Estudos e Cenários. dez. 2008

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1 Estudos e Cenários dez. 2008

2 Observatório Político Sul-Americano Núcleo de Estudos sobre o Congresso Corrida armamentista ou modernização de armamentos na América do Sul: estudo comparativo dos gastos militares * (Estudos e Cenários, dez. 2008) Rafael Duarte Villa Professor da USP (NUPRI/DCP/IRI) Resumo Este estudo ocupa-se com um ponto que vem inquietando alguns setores políticos e sociais sul-americanos: dado o aumento de armamento sofisticado por alguns países da região a fornecedores tradicionais e não tradicionais, a região estaria entrando numa corrida armamentista? Para dar resposta a essa questão o paper investiga a temática em três momentos: a dinâmica das compras (em que se averigua quem está comprando, o que compra e de quem); em segundo lugar, as motivações oficias e latentes; em terceiro lugar, o autor toma posição no debate explicitando seis argumentos que se distanciam daqueles que vêem uma corrida armamentista na América do Sul. O trabalho se apóia em algumas das melhores fontes internacionais, de fora e de dentro da região, que têm dedicado esforços de pesquisa amplo nos campos da defesa e da segurança internacionais, assim como de amplo material de conjuntura. O artigo compara dados, motivações e estratégias de seis países considerados os mais fortes desde o critério da potência Militar na região (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Peru e a Venezuela, embora não necessariamente nessa ordem). Palavras-chave: América do Sul; corrida armamentista; gastos militares. * Meus agradecimentos a Luiz Alexandre Schukarucha Gomes que teve o trabalho de organizar tabelas e gráficos da pesquisa; ao nosso projeto Rede de Pesquisa em Paz e Segurança, do Programa Renato Archer de Apoio à Pesquisa em Relações Internacionais/CNPq, cujos dados fornecidos pela equipe de alunos que coordena o professor Marcos Cepik me auxiliaram muito; a meu grupo de alunos de iniciação cientifica em segurança internacional, cujos relatórios também me auxiliaram; ao OPSA, especialmente a Maria Regina Soares de Lima, pelo convite para escrever este artigo; e à CAPES - este artigo pode ser considerado o primeiro resultado de pesquisa de minha bolsa de pós-doutorado, financiado pela agência brasileira na Columbia University. 1

3 Introdução Nos últimos anos, tem-se ouvido, com alguma freqüência, que a América Latina, especialmente a América do Sul, estaria entrando numa corrida armamentista. Freqüentes reportagens e declarações incisivas de personalidades políticas da região têm alimentado esse temor 1, assim como alguma produção acadêmica também tem chegado à mesma conclusão, tal como sustenta a análise de Malamud e Garcia: A famosa corrida armamentista na América Latina, liderada pela Venezuela, não é mais só discurso 2. A América Latina (América do Sul e América Central e o México) teve despesas militares, em 2007, da ordem de US$ 44 bilhões 3, representando um incremento de 7% em relação a 2006, quando se gastou US$ 36 milhões. Entre , os gastos cresceram a um ritmo anual de 6%, o que é baixo quando comparado com outras regiões do mundo. Como se pode observar abaixo, ao longo dos últimos dez anos estabeleceu-se um padrão de gastos: a América do Sul incrementou quase constantemente os seus, enquanto os da região centroamericana permaneciam, também, quase constantes. No ano de menor gasto (1999), a América do Sul respondeu por 86% do conjunto da região, e no de maior (2007), por mais de 97%. É importante perceber, no entanto, que esse gasto é bastante baixo quando comparado com outras regiões da chamada periferia do sistema internacional, como Ásia e Oriente Médio. 1 Em finais de 2006 o presidente da Costa Rica, Oscar Arias, em reação à compra de armas por países como a Venezuela e o Chile afirmou que a região estava entrando numa corrida armamentista. Ver para referências jornalísticas: Downie, Andrew, A South American Arms Race?, Time World, 21 de dezembro, acesso em 23/8/2009; South America defence: speak fraternally but carry a stick, The economist, 29/5/2008; Oppenheimer, Just what Latin America need a new arms race, Miami Herald, 17 de setembro, p. 16A; Casto Ocando, Planea Venezuela una compra récord de armamentos, El Nuevo Herald, 16 de setembro de Malamud, C. & Encina Garcia, C. Rearmament or renovation of military equipment in Latin America, Working Paper 31/2006, Real Instituto Elcano (tradução do autor), acesso em 25/8/ Esse número pode variar de acordo com a fonte, mas, em geral, as cifras não são muito distantes entre si. Por exemplo, outra fonte de muita credibilidade, como o The International Institute of Strategies Studies (IISS), de Londres, no Military Balance 2008 afirma que os gastos para 2008 foram de US$ 38,4 bilhões. 2

4 Porém, um ponto correto é que os países latino-americanos com os maiores incrementos reais em despesas militares no período são todos da América do Sul: Venezuela (78,53%), Chile (53%) e o Equador (49%). Também na América do Sul estão os três países que mais altos orçamentos militares: Brasil (que responde por 46% dos gastos), Colômbia (15%) e Chile (13%) 4. Dos US$ 44 bilhões que a América Latina investiu em despesas militares em 2007, só os países da América do Sul gastaram US$ 39,6 bilhões. Para a América do Sul isso significou um incremento de 23,75% em seus gastos militares em relação a 2006 (bem superior à média do incremento da América Latina, que foi de 7%) 5. O que possivelmente chama a atenção nos gastos militares da região é que desde 2004 tem havido um ritmo constante no incremento dos gastos. Nenhuma série de anos na América do Sul tinha conhecido esse padrão de incremento desde finais da década de 90. Como explicar tal padrão para esses últimos anos? O aumento coincide com o fato de que entre a região sul-americana teve uma série de três anos seguidos de forte crescimento econômico (cresceu a uma taxa média aproximada de 5,3%) 6, algo que não se registrava desde os anos 70, quando o crescimento esteve próximo de taxas médias de 7%. Embora o crescimento tenha recuado, em 4 Para todos esses dados ver Stalenheim, C; Perdomo, C. & Skons, E., Military Expenditure, in SIPRI Yearbook Armament, disarmament and international security. Oxford: Oxford University Press, 2008, p Ibid. 6 Para esta informação, ver o Centro de Proyecciones Econômicas da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL),

5 2007, para 4,9% na região sul-americana, algumas de suas economias mais fortes, como Brasil, Argentina, Chile e Venezuela, nesta ordem, mantiveram o dinamismo no crescimento a taxas de 8,7%, 5,3%, 5,1% e 8,4% 7, respectivamente. De outro lado, o crescimento econômico viu-se acompanhado pelas melhoras nos indicadores macroeconômicos principais em quase todos os países da região (inflação, ajuste fiscal e redução do débito público e até uma boa entrada de capital externo, que teve como impacto a desvalorização do dólar). Algumas fontes têm interpretado, então, o incremento nos gastos militares sul-americanos dos últimos cinco anos como resultado do crescimento econômico, um dólar fraco, que estimula diferentes tipos de importação de bens, e a vontade política de modernizar as Forças Armadas da região, que em boa parte se confrontam com a obsolescência dos inventários em armamento 8. Os fatos apontam que há, realmente, uma corrida armamentista na América do Sul? Algumas reações podem sugerir algum movimento nessa direção, ou temores acerca dessa possibilidade, como, por exemplo, as preocupações da Colômbia com a compra de armamentos por parte da Venezuela, sobretudo pelas incertezas quanto aos consumidores finais de tais produtos, levando o governo da Colômbia a se mostrar favorável a mecanismos que monitorem as compras venezuelanas de armas 9. Ou também, as preocupações expressadas pela Bolívia e pelo Peru em relação ao gasto crescente em armamentos por parte do Chile, como sustenta um estudo de Gustavo Gutiérrez: As duas variáveis principais, que são o gasto real medido em termos de dólares, assim como a relação com o Produto Interno Bruto demonstram [...] tendências de custos altos, particularmente pelo lado chileno, com seu programa de modernização, que efetivamente alimentam uma visão de suspeita e alarme nos vizinhos [...] PIB da Argentina cresceu 8,7% em 2007, diz Cristina Kirchner, Estado de S. Paulo Online, 12 de fevereiro de 2008, consultado em 27/8/2008; Dinheirama, Alta do PIB, a Selic e o crescimento do Brasil, consultado em 27/8/ Caribbean and Latin America Defence and economics, Military Balance-2008, The International Institute for Strategic Studies (IISS), London: Routledge, 2008, p Ver Layla Ibrahim Abdallah Dawood, Compra de rifles de assalto russos e o problema do tráfico de armamento de pequeno porte (resenha), Conjuntura Internacional, PUC-Minas, consultado em 6/9/ Gutiérrez, Carlos, Chile, Perú y Bolivia: entre el conflicto y la cooperación, in Sepúlveda, Isidro (ed.), Seguridad Humana y Nuevas políticas de defensa en Iberoamérica. Madrid: Instituto Universitario General Gutierrez Mellado, 2007, p (tradução nossa). 4

6 I. A dinâmica das compras militares na América do Sul Desde 2005 o Chile e a Venezuela (e, em menor grau, o Brasil) foram os dois países que mais incrementaram a importação de armas na América do Sul, fazendo surgir a delicada questão de se essa excessiva preocupação em modernizar suas Forças Armadas não poderia ter como efeito uma corrida armamentista na região ou desestabilização de governos pela transferência de parte do arsenal a grupos nacionais ou regionais. O caso que mais tem chamado a atenção é o da Venezuela, para o qual o presidente Hugo Chávez tem contribuído muito, pelas paixões, rejeições e apoios que têm suscitado seu discurso e ação nos últimos nove anos. O Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (Stockholm International Peace Research Institute, SIPRI) divulgou, em meados de 2008, o balanço do ano anterior no que se refere a exportação, importação e transferência de armamentos ao redor do mundo. A novidade é que o SIPRI, pela primeira vez nesta década, dedica um espaço especial no seu capítulo de transferências globais de armamentos para analisar a compra e a transferência de armas para América do Sul. No SIPRI Yearbook de 2008 o destaque é dado a três países (Brasil, Chile e Venezuela). Na análise de médio prazo o SIPRI aponta um aumento percentual das transferências de armamentos para a América do Sul: [que] representaram 5% do volume das transferências internacionais de armas convencionais importadas para o período de e 47% superior ao registrado em Essas aquisições poderiam estar transformando a América do Sul num mercado emergente. Por exemplo, nos casos do Chile e da Venezuela, os volumes importados os transformaram em mercados da Rússia e da Grã-Bretanha, junto com outras regiões, como o Norte da África. Não surpreendentemente, países exportadores de armas Rússia em particular têm apontado que com o sucesso econômico e o envelhecimento dos sistemas de armas, os mercados latinoamericanos oferecem boas oportunidades para a venda de novos equipamentos militares 12. Quando se trata de gastos, é fundamental que certas questões sejam levantadas, como por exemplo, aquelas que constam da metodologia desenhada pelo Atlas da Red de Seguridad y Defensa de América Latina (RESDAL): quem 11 Holtom, P; Bromley, M. & Wizeman, D. International arms tranferency, in SIPRI Yearbook Armament, disarmament and international security. Oxford: Oxford University Press, 2008, p The International Institute for Strategic Studies (IISS), Caribbean and Latin America, Military Balance-2008, op. cit., p

7 gasta, em que gasta, por que gasta (as motivações) e como financia o gasto 13. Agregaríamos a essas questões também a pergunta: por quê se compra de um certo país, e não de outro? As respostas podem fazer menos ou mais dramático o espinhoso tema da compra de armamentos numa região, e o impacto deste fato sobre as possibilidades de haver uma corrida armamentista naquela região. Na próxima seção vamos nos ocupar das duas primeiras questões; na última trataremos dos países que têm as principais Forças Armadas e os maiores orçamentos militares na região sul-americana (embora não necessariamente os tratemos em ordem alfabética, são eles: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Peru e a Venezuela) 14. No entanto, algumas fontes reconhecerem que até 2006 a Venezuela não era o principal investidor em armas na região sul-americana 15. O fato é que a Venezuela incrementou dramaticamente suas importações de armas, passando da 56ª posição, no período de 1998 a 2002, à 24ª posição como o maior importador regional 16 (ver, nos anexos, o Ranking dos 30 maiores importadores de armas.). Só em 2007, a Venezuela incrementou seu orçamento em defesa em 78% (chegando US$ 887 milhões) transformando-se no maior consumidor, em termos reais, na América do Sul naquele ano 17, embora o montante em importações de armas seja menor que o do Chile no período (U$ 1,417 bilhões da Venezuela contra U$ 2,283 bilhões do Chile). Preços do petróleo em constante alta durante vários anos, a vontade política presidencial de melhorar as capacidades militares do país e a procura pela melhora na posição política regional têm levado a Venezuela a incrementos cada vez maiores no orçamento militar, embora mais em termos reais brutos que em termos de gasto militar/pib. Um fato notável é que nos últimos anos tem havido uma considerável distância entre o gasto planejado no orçamento original venezuelano e o gasto final. Na verdade, os gastos militares revelados pelo orçamento militar original não têm correspondido ao gasto militar final. Se tomarmos os anos de 2005, 2006 e 2007, o país planejou um orçamento militar de US$ 1,780 bilhão, US$ 1, Ver Donadio, Marcela, El presupuesto de defensa en América Latina. La importancia de la transparencia y herramientas para el monitoreo independiente, in: El presupuesto de la defensa en América Latina. Buenos Aires: RESDAL y Ser en el 2000, Os gastos de Bolívia, Paraguai e Uruguai têm sido tão baixos nos últimos cinco anos, que este estudo não os inclui diretamente; já no caso do Equador, em algum momento o texto se ocupa deles, dado que é um país que os dados mostram que gasta um dos PIBs mais altos da região em armamentos. 15 Latin America Security & Strategic Review, Venezuela buys more arms from Russia but is not the region s biggest spender, August 2006, p SIPRI Arms Transfers Data for 2007, SIPRI data shows drop in international arms deliveries, orders remain high, em consultado em 20/8/2008; nossa traducão. 17 Holtom, P; Bromley, M. & Wizeman, D. International arms transferency, in SIPRI Yearbook Armament, disarmament and international security 2008, op. cit., p

8 bilhão 18 e US$ 2,573 bilhões 19, e acabou tendo um gasto real de U$ 2,454 bilhões, U$ 2,588 bilhões e U$ 2,560 bilhões, respectivamente 20. Isso pode explicar por que em 2006 e 2007 a Venezuela ocupou a 8 a e a 4 a posições entre os países em desenvolvimento que mais adquiriram armamentos e que mais assinaram acordos de transferência de armamentos 21. A discrepância entre orçamentos iniciais e reais se explica porque, no caso da Venezuela, existem alguns mecanismos legais que permitem que no ano fiscal sejam adicionados fundos no orçamento militar. O principal mecanismo é a chamada Lei Paraguas (Lei Guarda-chuva) instrumento este que data de muitos anos, e que permite ao governo negociar empréstimos externos para financiar gastos militares extras, nem sempre contemplados no orçamento militar original, embora o governo tenha anunciado a intenção de usar com menos freqüência (e até eliminar) tal mecanismo 22. Mas o que a Venezuela compra, e de quem compra? Entre 2005 e 2007 houve um salto grande no volume de compras de armamentos e acordos de transferência de armamentos a Venezuela, calculados em US$ 4 bilhões, principalmente vindos da Rússia. Desde 2005, a Venezuela adquiriu daquele país 100 mil fuzis Kalashnikow automáticos AK-47 de tecnologia militar avançada, 24 caças Sukhoi Su30MK, 10 helicópteros de combate MI-35, aproximadamente 40 helicópteros de transporte Mi-17V multitarefas, e 3 helicópteros de transporte pesado Mi Em 2007, dois novos acordos de compras de armas foram firmados com a Rússia, pelos quais a Venezuela receberia um pacote de cinco submarinos Kilo-classe movidos a diesel e eletricidade e, possivelmente, mísseis de terra e de longo alcance do tipo Club-S, compra ainda não efetivada. A Venezuela comprou também, no mesmo período, três radares tridimensionais JYL da China 24. Deve ser anotado que a tendência que mostra a Rússia como o principal fornecedor de armamentos da Venezuela vem se consolidando ao longo dos anos desta década. Assim, no período de , a Rússia respondeu pelo 18 Resdal. Atlas comparativo de la Defensa en América Latina. El presupuesto de la defensa en América Latina. Buenos Aires: RESDAL y Ser en el 2000, 2005, p. 36; Resdal. Atlas comparativo de la Defensa en América Latina. El presupuesto de la defensa en América Latina. Buenos Aires: RESDAL y Ser en el 2000, 2007, p. 48; 19 Antecipo del Balance Militar 2008, consultado em 30/08/ O IISS adverte, na página 59 do Military Balance de 2008, que esse número ainda pode ser corrigido para cima quando os dados completos do ano fiscal venezuelano de 2007 estejam completamente atualizados. 21 The International Institute for Strategic Studies (IISS), Military Balance-2008, op. cit., p Caribbean and Latin America, Military Balance-2008, The International Institute for Strategic Studies (IISS), op. cit., p Holtom, P; Bromley, M. & Wizeman, D. International arms transferency, in SIPRI Yearbook Armament, disarmament and international security 2008, op. cit., p Caribbean and Latin America, The International Institute for Strategic Studies (IISS),, Military Balance-2008, op. cit., p. 60 7

9 fornecimento de 93% do armamento comprado pela Venezuela, a China por 3% e Israel por 2% 25. Na prática, alguns dos sistemas de armamentos comprados da Rússia passaram a complementar os comprados de países como China e Israel. Por exemplo, a Venezuela adquiriu da Rússia um sistema de mísseis terra-ar Tor-M1, que, de acordo com o Ministério de Defesa da Venezuela, funcionará combinadamente com os três radares comprados da China, e mesmo com os caças Sukhoi. Em suma, a Venezuela, em 2007, foi o terceiro mercado das exportações da Rússia (com 5%, embora este percentual seja bastante inferior aos 45% que a Rússia exporta para a China, e os 22% que vão para o mercado da Índia 26 ). O embargo de armas à Venezuela causou algum impacto nos Estados Unidos, 27 pois acabou induzindo o país a comprar armas da Rússia 28. No ano de 2006, o Departamento de Estado dos EUA impôs um embargo impedindo a Venezuela de importar bens e serviços de Defesa. No mesmo ano, a Venezuela foi certificada pelo governo dos Estados Unidos, através da Section 40A of the Arms and Control Act (AECA) como um país não totalmente cooperativo na luta contra o terrorismo. A AECA foi renovada em 2007 e 2008; por esse mecanismo, a Venezuela está impedida de receber qualquer assistência, venda ou financiamento militar dos Estados Unidos. Na prática, o embargo de venda de armas pelo governo norte-americano tem levado a que os representantes das Forças Armadas venezuelanas exerçam forte pressão sobre o Executivo pela procura de outros mercados. No caso da aviação, os F-16 que o país possui datam do governo de Luis Herrera Campins ( ), e foram comprados do governo dos Estados Unidos quando este governo suspendeu, uma única vez, a moratória de vendas de armamento avançado para América Latina, moratória esta que havia sido decretada em 1979 e que vigorou até Vários países produtores de armas estão alertas para o fato de que a Força Aérea da Venezuela planeja comprar outros tipos de aviões para se juntarem aos Sukois comprados da Rússia. Como conseqüência, o resultado não tem sido muito diferente do esperado. Com as Forças Armadas venezuelanas pressionando por novos mercados para a 25 Holtom, P; Bromley, M. & Wizeman, D. International arms transferency, in SIPRI Yearbook Armament, disarmament and international security 2008, op. cit., p Ibid. 27 Ver uma ampla reportagem desse efeito indesejado em Venezuela arms purchases: has the US policy backfire?, Latin America Security & Strategic Review, October 2005, p Ver Venezuela buys more arms from Russia but is not the region s biggest spender, Latin America Security & Strategic Review, August 2006, p Villa Duarte, Rafael A política externa venezuelana de Chávez para a América do Sul: entre a ideologização das identidades e as necessidades do pragmatismo, Observatório Político Sul-Americano (IUPERJ/UCAM), IUPERJ/UCAM, p. 27 ( 8

10 compra de armas devido ao embargo dos Estados Unidos 30, os governos de Rússia e da Venezuela têm ampliado suas relações para além do aspecto comercial da compra/venda de armas. No início do governo Chávez essas relações eram focadas nas coincidências políticas e diplomáticas, enfatizando a emergência de um mundo multipolar 31 ; atualmente estenderam-se a cooperação e assistência em matéria técnico-militar e até exercícios conjuntos de suas Forças Armadas, especialmente Aeronáutica e Marinha. Durante o ano de 2008 foram dados passos mais concretos nessa direção. No primeiro semestre deste ano, na sua terceira visita à Rússia desde que está na presidência, Hugo Chávez confirmou sua intenção de promover parcerias estratégicas com aquele país que incluíssem cooperação energética e até a possibilidade de a Rússia instalar duas fábricas de armamentos na Venezuela 32 e novos acordos de armas (que incluiriam os aviões de combate Su-35 e Su-39; aviões de carga An-74 e II-76, helicópteros de combate Mi-28 e submarinos Kilo- Class), embora nenhum novo acordo tenha sido assinado de maneira concreta nessa visita, ou mesmo depois de A isso se seguiu o anúncio do Ministério de Relações Exteriores do governo russo de que sua Armada realizaria exercícios conjuntos com a Marinha da Venezuela (o que foi interpretado por analistas como sendo um recado aos Estados Unidos 34 ), e também o anúncio de que aviões de combate a submarinos seriam temporariamente instalados nesse país 35. O primeiro passo concreto dessa parceria estratégica foi dado em setembro de 2008, quando dois bombardeiros supersônicos russos Tu-160 pousaram na Venezuela para a realização de exercícios militares em águas internacionais (os primeiros de um país latino-americano com a Rússia desde o fim da Guerra fria) 36, embora o Ministério da Defesa russo afirmasse que, depois de realizado o treino, estes aviões regressariam às suas bases Murphy, J. US extends embargo on Venezuela, Jane s Defense Weekly, 30/08/ Villa Duarte, Rafael. Dos etapas en la política exterior venezolana frente a Estados Unidos en el período de Hugo Chávez, Cuadernos del CENDES (Caracas), 21 (55), 2004, p Chávez busca aliança estratégica com a Rússia, BBC-Brasil, consultado em 12/09/ Para esses dados sobre equipamentos ver Abdullaev, N. & Cavas, C. P., Russia, Venezuela hint to submarine deal, Defence News, 16 de julho de Venezuela and Russia s message to US, Jane s Terrorism & Insurgency Alert, consultado em 18/9/ Moscovo planeia instalar na Venezuela aviões de combate a submarinos, Açoriano Oriental Online,, consultado em 12/9/ O Peru é outro país sul-americano no qual a Rússia tem especial interesse em estabelecer esse tipo de acordo de cooperação militar. Ver Enhancing military cooperation, Latin America Security & Strategic Rewiev, setembro de 2007, p Na opinião de analistas militares, o Tu-160 é o maior avião militar construído até hoje e tem capacidade para carregar doze mísseis cruzeiro com ogivas convencionais ou nucleares. Aviões russos fazem 9

11 Ao mesmo tempo, as pressões do governo dos Estados Unidos sobre países produtores de armamentos, como Espanha, Brasil e França, também têm produzido um efeito indesejado, induzindo o mercado venezuelano à oferta russa. A Venezuela fechou um acordo com o governo espanhol, no segundo semestre de 2005, para a aquisição de dois barcos patrulheiros tipo C-296, e 10 aviões de transporte CN-235, acordo esse que não chegou a se concretizar devido às pressões dos Estados Unidos, que alegaram que a comercialização requeria sua autorização porque os aviões e patrulhas possuíam tecnologia norte-americana. Nesse mesmo ano, um acordo com a empresa brasileira Embraer, que venderia à Venezuela aviões ligeiros de ataque ALX Super Tucano e aviões de treinamento AMX-t também foi bloqueado pelos Estados Unidos sob o mesmo argumento 38. O Chile é outro país que se destaca nos esforços por adquirir armamentos de modernas tecnologias para (re)equipar suas Forças Armadas. Com isso, no período de transformou-se no maior importador de armas (convencionais) da região sul-americana. O Chile ocupava a 36ª posição no ranking mundial de receptores de armamentos no período de 1998 a 2002; já no período passou a ocupar a 12ª posição, a primeira entre os latino-americanos 39 (ver nos anexos Ranking dos 30 maiores países importadores de armas ). O Chile, também, tem sido o único país latino-americano capaz de manter uma relação gastos militares/pib em patamares superiores a 3,5% durante toda esta primeira década do século XXI. Com exceção do ano 2007, em que foi superada em gastos reais pela Venezuela, durante o período realizou os montantes mais altos em compras de armamentos da região, aproximadamente US$ 2,109 bilhões. Durante o período de , os principais mercados de compra de armamento convencional do Chile foram a União Européia, com 82%, Estados Unidos, com 15% e Israel, com 3% 40. Essa escolha de países ocidentais, ou com fortes vínculos com o Ocidente, como fornecedores poderia estar relacionada ao fato de que algumas análises sugerem que o Chile tem pretensões de adquirir o status militar standard de país OTAN (standard military NATO) 41 e, certamente, pela parceria estratégica que o Chile prevê estabelecer com os Estados Unidos nas próximas décadas em diferentes aspectos, sejam ele políticos, econômicos ou militares. exercícios militares na Venezuela, consultado em 23/9/ US moves against Venezuelan purchases elicits new challenges of its assumptions, Latin America Security & Strategic Review, janeiro de 2006, p Holtom, P; Bromley, M. & Wizeman, D. International arms transferency, in SIPRI Yearbook Armament, disarmament and international security 2008, op. cit., p Ibid., idem. 41 Ibid., idem. 10

12 Na análise de curto prazo, o Chile aparece como o principal importador sulamericano de armas da Grã-Bretanha, ocupando, em 2007, o segundo lugar nas exportações globais de armamentos da Grã-Bretanha para o mundo, empatado com a Romênia (para ambos os países, o Reino Unido exportou 9%, só inferior aos 17% que exportou para o mercado dos Estados Unidos). O dinamismo das importações de armamentos chilenos refletiu-se no fato de que o orçamento militar cresceu em 23% em , além do que, deve esclarecer-se que o gasto real (que inclui as pensões militares, lucros de investimentos militares, por vezes alocados para gastos militares também, e os 10% das receitas da Lei do Cobre) têm sido superior ao orçamento militar propriamente dito. Por exemplo, em 2006 e 2007, enquanto o orçamento militar declarado inicialmente foi de U$ 2 bilhões e U$ 2,63 bilhões 43, o gasto militar real final foi de U$4,851 bilhões e U$4,821 bilhões 44, respectivamente. Este patamar constante de gastos tem sido possível por duas circunstâncias: primeiro, porque a economia do Chile teve um desempenho bastante bom nos últimos anos; por exemplo, entre 2004 e 2007, o PIB chileno cresceu a uma taxa 42 Caribbean and Latin America, Military Balance The International Institute for Strategic Studies (IISS), op. cit., p Ibid., p Military Expenditure of Chile, SIPRI, consultado em 16/9/

13 média anual de 6,2%. Em segundo lugar, as Forças Armadas chilenas continuam se beneficiando da vigência da Lei do Cobre, que data dos anos 50 do século passado 45, e que foi modificada no governo militar de Augusto Pinochet, permitindo que 10% das exportações do cobre sejam destinadas a financiar despesas militares operacionais e compra de equipamentos 46. Some-se a isso o fato de que o Chile é o principal exportador mundial de cobre e que os preços internacionais desta commodity têm tido um incremento bastante alto nos últimos anos 47. De acordo com cálculos, a Lei do Cobre contribui com uma média anual de US$ 200 milhões ao ano para o orçamento militar, mas devido ao incremento sem precedentes dos preços internacionais, a Lei seria responsável por financiar sozinha, hoje em dia, quase US$ 1 bilhão, o que levou a fortes pressões por parte de setores políticos e sociais do Chile para revisar ou extinguir a lei. O alto incremento de 23% no orçamento militar de 2007 revelaria uma espécie de aumento preventivo, posto que a existência daquelas pressões sociais e políticas enfatizam a necessidade de a Lei ser abolida ou reformada, com o que o gasto militar seria financiado a partir do orçamento regular (ou geral) em cada ano fiscal 48. Mas o que o Chile vem comprando? Em anos mais recentes o governo chileno adquiriu armamento bastante sofisticado tecnologicamente, incluindo aí a compra de 10 super aviões de combate F-16C novos e 20 F16Am de segunda-mão, todos de fabricação americana 49 ; tem investido muito também em sua Marinha - recebeu dois novos submarinos franco-espanhóis da classe Scorpene; além disso, recebeu duas fragatas Karel Doorman e duas Van Heemnskerck, vindas Holanda, e 45 Na verdade a Ley del Cobre (Lei do Cobre) data de 1958, mas ela foi modificada em 1998, ainda durante a ditadura de Augusto Pinochet. 46 Segundo um cálculo do The Economist, o dinheiro alocado por conceito da Ley del Cobre já trouxe para o Chile 340 tanques da Alemanha, oito fragatas, dois novos submarinos e 28 aviões de combate F- 16. Ver South America defence: speak fraternally but carry a stick, The Economist, 29/5/ O Chile é o maior produtor de cobre do mundo com 25% da produção mundial e até 2005 a indústria mineradora contribuirá com 6,1 bilhões de dólares para o país, ou seja cerca de 25% do total das receitas fiscais previstas até 2005, número que pode ser maior atualmente porque os preços internacionais do cobre, que estavam em média a US$ 1,7 a libra naquele ano, dobraram a partir de 2006, e continuaram crescendo em Além disso o crescimento internacional dos preços do cobre teve um impacto significativo em economias de outros produtores sul-americanos, principalmente o Peru, e em menor medida Argentina e o Brasil. Para essas informações consultar: UniversiaKnowledge@Warten, preços do cobre aliviam cofres da América Latina, 21/09/2005, consultado em 05/09/2008; Com preço maior, roubo de cobre no Brasil cresce 11% em 2007, Último Segundo, 6/5/2008, 1_em_2007_ html, consultado em 5/9/ Caribbean and Latin America. Military Balance-2008, The International Institute for Strategic Studies (IISS), op cit., p A compra dos F-16 dos Estados Unidos só foi possível devido à Diretiva Presidencial nº 34, que proibia a venda de arma tecnologicamente sofisticada para a América Latina, ter sido revertida na primeira administração Clinton, em Antes disso, a nº 34 só foi suspensa uma única vez, para vender um lote de F-16 à Venezuela, em

14 aguarda três fragatas Type 23 ex-royal Navy; assinou, ainda, contrato com a Alemanha para receber 136 tanques Leopard-2 de segunda-mão. No ramo dos mísseis, também se moderniza, pois estão sendo adquiridos os americanos AIM-9M Sidewinder, AIM-120 AMRAAM, SeaSparrow e Harpoon, e os israelenses Derbys e Pyton, além de bombas inteligentes de diversos calibres. No que se refere à Colômbia, alguns de seus setores sociais e políticos vêm demonstrando alguma preocupação com a possibilidade de uma corrida armamentista na América do Sul, com a defasagem de seus armamentos, e, especialmente, com as compras de armamentos por parte da Venezuela. Dessa forma, a Colômbia, na trilha de todos os países sul-americanos, à exceção do Paraguai, anuncia, para os próximos quatro anos, um impressionante plano de modernização de suas Forças Armadas, nas quais pretende gastar mais de US$ 28 bilhões, dando prioridade ao upgrade de seus aviões de combate Mirage e Kfir, assim como à compra de novos e modernos aviões de combate e helicópteros e veículos blindados. Isso inclui, também, um aumento do efetivo de suas forças militares e policias, hoje estimado em 36 mil pessoas 50. Assim em 2007, com o argumento da luta antiinsurgente e contra o narcotráfico, a Colômbia anunciou uma elevação do orçamento militar em U$3,370 bilhões para 2008, o maior incremento em mais de 30 anos 51. Quando se observa os gastos da Colômbia em compra de armamento e se compara com os gastos reais e a proporção gasto militar/pib, aparece um certo paradoxo: o país gastou pouco em compra de armamentos no período (quando comparado com Chile e Venezuela). Os US$ 210 milhões em compra de armamentos em estão distantes do que foi gasto pelo Chile e pela Venezuela, e ainda pelo Brasil, em compra de armamentos no mesmo período (ver gráfico acima sobre a relação orçamentos militares/pib). Ao mesmo tempo em que mantém um dos mais altos patamares de gastos militares na região sul-americana, a Colômbia gastou 4% de seu PIB em despesas militares no período, , o mais alto percentual da região sul-americana e de toda América Latina. Se excetuarmos o Chile, com 3,6%, naquele período o resto dos países sul-americanos gastaram abaixo de 2% de seus respectivos PIBs. Os principais fornecedores de armas da Colômbia, naquele período, foram Estados Unidos (39%), Espanha (26,2%), Brasil (17%), Itália (5, 2%) e Canadá (4,5%). Chama-se a atenção que A Colômbia é o único país sul-americano que tem 50 Caribbean and Latin America, Military Balance-2008, The International Institute for Strategic Studies (IISS), op cit., p Holtom, P; Bromley, M. & Wizeman, D. International arms transferency, in SIPRI Yearbook Armament, disarmament and international security 2008, op. cit., p

15 em outro país latino-americano, o Brasil, um de seus principais mercados de compra de armas. No entanto, aquele paradoxo de baixos gastos diretos em armamentos e PIB relativamente alto em gasto em defesa pode ser desvendado quando atentamos para a estrutura das fontes do gasto militar. Além do orçamento em defesa, a Colômbia recebe uma taxa de guerra de municípios e províncias (com a qual arrecada, aproximadamente, US$ 400 milhões ao ano) e o governo anunciou uma nova taxa, em 2007, esperando obter US$ 43,6 bilhões até Porém, a Colômbia, além de seu orçamento regular em defesa e das taxas de guerra, depende muito da ajuda militar dos Estados Unidos. Na verdade, não é que a Colômbia não esteja investindo em armamentos, mas ocorre que o maior montante vem da ajuda dos Estados Unidos, ajuda esta não contabilizada no orçamento militar colombiano de cada ano fiscal. Com a prioridade conferida através de programas de assistência militar do Departamento de Estado, como o Foreign Military Financing, o International Narcotics Control and Law Enforcement e, especialmente, através de iniciativas como o Plano Colômbia e a Estratégia Andina Antidrogas 53, a Colômbia transformou-se, em inícios do milênio, num dos principais países que recebem ajuda militar dos Estados Unidos no mundo. Entre os anos de , por conta desses programas, a ajuda militar à Colômbia variou entre US$ 550 e US$ 650 milhões por ano 54. Em outras palavras, a ajuda militar estadunidense à Colômbia se assemelha à política do guarda-chuva militar numa versão latino-americana contemporânea. 52 Caribbean and Latin America, Military Balance-2008, The International Institute for Strategic Studies (IISS), op. cit., p Do Plano Colômbia, que se iniciou no ano de 2000, o país recebeu US$ 1, 3 bilhão de dólares (75% destinados a assistência militar e policial); e da Iniciativa Andina Anti-Drogas, a Colômbia tem recebido montantes que vão dos US$ 526 milhões (em 2003) aos US$ 465 (2007). Ver, para esses dados, Congressional Budget Justification for Foreign Operations. (U.S.D.S. Budget, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007) 54 Isacson, Isaac; Olson, Jackson & Haugaard, Lisa. Below Radar: US military programs with Latin America, LAWGEF, CIP, WOLA, 2007, p

16 Também quando comparamos esta assistência com a dada aos países ocidentais, a Colômbia é notadamente superior a qualquer outro (ver, nos anexos, Os dez maiores receptores de ajuda militar e política dos Estados Unidos no Hemisfério Ocidental ). O impacto da ajuda militar dos Estados Unidos à Colômbia fica bem evidente quando se constata que uma boa parte do material bélico, incluídos os modernos helicópteros Black Hawk, comprados pela Colômbia entre 2000 e 2007, só foi possível graças à ajuda militar estadunidense através dos programas de assistência anti-narcóticos e anti-insurgência 55, que têm direcionado 80% dos US$ 4,5 bilhões alocados pelos Estados Unidos para assistência militar desde o ano 2000, incluindo compras de equipamentos militares 56 - apenas um lote de Black Hawk foi comprado com dinheiro do orçamento colombiano (ver, nos 55 A Presidential Decision Directive (PDD-73) do governo Clinton limitava a ajuda militar externa a países como a Colômbia à luta antinarcóticos. Na administração Bush, através da diretiva presidencial HR-4775, o presidente americano solicitou, e o Congresso dos EUA aprovou, a solicitação executiva que apaga a linha que separa os programas antiterrorismo e antidrogas, permitindo que toda ajuda relativa a ações antinarcóticos seja direcionada também ao combate às guerrilhas e aos paramilitares, grupos incluídos pelos Estados Unidos como terroristas. 56 Latin America: the limits of populism, Strategic Survey London: Routledge, The International Institute for Strategic Studies (IISS), 2007, p

17 anexos, Compras de equipamentos militares Colombianos como parte da ajuda dos EUA ( ). Os Estados Unidos não têm planos, no curto prazo, de suspender esta ajuda, dado que há uma forte convicção, em esferas do governo e do Congresso americanos, de que o enfraquecimento militar das FARC, assim como a morte e captura de líderes da organização e a liberação de reféns em mãos da guerrilha têm sido possíveis pela conjunção do Plano Colômbia e a Iniciativa Andina Antidrogas com as políticas internas de segurança, especialmente o Plano Patriota do presidente colombiano Álvaro Uribe 57. O presidente Bush requisitou, e o Congresso dos Estados Unidos aprovou para o ano fiscal de 2008 ajuda à Colômbia de US$ 79 milhões para treinamento militar e compra de equipamentos, e US$ 366 milhões através da Iniciativa Andina Antidrogas 58. No entanto, o que é bastante correto apontar, no caso da Colômbia, é que o país tem adquirido pouco armamento sofisticado, quando comparado com caso do Chile e da Venezuela; pouco há, hoje, na Colômbia que se compare aos Sukoi adquiridos pela Venezuela, ou os F-16 do Chile. Nos últimos anos, a Colômbia construiu lanchas para patrulha fluvial, adquiriu outras unidades do helicóptero UH- 60L Blackhawk e incorporou, em 2007, uma aeronave Beech B-300 convertida para atividade de inteligência aérea, e várias unidades do Super Tucano A-29, fabricado pela Embraer do Brasil. Qualquer inclinação da região sul-americana em termos de gastos militares totais ou em gasto em compra de armamentos deve levar necessariamente em conta o Brasil, pela maior complexidade de sua economia, a metade do PIB da região (algo em torno de 56%), e pela maior complexidade de suas metas políticas regionais e globais. Se bem que é verdade que, no caso do Brasil, no período de 2003 a 2007 o país reduziu seu peso internacional como importador de armamentos convencionais, Da posição 32 no período caiu para a posição 33. Esse decréscimo foi compensado pelo importante incremento do orçamento militar no ano de 2007, de mais de 33%, de longe o mais importante 57 Ver, a respeito, ampla análise de Romero, Simon. Bold Colombia Rescue Built on Rebels Disarray, The New York Times, 04/7/2008, consultado em 04/7/2008. Para uma análise mais detalhada do governo Uribe, sua política militar e aliança com os Estados Unidos, ver Villa Duarte, Rafael & Trindade, Manuela Vianna. A ascensão de Uribe na Colômbia: Segurança interna e aliança estratégica com os Estados Unidos na construção do Estadonação. In: Fernandes, Luis (org.), Novas lideranças políticas e alternativas de governo na América do Sul. São Paulo: Unesp, 2008, p Ver Congressional Budget Justification for Foreign Operations (USDS, 2008). 16

18 numa década. Isso explica porque o Brasil, da 14ª posição entre os países com maiores gastos militares até 2006, passou para a 12ª posição em No entanto, devemos atentar para o fato de que os gastos militares brasileiros, de quase US$ 70 bilhões no período , se diluem no tamanho da economia, cujo Produto Interno Bruto para o ano de 2007 chegou próximo de R$ 2,5 trilhões (ou US$ 1,5 trilhão) 60. Disto resulta que, na relação gasto militar/pib, o Brasil seja um país que gasta pouco quando comparado à Colômbia ou ao Chile, e só levemente maior que os casos de Argentina e Peru (ver, acima, Gráfico Gastos militares na América no Sul como porcentagem do PIB, ). No período de , o Brasil gastou uma média de 1,5% de seu PIB em despesas militares. No entanto, deve-se levar em conta que, apesar de o orçamento em defesa ter aumentado 15% em média entre (e apesar dos 33% de 2007), só 4% do orçamento está disponível para investimento em novas aquisições e upgrade de armamento. O resto da folha do orçamento militar é gasto basicamente em pagamento de pessoal, incluídas as despesas com aposentadorias e pensões militares. Dessa maneira, o gasto real de US$ 818 milhões em compras e upgrade de armamento no período de foi inferior aos do Chile e da Venezuela A Marinha brasileira planeja a compra de pelo menos 33 modernos navios até 2025 para o objetivo do patrulhamento efetivo de fronteiras marítimas 61. No entanto, alguns projetos, como o desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro, têm sido contingenciados a demandas mais imediatas, como a modernização de navios já existentes, e, em 2006, um novo adiamento do projeto (que já existe há quase 30 anos) foi anunciado pela Marinha 62, dando-se prioridade à modernização dos já existentes submarinos Type-209 e da construção de um submarino de tecnologia alemã, o Type 214. De qualquer maneira, os planos de construção do submarino nuclear receberam um forte estímulo quando o governo brasileiro anunciou, em meados de 2007, que o Brasil investiria, ao longo de oito anos, R$1 bilhão (em parcelas anuais de R$130 milhões) 63 na compra de tecnologia alemã e/ou francesa para a construção do reator nuclear vinculado ao submarino. Também, em outubro de 2008, a Marinha anunciou em a reabertura oficial do programa de construção do submarino nuclear, além da compra de quatro submarinos Scorpène da França 64. De acordo com algumas fontes, o Brasil procura um financiamento internacional de US$ 1,4 bilhão que permitiria à Marinha adquirir novos submarinos de maior porte e modernizar os cinco da classe IKL 209, além de 59 Stepanova, Ekaterina. Trends in armed conflicts, SIPRI Yearbook 2008 (Summary). SIPRI, 20008, p IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), Brasil em sínteses, consultado em 20/09/

19 concluir a construção da última corveta da classe Inhaúma, a maior e mais avançada V-34 Barroso 65. Os projetos da Aeronáutica brasileira também têm sofrido a mesma falta de recursos que os da Marinha. Por exemplo, o Ministério da Defesa elaborou, em 2002, um ambicioso projeto, chamado de Projeto FX, relançado em 2007, que prevê a compra, inicialmente, de até 36 modernos aviões de combate, chegando a mais de 100 até 2020, para substituir os já ultrapassados Mirage, os AMX de ataque e os F-5BR táticos 66. Em outubro de 2008 a Aeronáutica do Brasil anunciou as três companhias finalistas para o fornecimento da nova geração de aviões de combate, cujo contrato deveria ser assinado em 2009, com entregas previstas para Todas estas companhias são ocidentais 67. Com tal objetivo o Ministério de Defesa veria incrementado seu orçamento paulatinamente (o orçamento militar, que em 2007 já havia tido um aumento de US$ 3,64 bilhões em relação a 2006, para 2008 seria de US$ 5,6 bilhões. Porém, o grande salto para a frente seria dado em 2009, quando o projeto de orçamento nacional prevê R$ 50,2 bilhões para a Defesa. Destes, R$ 10,9 bilhões para investimentos diretos no Exército, Marinha e Aeronáutica. Se comparado com o orçamento militar de 2008, o setor terá um incremento de 51,3% em seus recursos no ano de Calcula-se, assim, que o orçamento brasileiro em defesa comece a consumir, nos próximos anos, algo em torno de 2,5% do PIB 68. O Brasil, no período de , importou a maior parte de seu armamento da União Européia (64%), seguido dos Estados Unidos (17%) e Canadá (7%) 69, e é possível que a importação destes e de outros países seja possível pelos planos de compras que têm, principalmente, a Marinha e a Aeronáutica. Algumas 61 Caribbean and Latin América, Military Balance-2008, The International Institute for Strategic Studies (IISS), op. cit., p Godoy, Roberto, Submarino nuclear tem construção adiada, Defesa@net (O Estado de S. Paulo), consultado em 22/09/ Hollanda, Eduardo. Nosso submarino nuclear, Revista Brasileiros, nº 6, dezembro-2007/janeiro- 2008, consultada em 22/09/ Brazil opened nuclear-powered submarine programme, Jane s Defence Weekly, 2 de outubro de Ranking do Poder Militar na América do Sul 2005/2006, Military Power Review, consultado em 22/9/ Alan, Gripp & Gielow, Igor. Plano de Defesa de Lula não eliminará problemas do setor, Folha de S. Paulo (Caderno Brasil), 31/8/ Estas companhias são a sueca Saab (Gripen NG); a francesa Dassault Aviation (Dassault Rafale C) e a estadunidense Boeing (F/A-18E/F Super Hornet). Ver Stratfor Brazil: Momentum builds for Defense Reform, 2 de outubro de 2008, consultado em 4/10/ Alencastro, Catarina & Jungblu, Cristianet, Novo plano de defesa nacional prevê serviço militar obrigatório para mulheres, O Globo/Reuters, consultado em 22/9/ Holtom, P; Bromley, M. & Wizeman, D. International arms transferency, SIPRI Yearbook Armament, disarmament and international security 2008, op. cit. 18

20 análises têm sugerido que o Brasil, assim como o Chile, tem dado preferência a fornecedores ocidentais, especialmente pertencentes à OTAN, e não a outros como a Rússia e a China, não por acaso, mas por uma racionalidade que envolve uma escolha estratégica : na sua emergência, a potência regional, na próxima década, não parece prever uma relação de rivalidade com o Ocidente 70, e, sim, pelo contrário, uma relação de parceria para seus planos de segurança regional. Deve ser dito que, devido às dificuldades financeiras, o Brasil tem recorrido à compra de armamento de segunda-mão: comprou 12 caças usados Mirage 2000C, da Franca, que vêm sendo incorporados em três lotes de quatro aeronaves em 2006, 2007 e Da Espanha, comprou 12 aviões de transporte C-295M novos, os quais devem ser entregues até o final de 2008, e duas aeronaves Lockheed P-3 Orion encontram-se na Espanha para montagem dos equipamentos de vigilância marítima. Adquiriu, também, nove F-5E/F da Arábia Saudita. Há um projeto do Exército brasileiro de adquirir 240 carros de combate Leopard 1A5 alemães, e a busca por desenvolver, no mercado interno, uma nova geração de blindados sobre rodas 71. Da Embraer, empresa privada brasileira, comprou 50 aviões de treinamento e de combate Super Tucano EBM-314. Outros dois países sul-americanos que também têm Forças Armadas regionais importantes mostraram disposição de modernizá-las nos próximos anos: Peru e Argentina. O caso do Peru, cujo presidente, Alan Garcia, anunciou em 2007 planos de investimento de mais de US$ 1 bilhão na modernização das Forças Armadas 72, é muito importante porque, depois do Brasil, é o país que tem numericamente as maiores Forças Armadas da América do Sul (veja, no Anexo 5, o Ranking do poder militar na América do Sul, da Military Power Review). Os gastos militares do Peru no período de se mantiveram quase constantes, uma média de 1,4% de seu PIB, e o orçamento militar original praticamente coincide com os gastos reais finais (US$ 1,200 bilhões e US$ 1,130 bilhão, em 2006 e 2007, respectivamente Estes números mostram que o Peru é um dos países sul-americanos que menos tem gasto em importação de armamentos. Embora não tivesse sido afetado por severas crises econômicas nesta década, comprou pouco armamento sofisticado, ao menos no período Incorporou duas fragatas da classe Lupo, usadas, e espera mais duas unidades ex- Marinha italiana. No entanto, o Peru não tem planos de aquisição de armamento militar no curto prazo tecnologicamente sofisticado. Assim, e dado que só 30% de 70 Stratfor Brazil: Momentum builds for Defence Reform, 2 de outubro de 2008 (tradução nossa), consultado em 5/10/ Ranking do Poder Militar na América do Sul 2005/2006, Military Power Rewiev, consultado em 22/9/ Caribbean and Latin America, Military Balance-2008, op. cit., p. 61; ver, também, Cruz, Tantalean C., Peru's updated plan shifts focus, Jane s Defence Weekly, 10 de outubro de 2007, p

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