ECONOMIA A informação que fala direto ao seu bolso 29 de Setembro de 2015
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- Bruno Pedroso Lagos
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1 Associação Brasileira de Supermercados Nº56 ECONOMIA A informação que fala direto ao seu bolso 29 de Setembro de 2015 Ritmo de vendas do autosserviço diminui em agosto Resultado do mês reflete a recessão do País A diminuição de postos de trabalho formais, refletidos na divulgação pelo Caged, de perda de 986 mil postos no período acumulado de 12 meses até agosto, é um dos principais motivos para o resultado negativo registrado pelo setor neste ano. A elevação da taxa de desemprego com concomitante perda de poder de negociação por parte dos trabalhadores faz com que a massa de renda salarial disponível fique ainda menor, afetando as vendas do setor. Apesar do resultado negativo acumulado até setembro, a nossa perspectiva é de que o resultado não se aprofunde ainda mais, afirmou o presidente da Abras Fernando Yamada. Esperamos que as iniciativas que estamos tomando em parceria com a indústria consiga ativar o poder de compra do consumidor ainda neste final de ano e com isso consigamos reverter parte do resultado, finalizou. Em agosto, as vendas reais do autosserviço apresentaram queda de -0,29% na comparação com o mês imediatamente anterior e queda de -4,04% em relação ao mesmo mês do ano de 2014, de acordo com o Índice Nacional de Vendas, apurado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). No resultado acumulado (jan/ago), as vendas apresentaram queda de -0,69% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os índices já estão deflacionados pelo IPCA do IBGE. Em valores nominais, as vendas do setor apresentaram queda de -0,07% em relação ao mês anterior e, quando comparadas a agosto do ano anterior, alta de 5,10%. No acumulado do ano as vendas cresceram 7,68%. Variações Período de análise mês/15 Variação Nominal Variação Real* (IPCA/ IBGE) Ago/15 x Jul/15-0,07% -0,29% Ago/15 x Ago/14 5,10% -4,04% Acumulado/ano 7,68% -0,69% Índice Abras apresenta queda de -0,69% no acumulado de 2015 Nesta edição: >>Conjuntura 2 Desemprego atinge 7,6% e massa salarial real cai 5,4% em 12 meses >>Abrasmercado 3 Abrasmercado cai em agosto mas em 12 meses supera o IPCA >>Abrasmercado 4 Região Norte tem queda de preços mas continua a mais cara >>PMC 5 Atividade varejista mostra queda de -2,4% no ano >>Análise macro 6 Incerteza política faz dólar superar R$ 4 pela primeira vez >>Indicadores 7 Indicadores macroeconômicos e do varejo
2 Análise do mercado - pg. 02 Conjuntura - pg. 02 Desemprego t atinge 7,6% e massa salarial real cai 5,4% em 12 meses A taxa de desocupação foi estimada em agosto de 2015, para o conjunto das seis regiões metropolitanas investigadas, em 7,6%, não tendo variação significativa frente ao mês anterior (7,5%). No confronto com agosto do ano passado a taxa subiu 2,6 pontos percentuais (passou de 5,0% para 7,6%). O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em agosto de 2015, para o conjunto das seis regiões pesquisadas, em R$ 2.185,50. Este resultado ficou 0,5% acima do verificado em julho (2.174,49) e 3,5% abaixo do apurado em agosto de 2014 (R$ 2.264,62). Regionalmente, em relação a julho último, o rendimento subiu no Rio de Janeiro (+4,0%); caiu em Recife (-2,1%); Porto Alegre (-1,2%); São Paulo (-0,9%); Belo Horizonte (-0,4%) e ficou estável em Salvador. Frente a agosto de 2014 o rendimento diminuiu em quatro regiões: Belo Horizonte (-7,2%); São Paulo (-5,7%); Recife (-5,5%); Porto Alegre (-2,1%). Nas regiões metropolitanas de Salvador e do Rio de Janeiro o rendimento ficou estável. A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados foi estimada em 50,2 bilhões em agosto de 2015 e ficou estável frente a julho. Na comparação anual esta estimativa recuou 5,4%. IPCA-15 de setembro varia 0,39% e acumula 9,57% em 12 meses Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de agosto apresentou variação de 0,22% e ficou 0,40 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 0,62% registrada no mês de julho. Constitui-se no menor IPCA dos meses de agosto desde 2010, quando registrou 0,04%. Com isso o resultado do ano foi para 7,06%, bem mais do que os 4,02% de igual período de Em relação ao acumulado de janeiro a agosto, foi a taxa mais elevada desde 2003 (7,22%). Na perspectiva dos últimos 12 meses, o índice situou-se em 9,53%, próximo aos 9,56% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2014 o IPCA havia registrado 0,25%. IPCA-15: alta de 0,39% em setembro O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,39% em setembro e ficou 0,04 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de agosto (0,43%). Com isso, o IPCA-E (IPCA-15 acumulado nos meses de julho, agosto e setembro) ficou em 1,42%. Já o IPCA-15 acumulado no ano chegou a 7,78%, o mais elevado acumulado para os meses de janeiro a setembro desde 2003 (8,46%). Em 2014, o índice acumulado no mesmo período 4,72%. Quanto ao acumulado dos últimos 12 meses, o índice permaneceu em 9,57%, o mesmo dos 12 meses imediatamente anteriores: em setembro de 2014 o IPCA-15 havia sido de 0,39%. Assim, esse acumulado continua o mais elevado desde dezembro de 2003 (9,86%). Passagens aéreas (23,17%) e gás de botijão (5,34%)foram responsáveis por um terço do índice do mês e contribuíram com 0,13 p.p., sendo 0,07 p.p. relativo às passagens e 0,06 p.p. ao gás. Com a alta das passagens aéreas, o grupo com o maior índice ficou sendo o dos Transportes (0,78%). Alimentação e Bebidas se destaca por apresentar pequena queda, de 0,06%. Os preços dos alimentos consumidos em casa ficaram 0,37% mais baixos em relação ao mês anterior, enquanto os consumidos fora de casa aumentaram 0,51%.
3 Abrasmercado - pg. 03 Abrasmercado cai em agosto, mas em 12 meses supera IPCA Em agosto, o Abrasmercado, cesta de 35 produtos de largo consumo analisada pela GfK em mais de 600 estabelecimentos de autosserviço espalhados em todo o País, apresentou queda de -0,63%, em relação a julho de Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o Abrasmercado apresentou alta de 11,93%, passando de R$ 367,88 para R$ 411,77. Em agosto de 2014, o Abrasmercado assinalava uma queda de -1,00% em relação ao mês anterior, acumulando alta de 4,38% em 12 meses. O que mostra que os preços dos principais produtos vendidos nos supermercados estão em um patamar mais elevado do que o verificado em Os produtos com as maiores altas em agosto, na comparação com o mês anterior, foram: pernil, com 5,22%; queijo prato, 4,99%; creme dental, 3,16%. O pernil obteve alta nos preços em quatro das regiões, sendo que a maior alta foi registrada na Região Norte, onde variou 19,74%. O queijo prato apresentou a sua maior alta, de 8,59%, na Região Centro-Oeste. Já os produtos com as maiores quedas foram: batata, -16,58%; tomate, -15,45%; cebola, -8,89%. A batata teve queda em quatro das regiões, e a maior delas foi na Região Sudeste, -26,11%. O tomate, por sua vez, apresentou sua maior queda, de -24,80%, na Região Sudeste. Cebola lidera maiores altas de 2015: 140,4% No resultado acumulado do ano de 2015, os produtos que mais pressionaram a inflação na cesta Abrasmercado foram a cebola, com 140,4%, a carne dianteiro, com 20,3%, e o tomate com 17,3%. Os produtos com as maiores quedas nos preços no acumulado de 12 meses foram pela ordem: farinha de mandioca (-11,2%),a margarina cremosa (-4,5%) e o arroz (-4,1%). No resultado acumulado de 12 meses, os produtos que mais pressionaram a inflação foram a cebola, 139,0%, a batata com 59,4% e a carne dianteiro com 27,9%. As maiores quedas nos preços foram: farinha de mandioca (-13,9%), farinha de trigo (-5,9%). Abrasmercado Período Valor em R$ Agosto/14 R$ 367,88 Agosto/15 R$ 411,77 Var. (%) Mês x Mesmo mês do ano anterior 11,93 Período Valor em R$ Julho/15 R$ 414,40 Agosto/15 R$ 411,77 Var. (%) Mês x Mês Anterior -0,63 Maiores quedas (Mês x Mês anterior - %) BATATA -16,58 TOMATE -15,45 CEBOLA -8,89 FARINHA DE TRIGO -5,63 Comparativo Abrasmercado x IPCA Abrasmercado IPCA Variação Mensal (Ago/15 versus Jul/15) -0,63% 0,22% Acumulado no Ano (Jan/15 a Ago/15) 8,04% 7,06% Variação 12 meses (Ago/15 versus Ago/14) 11,93% 9,53% Maiores altas (Mês x Mês anterior - %) PERNIL 5,29 QUEIJO PRATO 4,99 CREME DENTAL 3,16 EXTRATO DE TOMATE 2,72
4 Abrasmercado - pg. 04 Região Norte tem queda de preços mas continua a mais cara Em agosto, a cesta da Região Norte permaneceu a mais cara do País, com variação de -1,52%, atingindo o valor de R$ 455,58. Na região, os produtos que apresentaram maiores quedas de preços foram o arroz (-13,67%) e a massa sêmola espaguete (-12,55%). A segunda cesta mais cara do País é a da Região Sul, com valor de R$ 448,26, oscilação de -0,88% no mês. Na região, os produtos que apresentaram maiores quedas de preços foram o tomate (-12,56%) e a batata (-12,49%). A Região Sudeste apresentou queda de -0,78%, na relação de um mês para o outro. Na região, os produtos que apresentaram maiores quedas de preços foram a batata (-26,11%) e o tomate (-24,90%). João Pessoa apresenta a maior alta do País 455,58 R$ 359,91 R$ 392,08 R$ 394,89 448,26 A Região Centro-Oeste apresentou queda de -0,29% na relação de um mês para o outro, com destaque para a queda no preço do tomate (-24,43%). A cesta regional ficou em R$ 392,08. A Região Nordeste obteve alta de 0,56%, atingindo o valor de R$ 359,91; as maiores altas da região foram verificadas na massa sêmola espaguete (11,31%) e no queijo prato (7,77%). Em agosto, Brasília continuou a ter a cesta mais cara do País, com o valor de R$ 482,59, e variação de -1,14% no mês. Destaque para a alta no preço do farinha de trigo (15,80%). João Pessoa apresentou entre capitais e municípios a maior alta nos preços do País, com variação de 3,73%, atingindo o valor de R$ 378,85. Na região, os produtos que apresentaram as maiores altas no mês foram a massa sêmola espaguete (37,88%) e o creme dental (29,73%). Na Grande São Paulo, a cesta apresentou em agosto deste ano variação de -0,05%, atingindo o valor de R$ 412,68. Os produtos que apresentaram alta nos preços foram o leite longa vida (7,63%) e o papel higiênico (5,37%).
5 PIB- pg. 05 PMC: atividade varejista mostra queda de -2,4% no ano Os números da Pesquisa Mensal do Comércio, pesquisa sobre o varejo do IBGE mostraram a crise no setor. Em julho de 2015, o comércio varejista nacional registrou recuo de 1,0% no volume de vendas, mantendo praticamente estável o indicador da receita nominal (0,1%). Em termos de volume de vendas, essa é a sexta variação negativa consecutiva nesse tipo de comparação. Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o total do varejo apontou, em termos de volume de vendas, queda de 3,5% sobre julho de 2014, acumulando redução de 2,4% nos sete primeiros meses de No indicador acumulado nos últimos 12 meses, houve recuo de 1,0% em julho de 2015, assinalando perda mais intensa do que a verificada em junho último (-0,8%), com a trajetória descendente iniciada em julho de 2014 (4,3%). Para esses indicadores, a receita nominal assinalou variação positiva: 4,2% frente a julho de 2014 e para o acumulado no ano, e 5,3% no acumulado dos últimos 12 meses. Queda quase generalizada no setor Na comparação com julho de 2014, o total do varejo registra queda de 3,5% com perfil disseminado de variações negativas atingindo seis das oito atividades. Os resultados, por ordem de importância na formação da taxa global, foram os seguintes: móveis e eletrodomésticos (-12,8%); hipermercados e supermercados (-2,1%), tecidos, vestuário e calçados (-8,1%); combustíveis e lubrificantes (-3,6%); livros, jornais, revistas e papelaria (-9,2%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-5,2%). Os artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria; e outros artigos de uso pessoal e doméstico, com taxas, respectivamente, de 1,6% e de 0,3%, registraram aumento das vendas no varejo em relação a julho de Na medição do IBGE, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com variação de -2,1% em julho, sobre mesmo mês do ano anterior. A atividade teve seu desempenho influenciado pela redução de 3,5% da massa salarial, além da influência da inflação do setor (10,5%), acima do IPCA cheio (9,6%).
6 Análise macro - pg. 06 Incerteza política faz o dólar superar os R$ 4 pela primeira vez Abrasmercado Em 24/9, a cotação do dólar atingiu o seu recorde no Plano Real, ao atingir durante parte do período o valor de R$ 4,24. Até então, o maior valor da moeda americana havia sido de R$ 3,96, logo após a eleição de Lula para o seu primeiro mandato presidencial em outubro de As incertezas em relacão às medidas que poderiam ser adotadas por ele faziam com que o risco país disparasse e carregasse consigo o câmbio. Quase 13 anos depois, o mesmo cenário de incerteza volta a assolar o País. Em 2002, frente a tal cenário, o presidente eleito tratou de apaziguar os ânimos e trouxe para o comando da economia o médico Antônio Palocci, então conhecido pela administração bem-sucedida da Prefeitura de Ribei- Rrão Preto, e o então presidente do BankBoston, Henrique Meirelles. Ao final do primeiro semestre de 2003, a situação já estava mais estável e, amparado no boom das commodities internacionais, entraria numa espiral de crescimento que só encerraria em Mas, diferententemente do que ocorreu em 2002, o cenário atual parece não ser tal alvissareiro. O cenário político é bem mais complicado veja as dificuldades de aprovação do ajuste fiscal e a saída à direita feita por Dilma (na nomeação de Joaquim Levy) parece não ter sido suficiente para acalmar o mercado. Sobre o dólar, especificamente: se corrigido pelo IPCA, os R$ 3,96 equivaleriam hoje a R$ 8,40. Mercado espera IPCA de 9,46% e recessão de -2,80% em 2015 Projeções 25/9/2015 Índices/Indicadores PIB (% de crescimento) -2,80-1,00 Produção Industrial (% de -6,65-0,60 crescimento) Taxa de câmbio - fim de 3,95 4,00 período (R$/US$) Taxa Selic - fim de período 14,25 12,50 (% a.a.) IPCA (%) 9,46 5,87 IGP-M (%) 7,88 5,80 Fonte: Boletim Focus - Banco Central Segundo analistas de mercado consultados pelo Banco Central, em seu Boletim Focus, a perspectiva para o PIB de 2015 é de -2,80%. Há um mês, o mercado previa recessão de -2,26%. Para 2016 a previsão é de -1,00%. As projeções indicam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) irá fechar 2015 em 9,46%, acima dos 6,41% de Para 2016 a expectativa é de alta de 5,87%. Para o IGP-M, a previsão é de que o índice encerre o ano em 7,88%. Para 2016 a projeção é de 5,80%. A previsão para a Selic é de 14,25% para Para 2016 a perspectiva é de 12,5% ao ano. De acordo com o levantamento de 25/9, a previsão do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2015 é de 3,95. Em 28/8, a cotação estava em R$ 3,50. A previsão para 2016 está em R$ 4,00.
7 Indicadores Indicadores - pg. 07 Expediente: Departamento de Economia e Pesquisa Moisés Lira/Fabiana Alves/Flávio Tayra (consultor) Revisão: Roberto Leite Tel.: economia@abras.com.br
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