PDE - PROJETO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL MARCIA DE FATIMA SCHULTZ GUZZONI

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1 PDE - PROJETO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL MARCIA DE FATIMA SCHULTZ GUZZONI VAMOS NOS CONHECER? VALORIZAÇÃO E CONHECIMENTO DO CORPO HUMANO NA ADOLESCÊNCIA. Artigo Final, referente ao projeto aplicado a alunos das 7ª séries do Colégio Estadual Avelino Antonio Vieira, como parte integrante do PDE. Profª Orientadora: Dulce Dirclair Huf Bais CURITIBA 2008

2 VAMOS NOS CONHECER? VALORIZAÇÃO E CONHECIMENTO DO CORPO HUMANO NA ADOLESCÊNCIA. Márcia Schultz Guzzoni Profª PDE-2008 Dulce Dirclair Huf Bais Profº Orientador IES-UFPR RESUMO A adolescência é um momento muito especial, por ser a fase em que corpo e cabeça estão passando por transformações. Os adolescentes são agentes importantes para qualquer processo de transformação social, e é através da valorização, do conhecer o outro e se conhecer, que esta transformação social ocorrerá.a adolescência é de grande importância para o crescimento do ser humano, no que diz respeito a seu corpo, sua mente e sua relação com o mundo, por isso precisamos acreditar mais na capacidade e dignidade de nossos jovens. Discutir métodos contraceptivos, gravidez na adolescência, DST entre outros assuntos permitirão o surgimento de espaços reais para seu crescimento participativo.por isso este artigo tem por finalidade analisar as conseqüências das mudanças que ocorrem na adolescência e promover alterações no ambiente escolar de modo a fazer com que os adolescentes se valorizem e sejam valorizados.durante todo o trabalho foram utilizadas dinâmicas referentes à sexualidade na adolescência, oportunizando uma cultura de prevenção, promovendo discussões e debates de uma forma descontraída, oportunizando aos

3 adolescentes participarem das atividades esclarecendo dúvidas e aprendendo de maneira saudável sobre o funcionamento de seu corpo e sua sexualidade. PALAVRAS CHAVE: Sexualidade, Adolescência, Prevenção. INTRODUÇÃO O artigo Vamos nos Conhecer? Valorização e Conhecimento do Corpo Humano na Adolescência faz parte do programa de Desenvolvimento Educacional-PDE, que foi aplicado no Colégio Estadual Avelino Antonio Vieira, para alunos do ensino fundamental das sétimas séries, na faixa etária de 13 a 15 anos. Tem como preocupação atingir o corpo discente e docente, tornando-os fortalecidos e engajados a discutirem e analisarem de que maneira as transformações físicas e psíquicas, que fazem parte desta fase da adolescência, podem ser tratados na escola de maneira saudável, contribuindo para uma melhor qualidade de vida dos adolescentes. Ajudando-os a enfrentarem a sua vulnerabilidade perante a violência, drogadição, Dsts, gravidez precoce, suas relações com amigos e familiares, etapas pela qual passam e que se tornam difíceis, se não forem bem orientadas. Por isso deve haver coerência ao abordar a proposta, discutindo e acolhendo a necessidade de descrição do medo provocado por essas mudanças, não esquecendo que o corpo é uma fonte inesgotável para discutir e debater questões, que vão um pouco além de discutir anatomia e fisiologia.

4 O assunto é de grande importância dentro do ambiente escolar, permitindo para que o diálogo entre o professor e o adolescente seja uma via de duas mãos, onde o ouvinte seja ouvido e o ouvido seja ouvinte, possibilitando que a escola se torne um espaço privilegiado para a educação sexual, favorecendo a reflexão sobre temas polêmicos num clima de respeito e liberdade de expressão. Como posso dialogar, se me fecho a contribuição dos outros que jamais reconheço, e até me sinto ofendido com ela?. A educação autentica não se faz de A para B,de A sobre B, mas de A com B, mediatizados pelo mundo. (Paulo Freire-Pedagogia do oprimido pág.93 e 97). A escola hoje não tem só a função de ensinar, mas também de formar cidadãos consciente do seu papel na sociedade, tornando capaz de enxergar a realidade e discernir como agir. O vinculo entre professores e alunos permitem uma maior liberdade para discussão e esclarecimentos sobre assuntos considerados tabus, e que são apreendidos pelo adolescente de maneira errônea, em rodinhas de amigos que contam o que ouviram de outras pessoas tão desinformadas quanto eles, ou que leram ou viram em revistas que não possuem nenhum embasamento pedagógico ou científico.... mas é escutando que aprendemos a falar com eles. (Paulo Freire-pag 113). Como diz Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia é escutando, sendo paciente e não nos mostrando indiferentes aos problemas que afligem nossos jovens, é que eles terão segurança de falar o que pensam e o que sentem. Falar sobre assuntos que incomodam e atingem os adolescentes não é fácil e nem imediato, é preciso ter tato e se mostrar o mais próximo dos problemas que os afligem. Porque os adolescentes sentem tédio, se trancam no quarto, se apaixonam loucamente, querem distância dos pais, andam em bandos, ficam horas em frente ao espelho, mudam furiosamente de opinião, são inconseqüentes, gostam de correr riscos, sempre se esquecem de ligar para

5 casa, e por que é bom ser assim.(suzana Herculano Houzel-Cérebro em Transformação). Segundo Houzel todas as mudanças sofridas pelo adolescente e que não foram acompanhadas pelo cérebro, fazem com que ele fique horas em frente ao espelho, como se aquele corpo não fizesse parte dele, tentando se adaptar ao novo corpo (necessitando uma nova construção da imagem do corpo, onde o cérebro recebe informações dos diferentes órgãos dos sentidos). É como se o cérebro fosse um bloco de mármore que vai se esculpindo de acordo com a vida de cada um, que dita quais sobras remover. Houzel, 2005, pág. 66. O corpo do adolescente esta mudando e sente-se desajeitado, vive se olhando no espelho para conferir o que apareceu de novo, vive se exibindo, não gosta que comente sobre seu corpo, vive cansado, com sono, se compara com os outros o tempo todo. E no meio de tantas mudanças a cabeça fica a mil, surgem idéias novas, o humor, os sentimentos e as emoções se alteram, choram ou gritam por qualquer coisa, vivem se perguntando O que houve comigo?. Surgem perguntas, dúvidas, questionamentos. Mas para quem pedir ajuda? Essa é uma passagem inevitável, deixar de ser criança para ser adolescente, por isso é preciso estar atento a todos os sinais que o corpo dá. PROCEDIMENTO TEÓRICO-METODOLÓGICO Ao iniciar esta atividade procurou-se realizar uma pesquisa prévia com diversos autores, que tratam do tema adolescência e sexualidade, como forma de criar um suporte ao desenvolvimento da própria linguagem do projeto. As atividades foram realizadas com grupos de adolescentes com faixa etária entre 13 a 15 anos, por meio de oficinas, com número de adolescentes variando entre 6 a 7 por equipe. Os grupos foram formados por opção dos próprios adolescentes. As oficinas foram realizadas em um período de três

6 semanas consecutivas, com auxilio de várias dinâmicas que proporcionavam descontração e motivação. Ao concluir cada atividade os adolescentes, individualmente ou em grupo, expressavam suas idéias e opiniões, sobre os temas e dinâmicas trabalhadas, este momento foi de reflexão. Durante as atividades foi levantado com os adolescentes sobre o conhecimento prévio dos temas a serem trabalhados, observando-se também a participação e interação com o grupo. Possibilitando desta maneira uma maior participação do grupo e aumentando seu nível de interesse, ajudando-os a se expressarem. Como citou o educador Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia,... é nesse sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado... Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. RESULTADOS Durante as atividades foram sendo feitas anotações de todo processo de aplicação, que foram sendo agrupadas em etapas para melhor entendimento das realização das atividades, isto significou todo o processo de monitoramento do trabalho. 1ª Etapa: Foi encaminhada aos responsáveis de cada adolescente participante uma carta explicando a finalidade do projeto, solicitando autorização dos mesmos para participação de seus filhos. Também foi entregue a Direção e equipe pedagógica da escola, uma cópia do projeto e do material didático para posterior analise, juntamente com o formulário de implementação.

7 2ª Etapa: Após receber da Direção da escola a autorização para o desenvolvimento do projeto, realizou-se o recolhimento das autorizações assinadas pelos responsáveis dos adolescentes participantes (todas autorizações que foram entregues, foram devolvidas e os alunos autorizados). Iniciou-se o projeto através de uma investigação sobre o conceito de sexualidade que era conhecido pelos adolescentes naquele momento. Foi registrado através da produção de um texto, com a seguinte pergunta: O que você entende por sexualidade? Você acha importante ser trabalhado na escola? Por quê?. Após os textos serem redigidos, foram recolhidos e abriu-se a discussão para o grupo, onde foram discutidos os temas das perguntas entre todos. Foram anotadas no quadro de giz palavras chaves ditas pelo grupo sobre o tema. A primeira palavra surgida foi: sexo seguido por transar, beijar, intimidade, envolvimento entre o homem e a mulher, gravidez, DSTS, mudanças hormonais, mudanças no corpo entre outras. Depois de esgotadas todas as citações, encerraram-se as discussões, explicando que todos os itens citados estão inseridos dentro da sexualidade. Todos acharam importante o trabalho deste tema na escola, por possibilitar um espaço para discussão e poderem aprender de maneira correta como funciona o corpo humano e entendendo sobre como ser um adolescente saudável. Na leitura dos textos produzidos sobre o conceito acerca da sexualidade observou-se que os conceitos limitavam-se sempre ao ato sexual: sexo, transar, contato intimo entre o sexo oposto, carinho.como pode ser percebido nos recortes dos textos a seguir: O sexo é uma atividade diária por várias pessoas do mundo, que através dele se não usar camisinha, ou pílula pode nascer uma criança ou pegar uma doença. (aluna 7ª série).

8 Eu entendo que sexualidade é uma das maneiras de ter prazer, o sexo faz parte da vida do ser humano. (aluno 7ªsérie) Dois alunos fizeram conotação religiosa no texto: O ser humano quando é um adolescente se sente sozinho, carente, desprezado, mas com Jesus ele se sente alegre, feliz.(aluno 7ªsérie). Bom, Deus fez o homem e a mulher e eles só podem fazer sexo depois que casam, muitas pessoas fazem sexo antes da hora.(aluno 7ª série). Os textos foram entregues aos alunos e retomamos a discussão sobre o que é sexualidade, tendo como foco a primeira discussão e o texto feito pelos adolescentes. Muitos concordaram que a noção que tinham por sexualidade estava relacionada ao ato sexual e somente ao prazer. Todos acharam importante o tema ser trabalhado na escola: Às vezes achamos que sabemos de tudo, mas quando perguntam o que é, sei lá não sabemos responder, então é muito bom para nossa adolescência, para nos prevenir.(aluna 7ª série). Sim. Porque tem pais que em casa não falam, não explicam o que é isso, então se não se aprende em casa, pode se aprender na escola.(aluna 7ªsérie). Assim, como citou Paulo Freire em seu livro pedagogia do oprimido...o educador já não é o que apenas educa,mas o que,enquanto educa é educado,em diálogo com o educando que ao ser educado também educa.

9 3ª Etapa: Após realizarmos as conversas iniciais sobre a sexualidade, o grupo foi organizado em circulo, para discussão dos vários nomes vulgares dados aos órgãos genital masculino e feminino. Após muitos risos e brincadeiras, foi perguntado ao grupo o que sentiram ao escutarem as nominações dadas aos seus órgãos genitais. A maioria, tanto as meninas quanto os meninos não gostaram e sentiram-se constrangidos. Discutimos que esses termos são usados de maneira pejorativa e que cientificamente os nomes corretos são: PÊNIS para o órgão genital masculino e VULVA para o órgão genital feminino.abriu-se nesse momento novas dúvidas, que geraram inúmeras discussões, os alunos então relataram: Ué! Não é vagina?. Perguntaram alguns alunos espantados.foi explicado que vagina é a parte interna do órgão genital feminino. Após este momento realizou-se uma nova atividade, apresentação com uso da TV Pendrive de imagens do aparelho genital feminino e masculino, onde foi oportunizado aos adolescentes participantes do projeto, conhecer o funcionamento destes órgãos, utilizando os termos corretos, tirando dúvidas e desmistificando alguns tabus. exemplo: Surgiram durante a explicação novos questionamentos, como por Vasectomia e castração são a mesma coisa? Como é feita a vasectomia?e com que idade? Ao fazer vasectomia o homem continua ejaculando? Como é feita a laqueadura? O que é o Hímen? Menstruação Entre outros

10 4ª Etapa: Após visualização dos sistemas genitais, partimos para a parte prática. A turma foi dividida em grupos de cinco, onde foi realizada uma dinâmica para construção do órgão genital feminino identificando suas partes. Foram utilizados papel cartaz e massinha colorida. Cada equipe se baseou em imagens fornecidas pela professora. Após termino cada grupo apresentou e explicou seu trabalho. Utilizando os termos corretos apreendidos. O mesmo grupo construiu o órgão genital masculino utilizando a mesma dinâmica.foi um momento de muita descontração e participação, cada grupo queria durante o trabalho mostrar que sabia mais que o outro grupo à medida que construíam os órgãos, utilizavam todo o conhecimento adquirido. 5ºEtapa: Conhecendo seu corpo por dentro, este foi o momento para se conhecerem como adolescentes, explicitando todos os seus medos e preconceitos. A turma foi dividida em grupos (Cinco grupos de seis participantes), foi distribuído papel Kraft para cada equipe, pinceis atômicos, giz de cera e canetas hidrocor. Cada grupo estendeu seu papel no chão, um dos alunos do grupo (voluntário) deitou-se sobre o papel para que o restante da equipe traçasse o contorno do corpo. Depois de feito o traçado a equipe deveria preencher tanto dentro como fora, conforme as informações adquiridas, sem interferência do professor, devendo dar um nome fictício aos desenhos. Após houve posterior debate. Nesta dinâmica os alunos não quiseram preencher o boneco por dentro, mas sim vesti-lo como um adolescente; e contar um pouco da vida deste menino ou menina (História fictícia). Cada grupo criou histórias sobre jovens que engravidaram, sofreram abuso sexual, pais drogaditos, abandonos e sofrimentos, preconceitos (sexual, estético), mas que no final superaram suas dificuldades e se tornaram jovens

11 saudáveis com a ajuda de terceiros (pais adotivos, psicólogos, família, esporte, entre outros). A dinâmica ficou diferente da proposta no material didático, mas se tornou mais produtiva, pois proporcionou uma discussão sobre valores, preconceito e cuidados para com o futuro.a dinâmica proporcionou um momento de reflexão sobre diversos problemas enfrentados na adolescência. Esta é Yasmin, tem 13 anos vive em São Paulo, órfã de pai,tem um padrasto que vive com ela e sua mãe.aos 9 anos sofre por várias vezes abuso sexual por parte de seu padrasto. Sua mãe vem para Curitiba com Yasmim, abandonando seu companheiro.sua mãe acaba falecendo e com 10 anos é colocada em um abrigo. Uma família ao visitar o abrigo, gostaram de Yasmim e se emocionam com sua história de vida e a adotam. Hoje tem 13 anos é amada por sua família,sonha em ser veterinária, mas faz acompanhamento psicológico para superar seu trauma (grupo 7ªserie) A apresentação deste grupo foi muito emocionante, foi apresentado por um garoto que pediu para falar, ao terminar o relato, foi comentado que a história foi muito bonita, e o adolescente respondeu que a história era sobre sua irmã adotiva, que ele amava muito. Esta é a Genovevaviana, uma menina de treze anos, inocente, comportada, que acabou, entrando para uma turma barra pesada, como não tinha opinião própria pela sua ingenuidade, acabou levada pela turma a se envolver com um rapaz e sem se proteger engravidou. O rapaz não quis assumir a criança e quem teve que ajudar a criar seu filho foram seus pais. Arrependida voltou a estudar, para educar sua filha para que não ocorra o mesmo com ela.(grupo 7ªsérie) Este é o Xibiliano, órfão, sua mãe morreu de uma doença grave e seu pai morto em um tiroteio, era traficante, ele tentou se recuperar se inspirando

12 no futebol, entrou em várias escolinhas, sempre se destacando, havia um olheiro que levou ele para o atlético, fez um teste e passou. Foi contratado e jogou contra o coxa onde fez cinco gols, ganhando de sete a zero. Como Xibiliano não tinha família o técnico o adotou e viveu feliz para sempre. (Grupo 7ª série) 6ºEtapa: Trabalhamos a questão de gênero, dividimos a turma em grupos de quatro meninas e quatro meninos, totais de cinco grupos espalhados pela sala. Os grupos formados pelas meninas receberam a seguinte proposta: Discutam entre vocês porque é bom ser menino, vantagens que possuem sobre as meninas.a mesma proposta foi dada aos meninos. Depois de discutirem. Foi aberta uma discussão geral onde cada grupo expôs suas opiniões. Chegou-se à conclusão de que todos deveriam ter direitos iguais e que os pais deveriam confiar em seus filhos e que as conversas deveriam ser freqüentes entre eles, e que ainda vivemos em uma sociedade machista onde o homem pode tudo e a mulher não. Aproveitamos o assunto gênero para falarmos de preconceitos, contra a mulher, homofobia, xenofobia. Foram citados exemplos que ocorrem no dia a dia década aluno e exemplos vivenciados na mídia, Fatos como acontecem com as mulheres indianas, na novela Caminhos da Índia. O interessante foi escutar os meninos dizerem: Professora não é bom ser mulher, elas não podem nada, dá para discutir por que é bom ser homem?. Este questionamento fez com que alguns adolescentes chegassem a algumas conclusões: Não concordo. Todos somos iguais e temos o direito como cidadão de ir e vir, independentes de nossa cor, sexo e religião.(aluna 7ªsérie) Acho que independente de sermos do sexo feminino ou não devemos ser tratados com respeito e igualdade (aluna 7ª série) Isto sim é um pensamento machista, FORA!. (aluna 7ªsérie) Na minha casa eu e minha irmã temos as mesmas obrigações, meu pai não alivia nem pra um nem pro outro (aluno 7ªsérie)

13 7ª Etapa Gravidez na adolescência Cada adolescente recebeu um ovo simbolizando a vida, nesta dinâmica foram incumbidos de cuidar daquele ovo como fosse um recém nascido, o sexo foi determinado por sorteio.houve alguns questionamentos a respeito: Há, eu queria uma menina! Professora pode trocar?. Momento em que refletimos, E se fosse seu filho, você o trocaria só por que era um menino? Cada adolescente poderia escolher o nome para o seu ovo e caracterizálo como quisesse.o interessante que a maioria dos bebes ovos tinham olhos azuis e cabelos loiros e os supostos pais não possuíam essa características. Deveriam cuidar desse bebe ovo por três dias e retornar a escola contando ao grupo suas experiências.três dias depois voltaram com seus bebes ovos e foi aberta discussão sobre a dinâmica. Professora, minha mãe disse que ainda bem que era um ovo, porque se fosse um bebe ela me esgoelava. (menino 7ªsérie) Fiz uma caminha pra ele em cima da minha cômoda (menina 7ª série) Muitos cuidaram do ovo, relatando que não deixaram ninguém chegar perto, outros que não se importaram, que era apenas um ovo. Mas foi um momento importante, pois foram feitas muitas reflexões: Estou preparado (a) para ter um filho? Como ficaria minha vida? Como poderia terminar meus estudos? Não poderia sair mais, quem cuidaria da criança? Como meus pais reagiriam? Prevenção é importante?

14 8ªEtapa Métodos contraceptivos Com o grupo de adolescentes dispostos em círculo, discutimos sobre a gravidez precoce e as mudanças que poderiam ocorrer em suas vidas. Ser mãe com 14 anos? Nem pensar, sou muito nova, quero estudar ter um emprego e sair muito.(aluna 7 ªsérie) Segundo a Organização Mundial de Saúde a adolescência abrange a faixa dentre 10 e 19 anos de idade, período da vida que vai da infância a adolescência.nesta fase 22% dos jovens após 15 anos já tiveram sua primeira relação sexual, sem o uso de preservativos ou outro método contraceptivo. A falta do uso de métodos contraceptivos entre os jovens ocorre pela falta de conhecimento dos riscos que podem sofrer (gravidez, doenças sexualmente transmissíveis), medo que os pais descubram, vergonha, timides. Após varias colocações sobre ser pai ou mãe na adolescência, discutimos que se prevenir é a melhor solução. Foram apresentado aos adolescentes os diferentes métodos contraceptivos, como:camisinha,pílula,dil,camisinha feminina,entre outros.discutimos sua eficiência como método contraceptivo, e sua importância na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Aproveitamos o momento para falar sobre o HIV, como evitar, como se transmitem, sintomas. CONCLUSÂO O trabalho torna-se de grande importância a partir do momento que se percebe na escola um grande número de adolescentes com problemas sociais e familiares, levando-os a terem sua auto estima abalada. Um elevado número de jovens que não se cuidam e não cuidam do próximo, grande número de adolescentes grávidas, não utilização de métodos contraceptivos e despreocupação com Dsts, decorrentes da falta de conhecimento

15 ou da vergonha de buscar orientação, são fatores que serviram de motivação para a idealização deste projeto. Desde o inicio da atividade os alunos se mostraram bastantes interessados e participativos, interagindo de maneira positiva, perguntando sempre que surgiam dúvidas, e respondendo quando questionados ou quando era necessário opinarem. O trabalho proporcionou aos alunos perceberem que a sexualidade não se restringe somente ao ato sexual, que é mais abrangente. Contribui para o desenvolvimento do adolescente promovendo uma reflexão sobre transformações ocorridas no seu corpo e na sua mente, respeitando a individualidade e possibilitando uma cultura de prevenção para melhoria na sua qualidade de vida. Promoveu uma cultura de prevenção entre os adolescentes, procurando reduzir a gravidez precoce, a incidência de DSTs, o uso indevido de drogas e a violência sexual. Referências: FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia : saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro : Paz e Terra. BRASIL.Ministério da Saúde.Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids. MANUAL DO MULTIPLICADOR, Adolescente, BRASIL.Ministério da Saúde. PREVENIR É SEMPRE MELHOR 99. Coordenação Nacional de DST e Aids, Ministério da Saúde. Unesco. Brasília. SAÚDE E PREVENÇÃO NAS ESCOLAS, ATITUDE PARA CURTIR A VIDA, 2008 SUPLICY, MARTA, SAYÃO,YARA E GTPOS-Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual SEXO SE APRENDE NA ESCOLA,1995.

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