode ter efeitos devastadores em dois países vizinhos muito pobres Sri Lanka e Bangladesh com quem a Birmânia tinha contratado o fornecimento de milhares de toneladas deste cereal.
14 FURACÃO CATRINA As águas do Lago de Pontchartrain, por falha do sistema de diques afluiu pelo município, inundando mais de 80% da cidade. Cerca de 200 mil casas ficaram debaixo de água em Nova Orleans.
15 TSUNAMI INDONÉSIA Admite-se que o número de vítimas tenha atingido os Os países mais afectados foram: Sri Lanca, com milhares de mortos e milhões de desalojados; Índia, onde algumas ilhas foram totalmente submersas; Indonésia, ilha de Sumatra; Tailândia; Malásia; Ilhas Maldivas, onde dois terços da capital,malé, foram inundados pelo tsunami.
16 O PEQUENO PAÍS TUVALU O pequeno país de Tuvalu, localizado na Polinésia, acaba de perder uma guerra. Alguns dos cerca de habitantes, já começam o processo de evacuação do território de apenas 26km². Tuvalu não enfrentou um inimigo poderoso e armado até os dentes, mas perdeu uma guerra contra o aquecimento global.
17 ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS ALGUMAS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO Cumprimento do Protocolo de Quioto (directamente ou através dos mecanismos flexíveis: Mercado de Emissões, Implementação Conjunta e Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), para estabilizar as concentrações de gases com efeito de estufa, prevenindo as alterações climáticas através da limitação das emissões A curto prazo, nos países mais pobres, através da transferência de tecnologia dos países desenvolvidos. Aumentar a capacidade de cada comunidade se adaptar às mudanças climáticas, através da implementação de estilos de vida mais sustentáveis.
18 Países mais pobres vão ser os mais afectados porque não têm acesso a reservas, nem sistemas de protecção contra as cheias, eles vivem na linha da frente das regiões onde as secas e as cheias ocorrem com mais frequência e possuem protecção mínima. Vão passar a existir 360 milhões de refugiados ambientais por causa das alterações climáticas. Vão existir problemas tanto na área da saúde como na educação e na alimentação.
19 No futuro haverá mais pessoas a refugiarem-se devido a problemas ambientais do que devido a guerras. Em 2005 esse numero terá atingido os 100 milhões de pessoas.
20 Macaronésia Diferentes enquadramentos geográficos Diferentes contextos Sociais Diferentes Vulnerabilidades/Susceptibilidades? EMISSORES ou RECEPTORES?
21 SERÁ A MACARONÉSIA EMISSORA DE REFUGIADOS AMBIENTAIS NO FUTURO? As regiões insulares são, pelas suas características de litologia, estrutura geotectónica, dimensões, topografia, condicionantes geográficas e de natureza hidrogeológica, muito susceptíveis aos impactos das ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
22 O CONCEITO DE REFUGIADO AMBIENTAL NA MACARONÉSIA 12 mil habitantes abandonaram a ilha do Faial devido à erupção dos Capelinhos e crise sísmica (meados do séc.xx); Actualmente a fuga clandestina de população de países da Costa Africana (Mauritânia, Mali, Gambia e Senegal) para Cabo Verde e para as Canárias, na procura de melhores condições de vida. Em 2007 morreram 735 pessoas e em 2006 morreram ao tentar chegar às ilhas;
23 Açores-Imigração Fenómeno recente Cerca de 3% da População Cabo Verde, Ucrania, Brasil, Russia e Angola Promover a integração, alargar a tolerância, estimular a criação artística, transversalizar a cidadania dos emigrantes e dos imigrantes e enriquecer o nosso património cultural são desígnios que o Governo Regional dos Açores entende perseguir, intensificar e aprofundar
24 ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS NOS ARQUIPÉLAGOS DOS AÇORES E DA MADEIRA Alteração da distribuição da precipitação anual, Invernos mais húmidos e chuvosos e as outras estações mais secas Aumento da temperatura média em 2 a 3º C; Deslizes de terras, devido ao aumento da precipitação; Intrusão salina nos aquíferos provocada pela subida do nível da água do mar; Erosão costeira; Intensificação de circulações ciclónicas;
25 CAUSAS QUE POTENCIAM A EXISTÊNCIA DE REFUGIADOS AMBIENTAIS NO FUTURO DA MACARONÉSIA Vulcanismo Sismicidade Tempestades Variação do nível das águas do mar Movimentos de massa de vertente Erosão costeira Intrusão salina Torrentes de lama Tsunamis Cheias Furacões
26 REFUGIADOS AMBIENTAIS Os refugiados dos arquipélagos que constituem a Macaronésia poderão ter no futuro novos motivos para emigrarem para países que no passado já os receberam, mas por outras causas. A ECONOMIA DAS ILHAS DEPENDE, EM GRANDE PARTE, DOS RECURSOS NATURAIS
27 A Fazer Reforçar laços (canais de comunicação ) Investigar ( fenómenos, processos ) Pressionar (Direitos Humanos, Estatuto Jurídico ) Actuar ( Mecanismos Pró-activos)
28 BIBLIOGRAFIA Carbono contra a pobreza, Alterações Climáticas e Desenvolvimento, OIKOS/ecoprogressso, Novembro de 2007; Borges, Vera, em Coelho, Isabel Alves,"Climate Change Scenarios in the Azores and Madeira Islands" (Cenários das alterações climáticas nas ilhas dos Açores e da Madeira), em Direcção Geral das Comunidades do Governo dos Açores Marinucci, Roberto e Milesi, Rosita, co-autores do livro Refugiados Realidades e Perspectivas, em Moreira, Júlia Roberto, I Simpósio em Relações Internacionais do Programa de Pós Graduação em Relações Internacionais Santiago Dantas (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) - 12 a 14 de Novembro 2007; Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial e pelo Programa Ambiental da ONU), em Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008 do PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, em //bali.blogs.sapo.pt;
29 MUITO OBRIGADO!
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