ADICIONAIS INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE E PENOSIDADE. Art. 7º, XXIII, da Constituição Federal.
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- Gilberto Caires Stachinski
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1 ADICIONAIS INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE E PENOSIDADE. Art. 7º, XXIII, da Constituição Federal. 1) ADICIONAL INSALUBRIDADE São aquelas que por sua natureza, condição ou métodos de trabalho, expõe os trabalhadores a agentes nocivos à saúde artigo 189 da CLT. Sumula 47 Trabalho intermitente. SÚMULA 47/TST. INSALUBRIDADE. ADICIONAL. INTERMITÊNCIA. CLT, ART «O trabalho executado, em caráter intermitente, em condições insalubres, não afasta, só por essa circunstância, o direito a percepção do respectivo adicional.» Súmula mantida pelo Pleno do TST (Res. 121, de 28/10/2003). Res. 41, de 08/06/73 - DO-GB de 14/06/73 - Republ. no DJU de 02/08/73. VALOR 10%, 20% ou 40% do Salário Mínimo ou piso salarial. (Sumula 228 do TST), conforme se classifique a insalubridade, respectivamente, no grau mínimo, médio ou máximo, segundo apurado por perito, médico ou engenheiro do trabalho registrado no Ministério do Trabalho. SÚMULA Nº 228 TST - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO: A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante nº 4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será calculado sobre o salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo. Com a nova redação, a Súmula do TST permite a substituição do salário mínimo pelo salário básico no cálculo do adicional de insalubridade, salvo se houver critério mais vantajoso fixado por meio de convenção coletiva. 1
2 Tendo em vista a aprovação da nova redação da Súmula 228, a Confederação Nacional das Indústrias CNI, no dia , interpôs uma AÇÃO de RECLAMAÇÃO com pedido LIMINAR junto ao Supremo Tribunal Federal com o objetivo de suspender liminarmente a eficácia da Súmula 228 do TST. A CNI alegou que a súmula do TST afronta a Súmula Vinculante nº 4, editada pelo STF. Para o Ministro Gilmar Mendes, a argumentação afigura-se plausível. A confederação contesta o dispositivo em uma Reclamação (RCL 6266), instrumento jurídico próprio para preservar decisões da Suprema Corte e impedir desrespeito às súmulas vinculantes. No dia o Supremo Tribunal Federal DEFERIU A LIMINAR, suspendendo a aplicação da Súmula 228 do TST na parte em que permite a utilização do salário básico para calcular o adicional de insalubridade. A síntese da decisão em liminar proferida pelo Ministro Gilmar Mendes foi a seguinte: "... com base no que ficou decidido no RE /SP e fixado na Súmula Vinculante nº 4, este Tribunal entendeu que não é possível a substituição do salário mínimo, seja como base de cálculo, seja como indexador, antes da edição de lei ou celebração de convenção coletiva que regule o adicional de insalubridade. Logo, à primeira vista, a nova redação estabelecida para Súmula nº 228/TST revela aplicação indevida da Súmula Vinculante nº 4, porquanto permite a substituição do salário mínimo pelo salário básico no cálculo adicional de insalubridade sem base normativa". Com esta liminar suspendendo a aplicação da Súmula 228 do TST, entendemos que as empresas devem se abster da mudança da base de cálculo do salário mínimo para o salário básico, haja vista que se a empresa 2
3 calcular o adicional de insalubridade com base no salário básico, isto acarretará aumento salarial para o empregado, o que tornará irredutível posteriormente. Portanto, até que se tenha base normativa regulamentando a situação, entendemos ser prudente que as empresas continuem a usar o salário mínimo ou salário normativo (desde que previsto em convenção) como base de cálculo do adicional de insalubridade. SUSPENSÃO DO PAGAMENTO - A própria CLT prevê, em seu artigo 191, ser possível a eliminação ou neutralização da insalubridade, sendo que nestes casos o adicional não será devido. Tal situação pode ocorrer, por exemplo, com a utilização de Equipamentos de Proteção Individual- EPI, que neutralizem os possíveis efeitos dos agentes ou condições insalubres. Súmula 80 do TST - INSALUBRIDADE. ELIMINAÇÃO. ADICIONAL INDEVIDO. CLT, ART «A eliminação da insalubridade, pelo fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo, exclui a percepção do adicional respectivo.» Súmula mantida pelo Pleno do TST (Res. 121, de 28/10/2003). Res. 69, de 19/09/78 - DJU de 26/09/78. SÚMULA 248/TST. INSALUBRIDADE. ADICIONAL. DIREITO ADQUIRIDO. CLT, ARTS. 195 E 468. «A reclassificação ou descaracterização da insalubridade, por ato da autoridade competente, repercute na satisfação do respectivo 3
4 adicional, sem ofensa a direito adquirido ou ao princípio da irredutibilidade salarial.» Súmula mantida pelo Pleno do TST (Res. 121, de 28/10/2003). Res. 17, de 05/12/85 - DJU de 13/01/86. SÚMULA 289/TST. INSALUBRIDADE. ADICIONAL. FORNECIMENTO. APARELHO DE PROTEÇÃO. EFEITO. CLT, ART «O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do pagamento do adicional de insalubridade, cabendolhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, dentre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado.» Súmula mantida pelo Pleno do TST (Res. 121, de 28/10/2003). 2) ADICIONAL PERICULOSIDADE São aqueles em que o trabalhador mantém contato permanente com explosivos ou inflamáveis. Colocam em risco a vida dos trabalhadores artigo 193 da CLT. VALOR 30% do salário contratual. SUMULA 39 DO TST - PERICULOSIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao adicional de periculosidade (Lei nº 2.573, de ). SÚMULA 361/TST. PERICULOSIDADE. ADICIONAL. ELETRICITÁRIO. EXPOSIÇÃO INTERMITENTE. LEI 7.369/85. CLT, ART
5 «O trabalho exercido em condições perigosas, embora de forma intermitente, dá direito ao empregado a receber o adicional de periculosidade de forma integral, tendo em vista que a Lei 7.369/85 não estabeleceu qualquer proporcionalidade em relação ao seu pagamento.» Súmula mantida pelo Pleno do TST (Res. 121, de 28/10/2003). Res. 83, de 13/08/98 - DJU de 20/08/98. SUMULA 364/TST. PERICULOSIDADE. ADICIONAL. EXPOSIÇÃO EVENTUAL, PERMANENTE E INTERMITENTE. CLT, ART «I - Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. (ex-ojs DA SBDI-I 05 - inserida em 14/03/ e DJ 11/08/2003).» Item I com redação dada pela Res. 174, de 24/05/ DJe 27, 30 e 31/05/2011. Redação anterior (da Res. 129/ DJ 20, 22 e 25/04/2005): «364 - I - Faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. (ex-ojs 5/TST-SDI-I - Inserida em 14/03/1994 e 280/TST-SDI-I - DJ 11/08/2003) II - (Cancelado pela Res. 174, de 24/05/ DJe 27, 30 e 31/05/2011). Redação anterior (da Res. 129/ DJ 20, 22 e 25/04/2005): «II - A fixação do adicional de periculosidade, em percentual inferior ao legal e proporcional ao tempo de exposição ao risco, deve ser respeitada, desde que pactuada em acordos ou convenções coletivos. (ex-oj 258/TST-SDI-I - Inserida em 27/09/2002).» ADICIONAL PENOSIDADE - Entende-se por adicional de penosidade, aquele pago ao trabalhador a título de indenização, devido à realização de 5
6 uma atividade penosa que causa pena, trabalho árduo, que embora não cause efetivo dano à saúde do trabalhador, possa tornar sua atividade profissional mais sofrida. O adicional de penosidade encontra-se previsto no artigo 7º, inciso XXIII, da Constituição da República, o qual foi inserido juntamente com o adicional de insalubridade e periculosidade. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; O vocábulo penoso é descrito pelo dicionário Houaiss como aquele Que é causa de dor, sofrimento ou incômodo [...]. Que requer grande esforço ou grande sacrifício. Desde já, verifica-se que tal conceito é extremamente subjetivo, pois aquilo que importa grande pena para alguns pode não ser incômodo a outros. É, portanto, difícil estabelecer um conceito de trabalho penoso. Cretella JÚNIOR, apresenta a definição com maior aceitação na atualidade, colocando a penosidade como suplementadora da lacuna existente entre os conceitos já instituídos pela doutrina de periculosidade e insalubridade: Penoso é o trabalho acerbo, árduo, amargo, difícil, molesto, trabalhoso, incômodo, laborioso, doloroso, rude [...]. Penosas são, entre outras, as atividades de ajuste a reajuste de aparelhos de alta precisão (microscópios, rádios, relógios, televisores, 6
7 computadores, vídeos, fornos de microondas, refrigeradores), pinturas artesanais de tecidos e vasos, em indústrias, bordados microscópicos, restauração de quadros, de esculturas danificadas pelo tempo, por pessoas ou pelo meio ambiente, lapidação, tipografia fina, gravações, revisão de jornais, revistas, tecidos, impressos. Todo esse tipo de atividade não é perigosa, nem insalubre, mas penosa, exigindo atenção e vigilância acima do comum. Os projetos de lei relativos ao tema que tramitam no Congresso, seguindo a tendência de nosso ordenamento jurídico, também trazem definições. É o caso, por exemplo, do Projeto de Lei nº 4243/2008, de autoria do Deputado Federal Maurício Rands: Considera-se penoso o trabalho exercido em condições que exijam do trabalhador esforço físico, mental ou emocional superior ao despendido normalmente, nas mesmas circunstâncias, ou que, pela postura ou atitude exigida para seu desempenho, sejam prejudiciais à saúde física, mental e emocional do trabalhador. Definição semelhante foi dada pelo Projeto de Lei nº 7663/2006, da autoria do Deputado Daniel Almeida: Considera-se penoso o trabalho exercido em condições que exijam do trabalhador esforço físico, mental ou emocional superior ao despendido normalmente, nas mesmas circunstâncias, ou que, pela postura ou atitude exigida para seu desempenho, sejam prejudiciais à 7
8 saúde física, mental e emocional do trabalhador, desde que não estejam previstas como insalubres ou perigosas. VALOR Só se for definido em Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho. PERÍCIA Indispensável Artigo 195 da CLT. ACUMULO Ilegal. Deve se optar por apenas um dos Adicionais. Uma turma do TST decidiu em setembro de 2014 pela possibilidade do acumulo. Decisão isolada. NATUREZA JURÍDICA SALARIAL. Súmula 139 do TST - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 102 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para todos os efeitos legais. (ex-oj nº 102 da SBDI-1 - inserida em
Neste comentário analisaremos as regras acerca do adicional de insalubridade, dispostas no art. 189 e seguintes da CLT.
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