Síntese de atualidade econômica e empresarial Brasil-Ásia-Pacífico Abril/Maio de 2010
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- Herman Freire Gorjão
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1 Síntese de atualidade econômica e empresarial Brasil-Ásia-Pacífico Abril/Maio de 2010 Henrique Altemani de Oliveira Grupo de Estudos Ásia-Pacífico - PUC/SP Temas: Destaque: Visita de Hu Jintao ao Brasil - Plano de Ação Conjunta - Investimentos Chineses em Siderurgia - Investimentos Chineses no Setor Petrolífero - Investimento Chinês de US$ 3,1 bilhões no Setor Elétrico - Investimentos Chineses em Telecomunicações - Produtora chinesa de papéis planeja produzir no Brasil - Produtora chinesa de antioxidantes para borracha investe no Brasil - Votorantim se associa à Honbridge Holdings para produção de minério de ferro Outras Relações com a China - China amplia ofensiva para adquirir terras no Brasil - Trading do Centro-Oeste brasileiro inicia venda de algodão para a China - Medida antidumping para canetas e cobertores chinesas - Suspeita de Dumping chinês na venda de caminhões Reunião dos BRICs no Brasil - Empresários se reúnem durante a Cúpula dos BRICs - Negociação entre Bancos de Fomento dos BRICs Relações com o Japão - Farmacêutica japonesa programa produto para a área cardiológica - Empréstimo japonês para a Petrobras explorar em águas profundas - Banco Itaú abre gestora de recursos no Japão - Interesse japonês pelos fundos de investimentos brasileiros - Ao invés de fábrica de chips, Toshiba acena com uma design house Relações com a Coreia - Empresa Coreana adquire participação na OSX Construção Naval Relações com a Índia - Venda de caixas eletrônicos para a Índia - Fanem produzirá incubadoras na Índia - ArcelorMittal busca expandir produção de aço - Na OMC, Brasil e Índia questionam a UE por apreensão de genéricos Relações com Taiwan - Taiwanesa AOC pretende produzir telas CE cristal liquido (LCD) no Brasil - Lançamento de Fundo de Ações de empresas brasileiras em Taiwan Diversos - Frigorífico brasileiro apresenta intenção de compra de frigorífico australiano - Empresa italiana produz equipamentos para o padrão nipo-brasileiro de TV Digital - Importações com origem na Ásia crescem acentuadamente no primeiro trimestre - Consórcios asiáticos contam com apoio estatal para construção do TAV brasileiro 1
2 Destaque: Visita de Hu Jintao ao Brasil Coincidindo com a reunião do BRICs e do IBAS no Brasil, merece destaque a breve visita de Hu Jintao (reduzida devido à ocorrência de terremotos na China). Aparentemente, a visita marcou a retomada dos intenções de efetivação de Investimentos Externos Diretos no Brasil, em um cenário bem diferente da visita de 2004, pelo fato de agora a China agora deter expressivas reservas internacionais e estar passando por um processo de internacionalização de suas empresas. Plano de Ação Conjunta O Plano de Ação Conjunta que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hu Jintao assinaram, durante a visita de Hu Jintao ao Brasil, visa a dar caráter institucional à relação entre Brasil e China, com o estabelecimento de metas e a criação de mecanismos permanentes de consulta e coordenação entre os dois países. O principal veículo de implantação do plano, que abrange o período , é a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Coordenação (Cosban), que foi criada em 2004, mas nunca funcionou como deveria. Além da Cosban, os dois países têm um Diálogo Estratégico, no qual discutem principalmente questões relacionadas a temas internacionais. (Plano China-Brasil cria metas para os países, O Estado de S.Paulo, Cláudia Trevisan,15 de abril de 2010) Investimentos Chineses em Siderurgia 1. O negócio selado pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) com a CISDI Engenharia e chegou a US$ 280 milhões. Segundo fontes envolvidas, a empresa chinesa vai fornecer equipamentos para uma nova unidade de produção de aços da CSN. 2. Foi assinado contrato entre a LLX e a estatal Wisco (Wuhan Iron and Steel Corporation) para a construção de uma siderúrgica no Porto do Açu. Se concretizado, o investimento será o maior já realizado pela China no setor de siderurgia em outro país, além de ser o maior investimento chinês já recebido pelo Brasil. A Wisco entrará com 70% dos US$ 4,7 bilhões necessários à concretização do projeto. (China investirá pesado no Brasil em 2010, Macauhub, 29/03/2010; Brasil e China fecham contratos milionários, O Estado de S. Paulo, Raquel Landim, 15/04/2010) Investimentos Chineses no Setor Petrolífero A Petrobras e a Sinopec discutem parceria que pode levar à exploração conjunta de petróleo no Brasil. A estatal chinesa já tem participação de 20% em dois poços da Petrobras no Pará. Além disso, a companhia brasileira negocia novo empréstimo de US$ 10 bilhões com o Banco de Desenvolvimento da China (BDC. A estatal chinesa China Petrochemical Cooperation (Sinopec) poderá ter participação acionária no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e também comprar um naco de dois blocos exploratórios da estatal Petrobras na bacia do Pará-Maranhão (PAMA-3 e PAMA-8), uma área considerada nova fronteira. As parcerias na exploração e produção de petróleo e refino não foram as únicas áreas de interesse mútuo das duas estatais. A Petrobras informou que assinou memorandos de entendimento que permitirão às duas companhias analisarem parcerias estratégicas também em negócios em petroquímica, transportes e fertilizantes. (China investirá pesado no Brasil em 2010, Macauhub, 29/03/2010; Chinesa Sinopec pode ter participação no Comperj, Valor Econômico, Eduardo Laguna, 16/04/2010) Investimento Chinês de US$ 3,1 bilhões no Setor Elétrico A estatal State Grid Corporation of China, maior companhia de transmissão e 2
3 distribuição de energia chinesa, comprou o controle de sete das 12 empresas da Plena Transmissoras, controlada pelas espanholas Elecnor, Isolux e Cobra. As sete empresas vendidas possuem a concessão de cerca de 3 mil km de linhas de transmissão, de um total de 6 mil km que pertenciam às espanholas. A transação foi fechada na madrugada de 16/04/2010, em Pequim, após três dias de negociações. O negócio saiu por R$ 3,097 bilhões, o que inclui a assunção, pelos chineses, de R$ 1,3 bilhão em dívidas. (Por R$ 3,1 bilhões, China entra no setor elétrico no país, Valor Econômico, Cristiane Perini Lucchesi e Cláudia Schüffner, 18/05/2010) Investimentos Chineses em Telecomunicações 1.A gigante de telecomunicações chinesa ZTE também se comprometeu ontem a investir US$ 2 milhões em instalações de ensino no Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), sediado em Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais. Ao redor desse instituto surgiu um pólo de tecnologia na região. (Brasil e China fecham contratos milionários, O Estado de S. Paulo, Raquel Landim, 15/04/2010) 2. De olho na demanda gerada pela Copa do Mundo, a operadora de telefonia móvel Vivo e a ZTE, fabricante chinesa de equipamentos para a área de telecomunicações lançaram no Brasil o N290, celular compatível com o sinal da TV digital. A companhia brasileira não divulga as estimativas de vendas, mas a empresa chinesa espera vender 300 mil aparelhos N290, que por enquanto será comercializado exclusivamente pela Vivo. (Vivo lança celular com TV digital em parceria com ZTE, Valor on Line, Rafael Rosas, 16/04/2010) Produtora chinesa de papéis planeja produzir no Brasil A Asia Pulp & Paper (APP), maior compradora individual no mundo da celulose brasileira e terceira maior produtora global de papéis, está analisando alternativas para a fabricação da matéria-prima no país. Construir uma unidade própria, tornarse parceira de uma produtora nacional, associar-se a uma fabricante estrangeira e empreender no país ou ainda iniciar a compra de terras com vistas à instalação de uma unidade fabril no longo prazo estão entre as propostas que serão apresentadas aos executivos asiáticos - a APP tem duas sedes, na China e na Indonésia. Por enquanto, a APP não possui nenhuma fábrica no Brasil e importa todo o papel que é vendido no mercado local. (APP avalia investir em fábrica no Brasil, Valor Econômico, Stella Fontes, 05/05/2010) Produtora chinesa de antioxidantes para borracha investe no Brasil Os pesados investimentos em infraestrutura no Brasil e a recuperação das vendas de automóveis, sobretudo de caminhões, abriram oportunidades para a empresa chinesa Jiangsu Sinorgchem, uma das maiores produtoras mundiais de antioxidantes para borracha. Esse insumo é utilizado em larga escala pelos principais fabricantes de pneus, uma vez que evita a oxidação do produto. Choi, principal executivo da Sinorgchem, disse que a empresa está montando um centro de logística no Brasil, prevendo a instalação de uma fábrica no Brasil. Vendo o Brasil com potencial para expansão na América Latina, o centro de distribuição e logística será instalado na cidade de São Paulo e deverá entrar em operação no terceiro trimestre deste ano. (País atrai fornecedor de insumos para produtores de pneus, Valor Econômico, Mônica Scaramuzzo, 14/04/2010) Votorantim se associa à Honbridge Holdings para produção de minério de ferro A holding Votorantim Novos Negócios (VNN) do grupo Votorantim informou acordo 3
4 com a chinesa Honbridge Holdings, de Hong Kong, para desenvolver o estudo de viabilidade do Projeto Salinas, que prevê produção de 25 milhões de toneladas/ano de minério de ferro tipo pellet-feed no norte de MG. O investimento total, incluindo um mineroduto até Ilhéus (BA) e um terminal portuário, é orçado em US$ 3 bilhões e deverá ser realizado entre 2010 e (China no Norte de Minas, Valor Econômico, 20/04/2010) Outras Relações com a China China amplia ofensiva para adquirir terras no Brasil A China quer garantir seu abastecimento de soja e milho comprando terras diretamente no Brasil. A informação é do presidente da China National Agricultural Development Group Corporation, Zheng Qingzhi. O presidente da Apex, Alessandro Teixeira, também confirmou o interesse chinês, dizendo que não via problemas diante do volume de investimentos. "São conversas preliminares. A empresa estatal chinesa Chongqing Grain Group pretende investir US$ 300 milhões (R$ 525 milhões) na compra de 100 mil hectares de terra no oeste da Bahia, com o objetivo de produzir soja para o mercado brasileiro e chinês. O empreendimento tem financiamento do Banco de Desenvolvimento da China (BDC), que vai bancar 60% do custo. O restante será desembolsado pela empresa, ligada ao município de Chongqing. (China negocia terras para soja e milho no Brasil, O Estado de S. Paulo, Jamil Chade, 27/04/2010; Estatal da China quer produzir soja no País, O Estado de S. Paulo, Claudia Trevisan, 22/04/2010) Trading do Centro-Oeste brasileiro inicia venda de algodão para a China A Libero Commodities, trading criada por produtores de algodão, soja e milho do Centro-Oeste, começou a funcionar oficialmente com a 1 a. venda de algodão para a estatal chinesa China National Cotton Group Corporation, realizada no fim de abril. O volume ainda é simbólico - cerca de 1 mil toneladas - mas trata-se de um cliente que consome 1 milhão de toneladas da pluma anualmente. Nos próximos dois anos, o foco da Libero deve ser a comercialização da pluma. Mas após esse período, a empresa deve passar a vender também milho e soja - neste último caso, os volumes podem atingir 20% da safra brasileira da oleaginosa. (Trading de produtores debuta com venda de algodão à China, Valor Econômico, Fabiana Batista, 10/05/2010) Medida antidumping para canetas e cobertores chinesas A Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu adotar medidas antidumping sobre a importação de canetas esferográficas e cobertores de fibra sintética da China. A medida vai valer por cinco anos. Durante esse período serão cobradas alíquotas de US$ 14,52 (R$ 25,41 de hoje) por quilo de canetas e de US$ 5,22 (R$ 9,13) por quilo de cobertor chinês. (Camex cria barreira para caneta chinesa, Agencia Brasil, 29/04/2010) Suspeita de Dumping chinês na venda de caminhões O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) suspeita que a China está vendendo caminhões com guindastes no Brasil a preços deslealmente baixos e começou a coletar dados para decidir se abre uma investigação antidumping, em mais uma ação refletindo a crescente preocupação do governo com a concorrência de Pequim. O MDIC constata que os chineses estão exportando para o Brasil veículos com guindaste a um preço, depois do frete e outras despesas, que chega a ser menor do que o custo de um caminhão fabricado no Brasil. (Governo investiga dumping na venda de caminhões chineses, Valor Econômico, 4
5 Assis Moreira, 18/05/2010) Reunião dos BRICs no Brasil Empresários se reúnem durante a Cúpula dos BRICs Empresários do Brasil, Rússia, Índia e China, que compõem o grupo chamado Bric, e também da África do Sul, reuniram-se em 14/04, no Rio de Janeiro, para discutir possíveis oportunidades de negócios e investimentos nos setores de energia, tecnologia da informação, infraestrutura e agronegócio. O encontro fez parte da programação da 2ª Cúpula Bric e da 4ª Cúpula Ibas (Índia, Brasil e África do Sul). Na área de energia o Brasil tem interesse na venda do etanol, do biocombustível e da tecnologia de construção de hidrelétricas. Na tecnologia de informática, o Brasil quer aumentar as exportações de software, mas tem interesse na estrutura de call centers da Índia e no sistema de antenas para celulares e roteadores desenvolvido pela China. Na infraestrutura, o interesse é na tecnologia dos trens de alta velocidade da China, mas também em exportar para a Índia a engenharia para a modernização de estradas e aeroportos. (Empresas de países do Bric discutem negócios, Agencia Brasil, 14/04/2010) Negociação entre Bancos de Fomento dos BRICs Os Brics resolveram estreitar os laços em financiamento, pormeio de um memorando de entendimento entre os bancos de fomento de Brasil, Rússia, Índia e China. O objetivo é estruturar operações bilaterais, ou mesmode mais de dois países, para projetos em cada uma das nações. É uma rede de relacionamento que começa a se formar entre países em desenvolvimento, e especialmente entre essas quatro maiores economias, disse Luciano Coutinho, presidente do BNDES. Coutinho assinou ontem, pelo Brasil, o memorando entre os bancos de fomento, durante o encerramento do 2º Encontro dobric. (Bancos de fomento assinam acordo de financiamento, O Estado de S. Paulo, Fernando Dantas, 16/04/2010) Relações com o Japão Farmacêutica japonesa programa produto para a área cardiológica A Daiichi-Sankyo Brasil anunciou em 05/05/2010 uma aliança estratégica com a farmacêutica israelense Enzymotec para o lançamento de um produto inovador que auxilia na manutenção de níveis saudáveis de triglicerídeos e na redução da absorção de colesterol. O lançamento desse produto está estimado para início de 2011 no país. Com foco maior na área de cardiologia, a Daiichi-Sankyo Brasil é uma das líderes no tratamento da hipertensão. A Daiichi-Sankyo é a única companhia farmacêutica do Japão com fábrica no Brasil. A também japonesa Astellas fez sua estreia no mercado local no ano passado, mas ainda não possui unidade produtora no país. (Daiichi-Sankyo firma aliança com Enzymotec, Valor Econômico, 05/05/2010) Empréstimo japonês para a Petrobras explorar em águas profundas O Banco do Japão para a Cooperação Internacional (JBIC) vai conceder um total de US$ 497 milhões à Petrobras, a fim de ajudar a estatal a desenvolver campos de petróleo em águas profundas. O empréstimo será concedido ao empreendimento controlado pela Petrobras e pela Mitsui & Co. e será usado para a construção e manutenção de navios de perfuração em águas profundas. De acordo com o "The Nikkei", o financiamento deve aumentar as importações de petróleo do Brasil pelo Japão e possibilitar um forte envolvimento das companhias japonesas na promissora exploração de petróleo em águas 5
6 profundas. (Petrobras obtém financiamento de US$ 497 milhões de banco japonês, Agência Estado, Hélio Barboza, 31/03/ 2010) Banco Itaú abre gestora de recursos no Japão O Itaú anunciou que abriu uma gestora de recursos no Japão. Batizada de Itaú Japan Asset Management, a instituição tem como foco os investidores institucionais do país. O banco brasileiro já atuava no mercado de gestão de recursos japonês desde 2008, quando fechou parceria com a Nikko Asset Management. Na ocasião, o Itaú lançou o fundo de ações dedicado ao mercado brasileiro Brazilian Equity Fund. (Itaú abre gestora de recursos no Japão, Valor Econômico, Luciana monteiro, 06/04/20100 Interesse japonês pelos fundos de investimentos brasileiros No mundo japonês dos investimentos, a mais nova moda são os ativos brasileiros. Os fundos de investimentos brasileiros tornaram-se tão populares que, até o fim de março, investidores individuais mantinham um recorde de 2,343 trilhões de ienes (US$ 25,1 bilhões) em ações e bônus brasileiros, segundo a Investment Trusts Association do Japão. Isso faz da moeda brasileira, o real, a quarta mais popular entre um total de 40 com as quais os investidores individuais japoneses compram fundos de investimentos, perdendo apenas para o dólar, o euro e o dólar australiano. O Brasil supera até mesmo a demanda por fundos de investimentos na Índia e China. (Fundos de ativos brasileiros viram moda entre japoneses, Financial Times, Lindsay Whipp, 16/04/2010) Ao invés de fábrica de chips, Toshiba acena com uma design house A perspectiva de uma fábrica de componentes eletrônicos no Brasil ainda está distante, mas a Toshiba já começou a treinar mão de obra qualificada em criação de componentes eletrônicos e está disposta a investir no país para criar uma "design house", centro de projetos para semicondutores. De olho nos movimentos de países como a China na América Latina, o Japão decidiu reforçar a proximidade com o Brasil. A oferta de uma "design house" frustra as expectativas do governo brasileiro, que esperava obter o compromisso de instalação de semicondutores usados em todos os aparelhos eletrônicos, como consequência da adoção, pelo Brasil, do sistema japonês de TV digital - e sua disseminação por outros países da América do Sul. Interessado em ampliar os laços com o Brasil, o governo japonês fez pressão para que a Toshiba se esforçasse para atender às expectativas do governo brasileiro. Coincidindo com a reunião entre o Brasil e os países do grupo BRIC e IBAS, os japoneses, discretamente, enviaram a Brasília a missão de empresários, chefiada pelo vice-ministro da Economia, Comércio e Indústria japonês. Sem querer perder espaço para os chineses, o Japão negocia investimentos em petróleo, gás e mineração; o Brasil busca abertura de mercado para carne suína e café e quer discutir os subsídios que os japoneses dão à produção de jatos de médio porte. (Toshiba estuda projetar chip no Brasil, Valor Econômico, Sergio Leo, 16/04/2010) Relações com a Coreia Empresa Coreana adquire participação na OSX Construção Naval A Hyundai Heavy Industries concluiu em 11/05/2010 a aquisição de 10% do capital social votante e total de OSX Construção Naval. A empresa coreana contará com uma vaga no conselho de administração da OSX Construção Naval, subsidiária da OSX Brasil. Atualmente, a OSX Brasil trabalha para a instalação e operação de uma unidade de construção naval na cidade de Biguaçu (SC). 6
7 (Hyundai na OSX, Valor Econômico, 12/05/2010) Relações com a Índia Venda de caixas eletrônicos para a Índia O mercado indiano é o atual foco da Perto. A empresa gaúcha que fabrica equipamentos, como caixas eletrônicos, para bancos e comércio, vendeu para o State Bank of India 525 terminais de saque e 300 terminais de saque e depósito, customizados para o mercado indiano. O país tem potencial para mais de 500 mil terminais bancários, mas existem apenas cerca de 45 mil, diz Thomas Elbling, presidente da Perto. O executivo vê similaridades no cenário financeiro do Brasil e da Índia. A concentração bancária na Índia é a mesma da brasileira, com poucos bancos de varejo que têm muitas agências, afirma. (Caminho das Índias, Folha de São Paulo, Maria Cristina Dias, 21/04/2010) Fanem produzirá incubadoras na Índia Dona de 85% do mercado nacional de equipamentos neonatal, com as incubadoras para bebês prematuros e recém nascidos, a Fanem, empresa familiar de São Paulo, está pronta para dar um novo salto nos negócios. A empresa prepara sua internacionalização, com a abertura de uma fábrica na Índia até o final de 2011, que deve consumir investimentos iniciais de US$ 5 milhões. Até agora, a Fanem já destinou US$1 milhão para abrir um escritório em Nova Délhi e uma rede de distribuição no país. (Fanem vai fabricar incubadoras na Índia, O Estado de S. Paulo, Clayton Netz, 09/04/2010) ArcelorMittal busca expandir produção de aço Com expectativa de crescimento do PIB brasileiro, a ArcelorMittal retoma o plano de expansão da unidade de produção de aços longos em Minas Gerais. O projeto de duplicação da usina é de US$ 1 bilhão e encontra-se em fase de revalidação pela direção do grupo A ArcelorMittal Brasil reúne três das principais empresas siderúrgicas do país - a ArcelorMittal Aços Longos, a ArcelorMittal Tubarão e a ArcelorMittal Vega. Na área de aços longos, no ano passado, foram realizadas obras civis de infraestrutura em Monlevade, com vistas a preparar a unidade para o projeto de duplicação da capacidade instalada, atualmente em fase de análise. Prevê o aumento da capacidade instalada da unidade para 2,4 milhões de toneladas/ano de aço bruto. (ArcelorMittal retoma ambicioso plano de expansão, Valor Econômico, Genilson Cezar, 14/04/2010) Na OMC, Brasil e Índia questionam a UE por apreensão de genéricos O Brasil entrou ontem com um pedido de consulta na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a União Europeia (UE), acusada de impedir, irregularmente, a entrega de medicamentos genéricos indianos destinados ao mercado brasileiro. Segundo o embaixador brasileiro na OMC, Roberto Azevedo, as apreensões tiveram um impacto negativo altíssimo no comércio e no sistema de saúde nacional dos países em desenvolvimento. Também a Índia apresentou queixa contra a UE na OMC.Um dos casos em questão remonta a janeiro de 2009, quando a Holanda reteve um navio procedente da Índia e que fez escala em Rotterdã antes de partir para o Brasil. A embarcação carregava o medicamento Losartan, para hipertensão arterial. Outras duas apreensões ocorreram em maio e em outubro de A resposta da OMC deve sair em dois meses. (Processo na OMC, Correio Braziliense, Victor Martins & Viviane Vaz, 13/05/2010) 7
8 Relações com Taiwan Taiwanesa AOC pretende produzir telas CE cristal liquido (LCD) no Brasil A taiwanesa AOC, maior fabricante mundial de monitores de computador, planeja montar uma fábrica de telas de cristal líquido (LCD) no Brasil, com o objetivo de acelerar a produção local de aparelhos de TV e monitores. O plano da AOC é erguer uma estrutura em Manaus com capacidade para produzir 100 mil telas de LCD no primeiro ano de atividade, saltando para até 600 mil unidades no terceiro ano de operação. Além da fabricação das telas, a empresa pode trazer para o país o processo de montagem de uma série de componentes usados em TVs, como as partes plásticas frontal e traseira dos equipamentos e as placas de circuito impresso, componentes que também são usados em monitores. A meta é fabricar até 1 milhão dessas placas nos primeiros 12 meses de atividade, volume que poderá ser dobrado no ano seguinte. (AOC planeja instalar fábrica de LCD e componentes em Manaus, Valor Econômico, André Borges, 07/05/2010) Lançamento de Fundo de Ações de empresas brasileiras em Taiwan Em um acordo com o ING - banco holandês sócio do grupo no país -, a gestora de recursos, Sul América, acaba de lançar um fundo de ações de empresas brasileiras em Taiwan. A fim de deixar os taiwaneses bem informados sobre o Brasil, a Sul América colocou no ar um site sobre o país, que aborda desde temas macroeconômicos e políticos até curiosidades sobre o país com entrevistas em vídeo de brasileiros falando de consumo e esportes, como Copa do Mundo e Olimpíadas. (Sul-América lança fundo de Brasil em Taiwan, Valor Econômico, Alessandra Bellotto, 13/04/2010) Diversos Frigorífico brasileiro apresenta intenção de compra de frigorífico australiano Por meio da subsidiária Swift Austrália, o frigorífico JBS assinou um acordo visando à "potencial aquisição" da Rockdale Beef na Austrália, com capacidade de abate de 200 mil cabeças de gado ao ano e de confinamento de mais de 50 mil bois. Em comunicado, a JBS nota que a Rockdale Beef possui uma operação de carne bovina integrada por meio de fazendas, confinamentos, fábrica de ração e frigorífico. "A conclusão da operação está sujeita à aprovação pelas autoridades competentes, incluindo órgão antitruste da Austrália e o Conselho de Administração da companhia", destacou no texto. (JBS mira Rockdale Beef na Austrália, Valor Econômico, Juliana Cardoso, 19/03/2010) Empresa italiana produz equipamentos para o padrão nipo-brasileiro de TV Digital A escolha do padrão brasileiro de TV digital rendeu disputas acaloradas entre companhias americanas e europeias. Ambas defendiam seus sistemas como a melhor alternativa para o país. Ao decidir pelo padrão nipo-brasileiro, o governo deu um banho de água fria nos fabricantes do setor, mas o efeito desse banho já é coisa do passado. O exemplo mais recente desse movimento vem da Itália. A Screen Service, fabricante de transmissores de TV baseada em Bréscia, região norte da Itália, adaptou sua tecnologia para funcionar com o sistema brasileiro e decidiu montar uma fábrica de equipamentos no país. A unidade, sediada em Pouso Alegre (MG), já começou a produzir. (TV digital atrai fabricante italiana de transmissores ao país, Valor Econômico, André Borges, 06/04/2010) 8
9 Importações com origem na Ásia crescem acentuadamente no primeiro trimestre As importações do país cresceram significativamente no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior. As importações de mercadorias "made in China", porém, cresceram muito mais. Os desembarques de produtos chineses tiveram no período elevação de 45,5% em valor, bem acima da média, de 36%. As importações dos Estados Unidos aumentaram apenas 6,23%. A compra de produtos chineses foi puxada principalmente por máquinas e insumos para a indústria eletrônica, como partes de aparelhos de transmissão e circuitos integrados. O aquecimento do setor automotivo também impulsionou as importações de outros países, como Argentina, que vendeu ao Brasil 41,93% a mais no trimestre. Também puxada pelos automóveis, os desembarques com origem na Coreia do Sul cresceram 80,2% (Importações da China crescem 45% no trimestre, Valor Econômico, Marta Watanabe, 27/04/2010) Consórcios asiáticos contam com apoio estatal para construção do TAV brasileiro Empenhado em fazer o Trem de Alta Velocidade (TAV) brasileiro atraindo capital privado, o governo brasileiro pode acabar tendo de tocar o projeto com empresas estatais - mas desta vez, estatais estrangeiras. Considerados os grupos mais empenhados na disputa - para não dizer os favoritos - os três consórcios orientais devem contar com presença maciça de recursos públicos. O grupo coreano, mesmo com mais de sete empresas privadas comprometidas a entrar no consórcio, pode ser liderado pelo setor público. Segundo fontes ligadas às empresas do consórcios, a expectativa é de que o governo coreano entre com uma fatia de até 40% na sociedade. Os japoneses têm confirmada até agora apenas a presença de empresas privadas - Mitsui, Mitsubishi, Toshiba e Hitachi. O noticiário local dá a participação do poder público como certa, podendo ter a participação da East Japan Railway ou do Japan Bank for Internacional Cooperation (Jbic). O consórcio chinês deve ser praticamente composto por empresas estatais. A liderança está por conta da China Rail Construction Company (CRCC). Haverá ainda a participação da China North Railway (CNR), fabricante de material ferroviário. Terão ainda apoio do fundo soberano chinês, o China Investment Corporation, com possível participação do China Development Bank. (TAV pode cair nas mãos de estatais estrangeiras, Valor Econômico, Fernando Teixeira, 18/05/2010) Las opiniones expresadas y la información mencionada en este documento pertenecen a su autor, autores o a las fuentes citadas y no representan necesariamente la opinión del Observatorio Iberoamericano de Asia-Pacífico ni de las instituciones de las cuales depende o que lo patrocinan. Éstas no hacen propios los contenidos del documento y no son responsables ni de su autoría ni del uso que se pueda hacer de los mismos. 9
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