EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA... VARA FEDERAL CÍVEL DE VITÓRIA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA... VARA FEDERAL CÍVEL DE VITÓRIA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO"

Transcrição

1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA... VARA FEDERAL CÍVEL DE VITÓRIA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, com fulcro nos artigos 37, caput e 4º, 127 e 129, III, da Constituição Federal, do art. 6º, VII, a e d da Lei Complementar nº 75/93, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas vem, respeitosamente, perante esse Juízo Federal, propor a presente AÇÃO CIVIL PÚBLICA em face de MUNICÍPIO DE VITÓRIA/ES, representado pelo seu Procurador-Geral ( Qualificação ) pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. 1 Dos fatos 1/22

2 Recentemente, a 2ª Turma da Suprema Corte, ao julgar o Recurso Extraordinário nº /RJ, posicionou-se no sentido de que o IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano -, espécie tributária (imposto) de competência dos Municípios, não incide em imóveis cuja propriedade é da União, tendo em vista a imunidade recíproca dos entes públicos prevista na Constituição Federal/88 (art. 150, VI, a). Na presente demanda, a análise da incidência ou não do IPTU restringe-se àqueles imóveis denominados terrenos de marinha e seus acrescidos, cuja propriedade, por força de comando constitucional (art. 20, VII), é da União. Os terrenos de marinha abrangem as áreas localizadas na costa marítima, as que contornam as ilhas e as margens dos rios e lagoas, numa faixa de 33 metros terra adentro, a partir da linha do preamar (maré cheia) médio de 1831, desde que nas águas adjacentes se faça sentir a influência de marés com oscilação mínima de cinco centímetros. Desde já, antes de explanar os meandros da questão, pode-se afirmar que o fato dos foreiros e ocupantes de terreno de marinha e acrescidos pagarem o IPTU e o foro, laudêmio e taxas de ocupação não configura bitributação (mais de um ente tributante cobrar um ou mais tributos sobre um mesmo fato gerador), mesmo porque o que a União cobra destes cidadãos não tem natureza tributária, mas são, sim, receitas originárias (não estão sujeitas ao CTN), resultantes de uma relação de direito administrativo entre a União e os ocupantes/foreiros. Embora não seja tecnicamente um tributo, o pagamento da taxa de marinha, em termos práticos, promove aflições idênticas, senão maiores, sobre as pessoas obrigadas ao seu pagamento. Isto porque o ocupante de terreno de marinha e acrescidos sofre a cobrança do IPTU em conjunto com a taxa de marinha, exigidos, respectivamente, pelas Prefeituras Municipais e pela União (Secretaria do Patrimônio da União). Diante de tais conceituações e tendo em vista o julgamento do Recurso Extraordinário ora mencionado pelo Supremo Tribunal Federal, duas são as questões jurídicas que se apresentam por esta via para fins de julgamento: a primeira diz respeito à possibilidade dos ocupantes de terreno de marinha e acrescidos figurarem no pólo passivo da obrigação tributária do IPTU e a segunda refere-se à possibilidade de cobrança do IPTU de imóveis pertencentes à União, como são os terrenos de marinha e acrescidos, tendo em vista a imunidade tributária recíproca dos entes da Federação, prevista na Constituição 2/22

3 Federal/88 (art. 150, VI, a). Para tanto, necessário se torna esmiuçar a relação jurídica tributária estabelecida entre o Município (sujeito ativo) e o ocupante do terreno de marinha e seus acrescidos (sujeito passivo). Valendo-se da doutrina de PAULO DE BARROS CARVALHO 1, o antecedente da norma tributária (também denominado por alguns doutrinadores como 'hipótese tributária') do IPTU é constituído pelos critérios material, espacial e temporal, assim como todo e qualquer antecedente de um tributo. Estes critérios, que integram o antecedente da norma tributária, quando ocorridos na realidade social, geram o denominado 'fato jurídico tributário', que consiste justamente na configuração do suporte fático previsto na norma geral e abstrata. O critério material consiste na descrição de um comportamento de pessoas, físicas ou jurídicas, o qual alguns autores classificam como elemento material do fato gerador (desvinculado das condicionantes espacial e temporal). No caso do IPTU, o seu critério material está estabelecido no art. 32 do CTN (Código Tributário Nacional): consiste na [...] propriedade, domínio útil ou posse de bem imóvel por natureza ou acessão física, definido na lei civil [...]. O critério espacial é definido como o local (ou locais) em que o fato jurídico tributário deve ocorrer para prolatar os seus efeitos. Resume-se a definir onde nasceu a obrigação tributária. Também é o art. 32 do CTN que delimita a circunscrição territorial do IPTU: [...] localizado na zona urbana do Município. Por fim, o critério temporal estabelece em que instante/data ocorre o suporte fático descrito no critério material. Resume-se a firmar o marco temporal que deve ser considerado como nascida a relação jurídica entre o ente estatal (sujeito ativo) e o sujeito passivo. Quanto a este critério, a ocorrência do suporte fático do IPTU é periódico, gerando-se a cada fim de período, marcado pelo ano calendário, desde que a lei municipal não disponha de modo diverso 2. 1 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 13. ed. São Paulo: Saraiva, A Lei nº 4.476/97, do Município de Vitória, que dispõe sobre o IPTU, em seu art. 2º fixa o critério temporal do imposto: Art. 2º - Considera-se ocorrido o fato gerador no primeiro dia de janeiro de cada ano, ressalvados os casos de edificações construídas no decorrer do exercício ou os casos de terrenos cujos proprietários estejam, regularmente, implantando as infra-estruturas de que tratam as alíneas "a" a "d", do 1º da Lei 4.476/97, cujo fato gerador ocorrerá, inicialmente, no primeiro dia do exercício 3/22

4 Em contrapartida, o conseqüente da norma tributária (ou 'prescritor tributário') é constituído pelos critérios pessoal e quantitativo. Equipara-se, na Teoria Geral do Direito, ao preceito do fato jurídico, ou seja, na parte da norma jurídica em que são prescritos os efeitos atribuídos aos fatos jurídicos 3. O critério pessoal define os sujeitos ativos e passivos da norma jurídica tributária. A análise do sujeito ativo, com suas implicações e divergências doutrinárias, não influenciam no deslinde da presente demanda, motivo pelo qual suprime-se a explanação sobre seus pormenores. O sujeito passivo, por definição, é a pessoa, física ou jurídica, de quem se exige o cumprimento da prestação. Segundo o CTN (art. 121, parágrafo único) o sujeito passivo pode ser (I) contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador (sujeição passiva direta); e (II) responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei (sujeição passiva indireta). Por fim, o critério quantitativo define a alíquota e a base de cálculo do tributo. É o critério responsável pela definição da dívida tributária. A base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel e a alíquota é definida pela municipalidade, conforme critérios previamente definidos por este ente público. Do que se expôs, cabe concentrar esforços para trazer à presente demanda argumentos que defendam a tese que prevaleceu na 2ª Turma da Suprema Corte. Como duas são as questões jurídicas a serem analisadas, duas serão as partes em que se exporá os argumentos pertinentes a cada uma delas ª parte - Da possibilidade dos ocupantes de terreno de marinha e acrescidos figurarem no pólo passivo da relação jurídico-tributária do IPTU seguinte ao da concessão do habite-se, de sua ocupação ou de aceitação das obras de infra-estrutura. (caput do art.2º com redação alterada pelo art. 1º da lei 5.464/02, com vigência a partir de 24/01/02) (grifos nossos) 3 MELLO, Marcos Bernardes de. Teoria do fato jurídico (plano da existência). 11. ed. São Paulo: Saraiva, p /22

5 Nesta primeira parte, não se trata de saber ou definir se há imunidade recíproca quando o imóvel pertencer a um ente público, mas sim estabelecer se os ocupantes e foreiros de terrenos de marinha podem figurar no pólo passivo da obrigação tributária. Para tanto, concentrando-se no critério pessoal do conseqüente na norma tributária do IPTU, mais especificamente no sujeito passivo, de plano já cabe afirmar que não se cogita de sujeição passiva indireta, pois são os próprios ocupantes e foreiros que recolhem aos cofres da municipalidade as prestações pecuniárias referentes ao IPTU. Trata-se portanto, de sujeição passiva direta. No entanto, para figurar no pólo passivo da obrigação tributária, a pessoa, física ou jurídica, deve praticar o comportamento previsto no critério material da norma jurídica tributária (previsto no antecedente da norma, conforme exposto). Ora, o critério material do IPTU é a propriedade, domínio útil ou posse de bem imóvel por natureza ou acessão física (art. 32, CTN). Não se discute nesta demanda os que possuem o domínio útil de terrenos de marinha, pois estes, de fato e inconstestavelmente, podem figurar no pólo passivo da relação jurídica tributária do IPTU. Ocorre que a utilização dos imóveis localizados em terreno de marinha pode se dar sob dois regimes: o aforamento e a ocupação. Pelo regime de aforamento, regulado pelos arts. 99 et seq. do Decreto-Lei nº 9.760/1946, o denominado foreiro 4 adquire o 'domínio útil' do terreno de marinha ou acrescido, permanecendo a União com a 'nu propriedade' do imóvel. Inegavelmente, como já mencionado, quanto a estes há a incidência da norma tributária do IPTU. A discussão gira em torno do segundo regime, o de ocupação, regulado pelos arts. 127 et seq. do mencionado Decreto-Lei. Por este regime, o ocupante regularmente inscrito na Secretaria do Patrimônio da União (SPU) tem tão-somente a posse/detenção de tais imóveis e é obrigado a pagar a denominada taxa de ocupação. Num primeiro momento, poder-se-ia argumentar que como a posse a qualquer título também gera a incidência da norma do IPTU, os ocupantes também 4 Conforme o art. 101 do Dec.-Lei nº 9.760/1946, os terrenos aforados pela União ficam sujeitos ao foro de 0,6% (seis décimos por cento) do valor do respectivo domínio pleno [...]. 5/22

6 estariam praticando a conduta descrita no critério material do IPTU, restando caracterizada a sua configuração no pólo passivo da norma tributária. Mas a questão não se resolve de maneira tão simples. A própria doutrina de ODMIR FERNANDES, trazida ao Procedimento Administrativo que instrui a presente peça processual pela Prefeitura Municipal de Vitória (fl. 140), ajuda a esclarecer a celeuma: Possuidor a qualquer título. Não é qualquer espécie de posse que pode se sujeitar ao IPTU. Somente o possuidor com animus domini, ou seja, a posse com possibilidade de adquirir a propriedade do imóvel pode ser eleito contribuinte do imposto e se sujeitar ao tributo. O possuidor sem os poderes e atributos da propriedade possui mera detenção, não podendo ser sujeito passivo do imposto. (grifos nossos) Percebe-se portanto que não é toda espécie de posse que se sujeita à incidência do IPTU. Dois argumentos surgem a partir deste ponto: (1) o ocupante de terreno de marinha e acrescido não é possuidor com animus domini, uma vez que não há possibilidade jurídica de adquirir a propriedade do imóvel, que é da União por força de norma constitucional (art. 20, VII, CF/88); (2) a posse do ocupante é uma posse desdobrada, e não exclusiva. Em relação ao primeiro argumento, não há que se falar em animus domini em relação ao ocupante. Ocorre que, assim como o locatário e o comodatário, ainda que o ocupante venha a ter a vontade de se assenhorear do imóvel, jamais poderá adquirir a sua propriedade, por vedação constitucional. Não há nenhuma hipótese na legislação de aquisição da propriedade de terreno de marinha e acrescidos por parte dos que se submetem ao regime de ocupação. Nem mesmo pelo usucapião adquire-se a propriedade destes imóveis. O relator do acórdão recorrido do TJ/RJ 5, que originou o Recurso Extraordinário nº /RJ assim se pronunciou sobre o tema (fl. 30): 5 Cabe frisar que o acórdão do TJ/RJ permaneceu incólume após o julgamento do RE, uma vez que o Min. Gilmar Ferreira Mendes (relator), em seu voto, negou provimento ao recurso, por ausência de ofensa a dispositivos constitucionais. Tal voto foi acompanhado, por unanimidade, pelos demais integrantes da 2ª Turma do STF (julgado em 22/08/2006). 6/22

7 Cabe ressaltar que o art. 34 do CTN alude ao possuidor a qualquer título, que é aquele que está apto a adquirir o bem imóvel via posse, com a oportuna declaração de usucapião, uma vez que preenchidos os requisitos legais, hipótese de bem público, de propriedade da União Federal e, por conseguinte, não passível de usucapião. (grifos nossos) Ora, se o possuidor a qualquer título é o que tem a possibilidade de adquirir a propriedade do imóvel e os ocupantes de terreno de marinha e acrescidos não têm essa possibilidade, nada mais resta a concluir senão que a posse dos ocupantes destes imóveis da União não está contida no critério material da norma jurídicotributária do IPTU. Com relação ao segundo argumento, cabe primeiramente definir posse exclusiva e posse desdobrada. São expressões antagônicas, definindo-se uma pelo oposto da outra. É posse exclusiva a que não admite que outras pessoas exerçam os mesmos poderes e direitos sobre a mesma coisa. Por via reflexa, é desdobrada a que admite tal ocorrência. Ocorre que, ao se analisar o regime jurídico da ocupação de terrenos de marinha e acrescidos, verifica-se que a União tem prerrogativas legais de exercer os mesmos poderes e direitos do possuidor direto (ocupante) sobre este imóveis, como se constata da leitura do art. 132 do Decreto-Lei nº 9.760/1946 (contido no Capítulo VI do Título II): Título II - Da utilização dos bens imóveis da União [...] Capítulo VI - Da ocupação [...] Art A União poderá, em qualquer tempo que necessitar do terreno, imitir-se na posse do mesmo, promovendo sumariamente a sua desocupação, observados os prazos fixados no 3º, do art º. As benfeitorias existentes no terreno somente serão indenizadas, pela importância arbitrada pelo S.P.U., se por êste fôr julgada de boa fé a ocupação. 2º. Do julgamento proferido na forma do parágrafo 7/22

8 anterior, cabe recurso para o C.T.U., no prazo de 30 (trinta) dias da ciência dada ao ocupante. 3º. O preço das benfeitorias será depositado em Juízo pelo S.P.U., desde que a parte interessada não se proponha a recebê-lo. No mesmo sentido, dispõe a Lei nº 9.636/1998 (trata da regularização, administração, aforamento e alienação de bens imóveis de domínio da União), em seu art. 10: Art. 10. Constatada a existência de posses ou ocupações em desacordo com o disposto nesta Lei, a União deverá imitir-se sumariamente na posse do imóvel, cancelando-se as inscrições eventualmente realizadas. Percebe-se que a imissão na posse neste caso ocorre de forma sumária, sem a necessidade de formulação, pela União, da respectiva ação de imissão na posse. Tanto que, pela leitura dos parágrafos do dispositivo citado do Decreto-Lei, a estipulação dos valores das benfeitorias possivelmente existentes no imóvel será realizada pela SPU, em procedimento sumário para fins de desocupação do imóvel. O que prevaleceu no STF, no julgamento do RE /RJ, foi justamente a tese de que os que ocupam terrenos da União não possuem a posse exclusiva de tais terrenos, mas apenas a posse desdobrada decorrente do instituto jurídico que lhes outorgou o direito real de uso. Cabe, por ora, transcrever o voto do Ministro Moreira Alves no RE nº (1ª Turma, relator Min. Ilmar Galvão, DJ 11/04/2003), citado no voto do Min. Gilmar Ferreira Mendes no RE nº (recurso cujo julgamento é utilizado como parâmetro para a presente demanda): O que se pode suscitar não é o problema de posse com animus domini, mas posse exclusiva, porque aqui há desdobramento de posse, pois, obviamente, ele tem posse direta. Esta, a concessionária, evidentemente, tem. O problema é saber se o Código Tributário, quando fala em posse, fala em posse exclusiva, em que não há 8/22

9 desdobramento; e quando se trata de posse exclusiva, aí, sim, o possuidor responde. Quando se trata de posse desdobrada - o caso da locação e do comodato -, o possuidor direto não responde. Estou de acordo, porque a posse é direta, e não há direito real que a justifique. Ora, se no caso da locação e do comodato, o STF entende que a posse é desdobrada, pela possibilidade do locador e do comodante poderem exercer os mesmos direitos que o locatário e o comodatário sobre a mesma coisa (o locador pode valerse do despejo imotivado e o comodante, no caso de comodato por prazo indeterminado, do distrato unilateral ou denúncia vazia), por maior razão, a posse dos ocupantes de terreno de marinha e acrescidos também é desdobrada, pela possibilidade legal acima mencionada da União imitir-se na posse do imóvel de forma sumária, em qualquer tempo que necessitar do terreno (Dec.-Lei nº 9.760/1946, art. 132 e ). Ademais, o Decreto-Lei nº 9.760/1946 ao tratar das disposições gerais sobre a utilização dos bens imóveis da União (Título II, Capítulo I), prevê apenas três modalidades de utilização destes imóveis: locação, aforamento ou cessão (art. 64): Art. 64. Os bens imóveis da União não utilizados em serviço público poderão, qualquer que seja a sua natureza, ser alugados, aforados ou cedidos. 1º. A locação se fará quando houver conveniência em tornar o imóvel produtivo, conservando porém, a União, sua plena propriedade, considerada arrendamento mediante condições especiais, quando objetivada a exploração de frutos ou prestação de serviços. 2º. O aforamento se dará quando coexistirem a conveniência de radicar-se o indivíduo ao solo e a de manterse o vínculo da propriedade pública. 3º. A cessão se fará quando interessar à União concretizar, com a permissão da utilização gratuita de imóvel seu, auxílio ou colaboração que entenda prestar. (grifos nossos) Não se pode cogitar que os ocupantes de terrenos de marinha e acrescidos utilizem tais bens sob as modalidades aforamento ou cessão. Resta concluir, portanto, que o regime de ocupação guarda grande similitude com o instituto da locação. 9/22

10 Mais do que isto, a ocupação seria um minus em relação à locação, tendo em vista, sequer, a sua previsão como modalidade de utilização de bens da União. Deste modo, perante a legislação citada e valendo-se de interpretação extensiva, apenas nesta última modalidade poderia se classificar o instituto da ocupação de terrenos de marinha e acrescidos, o que reforça a tese sustentada por este órgão ministerial de que também pelo regime de ocupação constata-se a figura da posse desdobrada ª parte - Da imunidade tributária recíproca dos entes da Federação Além dos argumentos até agora levantados, o julgamento do RE nº ainda foi marcado pela confirmação de posicionamentos já assentados no STF, quanto à imunidade da União, no que concerne à cobrança do IPTU dos terrenos de sua propriedade, v.g. RE (2ª Turma, Relator Min. Maurício Corrêa, DJ 12/09/2003) e RE nº (acima mencionado, 1ª Turma), cuja ementa abaixo se transcreve: EMENTA: TRIBUTÁRIO. IPTU. IMÓVEIS QUE COMPÕEM O ACERVO PATRIMONIAL DO PORTO DE SANTOS, INTEGRANTES DO DOMÍNIO DA UNIÃO. Impossibilidade de tributação pela Municipalidade, independentemente de encontrarem-se tais bens ocupados pela empresa delegatária dos serviços portuários, em face da imunidade prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. Dispositivo, todavia, restrito aos impostos, não se estendendo às taxas. Recurso parcialmente provido. Em outros termos, prevaleceu no STF o entendimento de que, em razão da imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal/88, há a impossibilidade de tributação de IPTU pela Municipalidade de imóveis cujo domínio seja da União, independentemente de tais bens encontrarem-se ocupados por particulares. Como os terrenos de marinha e seus acrescidos são classificados como espécies de terrenos da União, óbvio concluir que a garantia constitucional assegurada no art. 150, VI, a, da CF/88 também os alcança, abrindo espaço para que o IPTU não incida sobre os imóveis sobre eles edificados, conforme decisão da 10/22

11 Suprema Corte. 2 Dos fundamentos jurídicos 2.1 Do princípio do interesse jurisdicional no conhecimento do mérito do processo coletivo É certo que a Lei da Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/85), em seu art. 1º, parágrafo único, impede a utilização deste meio processual para veicular pretensões relativas a tributos, dentre outras: Art. 1º. [...] Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados. Para os fins visados pela presente demanda, tal vedação não tem procedência por dois argumentos: (1) o pedido não se circunscreve a cobrança (ou impedimento de cobrança) de tributos; (2) aplicação do princípio do interesse jurisdicional no conhecimento do mérito do processo coletivo. O primeiro argumento traduz-se na constatação de que a pretensão visada pelo autor consiste em impedir o cadastramento, para fins de cobrança do IPTU pelo Município que figura como réu, dos terrenos de marinha e acrescidos constantes do registro da Secretaria do Patrimônio da União (SPU). Não se cogita de coibir a cobrança do IPTU dos cidadãos, mas de impedir o Município de cadastrar imóveis cuja natureza jurídica é de terrenos de marinha e acrescidos (e por isso pertencentes à União), por serem tais imóveis objeto de imunidade tributária, nos termos da Constituição Federal (imunidade recíproca, art. 150, VI, a), e/ou por impossibilidade dos ocupantes (regime de ocupação) de tais imóveis figurarem no pólo passivo da relação jurídico-tributária do IPTU, em razão das características de sua posse. 11/22

12 Está-se diante de uma garantia constitucional de eficácia plena e aplicabilidade imediata, que beneficia os moradores automaticamente e por via reflexa na medida em que o Poder Judiciário determine a impossibilidade de cadastramento das referidas áreas, para fins de cobrança do IPTU. O segundo argumento refere-se à aplicação cada vez mais constante do moderno princípio do interesse jurisdicional no conhecimento do mérito do processo coletivo 6. A doutrina apresenta o princípio alegando que é necessário encarar o processo sob o seu enfoque atual, não podendo ele servir de óbice à aplicação do direito material. Ao contrário, deve ser meio, instrumento hábil para solução dos conflitos de interesses concretamente existentes. Como defendido na representação que originou o Procedimento Administrativo MPF/PR/ES nº / : [...] se processo é o instrumento pelo qual o Estado exerce a Jurisdição, atrelando uma expressão à outra temos que processo efetivo é aquele que desempenha com eficiência o papel que lhe compete no ordenamento jurídico, qual seja, a prestação da tutela jurisdicional, com a justa composição da lide. Segundo Antônio Houaiss 7, efetivo seria aquilo que existe realmente, que é real, é verdadeiro, enquanto que eficaz seria aquilo que produz os efeitos que dele se espera, que é eficiente. Transportando tais conceitos para o Direito Processual, se o processo se prestou a dar uma solução à situação litigiosa posta em juízo (conflito de interesses qualificado por uma pretensão contestada ou insatisfeita), seria ele, então, efetivo. Assim, a efetividade do processo de conhecimento estaria correlacionada com a formulação da norma jurídica concreta, isto é, com a prolação de uma sentença de mérito. 6 ALMEIDA, Gregório Assagra. Direito processual coletivo - um novo ramo do direito processual: princípios, regras interpretativas e a problemática da sua interpretação e aplicação. São Paulo: Saraiva, p Enciclopédia e Dicionário Delta Ilustrado. Rio de Janeiro: Edições Delta, p /22

13 E o Poder Judiciário, de acordo com o sistema constitucional atual, exerce um papel fundamental para a efetivação dos direitos e garantias fundamentais - é Poder transformador da realidade social. E é por intermédio do direito processual coletivo que o Poder Judiciário modernamente deve cumprir o seu verdadeiro papel: enfrentar e julgar as grandes causas sociais, como as relativas ao meio ambiente, ao patrimônio público, ao consumidor, etc., a fim de transformar a realidade social com justiça. Para tanto, as questões processuais (requisitos de admissibilidade) devem ser flexibilizadas pelo Poder Judiciário para evitar a extinção do processo coletivo sem resolução de mérito, buscando-se, com isso, enfrentar e encerrar o conflito posto à sua apreciação, o que por certo legitimará sua função social. Por fim, ad argumentandum tantum, mesmo que tais argumentos não se mostrarem suficientes para viabilizar a presente demanda e para fins de prequestionamento, apresentam-se elementos que demonstram a inconstitucionalidade do parágrafo único do art. 1º da Lei nº 7.347/85. Mesmo que se considere que a matéria tratada nesta peça se trata de interesses individuais homogêneos, não há como contestar o fato de que se trata de assunto de grande relevância social, o que legitima o Ministério Público para postular a defesa desses interesses. Antes de se debruçar sobre o tema, mister trazer à baila os dispositivos constitucionais e infralegais pertinentes. Assim, são os seguintes os termos dos artigos 127 e 129, II e III, todos da Constituição Federal/88, e o art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 7.347/85, com a redação dada pela Medida Provisória nº /2001, de 24/08/2001: CF/88 Art O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos 13/22

14 interesses sociais e individuais indisponíveis. Art São funções institucionais do Ministério Público: [...] II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; Lei nº 7.347/1985: Art. 1º. [...] Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados. (grifos nossos) Do que se depreende dos dispositivos elencados acima é que o parágrafo único do art. 1º da Lei nº 7.347/1985, o qual limita a utilização de ACP para pretensões tributárias, reduz por meio de instrumento inadequado (Lei Ordinária), garantia constitucional conferida ao Ministério Público. Isto porque a Constituição Federal confere a esta Instituição legitimidade para zelar pelo respeito à ordem jurídica e pelos interesses sociais da coletividade, sem qualquer conteúdo limitativo, garantindo-lhe o pleno exercício do direito de ação contra qualquer violação a essas regras. Pelo exposto, impossível que não se reconheça a flagrante inconstitucionalidade do parágrafo único do art. 1º da Lei nº 7.347/1985, uma vez que não é permitido a norma infraconstitucional restringir a eficácia de regra constitucional autoaplicável e de eficácia imediata, conforme já explanada acima. Consistentes são as vozes oriundas da Magistratura Federal, representadas nesta peça nos comentários do MM. Juiz Antônio Souza Prudente (atual 14/22

15 Desembargador Federal do TRF-1ª Região): De ver-se, assim, que, em matéria tributária, os interesses individuais homogêneos, legalmente definidos, como aqueles decorrentes de origem comum, uma vez agredidos, coletivamente, em seu núcleo originário (hipótese de incidência tributária e conseqüente fato gerador, de natureza homogênea, a gestar obrigações tributárias e resultantes interesses individuais também homogêneos), sofrem, por força do impacto agressor, o fenômeno da atomização processual, em defesa de interesse coletivo e social, relevantes a legitimar a pronta atuação do Ministério Público, na linha de determinação institucional dos arts. 127, caput e 129, III, da Constituição da República, traduzidos nas disposições dos arts. 5º, II, a e 6º, incs. VII, a e d e XII, da Lei Complementar n. 75/93, mediante as garantias instrumentais da ação civil pública, evitando, assim, a pulverização dos litígios, com o conseqüente acúmulo de feitos judiciais nos tribunais do País, nessa seara histórica de abusos tributários, onde o contribuinte, individualmente considerado, sem recursos e órfão da assistência judiciária do Estado, queda-se inerte e vitimado, sem qualquer defesa, ante a brutal arrogância do Fisco. Com o devido respeito às opiniões contrárias, entendo que a única interpretação válida, nesse contexto, é aquela que brota do tecido constitucional e se mantém fiel e conforme a Constituição, no corpo da normativa legal, a ponto de não frustrar a vocação institucional do Ministério Público, essencial à função jurisdicional do Estado, feito guardião da ordem jurídica, do regime democrático, do sistema tributário nacional e dos interesses individuais homogêneos, coletivos e sociais, no espaço tributário. Dessa forma e considerando o exposto, limitar o ajuizamento de qualquer ação civil pública somente porque em seu bojo haja pretensão que envolva matéria tibutária, sem qualquer preocupação com a possibilidade de efetivo dano à ordem jurídica e à defesa de interesses sociais relevantes, acarreta aceitar a mitigação de garantias 15/22

16 constitucionais legitimamente conferidas ao Ministério Público, razão pela qual necessária se torna a declaração de inconstitucionalidade incidenter tantum do multicitado parágrafo único do art. 1º da Lei nº 7.347/1985, com a redação dada pela Medida Provisória nº / Da propriedade da União e da posse dos ocupantes dos terrenos de marinha e acrescidos É norma de natureza constitucional a que define a propriedade dos terrenos de marinha e acrescidos, prevista na Constituição Federal/88. Trata-se de bens da União, nos moldes do art. 20, VII: Art. 20. São bens da União: [...] VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; O Decreto-Lei nº 9.760/1946, ao dispor sobre o regime de ocupação, veda o reconhecimento de qualquer direito de propriedade ao ocupante (art. 131): Art A inscrição e o pagamento da taxa de ocupação, não importam, em absoluto, no reconhecimento, pela União, de qualquer direito de propriedade do ocupante sôbre o terreno ou ao seu aforamento, salvo no caso previsto no item 4 do artigo 105. Claramente percebe-se que a ressalva prevista na parte final no dispositivo diz respeito tão-somente ao regime de aforamento, não aplicando-se ao regime de ocupação. A ressalva trata da preferência ao aforamento dos ocupantes inscritos até 1940: Art Tem preferência ao aforamento: [...] 4º - os ocupantes inscritos até o ano de 1940, e que estejam quites com o pagamento das devidas taxas, quanto aos terrenos de marinha e seus acrescidos Uma vez fixado que é de propriedade da União os terrenos de 16/22

17 marinha e acrescidos, resta delimitar a que título os ocupantes destes imóveis exercem os direitos (limitados) inerentes à propriedade. Sob o regime de ocupação não há que se falar em domínio útil, pois para tanto necessária expressa previsão legal, como ocorre no regime de aforamento. Assim, resta ao ocupante a posse de tais imóveis. Não se discute a constatação de que os ocupantes destes imóveis têm a posse direta. Ademais, tal situação não influencia a presente pretensão ministerial. O que importa, de fato, é a verificação se a posse dos ocupantes (regime de ocupação) de terrenos de marinha e acrescidos é uma posse exclusiva ou posse desdobrada. Os conceitos de ambas as posse já foi mencionado nesta petição. A regra é que a posse seja exclusiva, como no clássico brocardo do Digesto (livro I, título II, 3, 5º), citado pelo Professor da UFMG e da PUC/MG, Dr. CÉSAR FIÚZA 8 : Plures eamdem rem in solidum possidere non possunt. Contra naturam quippe est, ut cum ego aliquid teneam, tu quoque id tenere videaris. (em tradução livre: muitos não podem de fato possuir a mesma coisa ao mesmo tempo. Com efeito, é contra a natureza que se eu detenha algo, tu também o detenhas) No entanto, em determinadas situações, há a possibilidade de outras pessoas diferentes dos possuidores diretos exercerem os mesmos poderes e direitos sobre a mesma coisa. É o caso, conforme explicitado no voto do Min. Gilmar Ferreira Mendes no RE /RJ, da locação e do comodato, onde o locador e o comodante podem exercer os mesmos direitos do locatário e do comodatário, mesmo contra a vontade destes, em casos específicos. Fala-se, assim, em posse desdobrada. Nesta linha de raciocínio, a posse dos ocupantes de terrenos de marinha e acrescidos também é desdobrada, uma vez que a União, em qualquer tempo que necessitar do terreno, poderá imitir-se na posse do imóvel de forma sumária, nos termos do art. 132 e do Decreto-Lei nº 9.760/1946: Art A União poderá, em qualquer tempo que necessitar do terreno, imitir-se na posse do mesmo, promovendo sumariamente a sua desocupação, 8 FIÚZA, César. Novo direito civil. 6. ed. Belo Horizonte: Del Rey, p /22

18 observados os prazos fixados no 3º, do art º. As benfeitorias existentes no terreno somente serão indenizadas, pela importância arbitrada pelo S.P.U., se por êste fôr julgada de boa fé a ocupação. 2º. Do julgamento proferido na forma do parágrafo anterior, cabe recurso para o C.T.U., no prazo de 30 (trinta) dias da ciência dada ao ocupante. 3º. O preço das benfeitorias será depositado em Juízo pelo S.P.U., desde que a parte interessada não se proponha a recebê-lo. Assim, com fundamento no posicionamento assentado no STF no RE /RJ, conclui-se que os que ocupam (regime de ocupação) terrenos da União não possuem a posse exclusiva de tais terrenos, mas apenas a posse desdobrada decorrente do instituto jurídico que lhes outorgou o direito real de uso, através da inscrição dos ocupantes na SPU, ex officio ou à vista da declaração destes (Dec.-Lei nº 9.760/1946, art. 128). Desta constatação pode afirmar que os ocupantes de terreno de marinha e acrescidos não podem figurar no pólo passivo da relação jurídico-tributária do IPTU, uma vez que a posse destes não é a posse a qualquer título prevista no CTN, arts. 32 e Da garantia constitucional da imunidade tributária recíproca O fundamento para a 2ª parte da presente pretensão ministerial é a denominada imunidade tributária recíproca prevista o art. 150, VI, 'a', da CF/88: Art Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] VI - instituir impostos sobre: 18/22

19 a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; A imunidade recíproca, nos dizeres de HUGO DE BRITO MACHADO 9, é uma forma de expressão do princípio federativo. A opção do constituinte e da sociedade brasileira em adotar como forma de Estado o Federalismo está positivada nos arts. 1º e 18 da CF/88: Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos [...] (grifos nossos) Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. (grifos nossos) MORAES 10, o Federalismo consiste em: Para DALMO DE ABREU DALLARI, citado por ALEXANDRE DE uma 'aliança ou união de Estados', baseadas em uma constituição onde 'os Estados que ingressam na federação perdem sua soberania no momento mesmo do ingresso, preservando, contudo, uma autonomia política limitada'. Uma vez decidido pelo legislador constituinte a organização constitucional federalista, cabe também ao constituinte cercar esta opção de garantias que visem a sua preservação. A imunidade recíproca dos entes federados é de tal importância para a manutenção do Pacto Federativo que sua existência está protegida contra possível emenda constitucional tendente a aboli-la, constituindo parte das normas que integram o núcleo imodificável da Constituição de 1988, conhecidas como cláusulas pétreas. Segundo o art. 60, 4º, I, da CF/88: Art. 60. [...] 9 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 26. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Malheiros, p MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 11. ed. São Paulo: Atlas, p /22

20 4º. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; Trata-se, portanto, de escolha política do legislador constituinte que, ao se valer da não incidência dos impostos (imunidade) pretendida, ratifica o federalismo de equilíbrio que marca o pacto federativo brasileiro. Portanto, é elemento teleológico/finalístico da imunidade recíproca preservar o Pacto Federativo. Sua razão de ser é evidente: as pessoas políticas que integram a Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) não são hierarquizadas no Estado Federal. Em outras palavras, quem tributa inevitavelmente submete quem é tributado, motivo pelo qual o texto constitucional manteve a simetria e congruência de seus preceitos ao vedar a cobrança de impostos sobre patrimônio, renda e serviços uns dos outros. Não se pode conceber uma Federação sem a imunidade tributária recíproca. Isto porque o tributo, verdadeira expressão da soberania estatal, não pode ser exigido de quem a tal soberania não se submete, porque é parte integrante do Estado, que da mesma é titular Da competência da Justiça Federal A competência da Justiça Federal encontra-se elencada nos incisos do art. 109 da Constituição Federal/88. Dispõe o seu inciso I: Art Aos juízes federais compete processar e julgar: I as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidente de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 11 MACHADO, Hugo de Brito. op. cit. p /22

Rio de Janeiro, 26 de julho de 2011.

Rio de Janeiro, 26 de julho de 2011. Rio de Janeiro, 26 de julho de 2011. Ementa: Direito Administrativo e tributário. Desapropriação de imóvel urbano Responsabilidade pelo pagamento da dívida de IPTU e Compensação com o valor a ser recebido

Leia mais

A responsabilidade do inquilino pelo pagamento do IPTU Imposto Predial e Territorial Urbano, relativo ao imóvel locado.

A responsabilidade do inquilino pelo pagamento do IPTU Imposto Predial e Territorial Urbano, relativo ao imóvel locado. A responsabilidade do inquilino pelo pagamento do IPTU Imposto Predial e Territorial Urbano, relativo ao imóvel locado. RONALDO MARTON Consultor Legislativo da Área III Tributação, Direito Tributário MARÇO/2006

Leia mais

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS OU PARAFISCAIS (Art.149 c/c 195, CF)

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS OU PARAFISCAIS (Art.149 c/c 195, CF) CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS OU PARAFISCAIS (Art.149 c/c 195, CF) Prof. Alberto Alves www.editoraferreira.com.br O art. 149, caput, da Lei Maior prescreve a possibilidade de a União instituir Contribuições

Leia mais

Maratona Fiscal ISS Direito tributário

Maratona Fiscal ISS Direito tributário Maratona Fiscal ISS Direito tributário 1. São tributos de competência municipal: (A) imposto sobre a transmissão causa mortis de bens imóveis, imposto sobre a prestação de serviço de comunicação e imposto

Leia mais

ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de

ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de constitucionalidade Luís Fernando de Souza Pastana 1 RESUMO: há diversas modalidades de controle de constitucionalidade previstas no direito brasileiro.

Leia mais

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 2ª TURMA RECURSAL JUÍZO C

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 2ª TURMA RECURSAL JUÍZO C JUIZADO ESPECIAL (PROCESSO ELETRÔNICO) Nº201070510020004/PR RELATORA : Juíza Andréia Castro Dias RECORRENTE : LAURO GOMES GARCIA RECORRIDO : UNIÃO FAZENDA NACIONAL V O T O Dispensado o relatório, nos termos

Leia mais

20/03/2014 PLENÁRIO : MIN. MARCO AURÉLIO

20/03/2014 PLENÁRIO : MIN. MARCO AURÉLIO Decisão sobre Repercussão Geral Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 20/03/2014 PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 784.682 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S)

Leia mais

Simulado Super Receita 2013 Direito Tributário Simulado Rafael Saldanha

Simulado Super Receita 2013 Direito Tributário Simulado Rafael Saldanha Simulado Super Receita 2013 Direito Tributário Simulado Rafael Saldanha 2013 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. 01 - (ESAF/2012) Analise as proposições a seguir e

Leia mais

DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO

DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Art. 175 ao Art. 182 CTN Centro de Ensino Superior do Amapá Direito Financeiro e Tributário II Professora: Ilza Facundes Macapá-AP, 2013.1

Leia mais

Com a citada modificação, o artigo 544, do CPC, passa a vigorar com a seguinte redação:

Com a citada modificação, o artigo 544, do CPC, passa a vigorar com a seguinte redação: O NOVO AGRAVO CONTRA DESPACHO DENEGATÓRIO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL 2011-06-15 Alexandre Poletti A Lei nº 12.322/2010, que alterou os artigos 544 e 545 do CPC, acabou com o tão conhecido e utilizado

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Decisão sobre Repercussão Geral Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9 19/09/2013 PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 759.244 SÃO PAULO RELATOR RECTE.(S) ADV.(A/S) RECDO.(A/S) PROC.(A/S)(ES)

Leia mais

Exceção: Art. 156, 3º, II, CF c/c LC 116/03 Vedação da incidência de ISS na exportação de serviços para o exterior.

Exceção: Art. 156, 3º, II, CF c/c LC 116/03 Vedação da incidência de ISS na exportação de serviços para o exterior. Turma e Ano: Direito Público I (2013) Matéria / Aula: Direito Tributário / Aula 12 Professor: Mauro Lopes Monitora: Carolina Meireles (continuação) 8) Princípio da vedação de isenção heterônoma Art. 151,

Leia mais

www.apostilaeletronica.com.br

www.apostilaeletronica.com.br DIREITO TRIBUTÁRIO I. Sistema Tributário Nacional e Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar... 02 II. Tributos... 04 III. O Estado e o Poder de Tributar. Competência Tributária... 08 IV. Fontes

Leia mais

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA RURAL INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO RE Nº 363.852/MG.

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA RURAL INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO RE Nº 363.852/MG. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA RURAL INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO RE Nº 363.852/MG. Como amplamente noticiado nestes últimos dias, o Supremo Tribunal Federal, em decisão

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Diário da Justiça de 04/08/2006 13/06/2006 SEGUNDA TURMA RELATOR : MIN. EROS GRAU AGRAVANTE(S) : MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE ADVOGADO(A/S) : DAYSE MARIA ANDRADE ALENCAR AGRAVADO(A/S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Breves considerações tributárias quanto a atividade de empresário (antiga firma individual) na atividade de representação comercial Juliano César Borges de Vito* Um dos fatores preponderantes

Leia mais

Modelo esquemático de ação direta de inconstitucionalidade genérica EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Modelo esquemático de ação direta de inconstitucionalidade genérica EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Modelo esquemático de ação direta de inconstitucionalidade genérica EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Legitimidade ativa (Pessoas relacionadas no art. 103 da

Leia mais

Trataremos nesta aula das contribuições destinadas ao custeio da seguridade social

Trataremos nesta aula das contribuições destinadas ao custeio da seguridade social 1.4.7.3. Contribuições do art.195 CF Trataremos nesta aula das contribuições destinadas ao custeio da seguridade social (previdência, saúde e assistência social), espécies de contribuições sociais, como

Leia mais

PARECER Nº, DE 2011. RELATOR: Senador LUIZ HENRIQUE

PARECER Nº, DE 2011. RELATOR: Senador LUIZ HENRIQUE PARECER Nº, DE 2011 Da COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS, sobre o Projeto de Lei do Senado nº 244, de 2011, do Senador Armando Monteiro, que acrescenta os arts. 15-A, 15-B e 15-C à Lei nº 6.830, de 22 de

Leia mais

Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. Dívida Ativa. Cartilha aos Órgãos de Origem 8/3/2013

Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. Dívida Ativa. Cartilha aos Órgãos de Origem 8/3/2013 2013 Procuradoria Geral da Fazenda Nacional Dívida Ativa Cartilha aos Órgãos de Origem Esta cartilha tem por fim informar e explicar o que é a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional PGFN, quais créditos

Leia mais

CONCURSO PÚBLICO FICHA DE RESPOSTA AO RECURSO CARGO: TÉCNICO DA FAZENDA MUNICIPAL

CONCURSO PÚBLICO FICHA DE RESPOSTA AO RECURSO CARGO: TÉCNICO DA FAZENDA MUNICIPAL CARGO: TÉCNICO DA FAZENDA MUNICIPAL QUESTÃO Nº 13 Gabarito divulgado: D Mantemos o gabarito apresentado na alternativa D. A candidata indicou a alternativa correta, ou seja a alternativa D. Recurso improcedente.

Leia mais

A inconstitucionalidade na fixação de alíquotas progressivas para o Imposto sobre transmissão causa mortis e doação.

A inconstitucionalidade na fixação de alíquotas progressivas para o Imposto sobre transmissão causa mortis e doação. www.apd.adv.br +55 (27) 3019-3993 A inconstitucionalidade na fixação de alíquotas progressivas para o Imposto sobre transmissão causa mortis e doação. RESUMO: Atualmente muitos contribuintes realizam o

Leia mais

1-RELATÓRIO 2- FUNDAMENTAÇÃO 2-1 QUANTO AO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS-ISS PARECER: 42 / 2009

1-RELATÓRIO 2- FUNDAMENTAÇÃO 2-1 QUANTO AO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS-ISS PARECER: 42 / 2009 PARECER: 42 / 2009 ASSUNTO: Consulta sobre necessidade ou não de apresentação de nota fiscal de serviços ou de circulação de mercadorias para o recebimento de pagamento de valores de locação de automóvel

Leia mais

IPTU: RECLAMAÇÃO E REVISÃO DO LANÇAMENTO

IPTU: RECLAMAÇÃO E REVISÃO DO LANÇAMENTO IPTU: RECLAMAÇÃO E REVISÃO DO LANÇAMENTO Elaborado em 02.2008. José Hable Auditor tributário da Secretaria de Fazenda do Distrito Federal, graduado em Agronomia pela UFPR, Administração de Empresas pela

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Ementa e Acórdão Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6 01/04/2014 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 798.241 RIO DE RELATORA AGTE.(S) PROC.(A/S)(ES) AGDO.(A/S) ADV.(A/S) : MIN.

Leia mais

Excelentíssimo Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, DD. Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público:

Excelentíssimo Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, DD. Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público: Excelentíssimo Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, DD. Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público: Venho à presença de Vossa Excelência, nos termos do Regimento Interno deste Conselho, apresentar

Leia mais

RESOLUÇÃO Nº, DE DE 2010.

RESOLUÇÃO Nº, DE DE 2010. RESOLUÇÃO Nº, DE DE 2010. Dispõe sobre a divulgação de dados processuais eletrônicos na rede mundial de computadores, expedição de certidões judiciais e dá outras providências. O PRESIDENTE DO CONSELHO

Leia mais

Prof. Cristiano Lopes

Prof. Cristiano Lopes Prof. Cristiano Lopes CONCEITO: É o procedimento de verificar se uma lei ou ato normativo (norma infraconstitucional) está formalmente e materialmente de acordo com a Constituição. Controlar significa

Leia mais

COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO. PROJETO DE LEI N o 637, DE 2011 I - RELATÓRIO

COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO. PROJETO DE LEI N o 637, DE 2011 I - RELATÓRIO COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO PROJETO DE LEI N o 637, DE 2011 Altera a Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980, para incluir o segurogarantia dentre os instrumentos de garantia nas ações de execução

Leia mais

RESPOSTA A QUESTÃO DE ORDEM SOBRE A INCLUSÃO DE MATÉRIA ESTRANHA À MEDIDA PROVISÓRIA EM PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO ENVIADO À APRECIAÇÃO DO SENADO

RESPOSTA A QUESTÃO DE ORDEM SOBRE A INCLUSÃO DE MATÉRIA ESTRANHA À MEDIDA PROVISÓRIA EM PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO ENVIADO À APRECIAÇÃO DO SENADO RESPOSTA A QUESTÃO DE ORDEM SOBRE A INCLUSÃO DE MATÉRIA ESTRANHA À MEDIDA PROVISÓRIA EM PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO ENVIADO À APRECIAÇÃO DO SENADO Em resposta à questão de ordem apresentada pelo Senador

Leia mais

2ª TURMA RECURSAL JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

2ª TURMA RECURSAL JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ 2ª TURMA RECURSAL JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ Processo nº 2010.70.50.017803-0 Relatora: Juíza Federal Andréia Castro Dias Recorrentes: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS

Leia mais

PAINEL 2 Ações de Nulidade e Infrações e seu Cabimento: Estratégias no Cenário Brasileiro. Guilherme Bollorini Pereira 19 de agosto de 2013

PAINEL 2 Ações de Nulidade e Infrações e seu Cabimento: Estratégias no Cenário Brasileiro. Guilherme Bollorini Pereira 19 de agosto de 2013 PAINEL 2 Ações de Nulidade e Infrações e seu Cabimento: Estratégias no Cenário Brasileiro Guilherme Bollorini Pereira 19 de agosto de 2013 Esse pequeno ensaio tem por objetivo elaborar um estudo a respeito

Leia mais

IMPOSTO DE RENDA E O ARTIGO 43 DO CTN

IMPOSTO DE RENDA E O ARTIGO 43 DO CTN IMPOSTO DE RENDA E O ARTIGO 43 DO CTN IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, Professor Emérito das Universidades Mackenzie, Paulista e Escola de Comando e Estado Maior do Exército, Presidente do Conselho de Estudos

Leia mais

II - Fontes do Direito Tributário

II - Fontes do Direito Tributário II - Fontes do Direito Tributário 1 Fontes do Direito Tributário 1 Conceito 2 - Classificação 3 - Fontes formais 3.1 - principais 3.2 complementares 4 Doutrina e jurisprudência 2 1 - Conceito As fontes

Leia mais

PARECER DOS RECURSOS REFERENTES À ELABORAÇÃO DAS QUESTÕES DE PROVA OU GABARITO PRELIMINAR

PARECER DOS RECURSOS REFERENTES À ELABORAÇÃO DAS QUESTÕES DE PROVA OU GABARITO PRELIMINAR QUESTÃO: 22 22- Assinale a alternativa correta: (A) O direito do contribuinte em pleitear a repetição de tributos sujeitos a lançamento por homologação, indevidamente recolhidos, extingue-se em cinco anos,

Leia mais

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO PADRÃO DE RESPOSTA - PEÇA PROFISSIONAL A sociedade empresária XYZ Ltda., citada em execução fiscal promovida pelo município para a cobrança de crédito tributário de ISSQN, realizou depósito integral e

Leia mais

Gabinete do Conselheiro Almino Afonso Fernandes

Gabinete do Conselheiro Almino Afonso Fernandes PROCESSO N 0.00.000.000237/2012-32 ASSUNTO: Pedido de Providências RELATOR: Conselheiro Almino Afonso Fernandes REQUERENTE: Associação Nacional dos Procuradores da República e outros EMENTA PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS.

Leia mais

RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº 003/2013

RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº 003/2013 RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº 003/2013 O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ, pela Promotoria de Justiça da Comarca de Ortigueira, com fundamento no art. 27, parágrafo único, inc. IV, da Lei 8.625/93;

Leia mais

2.1.3. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. Cuida, primeiramente, destacar que não há um consenso, entre os autores, para essa

2.1.3. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. Cuida, primeiramente, destacar que não há um consenso, entre os autores, para essa 2.1.3. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA Cuida, primeiramente, destacar que não há um consenso, entre os autores, para essa classificação, entretanto, apresentaremos a seguir aquela que

Leia mais

RESOLUÇÃO Nº. 260/2008 TCE 2ª CÂMARA

RESOLUÇÃO Nº. 260/2008 TCE 2ª CÂMARA RESOLUÇÃO Nº. 260/2008 TCE 2ª CÂMARA 1. Processo Nº: 00709/2007 2. Classe de Assunto: IV Aposentadoria 3. Interessado: Tercina Dias de Carvalho Secretaria da Educação e Cultura 4. Entidade: Instituto de

Leia mais

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação Fls. 1 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta nº 327 - Data 17 de novembro de 2014 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Leia mais

QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO PELO BANCO CENTRAL

QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO PELO BANCO CENTRAL QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO PELO BANCO CENTRAL Kiyoshi Harada * O debate em torno da quebra do sigilo bancário voltou à baila após a manifestação do Procurador-Geral do Banco Central no sentido de que as

Leia mais

IPTU E ITBI CONSEQUÊNCIA NORMATIVA CRITÉRIO QUANTITATIVO: ASPECTOS POLÊMICOS RELEVANTES. Cintia Estefania Fernandes

IPTU E ITBI CONSEQUÊNCIA NORMATIVA CRITÉRIO QUANTITATIVO: ASPECTOS POLÊMICOS RELEVANTES. Cintia Estefania Fernandes IPTU E ITBI CONSEQUÊNCIA NORMATIVA CRITÉRIO QUANTITATIVO: ASPECTOS POLÊMICOS RELEVANTES Cintia Estefania Fernandes IPTU E ITBI CONSEQUÊNCIA NORMATIVA CRITÉRIO QUANTITATIVO BASE DE CÁLCULO IPTU E ITBI BASE

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal )1( oãdróca atneme86242 DE-SM Diário da Justiça de 09/06/2006 03/05/2006 TRIBUNAL PLENO RELATOR : MIN. GILMAR MENDES EMBARGANTE(S) : UNIÃO ADVOGADO(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO EMBARGADO(A/S) : FERNANDA

Leia mais

Em face do acórdão (fls. 1685/1710), a CNTU opõe embargos de declaração (fls. 1719/1746). Vistos, em mesa. É o relatório.

Em face do acórdão (fls. 1685/1710), a CNTU opõe embargos de declaração (fls. 1719/1746). Vistos, em mesa. É o relatório. A C Ó R D Ã O 7ª Turma CMB/fsp EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO DE REVISTA. Embargos acolhidos apenas para prestar esclarecimentos, sem efeito modificativo. Vistos, relatados e discutidos estes autos

Leia mais

Comentário a Acórdão do Supremo Tribunal Federal sobre o princípio da Inafastabilidade da Prestação Jurisdicional

Comentário a Acórdão do Supremo Tribunal Federal sobre o princípio da Inafastabilidade da Prestação Jurisdicional Comentário a Acórdão do Supremo Tribunal Federal sobre o princípio da Inafastabilidade da Prestação Jurisdicional Universidade de Brasília Disciplina: Teoria Geral do Processo II Professor: Dr. Vallisney

Leia mais

CÂMARA DOS DEPUTADOS

CÂMARA DOS DEPUTADOS INDICAÇÃO Nº de 2007 (Da Senhora Andreia Zito) Sugere o encaminhamento ao Congresso Nacional de Projeto de Lei que disponha sobre a jornada de trabalho dos servidores público federais ocupantes de cargos

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Atualizado até 13/10/2015 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Quando se fala em responsabilidade, quer-se dizer que alguém deverá

Leia mais

IMUNIDADES A IMPOSTOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ART. 150, VI.

IMUNIDADES A IMPOSTOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ART. 150, VI. ALEXANDRE PANTOJA ADVOGADO www.alexandrepantoja.adv.br http://www.linkedin.com/pub/alexandre-pantoja/52/617/abb Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,

Leia mais

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação Fls. 1 0 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta nº 152 - Data 17 de junho de 2015 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.

Leia mais

TERCEIRA TURMA RECURSAL JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

TERCEIRA TURMA RECURSAL JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ Processo nº 200970590073909 Relatora: Juíza Federal Ana Carine Busato Daros Recorrente: Pedro Raimundo Miranda Recorrido: Instituto Nacional do Seguro Social INSS VOTO Dispensado o relatório, nos termos

Leia mais

O empregado caminhando na empresa, cai e se machuca vai pedir uma indenização na justiça do trabalho. (empregado x empregador);

O empregado caminhando na empresa, cai e se machuca vai pedir uma indenização na justiça do trabalho. (empregado x empregador); Turma e Ano: Flex B (2014) Matéria / Aula: Processo do Trabalho / Aula 04 Professor: Leandro Antunes Conteúdo: Procedimento Sumário, Procedimento Sumaríssimo. A competência para julgar acidente de trabalho:

Leia mais

MED. CAUT. EM AÇÃO CAUTELAR 1.406-9 SÃO PAULO RELATOR

MED. CAUT. EM AÇÃO CAUTELAR 1.406-9 SÃO PAULO RELATOR MED. CAUT. EM AÇÃO CAUTELAR 1.406-9 SÃO PAULO RELATOR : MIN. GILMAR MENDES REQUERENTE(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA REQUERIDO(A/S) : UNIÃO ADVOGADO(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO REQUERIDO(A/S) :

Leia mais

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Tribunal de Justiça de Minas Gerais Número do 1.0071.07.034954-4/001 Númeração 0349544- Relator: Relator do Acordão: Data do Julgamento: Data da Publicação: Des.(a) Bitencourt Marcondes Des.(a) Bitencourt Marcondes 25/03/2009 30/04/2009

Leia mais

LEI COMPLEMENTAR Nº 113 1

LEI COMPLEMENTAR Nº 113 1 LEI COMPLEMENTAR Nº 113 1 Institui a Taxa de Coleta de Lixo no Município de Porto Alegre e dá outras providências. O PREFEITO MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE. Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono

Leia mais

CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL V EXAME UNIFICADO PADRÃO DE RESPOSTA PROVA DO DIA 4/12/2011 DIREITO TRIBUTÁRIO

CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL V EXAME UNIFICADO PADRÃO DE RESPOSTA PROVA DO DIA 4/12/2011 DIREITO TRIBUTÁRIO DIREITO TRIBUTÁRIO PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL Trata-se de ação de consignação em pagamento, com previsão no art. 164, I, do CTN, tendo em vista que a Fazenda Municipal se recusa a receber a prestação tributária

Leia mais

EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 1 Eficácia é o poder que tem as normas e os atos jurídicos para a conseqüente produção de seus efeitos jurídicos próprios. No sábio entendimento do mestre

Leia mais

A responsabilidade pelo pagamento das cotas condominiais em caso de aquisição do imóvel mediante arrematação judicial

A responsabilidade pelo pagamento das cotas condominiais em caso de aquisição do imóvel mediante arrematação judicial A responsabilidade pelo pagamento das cotas condominiais em caso de aquisição do imóvel mediante arrematação judicial Por Maria Angélica Jobim de Oliveira À luz do artigo 1.336, inciso I, do Código Civil,

Leia mais

INTERVENÇÃO FEDERAL ARTIGO 34 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

INTERVENÇÃO FEDERAL ARTIGO 34 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL INTERVENÇÃO FEDERAL ARTIGO 34 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL É o ato de intervir (tomar parte), toda vez que a ação de um Estado- Membro perturbe o sistema constitucional federativo ou provoque grave anormalidade

Leia mais

Regulamenta os incentivos e benefícios fiscais instituídos pela Lei nº 5.780, de 22 de julho de 2014.

Regulamenta os incentivos e benefícios fiscais instituídos pela Lei nº 5.780, de 22 de julho de 2014. DECRETO Nº 39680 DE 23 DE DEZEMBRO DE 2014 Regulamenta os incentivos e benefícios fiscais instituídos pela Lei nº 5.780, de 22 de julho de 2014. O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso das atribuições

Leia mais

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO PARECER Nº 12672

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO PARECER Nº 12672 PARECER Nº 12672 Faixas de domínio marginais às estradas de rodagem cuja exploração é objeto de contrato de concessão. Uso por particulares, sem exclusividade. Autorização. Competência. Licitação. Expondo

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 821.162 RIO DE JANEIRO RELATOR RECTE.(S) PROC.(A/S)(ES) RECDO.(A/S) ADV.(A/S) : MIN. LUIZ FUX :MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

Leia mais

DECISÃO. Relatório. 2. A decisão impugnada tem o teor seguinte:

DECISÃO. Relatório. 2. A decisão impugnada tem o teor seguinte: DECISÃO RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA SÚMULA VINCULANTE N. 10 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECLAMAÇÃO PROCEDENTE. Relatório 1. Reclamação, com pedido de antecipação de tutela, ajuizada

Leia mais

RESUMIDAMENTE ESTAS SÃO AS DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE A CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS:

RESUMIDAMENTE ESTAS SÃO AS DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE A CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS: DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE A CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Não existe posicionamento formal de nosso Supremo Tribunal Federal acerca da quantidade de espécies tributárias vigentes hoje em dia, alguns autores

Leia mais

ESCOLA DE FORMAÇÃO 2007 ESTUDO DIRIGIDO. Liberdade de profissão

ESCOLA DE FORMAÇÃO 2007 ESTUDO DIRIGIDO. Liberdade de profissão ESCOLA DE FORMAÇÃO 2007 ESTUDO DIRIGIDO Liberdade de profissão Preparado por Carolina Cutrupi Ferreira (Escola de Formação, 2007) MATERIAL DE LEITURA PRÉVIA: 1) Opinião Consultiva n. 5/85 da Corte Interamericana

Leia mais

O REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DO MUNICÍPIO DE TAQUARITINGA

O REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DO MUNICÍPIO DE TAQUARITINGA O REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DO MUNICÍPIO DE TAQUARITINGA 1. INTRODUÇÃO A previdência social no Brasil pode ser divida em dois grandes segmentos, a saber: Regime Geral de Previdência Social (RGPS):

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de RECURSO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de RECURSO ACÓRDÃO ^SSS^ AC TGISTRADO(A)SOBN -- iriümpiii *00727314* Vistos, relatados e discutidos estes autos de RECURSO EX-OFICIO n 114.385-0/2-00, da Comarca de ITAPETININGA, em que é recorrente JUÍZO "EX OFFICIO",

Leia mais

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE- FANESE

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE- FANESE FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE- FANESE MATHEUS BRITO MEIRA GUIA DE ESTUDOS Aracaju 2013 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O DIREITO TRIBUTÁRIO. INTRODUÇÃO À DISCIPLINA 1 Matheus Brito Meira

Leia mais

CONTROLE CONCENTRADO

CONTROLE CONCENTRADO Turma e Ano: Direito Público I (2013) Matéria / Aula: Direito Constitucional / Aula 11 Professor: Marcelo L. Tavares Monitora: Carolina Meireles CONTROLE CONCENTRADO Ação Direta de Inconstitucionalidade

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 1.374.048 - RS (2013/0073161-8) RELATOR RECORRENTE ADVOGADO RECORRIDO ADVOGADO : MINISTRO HUMBERTO MARTINS : FAZENDA NACIONAL : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL : EMERSON DA SILVA

Leia mais

Parecer Consultoria Tributária de Segmentos Transferência de Crédito de ICMS de Fornecedor Optante do Simples Nacional

Parecer Consultoria Tributária de Segmentos Transferência de Crédito de ICMS de Fornecedor Optante do Simples Nacional 09/01/2015 Sumário Título do documento 1. Questão... 3 2. Normas apresentadas pelo cliente... 3 3. Análise da Consultoria... 4 3.1 Transferência de Crédito do ICMS pelos Optantes do... 4 3.2 Do Ressarcimento

Leia mais

Ordem dos Advogados do Brasil Seção do Estado do Rio de Janeiro Procuradoria

Ordem dos Advogados do Brasil Seção do Estado do Rio de Janeiro Procuradoria EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA CNJ A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL SEÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, serviço público independente, dotado de personalidade jurídica e

Leia mais

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2015

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2015 PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2015 As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:

Leia mais

ILEGALIDADE NA INSTITUIÇÃO E COBRANÇA DE ICMS PELO ESTADO DO AMAZONAS: REGIME DE ESTIMATIVA E REGIME DE ANTECIPAÇÃO.

ILEGALIDADE NA INSTITUIÇÃO E COBRANÇA DE ICMS PELO ESTADO DO AMAZONAS: REGIME DE ESTIMATIVA E REGIME DE ANTECIPAÇÃO. ILEGALIDADE NA INSTITUIÇÃO E COBRANÇA DE ICMS PELO ESTADO DO AMAZONAS: REGIME DE ESTIMATIVA E REGIME DE ANTECIPAÇÃO. Júlio Yuri Rodrigues Rolim Advogado OAB/CE 27.575 O Imposto sobre Circulação de Mercadorias

Leia mais

O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas.

O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas. O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas. O que é o dever de Consulta Prévia? O dever de consulta prévia é a obrigação do Estado (tanto do Poder Executivo, como do Poder Legislativo)

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal )2( oãdróca atneme756754 RgA-IA Diário da Justiça de 07/12/2006 14/11/2006 PRIMEIRA TURMA AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 457.657-6 RIO DE JANEIRO RELATOR AGRAVANTE(S) AGRAVADO(A/S) : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE

Leia mais

PARECER ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS

PARECER ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS RELATÓRIO PARECER ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS Considerando a multiplicação de solicitações encaminhadas à Comissão de Fiscalização COFI do CRESS 17ª Região a respeito de acumulação de cargos públicos,

Leia mais

IV - APELAÇÃO / REEXAME NECESSÁRIO 2012.50.01.001991-0

IV - APELAÇÃO / REEXAME NECESSÁRIO 2012.50.01.001991-0 Nº CNJ : 0001991-31.2012.4.02.5001 RELATORA : JUÍZA FEDERAL CONVOCADA CARMEN SILVIA LIMA DE ARRUDA APELANTE : ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - ESPÍRITO SANTO ADVOGADOS : LUIS ROBERTO BARROSO E OUTROS APELADO

Leia mais

Características das Autarquias

Características das Autarquias ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Professor Almir Morgado Administração Indireta: As entidades Administrativas. Autarquias Define-se autarquia como o serviço autônomo criado por lei específica, com personalidade d

Leia mais

PROCESSO Nº TST-RR-120600-94.2009.5.06.0017. A C Ó R D Ã O (8ª Turma) GMDMC/Rd/cb/sr

PROCESSO Nº TST-RR-120600-94.2009.5.06.0017. A C Ó R D Ã O (8ª Turma) GMDMC/Rd/cb/sr A C Ó R D Ã O (8ª Turma) GMDMC/Rd/cb/sr A) AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO. RESCISÃO ANTECIPADA. MULTA DE 40% SOBRE O FGTS. ART. 14 DO DECRETO Nº 99.684/90.

Leia mais

DECISÃO. Relatório. Tem-se do voto condutor do julgado recorrido:

DECISÃO. Relatório. Tem-se do voto condutor do julgado recorrido: DECISÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA. CLASSIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE RURAL. INCLUSÃO DE ÁREAS NÃO APROVEITÁVEIS. PRECEDENTE DO

Leia mais

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei: 1 - MP2220/2001 CNDU - http://www.code4557687196.bio.br MEDIDA PROVISÓRIA No 2.220, DE 4 DE SETEMBRO DE 2001. CNDU Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos MEDIDA PROVISÓRIA

Leia mais

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL OAB XIII EXAME DE ORDEM C006 DIREITO TRIBUTÁRIO

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL OAB XIII EXAME DE ORDEM C006 DIREITO TRIBUTÁRIO C006 DIREITO TRIBUTÁRIO PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL C006042 Responsabilidade Tributária. Exceção de pré-executividade. Determinada pessoa jurídica declarou, em formulário próprio estadual, débito de ICMS.

Leia mais

PROCURADORIA-GERAL DO TRABALHO CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO

PROCURADORIA-GERAL DO TRABALHO CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO Origem: PRT da 4ª Região Órgão Oficiante: Dr. Roberto Portela Mildner Interessado 1: Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região. Interessado 2: Banco Bradesco S/A. Assuntos: Meio ambiente do trabalho

Leia mais

Honorários advocatícios

Honorários advocatícios Honorários advocatícios Os honorários advocatícios são balizados pelo Código de Processo Civil brasileiro (Lei de n. 5.869/73) em seu artigo 20, que assim dispõe: Art. 20. A sentença condenará o vencido

Leia mais

Responsável (CPF): Nelson Monteiro da Rocha (549.133.147-34)

Responsável (CPF): Nelson Monteiro da Rocha (549.133.147-34) Tribunal de Contas da União Data DOU: 19/07/2004 Colegiado: Segunda Câmara Número da Ata: 25/2004 Texto do Documento: RELAÇÃO Nº 58/2004 - Segunda Câmara - TCU Gabinete do Ministro Benjamin Zymler Relação

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal RECURSO EXTRAORDINÁRIO 684.952 SANTA CATARINA RELATORA RECTE.(S) ADV.(A/S) RECDO.(A/S) ADV.(A/S) : MIN. CÁRMEN LÚCIA :ADMINISTRADORA DE BENS PORTOGALLO LTDA E OUTRO(A/S) : DANIELA GUEDES DE BASSI E OUTRO(A/S)

Leia mais

tributo e suas espécies

tributo e suas espécies CAPÍTULO I Direito Tributário, tributo e suas espécies Sumário 1. Breve introdução ao Direito Tributário 2. Tributo 3. Espécies tributárias: 3.1. Impostos; 3.2. Taxas; 3.3. Contribuição de melhoria; 3.4.

Leia mais

lançamento A cada (notificação) 5 anos 5 anos 1º de janeiro 1º/01

lançamento A cada (notificação) 5 anos 5 anos 1º de janeiro 1º/01 DIREITO TRIBUTÁRIO Jurisprudência do STJ Prescrição e Decadência Ministra Eliana Calmon 1. GENERALIDADES - Fato Gerador obrigação gç lançamento crédito tributário - Lançamento (art. 142 do CTN) - Tipos

Leia mais

12. Assinale a opção correta a respeito da composição e do funcionamento das juntas eleitorais.

12. Assinale a opção correta a respeito da composição e do funcionamento das juntas eleitorais. TRE-MT ANALIS. JUD. ADM CESPE 9. Assinale a opção correta com relação aos órgãos da justiça eleitoral. a) A justiça eleitoral é composta pelo Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ), pelo TRE, na capital de

Leia mais

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fls. 231 nfls txtfls230 Old MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES PRIMEIRA CÂMARA Processo nº 10245.000475/92-13 Recurso nº 130.698 De Ofício Matéria ADMISSÃO TEMPORÁRIA Acórdão nº 301-34.185

Leia mais

Desse modo, esse adquirente

Desse modo, esse adquirente 1-(FCC - 2012 - Prefeitura de São Paulo - SP - Auditor Fiscal do Município) Uma pessoa adquiriu bem imóvel, localizado em área urbana de município paulista, sem exigir que o vendedor lhe exibisse ou entregasse

Leia mais

2ª VARA DO TRABALHO DE BRASÍLIA - DF TERMO DE AUDIÊNCIA. Processo nº 0000307-61.2011.5.10.0002

2ª VARA DO TRABALHO DE BRASÍLIA - DF TERMO DE AUDIÊNCIA. Processo nº 0000307-61.2011.5.10.0002 2ª VARA DO TRABALHO DE BRASÍLIA - DF TERMO DE AUDIÊNCIA Processo nº 0000307-61.2011.5.10.0002 Aos seis dias do mês de maio do ano de 2.011, às 17h10min, na sala de audiências desta Vara, por ordem da MMª.

Leia mais

Faço uma síntese da legislação previdenciária e das ações que dela decorreram. 1. A LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Faço uma síntese da legislação previdenciária e das ações que dela decorreram. 1. A LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA DECISÃO: O INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSS ajuíza suspensão de segurança em face de decisão da 1ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal Cível de São Paulo que antecipou 21.416 (vinte e um

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal CONFLITO DE COMPETÊNCIA 7.572 DISTRITO FEDERAL RELATORA SUSTE.(S) ADV.(A/S) : MIN. ROSA WEBER :VASP - VIAÇÃO AÉREA SÃO PAULO S/A :MARCUS VINÍCIUS DE ALMEIDA RAMOS :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (RECLAMAÇÃO

Leia mais

Incidência ou não do ITBI sobre o valor do bem excedente ao do capital integralizado

Incidência ou não do ITBI sobre o valor do bem excedente ao do capital integralizado Incidência ou não do ITBI sobre o valor do bem excedente ao do capital integralizado Kiyoshi Harada* Grassa séria controvérsia doutrinária e jurisprudencial quanto à questão de saber se incide ou não o

Leia mais

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL X EXAME DE ORDEM UNIFICADO

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL X EXAME DE ORDEM UNIFICADO PADRÃO DE RESPOSTA - PEÇA PROFISSIONAL Em ação de indenização, em que determinada empresa fora condenada a pagar danos materiais e morais a Tício Romano, o Juiz, na fase de cumprimento de sentença, autorizou

Leia mais

DA REMUNERAÇÃO DO APRENDIZ

DA REMUNERAÇÃO DO APRENDIZ DA REMUNERAÇÃO DO APRENDIZ Inteligência da expressão condição mais favorável, inscrita no 2º do artigo 428 da CLT, e reproduzida no artigo 17 do Decreto nº 5.598/2005. O Decreto nº 5.598/2005, que regulamenta

Leia mais

UARDO SA PIUIS =gsndevrl Relator

UARDO SA PIUIS =gsndevrl Relator TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SAO PAULO 28 a Câmara SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO AGRAVO DE INSTRUMENTO N 1138257-0/0 J Comarca de SANTOS Processo 30647/97 8.V.CÍVEL TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO

Leia mais

PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 22/2011

PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 22/2011 PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 22/2011 Altera o Regimento Interno para dispor sobre o Procon-Assembléia e atribuir à Comissão de Defesa do Consumidor a defesa da Livre Concorrência, da Economia Popular e do Contribuinte.

Leia mais