Evolução recente das disparidades intra- metropolitanas no Brasil e desafios para a governança
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- Maria Vitória de Sá Bastos
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1 Evolução recente das disparidades intra- metropolitanas no Brasil e desafios para a governança André Urani Apresentação preparada para o Seminário Internacional sobre Gestão Metropolitana: Sistema Metropolitano de Curitiba Desafios e Perspectivas Curitiba, 28 de Julho de 2008
2 Montagem da cena A A nossa revolução ão ( ) 1980)
3 O Brasil se torna urbano
4 A China de meados do século s XX
5 A China de meados do século s XX
6 Metrópoles lideram o processo
7 No limiar dos anos 80: Economia brasileira tem estrutura diversificada País essencialmente urbano (metropolitano) Acúmulo de desequilíbrios (fiscais, monetários, contas externas, sociais, ambientais, políticos) Implosão do modelo
8 Cavalo-de de-pau A A geração perdida ( )
9 Crescimento demográfico diminui
10 Crescimento demográfico diminui
11 Mas, demograficamente, metrópoles ainda crescem mais do que o Brasil
12 E a freada econômica é ainda mais brusca
13 Pior: crescimento econômico, nas metrópoles, se tornou menor que o demográfico
14 Baleias encalhadas
15 Metrópoles se tornaram flácidas Embora o crescimento demográfico tenha diminuído consideravelmente, ele se tornou maior que o econômico Desemprego Informalidade Imobilidade social Frustração de expectativas Ressentimento Mal estar metropolitano com conseqüências para o conjunto do país
16 Evolução recente PNAD
17 O aumento errático do poder de compra dos brasileiros
18 Mais uma década d perdida nas regiões metropolitanas
19 Brasil: desemprego muda de patamar
20 Fenômeno é mais grave nas regiões metropolitanas
21 Desigualdade
22 A desigualdade está em queda no Brasil
23 Mas cai menos nas regiões metropolitanas
24 São Paulo e Rio estão em situações particularmente preocupantes
25 Que desigualdade metropolitana é esta? Em nossas regiões metropolitanas, um século de desenvolvimento humano separa os municípios mais pobres da periferia dos mais ricos Dentro destes últimos, outro século separa os piores dos melhores bairros Existem oito décadas de fratura entre bairros contíguos, que são separados por apenas uma rua Cruzando esta rua, se ganha ou se perde mais de 13 anos de esperança de vida ao nascer; a renda domiciliar per capita é multiplicada ou dividida por 17; a taxa de analfabetismo por 9; a escolaridade média por 3; e assim por diante
26 Rio de Janeiro: Oito décadas d de diferença a de desenvolvimento humano entre bairros vizinhos Índice de Desenvolvimento Humano Gávea Rocinha 0,89 0,61 Taxa de Analfabetismo (%) 2 18 Número médio m de anos de estudo 11,90 3,73 Renda real per capita (R$) Esperança a de vida ao nascer (anos) 70,50 57,41 Alcançam am a universidade (%) 55 2 Salário mediano (R$)
27 IDH no Município de São Paulo 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 0,84 3,0% 0,7 10,1% 0,54 31,1% 0,44 55,4% IDH Alto IDH Médio IDH Baixo IDH Muito IDH Baixo % da Populaçao Fonte: Censo 2000 e Fundação SEADE.
28 Conseqüências Bem estar das metrópoles depende, cada vez mais, de transferências governamentais: aposentadorias (especialmente no Rio) + BF Pobreza e indigência caem mais lentamente que no resto do país Desigualdade + imobilidade social = tensões sociais (violência) e políticas (tentação populista) Círculo vicioso
29 A pobreza no Brasil está caindo
30 Mas a queda é mais lenta nas principais regiões metropolitanas
31 Principais problemas metropolitanos hoje Desvocacionamento dos territórios (subúrbios industriais, centros de negócios, ) Favelização Desemprego Informalidade Histerese da pobreza Transportes Meio ambiente (bacias, resíduos, ) Em comum: ausência de ferramentas prontas para enfrentá-los, na escala que se faz necessária
32 Para onde vamos? Goldman Sachs: Brasil é Bric Pode se tornar, até 2050, a 5ª maior economia do mundo Especialização: Alimentos (vai alimentar 40% da população mundial, sobretudo em termos de grãos e proteínas animais) Matérias primas (petróleo, aço e alumínio) Biocombustíveis Reservas naturais de água; fauna e flora Indústria: China Serviços: China e Índia Petróleo: Rússia Como ficam as nossas metrópoles?
33 Dilemas Natureza local dos problemas (e das oportunidades) Problemas metropolitanos (assim como as oportunidades a serem exploradas) não obedecem recortes burocráticos e administrativos convencionais: geometrias variáveis (intra e inter municipais) Poucos municípios e poucos estados possuem capacidade de endividamento Baixa accountability em relação à sustentabilidade das ações a serem empreendidas Programas setoriais tendem a ser ineficazes
34 Revocacionamento das regiões metropolitanas para o século s XXI Vocações originárias se tornaram obsoletas Novos setores dinâmicos são incapazes de gerar oportunidades para a maioria Necessidade de ir além: Serviços (inclusive para o mercado externo) MPE Enfoque territorial (e não meramente setorial) Indução de novas governanças Para além dos consórcios e das parcerias público-privadas Governança privada : participação minoritária dos poderes públicos Pick-up the winners Capacidade de fazer projetos e de oferecer garantias reais A experiência internacional: das agências de desenvolvimento européias às partnerships for development americanas
35 Geometrias variáveis veis Recortes do tamanho dos problemas e das oportunidades Intra-municipais: centros urbanos, grandes comunidades de baixa renda contempladas pelo PAC, Potencialização das vantagens competitivas de longo prazo da Zona Sul da Cidade do Rio de Janeiro ou da Zona Oeste da Cidade de São Paulo Intermunicipais: revitalização dos subúrbios, saneamento das bacias e dos mananciais, criação de ambientes favoráveis aos micro e pequenos negócios; M bras Não se trata de rediscutir o pacto federativo, mas de redefinir, de baixo para cima, o espaço público seja em termos territoriais, seja em termos da divisão de tarefas entre os diferentes ofertantes de bens e serviços públicos Distintas esferas de governo Iniciativa privada (concessionários de serviços públicos, bancos, seguradoras etc.) Sociedade civil
36 Uma breve pausa para os comerciais NÃO DEIXE DE LER:
37 Curitiba Um caso atípico: late-comer? (efeito IPPUC?)
38 Renda cresce um pouco mais que no conjunto das regiões metropolitanas
39 E permanece estagnada nos dois últimos anos em patamares inferiores que em meados dos 90
40 Apenas uma região metropolitana mediana em termos de renda
41 Desemprego: Curitiba é exceção
42 O menor desemprego do Brasil metropolitano
43 A pobreza é maior que háh uma década, mas cai mais que no resto do BM
44 É a região metropolitana com a menor proporção de pobres
45 Desigualdade cai mais que no resto do Brasil metropolitano
46 A região metropolitana menos desigual do Brasil
47 Ainda assim, muito desigual...
48 Em poucas palavras: Curitiba parece ter se beneficiado do fato de ter se industrializado depois de Rio e SP Planejamento: tentativa de não repetir os mesmos erros Desemprego, desigualdade e pobreza relativamente baixos para os padrões brasileiros Mas: Níveis destas variáveis ainda altos em termos absolutos ou numa comparação internacional Renda estagnada Ocupação desordenada Aqui também é preciso ir além
49 Obrigado!
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