Conceito de Tráfico:
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- Ana Luiza Castilho Peres
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2 Ações: Recrutamento Transporte Transferência Abrigo Recebimento de pessoas Conceito de Tráfico: Meios: Ameaça Uso da força Outras formas de coação Rapto / Cárcere privado Fraude Engano Abuso de poder Abuso de posição de vulnerabilidade Dar ou receber pagamentos ou benefícios para obter o consentimento para uma pessoa ter controle sobre a outra. Exploração: A exploração da prostituição Outras formas de exploração sexual Trabalho escravo Servidão por dívida Remoção de órgãos e tecidos humanos Adoção ilegal entre outras *Consentimento
3 Fatores que favorecem ou causam tráfico de pessoas: Demandas de serviços; Fatores culturais; Fatores socioeconômicos; Políticas migratórias restritivas; Deficiência das respostas estatais dos países de origem, trânsito e destino Fronteiras permeáveis; políticas migratórias restritivas nos países de destino, entre outras Fatores de vulnerabilidades Iniqüidade de gênero ou raça; Violência doméstica; Abuso sexual intrafamiliar; Exclusão social e pobreza; Homofobia; Impacto social dos modelos de desenvolvimento; migração como estratégia para melhorar de vida entre outros
4 POLÍTICA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO AO TRÁFICO DE PESSOAS Decreto nº 5.948, de 26 de outubro de 2006 Estruturada em 3 eixos norteadores: Prevenção, Repressão e Responsabilização Assistência e Proteção Elaboração e Implementação: processo amplo de consulta iniciado em outubro de 2005, com consulta pública pela internet em Envolveu 14 Ministérios na sua elaboração, além de MPF, MPT, representantes da sociedade civil e Organismos Internacionais.
5 Modelo de Governabilidade da Política Nacional 1. Coordenação Tripartite da Política 2. Coordenação de ETP/MJ 3. Integração Federativa - Rede de Núcleos e Postos 4. Comitês Estaduais e Comitê Nacional de ETP 5. Ministérios implementadores de ações dos Planos Nacionais - Grupos Interministeriais 6. Demais poderes, organismos internacionais e sociedade civil Fazem parte da macro Rede Nacional de ETP
6 I PLANO NACIONAL DE ENFRENTAMENTO AO TRÁFICO DE PESSOAS Decreto nº 5.948, de 26 de outubro de 2006 Organizado em 11 prioridades divididas pelos 3 eixos da Política Nacional. Vigência de 2008 a 2010 Continha muitas atividades e iniciativas de diálogos amplos sobre o tema, e que se encerrou no I Encontro Nacional da Rede de Enfrentamento do Tráfico de Pessoas, em Belo Horizonte, em 2010, quando foi realizada uma avaliação participativa dos avanços alcançados e dos desafios ainda percebidos. O primeiro ciclo nos trouxe importantes lições a serem aprendidas para melhorar tanto o processo como os conteúdos para II Plano Nacional.
7 Rede de Núcleos e Postos Núcleos de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas Órgão executivo da Política Estadual e descentralizador das ações nacionais Postos Avançados de Atendimento Humanizado ao Migrante Estrutura de apoio e atendimento. Estão situados nos principais locais de entrada e saída do Brasil, para a recepção de pessoas, como os deportados e não-admitidos, oferecendo, conforme cada caso, um acolhimento humanizado por equipe multidisciplinar através de uma rede local.
8 Comitês Estaduais e Nacional de ETP Canal de diálogo social e articulação local; Minimizar conflitos e oferecer sugestões; Agregar apoio político e institucional aos Núcleos e Postos; Acompanhar da implementação do Plano Estadual; Monitorar e avaliar resultados; estimular à ação conjunta dos setores público e privado etc.
9 Rede de Núcleos, Postos e Comitês Política Brasileira de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas AP Núcleos e Postos Núcleos AC AM * PA * * MA CE * BA * PE AL * * Comitês * PR GO* DF * MG * SP * RJ* RS *
10 II PLANO NACIONAL DE ENFRENTAMENTO AO TRÁFICO DE PESSOAS Organização: visualização dos 3 eixos da Política (prevenção, repressão e atendimento às vítimas). Duração: 4 anos a Previsto: 115 metas, implementadas por 17 Ministérios Estrutura: divisão em 5 linhas operativas, que se desdobram em atividades e metas: 1 Aperfeiçoamento do marco regulatório para fortalecer o enfrentamento ao tráfico de pessoas. 2 Integração e fortalecimento das políticas públicas, redes de atendimento, organizações para prestação de serviços necessários ao enfrentamento ao tráfico de pessoas. 3 Capacitação para o enfrentamento ao tráfico de pessoas. 4 Produção, gestão e disseminação de informação e conhecimento sobre tráfico de pessoas. 5 Campanhas e mobilização para o enfrentamento ao tráfico de pessoas.
11 II PNETP Linha operativa 1 Marco Normativo Atividade A - Aperfeiçoamento do marco regulatório para fortalecer o enfrentamento ao tráfico de pessoas. - Aprovação de uma nova Lei de Migrações Brasileira; - Apresentação de uma Lei Específica de Tráfico de Pessoas, com estratégias para o seu enfrentamento; - Medidas Legais de perdimento de bens; - Redefinição de competência de Núcleos e Postos por instrumento legal; - Ratificação de Convenções da ONU: Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e Membros de Suas Famílias; Convenção 189 sobre Trabalho Doméstico; - entre outras
12 II PNETP Linha operativa 2 - Integração e fortalecimento Atividade A - Fortalecer atuação integrada dos atores governamentais de forma descentralizada, com mecanismos participativos para maior transparência - Postos, Núcleos e Comitês institucionalizados; - Comitê Nacional criado; - Rede fortalecida com reuniões permanentes, entre outros Atividade B - Construir mecanismos para monitorar e avaliar a atuação no enfrentamento ao tráfico de pessoas e a implementação do II PNETP, com participação e transparência - Mecanismo de monitoramento e prestação de contas para o controle da atuação efetiva de núcleos e postos, da rede SUAS, dos disques denúncias 100 e 180; - Monitoramento e avaliação da implementação do II PNETP Atividade C - Promover relações de cooperação transfronteiriça sobre o tráfico de pessoas - Estratégia de integração de atores que atuam nas áreas de fronteiras, incluídas as Forças Armadas, para o enfrentamento ao tráfico de pessoas - Projetos de cooperação para procedimentos e ações de colaboração mútua. - Políticas regionais para o enfrentamento ao tráfico de pessoas e linhas de cooperação formalizadas no âmbito do Mercosul. - Tema da repressão ao tráfico de pessoas incluído na agenda das comissões mistas bilaterais antidrogas
13 II PNETP Linha operativa 2 - Integração e fortalecimento Atividade D - Criar, financiar e implementar estratégias de integração dos sistemas nacionais para atendimento e reintegração das vítimas do tráfico de pessoas, fortalecendo a rede de atendimento - Protocolo nacional para atendimento a vítima criado e implementado. - Disque 100 e Ligue 180 ampliados, internacionalizados e divulgados. - Rede de CREAS expandidas para a oferta dos serviços públicos às pessoas vítimas de tráfico. - serviços de acolhimento temporário. - Consulados brasileiros no exterior instruídos, entre outras Atividade E - Fortalecer articulação e ampliar capacidades dos órgãos para implementar ações de repressão e responsabilização do tráfico de pessoas - Estruturas e programas criados para favorecer a repressão efetiva aos crimes - Programa de proteção às testemunhas; - Estratégia para que as Defensorias Públicas se integrem à Rede ETP; - Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas criado e implementado. - Fiscalização em estradas, rodovias, portos e aeroportos do país, e a verificação da existência de documentação comprobatória de vínculo parental ou legal de crianças e adolescentes com os respectivos transportadores. - Gabinetes de Gestão Integrada (GGIs) com atuação mais ampla no ETP; - Oficiais de ligação da Polícia Federal nomeados nos países que mais recebem vítimas brasileiras - Criação no âmbito da DPF de delegacias especializadas de combate aos crimes contra os direitos humanos. - Programas de investigação e monitoramento do aliciamento pela Internet etc
14 II PNETP Linha operativa 2 - Integração e fortalecimento Atividade F - Combater com efetividade as redes, pessoas e organizações que fazem e/ou se beneficiam financeiramente do tráfico de pessoas nacional e internacionalmente, através de operações táticas integradas de repressão e responsabilização em uma estratégia de criação de exemplaridade - Estratégias para a fiscalização administrativa municipal de funcionamento de bares, casas de shows, hotéis e estabelecimentos análogos, visando restrição ou perdimento da autorização de funcionamento do local em decorrência de situação de tráfico de pessoas. - parcerias com associações de despachantes e advogados no exterior para conscientização sobre o crime e intercâmbio de informações. - Procedimentos de cooperação jurídica internacional (rogatórias, mandatos de captura etc) implementados de forma mais ágil. - Estratégia integrada de visibilidade em ações de repressão e responsabilização para gerar exemplaridade
15 II PNETP Linha operativa 2 - Integração e fortalecimento Atividade G - Ampliar o acesso efetivo a direitos por parte de vítimas e grupos vulneráveis - oferta célere de serviços de fornecimento de documentação civil. -Serviços de assistência social, saúde e capacitação para atuar no enfrentamento ao tráfico de pessoas, nos municípios onde estão sendo construídas grandes obras governamentais. - reinserção social produtiva das vítimas do tráfico de pessoas. - Entidades representativas de empregadores e trabalhadores, do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, do Departamento de Polícia Federal, do Ministério do Trabalho e Emprego e outras instâncias relacionadas ao tema, nas localidades geográficas de maior risco, recebendo informações sobre a obrigatoriedade da solicitação da certidão liberatória para o transporte interestadual de trabalhadores. - Mecanismo de articulação com a Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e MTE para o monitoramento da emissão da certidão liberatória para o transporte interestadual de trabalhadores, entre outros institucional
16 II PNETP Linha operativa 2 - Integração e fortalecimento Atividade H - Promover garantia de direitos de cidadãos estrangeiros vitimizados pelo tráfico de pessoas no Brasil - articular a ação das diferentes autoridades públicas brasileiras que tiverem contato com vítimas estrangeiras de tráfico de pessoas em território nacional. - Cidadãs(aos) estrangeiras(os) vítimas do tráfico de pessoas com atenção assistencial e jurídica adequada, respeitados os seus direitos e garantida eventual escolha de permanência no país. - isenção do pagamento de taxas e impostos relativos à sua regularização no país para vítimas de tráfico, entre outros
17 II PNETP Linha operativa 3 - Capacitação Atividade A - Capacitar, conscientizar e sensibilizar profissionais, atores e grupos sociais para o enfrentamento ao tráfico de pessoas - Matriz Nacional de Formação em ETP; - Tema inserido nas diretrizes curricular de Educação em Direitos Humanos; - material voltado para profissionais de educação, da saúde, sistema de justiça e MP ; entre outras - Projetos anuais de capacitação apoiados ; - Inclusão da temática do Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas na Matriz Curricular Nacional de formação dos profissionais de segurança pública ; - Formação continuada de núcleos, postos e comitês de tráfico de pessoas; - Tema do tráfico de pessoas incluído nos cursos do PNLD ; - Capacitação para profissionais e líderes privados da cadeia produtiva de serviços, de turismo, de transportes aéreo, terrestre e marítimo ;entre outras
18 II PNETP Linha operativa 4 Produção e gestão do conhecimento Atividade A - Apoiar, financiar, desenvolver e disseminar diferentes tipos de pesquisas sobre o tráfico de pessoas, sua relação com situações de violação de direitos e/ou vulnerabilidade, com atenção as diferentes dinâmicas nacionais e internacionais, de forma a subsidiar ações e políticas públicas - Diagnóstico Nacional sobre o Tráfico de Pessoas, suas dinâmicas e modalidades; - pesquisa que identifique a relação entre tráfico de pessoas e a vulnerabilidade de grupos populacionais : (i) por procedência geográfica; (ii) por sua etnia e raça; (iii) por sua orientação sexual e identidade de gênero; (iv) mulheres; (v) crianças e/ou adolescentes; (vi) prostitutas ; - pesquisa sobre trafico de pessoas em regiões de fronteiras ; - Prêmios de Pesquisas Libertas: Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Simone Borges ; - Pesquisa sobre egressos (as), presos(as) por tráfico de pessoas no Brasil ; - investigação e/ou análise sobre a relação entre as novas tecnologias de comunicação, as redes sociais virtuais e o tráfico de pessoas ; - entre outras
19 II PNETP Linha operativa 4 Produção e gestão do conhecimento Atividade B - Realizar iniciativas para troca de conhecimentos, boas práticas e experiências, e aumento do conhecimento sobre o tema - Feira nacional de boas práticas ; - série Cadernos de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Brasil ; - mapeamento de serviços existentes, instituições governamentais e não-governamentais engajadas com o tema, programas de capacitação e seus conteúdos, informações jurídicas, etc; Atividade C - Criar um Sistema de Dados sobre o Tráfico de Pessoas par intercambiar informações entre as diferentes organizações - mecanismo de integração das informações dos bancos de dados e harmonização de protocolos de coleta e análise de dados acordado pelos atores envolvidos em nível nacional e estadual; - sistema criado e utilizado pelos núcleos e postos de ETP como o canal principal de intercâmbio de informações ; - matriz de indicadores comuns criada sobre a situação do tráfico de pessoas nacional e internacional; - produção de relatórios anuais sobre ETP
20 II PNETP Linha operativa 5 - Campanha e mobilização Atividade A - Desenvolver e apoiar campanhas e estratégias comunicativas sobre o tráfico de pessoas, suas modalidades, impactos e outros aspectos. - campanha nacional realizada para grandes eventos ; - incentivo à realização de atividades culturais para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas; - campanha nacional de conscientização e sensibilização para erradicação do trabalho escravo ; - campanha nacional de prevenção ao tráfico de pessoas desenvolvida
21 Cooperação Jurídica Como denunciar Internacional Disque Direitos Humanos Disque 100 O Disque Denúncia Nacional é um serviço de discagem direta e gratuita disponível para todo o Brasil, coordenado pela SDH TRÁFICO DE PESSOAS Pedidos tramitados no DRCI em 2011 Central de Atendimento à Mulher Ligue 180 Da Secretaria de Políticas para as Mulheres que tem como finalidade receber denúncias, orientar e encaminhar para os órgãos competentes os casos de tráfico de pessoas e de cárcere privado. Se estiver no exterior: Espanha: (opção 1) Informe: Ativo Passivo Total Portugal: (opção 1) Informe: Itália: (opção 1) Informe: Assistência Consular do Ministério das Relações Exteriores Os endereços dos Consulados e Embaixadas do Brasil no exterior estão no Portal Consular, acessível em Unidade de Repressão ao Tráfico de Pessoas - URTP/DDH/ CGDI urtp.ddh@dpf.gov.br ; Telefone: (61)
22 II PNETP Campanha Coração Azul Adesão à Campanha do Coração Azul da ONU A Campanha Coração Azul é uma iniciativa da UNODC Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crimes para conscientização sobre o Tráfico de Pessoas e inspirar aqueles que detêm poder de decisão a promover as mudanças necessárias para acabar com esse crime. Objetivo: fomentar conscientização por meio da difusão de informações sobre o enfrentamento ao tráfico de pessoas entre os mais diversos estratos da sociedade brasileira, além de divulgar boas práticas, promover a sua prevenção e melhorar a resposta da justiça criminal.
23 A campanha brasileira II PNETP Campanha Coração Azul A Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e o Escritório da ONU Sobre Drogas e Crime (UNODC), em parceria com a Rede Globo, lançaram em 9 de maio, a campanha Coração Azul contra o tráfico de pessoas. A campanha que é mundial e agora tem sua versão brasileira. Implementada pelo UNODC em 10 países, a campanha tem como símbolo o Coração Azul, que representa a tristeza das vítimas deste tipo de crime e lembra a insensibilidade daqueles que compram e vendem outros seres humanos. O uso da cor azul também demonstra o compromisso da ONU em combater o tráfico de pessoas. O slogan da Campanha brasileira é: Liberdade não se compra. Dignidade não se vende. Denuncie o tráfico de pessoas. Disque 100 ou Ligue 180
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