INDÚSTRIA MOVELEIRA E RESÍDUOS SÓLIDOS: IMPACTOS AMBIENTAIS RESUMO
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- Rafael Desconhecida Barroso
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1 1 INDÚSTRIA MOVELEIRA E RESÍDUOS SÓLIDOS: IMPACTOS AMBIENTAIS RESUMO Tamires Toledo Fófano 1 Thaís Aparecida Cândida Balbino 2 Tatiane Teixeira Tavares 3 A fabricação de móveis, com variação de volume e natureza, gera resíduos sólidos, emissões atmosféricas e, em menor escala, efluentes líquidos. Todos estes resíduos causam impactos ambientais, que se distinguem apenas por extensão e intensidade. O presente estudo trata a questão dos resíduos gerados pelo setor moveleiro em Ubá e região, o qual é constituído por pequenas, médias e grandes empresas.a indústria moveleira caracteriza-se pelo uso intensivo de mão-de-obra, pelo acúmulo de resíduos gerados e pelo descarte dos mesmos. O pólo moveleiro em geral, utiliza como principal matéria prima à madeira maciça ou as chapas de madeira. O que gera, diariamente,um problema gravíssimo que é o acúmulo de resíduos, o qual está intimamente ligado às questões ambientais.mediante tal situação, torna-se relevante o estudo do descarte de resíduos dessas empresas, visando um controle ambiental, com prevenção de impactos ambientais. Palavras-chave: Impactos ambientais, Indústria moveleira, Resíduos sólidos. INTRODUÇÃO Com o crescimento industrial, o uso da matéria-prima vem aumentando constantemente, o que leva ao aumento das indústrias moveleiras, que utilizam um grande volume de madeira florestada,gerando um grande acúmulo de resíduos. 1 Graduanda em Licenciatura em Química na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Ubá, tatatuiu@hotmail.com. 2 Graduanda em Licenciatura em Química na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Ubá, thays.balbino@hotmail.com. 3 Doutora em Química, Professora na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Ubá, tatetavares@yahoo.com.br.
2 2 Estes resíduos gerados, se não recolhidos e tratados corretamente, podem causar grandes e preocupantes impactos ambientais SANTOS RITA (2003). Os resíduos sólidos, segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (1988) através da NBR 10004, podem ser de origem industrial, doméstica, hospitalar, agrícola, de serviços e de varrição, e são classificados em classes. Abaixo, listaremos o tipo e classificação dos mesmos. Classe I (perigosos) apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, suas principais características são inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxidade e patogenicidade. Ex: resíduos com thinner. Classe II (não-inertes) apresentam periculosidade, porém não são inertes e podem ter propriedades de combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. Exs: papel, resíduos provenientes de caldeiras e lodos. Classe III (inertes) não apresentam qualquer tipo de alteração em sua composição como o passar do tempo. Exs: entulhos de demolição, pedras, sucata. Segundo Olandoski (2001), na produção de chapas compensadas, as lâminas de madeira de boa qualidade geram menos resíduos que madeiras de qualidade inferior, chegando a quase 20% de diferença. Outro fator relacionado ao desperdício é a qualidade do processo, como problemas no maquinário e com os funcionários. Com a intenção de identificar questões relacionadas à geração de resíduos dentro das indústrias pertencentes ao pólo moveleiro de Ubá e região, realizou-se uma pesquisa tendo como principais objetivos, o levantamento da quantidade de resíduo gerado, os tipos desses resíduos, o aproveitamento e o tratamento dos mesmos, durante o processo produtivo dos móveis. A indústria moveleira brasileira é geradora de grandes volumes de subprodutos de madeira e nesse sentido vende estes resíduos, pratica algum sistema de classificação dos mesmos, como serragem, cavacos e maravalha, estima à quantidade de resíduos gerados e usa vários tipos de armazenamento (cavaco e serragem verde/pátio, maravalha e serragem seco/silos). O custo de transporte dos resíduos de madeira para sua disposição final é elevado caso seja usado para a geração de energia térmica, e baixo quando utilizado como matéria-prima (IBQP, 2002 p. 122). Para JOHN (2000) a redução na geração de resíduos, uma vez que existem
3 3 impurezas na matéria-prima, envolve custos e patamares de desenvolvimento tecnológico. Para ele a gestão para redução da geração do resíduo resume na reutilização, reciclagem, incineração e recuperação de energia ou depósitos de resíduos em aterros sanitários. A construção civil, por exemplo, adota uma metodologia que segundo ÂNGULO (2001), tem por objetivo orientar atividades de pesquisa e desenvolvimento de reciclagem de resíduos. MATERIAL E MÉTODOS Realizaram-se visitas em três indústria pertencentes ao pólo moveleiro de Ubá e região, escolhidas aleatoriamente, para conhecer seus procedimentos no tratamento de resíduos, com o intuito de analisar as características físicas, a composição química, origem e a classe dos resíduos de cada indústria.as empresas pesquisadas não terão seus nomes divulgados devido à descrição. RESULTADOS E DISCUSSÕES Primeiramente foi realizada uma entrevista com os encarregados do setor de resíduos de cada empresa, para a identificação do resíduo produzido na empresa.como mostra o quadro abaixo (Quadro 1). Quadro 1: Classificação de cada empresa moveleira de Ubá-MG Empresa Características Composição Origem Classe físicas química dos resíduos 1- X Seco Orgânico e Industrial Classe I e inorgânico Classe II 2- Y Seco e inorgânico Industrial Classe I e molhado Classe II 3- Z Seco e Orgânico e industrial Classe I e molhado inorgânico Classe II O segundo passo para continuação do projeto, foi uma entrevista com os
4 4 encarregados de cada indústria, onde o foco seria a explicação mais detalhada sobre o transporte dos resíduos gerados, quais seriam os produtos considerados mais perigosos e ainda uma alternativa para a empresa gerar uma quantidade inferior de resíduos. Perante isso, podemos fazer uma comparação entre as empresas estudadas. Abaixo, estão listados os processos executados por cada uma delas. Empresa 1: O resíduo contaminado é recolhido pela empresa Amaral de Rodeiro. Esta empresa recolhe o material em tambores de 200L, cada tambor é identificado com o respectivo resíduo.este recolhimento é realizado uma vez por semana, o destino final do resíduo não reciclável é a encenação, já os recicláveis vão para outra empresa para a reciclagem e estes retornam para a empresa, sob a forma de papelão. Segundo o responsável, a indústria tenta gerar o menor resíduo possível, através do reaproveitamento como é feito com os papelões. Empresa 2: A empresa que recolhe estes resíduos é a Sucataria Vitor de Ubá. Os resíduos não recicláveis são recolhidos uma vez por semana, enquanto os recicláveis são levados para o ferro velho quinzenalmente. A empresa considera o tolueno e o xileno como os produtos químicos mais perigosos. Diante desse fato, os funcionários são supervisionados periodicamente quanto ao uso dos equipamentos de proteção (EPI s). Para eles, uma medida de reduzir os resíduos gerados seria reaproveitar a embalagem do produto, como o caso do papelão. Entretanto, esse processo não é bem aceito pelos consumidores, pois os clientes exigem sempre uma embalagem nova (no caso de troca do produto). Empresa 3: O Recolhimento dos resíduos também é feito pela empresa Amaral e realizada duas vezes por semana. De acordo com os encarregados, a maneira de reduzir os resíduos seria a matéria prima chegar pronta à empresa. Um exemplo a citar seria a madeira, que já poderia vir pintada do fornecedor, o que geraria menos resíduos, como a tinta e os vernizes. CONCLUSÃO Através dos dados coletados com as pesquisas, podemos constatar que todas as empresas investigadas possuem um processo semelhante de tratamento e descarte dos resíduos gerados, estes estão de acordo com a legislação vigente.
5 5 Entretanto, é necessário uma maior preocupação de todos em minimizar a quantidade de resíduos gerados, pois o meio ambiente necessita de um melhor cuidado. Os resíduos sólidos, se descartados inadequadamente no ambiente, podem provocar alterações intensas no solo, na água e no ar, além da possibilidade de causarem danos a todas as formas de vida, trazendo problemas que podem comprometer as futuras gerações. Por isso as autoridades públicas e a sociedade civil devem se mobilizar para que o futuro não tenha sérios problemas, como a escassez da água e o excesso de lixo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ÂNGULO, S. C.; ZORDAN, S. E.; JOHN, V. M. Desenvolvimento sustentávele a reciclagem de resíduos na construção civil. PCC São Paulo f. Departamento Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica.Disponível em: Acessado em 16/10/2014. IBQP- Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Paraná. Análise dacompetitividade da cadeia produtiva da madeira no estado do Paraná.Curitiba f. IBQP. JOHN, V. M. Reciclagem de resíduos na construção civil contribuiçãoà metodologia de pesquisa e desenvolvimento. São Paulo, p.Tese Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. Disponível em: Acessado em 16/10/2014. LIMA, E. G., SILVA, D. A. Resíduos Gerados em indústrias de móveis de madeira situadas no polo moveleiro de Arapongas-PR. Revista Floresta, Curitiba, PR, v.35, n. 1, jan./abr MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2003.Disponívelem:< em 16/10/2014. OLANDOSKI, D. P. Rendimento, resíduos e considerações sobre melhorias no processo em indústria de chapas compensadas. Curitiba, Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná. SANTA RITA.L. P, SBRAGIA. P. R. Aglomerados produtivos: acordos de cooperação e alianças estratégicas como condicionantes para o ingresso de pme s moveleiras em um processo de desenvolvimento sustentado.
6 6 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a DEUS, em segundo lugaràequipe de pesquisa e à professora Tatiane Teixeira Tavarespelo auxílio e participação na realização deste trabalho, além da UEMG/Ubá, instituição que forneceu meios e oportunidade para execução da pesquisa.
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