COMENTÁRIO GERAL DA PROVA DE COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS

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Brian Guterres Sabrosa
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1 COMENTÁRIO GERAL DA PROVA DE COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS Boa e Diversificada Prova A prova de Compreensão e Produção de Textos da UFPR, uma vez mais, caracteriza-se pela variedade, pela diversidade, e satisfaz o aluno antenado com os mais variados temas, com as mais diversas linguagens, próprias de diferentes modalidades. As modalidades elaboração de notícia de jornal, resumo, continuação de texto e duas pequenas dissertações (opinião e argumentação) realizam um leque bastante interessante de possibilidades. Isso torna a realização da prova menos cansativa, já que o candidato não tem que refletir sempre em torno do trinômio tese argumentação conclusão. O conjunto de temas, todos absolutamente todos interessantes e pertinentes, caracteriza-se pela multiplicidade: posse, ocupação e propriedade da terra nos centros urbanos (reintegrações de posse e o MTST) para a notícia de jornal; o pacifismo e a tese de que os últimos cem anos foram pautados por conflitos constantes num texto complexo para resumo; a busca da brasilidade e a construção da identidade nacional num exercício nada óbvio de antropologia na modalidade continuação de texto; o onipresente celular, a prática constante de sua utilização e a busca incessante do sinal de internet constituem um tema esperado e divertido ( NÃO TEMOS WI-FI. CONVERSEM ENTRE VOCÊS! ) para um texto dissertativo/argumentativo (vide nas nossas últimas aulas as amigas do celular, tirinha do cartunista André Dahmer) e, finalmente, a distribuição da fome pelo mundo com o necessário destaque para a posição brasileira em mais um texto dissertativo. Enfim, a variedade e a diversidade da prova encontram respaldo num processo que se realiza em toda a formação do aluno, desde a leitura domiciliar incentivada pelos pais até a preparação específica para os vestibulares. Formação, e não somente informação, pauta o nosso trabalho. Professores de Compreensão e Produção de Textos do Curso Positivo. 1

As modalidades elaboração de notícia de jornal, resumo, continuação de texto e duas pequenas dissertações (opinião e argumentação) realizam um leque bastante interessante de possibilidades.

2 Resolução: Barracão da Pedro Feijó é demolido Nesta segunda-feira (30), a movimentação policial na R. Pedro Feijó, no centro de São Paulo, chamou a atenção de moradores, e transeuntes. Trata se de reintegração de posse, declarou o tenente da PM Carlos Moreira. Na primeira tentativa, os policiais foram recebidos a pedradas, segundo Moreira, por três homens que há cerca de um ano construíram no terreno, rodeado por luxuosos edifícios, um barracão de madeira. Adoniram Barbosa dos Santos, João Mato Grosso e Joca Ramiro são catadores de lixo e não têm antecedentes criminais. Enquanto indignados assistiam à demolição, queixaram-se de que agora só lhes restariam as ruas. O empresário Luís Monte Verde, dono da construtora que no local erguerá um edifício comercial, prometeu ajudá-los. 2

Na primeira tentativa, os policiais foram recebidos a pedradas, segundo Moreira, por três homens que há cerca de um ano construíram no terreno, rodeado por luxuosos edifícios, um barracão de

3 COMPR. E PRODUÇÃO DE TEXTOS VERSÃO 1 Não há meio-pacifismo como forma de garantir a paz real e duradoura. O discurso de paz, portanto, não deve ser contaminado por interesses a encobrir uma parcialidade nociva; do contrário, restarão marcas indeléveis, como as da Primeira Guerra Mundial, que parece não ter acabado ainda hoje. A tese, dura em sua objetividade, rica na ilustração de exemplos, é do jornalista Alberto Dines, que no site pontua como conflitos mal resolvidos há pouco mais de cem anos refletem em tensões geopolíticas atuais - o caso da Ucrânia e o do Oriente Médio (Faixa de Gaza e Síria) seriam exemplos concretos de um sobrevivente germe bélico da Grande Guerra. Nesse cenário de sangue correndo e mundo transformado, no entanto, Dines consegue ver uma saída: em tempos de Internet, uma verdadeira ideologia pacifista tem plenas condições de ser plasmada, desde que seja como a de vozes lúcidas do início do século XX que lutavam pela paz, e só por ela, de forma integral, cabal. O que fuja a isso, decreta o jornalista, não terá efeito algum. 3

ter acabado ainda hoje. A tese, dura em sua objetividade, rica na ilustração de exemplos, é do jornalista Alberto Dines, que no site www.observatoriodaimprensa.com.

4 VERSÃO 2 Os cem anos do início da Grande Guerra começaram a ser lembrados este ano, fato que, segundo Alberto Dines (texto Pacifismo ou é integral ou não é Pacifismo, do site do ObservatóriodaImprensa),levaaalgumasreflexõessobrealutapelapaz.Parao autor, pacifistas de cem anos atrás eram plenamente convictos de suas ações, já os atuais meia-bomba, que demonizam opositores e exaltam simpatizantes, têm pretensões paliativas e excludentes. A despeito da era da informação, tal pacifismo é vão, sentencia Dines. 4

Parao autor, pacifistas de cem anos atrás eram plenamente convictos de suas ações, já os atuais meia-bomba, que demonizam

5 VERSÃO 1 Para construir a identidade de um povo, foi necessária a Revolução de Até então os brasileiros não se sentiam como tais. Havia o baiano, o gaúcho, o pernambucano. Os próprios partidos políticos, PRP e PRM os Partidos Republicanos Paulista e Mineiro, se revezavam no poder. Com a crise de 1929, termina a política do café-com-leite. Getúlio Vargas sobe ao poder com a tarefa de industrializar o país. Com a grande mídia de então, a ditadura do Estado Novo estendeu via Rádio Nacional a mensagem ufanista em músicas como Aquarela do Brasil, de Ary Barroso. E no discurso de despedida em 45, Vargas considerou cumprida a tarefa de aglutinar as forças formadoras da nacionalidade. VERSÃO 2 Para construir a identidade de um povo, devemos vislumbrar um conceito de brasilidade pautado na miscelânea cultural que nos faz brasileiros. Nesse âmbito, a contribuição dos africanos (escravizados) e dos imigrantes do mundo todo foi essencial. Do Oiapoque ao Chuí, são diferentes falares (o gauchês e o cearês), pratos típicos (o churrasco e o vatapá), danças (vaneirão e o maracatu). De Leste a Oeste, somos um povo orgulhoso de nossas raízes, de nosso Carnaval, de nosso futebol, de nossa língua, a língua brasileira. Hoje, mais do que tudo, somos a América Brasileira, reflexo da identidade do povo brasileiro. 5

Getúlio Vargas sobe ao poder com a tarefa de industrializar o país.

6 VERSÃO 1 Com o advento dos smartphones, o hábito de dar prioridade às chamadas de celular em detrimento da interlocução ao vivo, que já preocupava, ganhou novos contornos. Há sempre uma mensagem a ser lida, uma curtida a ser comemorada. Se,numbar,umgrupodeamigossedeparacomoirônicoavisodequealinãohá wi-fi, portanto terão de conversar entre si, certamente procurarão outro lugar. Inimaginável a desconexão! Tal comportamento tem suscitado avaliações as mais diversas. Desperdício de tempo precioso, atraveu-se o astrofísico Marcelo Gleiser, ao analisar, em artigo da Folha de S.Paulo, a vida por detrás da telinha. Eis o que é. Não rir da piada, não ver a morena ou a loirinha que passam cheias de graça... Estar o tempo todo meio on line, meio off line é viver pela metade. 6

Se,numbar,umgrupodeamigossedeparacomoirônicoavisodequealinãohá wi-fi, portanto terão de conversar entre si, certamente procurarão outro lugar. Inimaginável a desconexão!

7 VERSÃO 2 Bar da esquina. Sábado à noite. Dez amigos em torno de uma mesa. Dez celulares e muitas tecladas. Essa é uma cena corriqueira em muitos bares e restaurantes. Talvez por isso uma placa como Não temos WIFI, conversem entre vocês cause tanta polêmica. Argumenta-se que a internet e os celulares minam as relações sociais. Falácia. As redes sociais estimulam as relações e são um caminho sem volta. E a liberdade individual? Sem dúvida, ela deve prevalecer, desde que não se incomodem os outros. O fato de não haver WiFi em um local não impede o cidadão de teclar usando o seu mais novo plano 4G. Placas como essa só servem para constranger os clientes. Cabe ao indivíduo ter bom senso ao teclar no celular; seu poder de livre-arbítrio não deve ser cerceado. 7

As redes sociais estimulam as relações e são um caminho sem volta. E a liberdade individual? Sem dúvida, ela deve prevalecer, desde que não se incomodem os outros.

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9 Resolução: Quem vê o Terceiro Mundo como área onde grassa a fome deve rever seus conceitos. O relatório da FAO/ONU divulgado em 16/9/2014 comprova que no Brasil quase 15% da população enfrentava esse problema; hoje a parcela é de apenas 1,7%. Exceto o Primeiro Mundo (área não avaliada), o objetivo para combater esse mal já está quase plenamente atingido (ou há expectativa de no máximo 5% das pessoas sofrerem com isso em 2015) nas Américas do Sul e Central, em pelo menos metade da África e 2/3 da Ásia. Não há como negar que medidas públicas (Bolsa-Família, no Brasil, por exemplo) e ONGs nacionais e internacionais estão sendo eficazes. Parece, inclusive, que estão vingando ideias de B. Lomborg (controvertido ambientalista) de que garantir alimento vem antes de preservar matas. 9

Exceto o Primeiro Mundo (área não avaliada), o objetivo para combater esse mal já está quase plenamente atingido (ou há expectativa de no máximo 5% das pessoas sofrerem com isso em 2015) nas

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