SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ. A importância de conhecer o meio ambiente na educação infantil
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- Judite Vieira Beretta
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1 SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ A importância de conhecer o meio ambiente na educação infantil Maria Cristina da Silva Aluna do curso de Pedagogia UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto - Campus Guarujá mcsvg@hotmail.com Sueli Rodrigues Alves Aluna do curso de Pedagogia UNAERP Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá Sueliprofessora1@hotmail.com Varléia Lopes Araújo Aluna do curso de Pedagogia UNAERP Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá varleialopes@hotmail.com Enir da Silva Fonseca Professor do curso de Pedagogia UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto - Campus Guarujá efonseca@unaerp.com.br Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee Resumo: A proposta deste artigo inclui dados reais e bases teóricas, coletados em duas creches de diferentes bairros e ecossistemas no município de Guarujá, com atividades que nos possibilite interagir com crianças na faixa etária de 0 a 3 anos, no objetivo de introduzir noções de consciência ambiental. Levando-se em conta que nessa faixa etária a curiosidade e a vontade de aprender é algo natural, devemos estimulá-las corretamente,
2 pois essas crianças poderão ser responsáveis por grandes mudanças e assim difundir conhecimentos e percepções ambientais. Palavras-chave: Educação Ambiental, Educação Infantil, Meio Ambiente. Seção 1 Curso de Pedagogia. Apresentação: oral 1. Introdução: Se perguntarmos a uma criança urbana de onde vem o leite, as frutas, o arroz, a água e os ovos, é bem provável que ela responda imediatamente que vem do supermercado ou da feira. Em seu texto em defesa das árvores, Ruben Alves diz que há crianças que nunca viram uma galinha de verdade, nunca sentiram o cheiro do pinheiro, nunca ouviram o canto do pintassilgo e não tem prazer em brincar com a terra. Pensam que a terra é sujeira. Não sabem que terra é vida (ALVES, 1999). Segundo o Vice Presidente da Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar (OMEP), Vital Didonet, diz que através de estudos e pesquisas científicas, a neurociência conclui que a inteligência de uma criança é adquirida num processo que envolve a ação, o meio cultural e a ajuda de um profissional de ensino. Os cientistas afirmam que certamente há momentos de maior sensibilidade para determinadas atividades de aprendizagem, chamada de janelas de oportunidades. Nesta fase, não ocorrendo o desenvolvimento de nenhuma atividade educativa, pode ocasionar uma perda de informações, ficando assim mais custoso o desenvolvimento.(didonet, 2003).
3 Num artigo publicado na revista Sustentabilidade, Walter Gonçalves de Souza, diz que; Iniciar a formação de uma mentalidade sustentável e fornecer os conhecimentos necessários para isso deve se iniciar desde a mais tenra infância e assim que as crianças consigam compreender os conceitos básicos existentes por trás deste tema importantíssimo. Isso permitirá que num futuro próximo, essas crianças se transformem em multiplicadores e em um tempo mais distante, em adultos conscientes e competentes para buscar métodos e modelos de vida que garantam a sustentabilidade de suas casas, de suas cidades. Exercendo o seu poder de pressão e de decisão sobre as empresas e a sociedade em que vivem. (SOUZA, 2008). A ecologia profunda, corrente de pensamento criada no início dos anos 70, pelo filósofo Arne Naess, defende a idéia de que o contato do homem com a natureza, seja em qualquer idade, é o único modo de conscientizá-lo para o problema da educação ambiental. O contato com a natureza e as experiências vivenciadas desperta nas pessoas a percepção da destruição do meio ambiente e da sua posição em relação a este fato. Esse questionamento traz uma mudança de atitude nas pessoas, resultando num aspecto favorável, na conservação do ambiente. (NAESS, 1999). Soulé sintetiza seu pensamento a respeito da conscientização ambiental, afirmando que a conscientização depende de um sentimento de comunhão com o ambiente. Para amar o ambiente, é preciso um contato direto, pé descalço na areia, uma caminhada, ver o pôr do sol na praia, sentir a natureza, o ar tocando a face. Contra a experiência direta com a natureza, não há argumentos. (SOULÉ, 1999). A proposta deste artigo é proporcionar um jeito diferente e eficiente, de estudar o ambiente em que vivem as crianças de duas (2) creches diferentes no município de Guarujá as Neims (Núcleos de Educação Infantil Municipal),
4 Por um lado a Neim Suely Maria da Silva Kida, no Perequê, condomínio Umuarama, Guarujá. Por outro lado a Neim Agripina Alves de Barros, bairro Enseada, Guarujá. 2. Justificativa: Os espaços que se constituem dentro do contexto da Educação Infantil, os Neims, devem ser preparados para a criança, respeitando o direito que toda criança tem de buscar e construir sua autonomia e identidade, bem como, o seu próprio conhecimento. Ao educador cabe a função de participar, planejar, mediar e proporcionar as crianças um espaço físico, buscando assim uma perspectiva de sucesso, um ambiente seguro e saudável onde as crianças possam conhecer e experimentar o ambiente em que vivem. Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (1998, vol. 01 p.21-22): As crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. (RCNEI, 1998). O educador não deve ser visto como figura central do processo de aprendizagem, mas sim como alguém mais experiente que aprende e permite ao educando aprender da forma mais lúdica possível. A criança através do meio cultural, das interações com o meio seja em um trabalho individual ou coletivo é a verdadeira construtora do seu conhecimento. De acordo com Oliveira (2000, p.158); O ambiente, com ou sem o conhecimento do educador, envia mensagens e, os que aprendem, respondem a elas. A influência do meio através da interação possibilitada por seus elementos é contínua e penetrante. As crianças e ou os usuários dos espaços são verdadeiros protagonistas da sua aprendizagem, na vivência ativa com outras pessoas e objetos,
5 que possibilita descobertas pessoais num espaço onde será realizado um trabalho individualmente ou em pequenos grupos. Para Vygotsky, a vivência em sociedade é essencial para a transformação do homem de ser biológico em ser humano. É pela APRENDIZAGEM nas relações com os outros que construímos os conhecimentos que permitem nosso desenvolvimento mental.(rego, 2002). Seguindo a linha de pensamento da pesquisadora Emília Ferreiro, entende-se que a arte de ensinar vai muito além de quadro e giz. Envolvem conhecimento profundo da vivência do aluno, conhecimento do professor, materiais, técnicas, métodos e muito apoio para se desenvolver um trabalho de equipe. Em um conhecimento construtivista, estimular aspectos motores, afetivos, são essenciais unidos ao contexto sócio-cultural do aluno, para que se possa fazer análise desses dados, necessita-se definir a prática do ensino,onde acredita-se na prática da pesquisa e interação de conhecimentos. A idéia principal é levar a garotada desde cedo, a enxergar-se como parte do meio em que vive. 3. Objetivos Introduzir noções de consciência ambiental, mostrando através do contato com o meio ambiente, a natureza, plantas e animais da região e o papel que cada um desempenha; Sugerir atividades como, piquenique, passeio em feira livre, reutilização do lixo, e outros conteúdos e estratégias de ensino fora das Neims (Núcleos de Educação Infantil Municipal)
6 Possibilitar as crianças a textualização de folhas, frutas, areia e barro; Refletir sobre a posição da criança, frente às mudanças de ordem ecológica e social a que estamos expondo; Documentar através de fotos o exterior e o interior dos NEIMs, seus aspectos naturais e o passeio feito pelas crianças; Garantir as crianças noções de coleta seletiva, reciclagem, preservação da natureza; 4. Assunto (desenvolvimento) No bairro da Enseada; As educadoras levaram as crianças a conhecer o exterior da creche em um passeio à feira livre onde mostraram a elas, diferentes tipos de frutas, verduras e legumes e puderam trabalhar com as crianças, o cheiro, o sabor, a coloração, o tamanho, a textura, além de trabalhar com as crianças, o eixo natureza e sociedade, do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil; Foto 1: Passeio na feira livre Foto 2: Passeio na feira livre
7 Foto 3: Atividade em grupo Conheceram morros, favelas e as proximidades do NEIM, a vegetação daquela região, situados no fundo e laterais da creche, onde as educadoras puderam trabalhar com as crianças sobre, a família, onde moram, os vizinhos, a comunidade e assim possibilitando que as crianças conhecessem um pouco mais de si. Conhecer o meio ambiente e as relações sociais da comunidade e relações familiares, ajuda o educador a entender o cotidiano da criança, podendo assim auxiliar melhor em seu desenvolvimento e aprendizado. Além disso, proporcionar as crianças condições para observarem e conhecerem o lugar onde vivem. E ao retornarem ao NEIM, propor atividades como, desenho da família, dos vizinhos, do local onde moram e outras. Foto 4 e Foto 5:: Fundos da NEIM Agripina
8 As educadoras fazem com as crianças, trabalhos com reciclagem ou reutilização de lixo, como brinquedos de garrafas pet e tampinhas, instrumentos musicais com latinhas, e outros com papelão, etc. Após a fabricação dos brinquedos, as educadoras expõem para as crianças, o valor sentimental do brinquedo feito por eles, e relatam em forma de histórias ou mesmo em uma roda de conversa, como eles auxiliaram na preservação da natureza e proporcionam a essas crianças as noções básicas de educação ambiental. Foto 6: Brinquedo Foto 7: Material reciclável Foto 8: Material reutilizado Foto 9: Crianças brincando No bairro do Perequê; As crianças puderam conhecer nos passeios fora da creche, um pouco da flora da região: flores, árvores frutíferas (a bananeira, goiabeira, ameixeira, amoreira e a árvore do urucum, onde as educadoras contaram as crianças à história dos índios, e que estes em tempos de festa pintavam o rosto e o corpo com urucum e que até hoje ainda há tribos que praticam esta tradição) e também manusear e
9 sentir a textura da areia, do barro, o aroma, e a coloração de folhas, flores e frutos. Conheceram também a fauna, como: a galinha seus pintinhos, o sapo, o grilo, o louva- Deus, borboletas de várias cores e tamanhos e outros da região. Foto 10: Flores Foto 11: Amor pela natureza Foto 12: bananeira Foto 13: Ameixeira As educadoras fizeram algumas atividades com as crianças, dentro e fora do NEIM, tais como: Horta; onde as crianças puderam plantar algumas sementes colhidas durante o passeio como, o urucum, a ameixa e outras cedidas pelas merendeiras do estabelecimento de ensino (mamão, melancia, laranja, e outros);
10 Foto 14: Horta Foto 15: Bolinhas de sabão Bolinhas de sabão; ao ar livre com as crianças do infantil I (1 a 2 anos); Coleta seletiva; as educadoras recolhiam o lixo nas ruas do condomínio Umuarama, onde se localiza o NEIM no Perequê, e explicavam para as crianças em que esse ato favorecia para a preservação e conservação da natureza; Foto 16: Coleta seletiva Foto 17: Coleta seletiva Banho de sol com o berçário; crianças de (4 meses a 1 ano de idade), onde as crianças do berçário tem contato com a areia, a grama, o espaço aberto e com o sol da manhã que favorece no desenvolvimento e evita doenças;
11 Foto 18: Banho de sol com o berçário Piquenique, abraço solidário à natureza; Foto 19: Piquenique Foto 20: Abraço solidário à natureza Noções de preservação, cidadania, amor pela natureza e por seus semelhantes e educação ambiental; Foto 21: Descanso na sombra Foto 22: Passeio ecológico
12 Ao voltarem para o NEIM, cabe aos educadores comentarem sobre o passeio, em uma roda de conversa, esclarecerem as dúvidas das crianças sobre a natureza e o meio onde vivem e proporem atividades sobre o tema, tais como: cantigas, histórias, desenhos, e outros. 5. Conclusões A Educação Infantil é à base da formação dos futuros cidadãos. Assim, ao mostrarmos a importância de conhecer o meio em que vivem e como este depende das nossas ações, mostrando também o meio em que vivem outras crianças no mesmo município em bairros diferentes poderíamos estar formando adultos melhores e conscientes da importância da preservação e educação ambiental. Por fim, existem vários motivos pelo qual é fundamental passar para essas crianças a importância da Educação Ambiental e a consciência da preservação e dos cuidados com o meio ambiente logo nos primeiros anos de vida, agora depende de nós educadores da primeira infância fornecermos a estas crianças as bases de conscientização e preservação necessárias, para que elas iniciem o seu caminho. 6.Referências ALVES, R. O amor que acende a lua. Campinas, SP: Papirus: Speculum, DIDONET,V.(OMEP). Simpósio Educação Infantil: Construindo o presente. Anais, Brasília, 2003 SOUZA,W.G. Revista Sustentabilidade, artigo sobre Educação Ambiental e Sustentabilidade. Raquel Nunes, SP,2008 NAESS, A. In: BARBOSA, Mariana. "De bem com a natureza". Revista Superinteressante, São Paulo: Edição
13 SOULÉ, M. In: ALVES, Liana Camargo de Almeida. "Um mundo por conhecer e preservar". Os caminhos da terra. São Paulo, BRASIL.Referencial curricular nacional para a educação Infantil, Ministério da Educação e Desporto, Secretaria de Educação, Brasília: MEC/SEF, v. OLIVEIRA, Vera Barros de. O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis. Editora Vozes, REGO, Teresa C. Vygotsky: Uma perspectiva histórico-cultural da educação. 13. ed. Petrópolis: Editora Vozes, FERREIRO,E. Alfabetizar é Construir, por marinete soares,sp, Pesquisa em Acesso em 25 de outubro de 2011.
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