EMPREGO FORMAL NO CEARÁ: UM ENFOQUE REGIONAL

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1 EMPREGO FORMAL NO CEARÁ: UM ENFOQUE REGIONAL

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3 MARDÔNIO DE OLIVEIRA COSTA EMPREGO FORMAL NO CEARÁ: UM ENFOQUE REGIONAL FORTALEZA IDT 2009

4 Estudo realizado pelo Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT) - Organização Social Decreto Estadual nº , de 03/07/98. Análise e Redação Mardônio de Oliveira Costa Apoio Técnico Geovane Sousa Pereira Editoração eletrônica e layout David Tahim Alves Brito Raquel Marques Almeida Rodrigues Revisão Regina Helena Moreira Campelo Normalização Bibliográfica Paula Pinheiro da Nóbrega Correspondência para: Instituto de Desenvolvimento do Trabalho - IDT Av. da Universidade, Benfica CEP Fortaleza-CE Fone: (085) Endereço eletrônico: idt@idt.org.br C837e Costa, Mardônio de Oliveira. Emprego formal no Ceará: um enfoque regional / Mardônio de Oliveira Costa. Fortaleza: IDT, p. 1. Emprego Formal. I. Título CDD:

5 Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT) Francisco de Assis Diniz Presidente Antônio Gilvan Mendes de Oliveira Diretor de Promoção do Trabalho Sônia Maria de Melo Viana Diretora Administrativo-Financeiro Leôncio José Bastos Macambira Júnior Diretor de Estudos e Pesquisas

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7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 9 1 DETERMINANTES DO CRESCIMENTO RECENTE DA ECONOMIA CEARENSE 13 2 A RECUPERAÇÃO DO EMPREGO FORMAL NO CEARÁ 21 3 A GERAÇÃO DE EMPREGO SEGUNDO AS REGIÕES ADMINISTRATIVAS 38 4 O PERFIL DO EMPREGO GERADO, POR REGIÕES E MUNICÍPIOS A questão de Gênero na Geração de Emprego O Perfil Etário dos Novos Empregos Novos Empregos e Escolaridade Exigida A Estrutura Setorial dos Novos Empregos O Perfil Salarial dos Novos Empregos Empregos Gerados por Famílias Ocupacionais 65 5 PRINCIPAIS CONCLUSÕES 71 REFERÊNCIAS 76 ANEXOS

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9 INTRODUÇÃO Nos anos 90 o Estado do Ceará deu um salto em seu potencial de desenvolvimento industrial. O Governo do Estado criou uma série de incentivos de atração às novas empresas, notadamente para o Interior, visando à descentralização da industrialização na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e da economia estadual. Este processo de desconcentração da atividade industrial trouxe para o Ceará empresas de médio e grande porte atualmente instaladas em diversos municípios, destacando-se que este processo tem continuidade no atual governo, sob a regência da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará (ADECE). Na mesma década, o país assistia a abertura da economia brasileira ao comércio internacional e ao fluxo internacional de capital, com forte ênfase nas privatizações e nas desregulamentações do processo econômico e da legislação trabalhista. A entrada de produtos importados, concorrendo de forma desigual com os produtos nacionais, refletiu-se num forte processo de reestruturação produtiva que, por conseguinte, alterou de forma drástica as relações de trabalho conhecidas e reduziu a capacidade de geração de emprego da economia nacional. Em outras palavras, assistiu-se uma desregulamentação e uma maior flexibilidade do mercado de trabalho nacional, especificamente, das relações trabalhistas, associadas à reduzida oferta de postos de trabalho. Em termos da industrialização do Interior do estado, ela é uma estratégia que visa principalmente contribuir para o aumento na geração de emprego e renda e incentiva o crescimento econômico descentralizado espacialmente. A chegada de uma nova empresa em uma cidade gera grande expectativa por parte dos trabalhadores que, obviamente, intensificam sua pressão sobre o mercado de trabalho. Como o desemprego é medido exatamente em função dessa pressão, as taxas de desemprego alcançam patamares mais elevados numa primeira instância, para declinarem em seguida. Por outro lado, o processo de reestruturação, pelo qual passou a empresa nacional, assim como os avanços

10 tecnológicos, requerem maior qualificação dos trabalhadores, e como se sabe, os trabalhadores, notadamente dos estados nordestinos, possuem um nível de qualificação insuficiente e baixa escolaridade, apesar de alguns avanços. Assim sendo, surge um descompasso entre a demanda e a oferta de emprego formal. Neste contexto, o mercado de trabalho sofreu profundas transformações em que as taxas de desemprego alcançaram patamares mais altos em decorrência de relações de trabalho cada vez mais precárias e da sensível diminuição das oportunidades de trabalho, dadas as menores taxas de crescimento econômico e a reduzida capacidade de geração de emprego, com incremento nos níveis de informalidade. Nos anos 2000, há uma mudança significativa de cenário. Aproveitando a conjuntura econômica internacional altamente favorável, a economia cresceu a taxas mais elevadas, que se fizeram acompanhar da ampliação do investimento, do crédito, do emprego, da massa de salários, do consumo, dentre outros. Assim, destacam-se os anos de 2004 e 2007, no caso do Brasil, e 2004, 2006 e 2008, no caso cearense, como os de maiores taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Diante dessa realidade, o mercado formal de trabalho no Estado do Ceará saiu de uma geração de 17 mil empregos, em 2000/2001, para 31 mil, em 2004, alcançando a marca de 41,4 mil novas vagas, em 2008, delineando uma tendência contínua de crescimento, o que resultou em estoques de empregos consistentemente crescentes. Embora tenha havido crescimento significativo do estoque de emprego e intensificação da formalização dos vínculos trabalhistas, ainda há um hiato muito grande entre a expansão do mercado de trabalho e o ritmo de crescimento da População Economicamente Ativa (PEA) estadual, estimada em 4,1 milhões de trabalhadores, dos quais, 285,7 mil são desempregados, segundo a PNAD Atualmente, o número de desempregados da RMF, estimado para abril de 2009, é de 210 mil pessoas, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), pesquisa realizada pelo Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), a partir de Convênio firmado entre a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE)/ Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE)/

11 Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) e o próprio Instituto. O cenário de desequilíbrio observado entre demanda e oferta de emprego formal sugere um amplo conhecimento do mercado de trabalho a fim de que se possa monitorar esse desequilíbrio e subsidiar políticas públicas voltadas ao aumento da capacidade de geração de empregos, e este conhecimento mais aprofundado se torna possível a partir do delinear do perfil do emprego formal no estado, avaliando sua evolução ao longo do tempo, identificando principalmente quem é o trabalhador que está se inserindo nesse mercado, qual o nível de salário ofertado, o grau de escolaridade exigido, quais os setores que mais têm gerado empregos, a possibilidade de ampliação do setor formal, detectando que regiões do estado têm sido beneficiadas com novos postos de trabalho, as mais penalizadas, etc. Com esse objetivo, o Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), por meio de sua Diretoria de Estudos e Pesquisas, elaborou o presente estudo, intitulado Emprego Formal no Ceará: Um Enfoque Regional, que tem como foco a análise do emprego formal gerado no Estado do Ceará, no quinquênio , ou seja, saber quantos empregos de fato foram criados no estado nesse interstício, como as novas vagas se distribuíram entre as áreas metropolitana e não-metropolitana e as vinte Regiões Administrativas do estado, se houve centralização regional das novas oportunidades de trabalho, detectar as áreas mais carentes de empregos, além de destacar os principais aspectos associados ao perfil das vagas que surgiram no mercado de trabalho formal do estado, em A partir de informações sobre o estoque de emprego, geradas com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), notadamente dos saldos de emprego (admitidos desligados), quantificados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), ambos Registros Administrativos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a partir das quais se fará uma avaliação quantitativa da criação de emprego formal no mercado de trabalho cearense, ao longo do quinquênio em apreço, esse estudo

12 também tem o propósito de investigar o perfil de trabalhador demandado pelos novos postos de trabalho do mercado formal do Estado do Ceará, Região Metropolitana de Fortaleza, área não-metropolitana e principais Regiões Administrativas (RA) do estado, em , subsidiando ações destinadas à melhoria dos níveis de ocupação e renda e à redução do impacto do desemprego no mercado de trabalho local, visando melhores condições de vida para a população. Partindo-se das dimensões estadual, metropolitana e não-metropolitana, a análise terá sequência em nível das RAs mais relevantes, para, a posteriori, adentrar na esfera municipal, com algumas considerações em nível de municípios de maior destaque, sempre focando as RAs mais relevantes em termos dos empregos gerados. Assim, considerar-se-á a subdivisão espacial do Estado do Ceará em 20 (vinte) RAs, optando-se por centrar a análise em nove delas, pois estas concentram a quase totalidade dos empregos criados no estado, em , além de serem integradas por 102 municípios, respondendo por 55% dos municípios cearenses. Visando este intento, o estudo em questão está estruturado, conforme descrito a seguir. Afora essa introdução, ele apresenta, na sequência, o módulo Determinantes do Crescimento Recente da Economia Cearense, enfocando notadamente a evolução do crescimento do PIB, comércio exterior e a atividade turística no estado. Em seguida, abordam-se aspectos da recuperação do mercado de trabalho formal, em nível de estado, Região Metropolitana de Fortaleza e área não-metropolitana. Essa mesma temática é desenvolvida no módulo seguinte, em nível de Região Administrativa e principais municípios cearenses. O próximo módulo destina-se à investigação do perfil exigido pelas novas oportunidades de trabalho criadas no Ceará, por regiões e municípios. Integram ainda o documento uma conclusão e um anexo estatístico, com informações mais detalhadas sobre aspectos diversos dos empregos gerados no estado, em

13 1 DETERMINANTES DO CRESCIMENTO RECENTE DA ECONOMIA CEARENSE O nível de atividade econômica no Estado do Ceará vem revelando uma tendência crescente, apresentando patamares do Produto Interno Bruto (PIB) estadual cada vez mais elevados, nos últimos cinco anos. De fato, em , em quatro dos cinco anos, o PIB local ampliou-se a taxas superiores a 4%, destacando-se 2006 e 2008, quando ocorreram taxas de crescimento de 8,0% e 6,5%, respectivamente, além dos 5,1%, de 2004, sendo que, em 2006 e 2008, o desempenho da economia cearense superou o observado para o Brasil como um todo. O Gráfico 1 demonstra que o ritmo de crescimento da economia cearense segue a evolução do desempenho da economia nacional, revertendo a tendência de queda, após 2002, mostrando recuperação consistente a partir de De outra forma, a performance da economia brasileira, nos anos recentes, influenciou positivamente a economia estadual, apesar de o Ceará ter uma participação de apenas 2% no PIB brasileiro. Gráfico 1 Taxas de Crescimento do PIB Brasil e Ceará Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em IBGE/IPECE.

14 Esse comportamento favorável da economia do Ceará se mostrou presente, nos diversos setores econômicos. Considerando-se os anos de 2006 a 2008, o PIB industrial cresce a taxas anuais pouco maiores do que 5%, a agropecuária apresenta uma evolução excelente, em 2006 e 2008, com expansões de 35,5% e 24,59%, apesar da retração de 11,68%, em 2007, e a atividade do setor serviços amplia-se um pouco mais que na indústria, com incrementos anuais de 6,5%, 5,8% e 5,2%, respectivamente. Segundo o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), em 2008, o bom desempenho da agropecuária foi devido ao crescimento das lavouras e a produção de frutas, leite e aves. Na indústria, as influências mais robustas vieram dos serviços industriais de energia, água e gás, da construção civil, que vem se expandindo desde 2004, e da indústria de transformação, destacando-se a indústria de produtos de metal, excluindo-se máquinas e equipamentos, e as indústrias de produtos químicos e de alimentos e bebidas. Nos serviços, são destaques os serviços de alojamento e alimentação e de intermediação financeira e a atividade do comércio. Em maiores detalhes, a Tabela 1 ilustra a contribuição dos diversos ramos de atividade na formação do valor adicionado cearense, ou seja, o valor do PIB subtraído os valores dos impostos líquidos de subsídios, destacando-se a indústria de transformação, comércio e serviços de manutenção e reparação, administração, saúde e educação públicas e atividades imobiliárias e aluguel.

15 Tabela 1 Participação das Atividades Econômicas no Valor Adicionado Bruto Estado do Ceará Atividades econômicas Participação (%) Agricultura, silvicultura e exploração florestal 5,8 4,7 3,8 5,1 Pecuária e pesca 2,6 2,3 2,3 2,2 Indústria extrativa mineral 0,7 0,6 0,7 0,8 Indústria de transformação 13,0 13,9 12,4 12,4 Construção 4,0 5,0 4,6 4,8 Produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto... 4,1 5,6 5,4 5,6 Comércio e serviços de manutenção e reparação 13,9 13,4 14,2 14,4 Serviços de alojamento e alimentação 2,2 2,0 2,2 2,1 Transportes, armazenagem e correio 4,2 4,1 4,2 4,0 Serviços de informação 3,3 3,1 3,4 3,2 Intermediação financeira, seguros e previdência complementar 5,9 4,7 5,3 5,2 Serviços prestados às famílias e associativos 2,7 2,8 2,8 2,3 Serviços prestados às empresas 3,6 4,5 4,7 3,6 Atividades imobiliárias e aluguel 9,0 8,9 8,9 8,6 Administração, saúde e educação públicas 20,8 19,7 20,3 21,1 Saúde e educação mercantis 2,6 2,9 3,3 2,9 Serviços domésticos 1,5 1,6 1,6 1,7 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: IBGE (2008b). O comércio exterior e o turismo também contribuíram para o fortalecimento da economia do estado. Quantificando-se as médias anuais de importação e exportação do estado, para os períodos e , observa-se que ambos os valores (US$ FOB) praticamente duplicaram: no primeiro caso, de US$ para US$ e, no segundo, de US$ para US$ , apesar das reduzidíssimas participações do Ceará nas importações e exportações brasileiras, de 0,90% e 0,65%, respectivamente, em É nítida a trajetória de crescimento tanto das importações, iniciada em 2006, quanto das exportações cearenses, incrementada desde 2003, o que fez com que a Conta Corrente de Comércio fosse duplicada, saltando de US$ 1,21 bilhão, em 2000, para US$ 2,84 bilhões, em 2008 Gráfico 2. A intensificação das importações, a partir de 2006, propiciou saldos negativos da balança comercial do Ceará, verificados no triênio Nesse aspecto, o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará observa que Embora a Balança Comercial tenha apresentado saldos negativos nos últimos três anos, os motivos são justificáveis, dado que as importações cresceram em ritmo mais acelerado que as exportações [...], em virtude das compras de bens de

16 capital efetuadas pelas empresas, que apostaram em crescimento da economia cearense nestes anos. (IPECE, 2009, p. 5). Segundo IPECE (2009), em 2008, os municípios cearenses com maior peso nas exportações do estado são: Fortaleza (19,2%), Maracanaú (18,2%), Cascavel (12,5%) e Sobral (10,8%), respondendo por 60,7% das exportações locais. No tocante às importações, ela é ainda mais concentrada em Fortaleza (47,4%), seguido de Caucaia (20,7%) e Maracanaú (15,9%). Gráfico 2 Evolução Anual da Balança Comercial Cearense Fonte: Secretaria de Comércio Exterior (Secex) / Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Nota: Em US$ FOB. Números da Secretaria de Turismo estadual (SETUR), explicitam que os principais indicadores do turismo cearense se apresentam cada vez mais significativos, decorrência de uma maior profissionalização do setor, conquista de novos mercados, esforços na captação de eventos para Fortaleza, promoção e marketing do estado, divulgação do Ceará em outros países, investimentos estrangeiros e estaduais, dentre outros. Nos últimos quatro anos, a demanda turística via Fortaleza passa de 1,969 milhão (2005) para 2,172 milhões de pessoas (2008), enquanto a demanda hoteleira varia de 1,046 para 1,152 milhão de turistas, no mesmo período, crescimento da ordem de 10%,

17 em ambos os casos. Por sua vez, a taxa de ocupação da rede hoteleira de Fortaleza apresenta os mais elevados níveis, nos anos de 2004 (65,5%) e 2005 (65,23%), chegando a 55,4%, em 2007, e 57,3%, em Concretamente, o impacto da atividade turística no PIB do estado 1 mostra-se em crescimento contínuo, saltando de 8% (2000/2001) para pouco mais de 11% (2005/206), sendo registrado um impacto de 9,8%, em 2008, mesmo porque a receita turística direta do estado, que foi de R$ 2,5 bilhões, em 2006, alcança R$ 2,9 bilhões, em Ao se abordar o crescimento econômico do estado, não se poderia deixar de mencionar os esforços governamentais em dotar o Ceará de uma infraestrutura propícia a tais investimentos (estradas, água, energia, serviços de comunicação etc.) e que dinamizem a economia cearense, como os desenvolvidos pela Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará (ADECE), no tocante à atração de investimentos de diversos matizes para o estado, mesmo porque somente a redução de impostos (incentivos fiscais) não é suficiente para tal. Nesse aspecto, de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), atendo-se à indústria de transformação, são estabelecimentos industriais no Ceará, em 2007, diante dos de 2000, um adicional de 40%, sendo que o estoque de emprego industrial varia de 143,6 mil (2000) para 208,1 mil ocupações (2007), uma variação de 45%, significando dizer que, em , a velocidade de crescimento do emprego superou a dos estabelecimentos. Dada essa contextualização, o PIB cearense, a preços correntes, passa de R$ 32,6 para R$ 46,3 bilhões, em , quando a economia estadual apresenta um crescimento acumulado de 18,5% (ano base 2002), 3,8 p.p acima do crescimento nacional (14,7%), chegando-se a um PIB per capita de R$ (2006) Tabela 2. Em 2008, o PIB do estado foi de R$ 56,9 bilhões, com um PIB per capita de R$ e uma variação anual de 6,5%, o que fez com que a economia do Ceará crescesse 29,74%, no quinquênio Esses números qualificam o Estado do Ceará como a terceira maior economia da 1 O impacto sobre o PIB é medido pela relação entre a Receita Turística Total e o PIB estadual.

18 Região Nordeste, atrás dos estados da Bahia e Pernambuco e, em termos das Capitais, Fortaleza classifica-se como a segunda maior economia nordestina, superada apenas por Salvador. Tabela 2 Indicadores macroeconômicos selecionados, no quadriênio Estado do Ceará Indicadores Macroeconômicos PIB (Valor corrente preços de mercado) Taxa de crescimento (%) 1,5 5,1 2,8 8,0 Taxa acumulada (%) (2002=100) 1,5 6,7 9,7 18,5 Valor Adicionado (preços básicos) Taxa de crescimento (%) 1,6 4,8 2,7 7,9 Taxa acumulada (%) (2002=100) 1,6 6,5 9,4 18,0 PIB Per capita (R$) Fonte: IBGE (2008b) e IPECE. Nota: PIB a preços de mercado inclui os impostos líquidos de subsídios. Já o valor adicionado exclui os impostos. (1) PIB em R$ milhões. (2) VA em R$ mil. Continuando o paralelo com Bahia e Pernambuco, com referência restrita às Capitais, há uma parcela muito significativa do PIB estadual em Fortaleza, participação essa ainda mais expressiva que as observadas em Salvador e Recife, embora todas elas estejam em declínio nos últimos anos. Passa de 26,95%, em 2002, para 24,93%, em 2006, no caso de Salvador, de 35,75% para 33,00%, em Recife e, em Fortaleza, a oscilação é de 49,88% para 48,67% do PIB estadual, respectivamente, isto é, quase metade do PIB do Ceará é produzida na Capital, uma constatação de suma importância para a explicação do elevado grau de concentração do emprego estadual na área metropolitana e/ou na Capital. Observar que a representação de Fortaleza é o dobro da de Salvador. Esse bom desempenho econômico favoreceu uma nova dinâmica à geração de emprego com carteira assinada no mercado de trabalho cearense, elevando o nível de formalização desse mercado e a respectiva massa salarial 2, o que, juntamente com a política de valorização do salário-mínimo do governo federal, impulsionaram o consumo doméstico, uma das variáveis fundamentais na explicação do crescimento econômico 2 No Brasil, a massa salarial vem apresentando incrementos anuais de mais de 6%, sendo de 6,4%, em 2006, 6,3%, em 2007 e 7,3%, em 2008.

19 nacional/estadual recente, acompanhado de investimentos crescentes 3 e das políticas de transferência de renda. Desde a crise da dívida externa ( ), o Brasil não mais tinha registrado um período tão longo de expansão dos investimentos como o verificado nos últimos cinco anos. (POCHMANN, 2009, p. 3). Pochmann (2009, p. 9) ainda enfatiza que, relativamente aos programas de transferências de renda, A base da pirâmide social brasileira conta atualmente com uma rede de garantia de poder de compra originária nos programas de transferências condicionadas de renda. O Bolsa Família destaca-se pelo universo de beneficiados em todo o País. Somadas as parcelas com benefícios previdenciários e assistenciais, o Brasil conta atualmente com 34,1% da população, sobretudo a de menor rendimento, protegida com algum mecanismo de garantia de renda [...]. Outro elemento importante foi a crescente oferta de crédito 4. Analisando a oferta de crédito no Brasil, em , com base em números do Banco Central, Sant Anna; Borça Junior e Araújo (2009, p. 2) destacam que nos últimos cinco anos, a oferta de crédito bancário no Brasil apresentou fortes taxas de expansão. [...] Entre 2004 e 2008, o crédito às pessoas físicas representou 32% do total de mercado no período. O segmento registrou a taxa mais elevada de crescimento médio no período, cerca de 31,5% a.a. contra 22,5% a.a. para as empresas e 18,6% a.a. para os segmentos rural e habitacional. Como resultante desse crescimento, a economia do Ceará intensificou a geração de emprego e renda no estado, inclusive com carteira assinada, elevando substancialmente a massa salarial, qualificando melhor esse mercado e contribuindo para minorar o desemprego local 5, embora estes empregos estejam ainda concentrados em algumas áreas privilegiadas. Portanto, nas seções seguintes, investiga-se onde se localizam 3 Segundo o Banco Central do Brasil, de 2004 a 2008, o investimento no país cresceu a uma taxa média anual de 10,1%, frente a -2,6%, em , e números do IBGE comprovam que a taxa de investimento na economia brasileira, medida pela relação Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF)/ Produto Interno Bruto (PIB), mostrou-se em declínio em , revertendo essa tendência em , quando alcançou 19% do PIB, em 2008, a maior taxa desde A oferta de crédito no Brasil duplicou de 22% do PIB, em 2002, para o patamar atual de 40%, chegando a 42,6%, em abr/09, o equivalente a R$ 1,25 trilhão, influenciando positivamente o desempenho da economia nacional. No Brasil, a oferta de crédito já alcançou o patamar observado antes da crise, ou seja, em set/09. 5 A taxa de desemprego no Ceará, ao longo dos anos 2000, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) (IBGE), atingiu valor máximo em 2003 (8,06%), declinando para 7,52% (2006) e 6,89% (2007), com 285,7 mil desempregados.

20 os empregos gerados no Estado do Ceará, em , fazendo breves considerações sobre a demanda atual de emprego no estado, isto é, o perfil exigido para as recentes oportunidades de trabalho que surgiram no estado.

21 2 A RECUPERAÇÃO DO EMPREGO FORMAL NO CEARÁ Inicialmente, deve-se conceituar estoque de emprego como a quantidade de postos de trabalho existentes nas empresas e nos órgãos públicos, ou seja, o número de vínculos empregatícios existentes no mercado de trabalho formal, constituído por celetistas e estatutários. Embora sabido que um trabalhador pode ocupar mais de um posto de trabalho, considerar-se-á estoque de emprego o total de empregados ou de empregos existentes, a fim de facilitar a compreensão e dar maior fluidez ao texto. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), utilizando-se de dados da RAIS, destaca que Nos dez últimos anos em que os dados da RAIS estão disponíveis período que se estende de 1998 a 2007 o mercado de trabalho formal no Brasil mostrou comportamento positivo na criação de empregos, [...] As taxas de crescimento indicam a abertura de 8,9 milhões de empregos formais após O mercado de trabalho brasileiro contava, em 1998, com 24,5 milhões de empregos formais. Este total elevou-se para 28,7 milhões em 2002, e chegou a 37,6 milhões em Desta forma, constata-se que cerca de 2/3 dos empregos da década foram criados entre (DIEESE, 2009, p. 3). Além do mais, segundo o DIEESE, essa evolução favorável do emprego veio acompanhada de uma recuperação do rendimento médio real dos trabalhadores e de ampliação da massa real de salários, fortalecendo sobremaneira o mercado interno nacional, o que contribuiu substancialmente para esses anos de crescimento da economia brasileira, notadamente desde De fato, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), no período 1995/1999, o saldo médio anual de empregos formais no Brasil foi negativo, com o fechamento de 323 mil empregos por ano; em 2000/2003, houve uma melhora para um saldo positivo médio de 664 mil empregos/ano, e em 2004/2008, a criação média anual de empregos formais mais do que duplicou para 1,4 milhão, sendo que foram gerados mil vagas, somente em 2008.

22 Esse volume de empregos gerados redundou em taxas de desemprego bem menores no país. Em estudo analisando o desemprego em vinte países, utilizando-se da taxa média anual de desemprego metropolitano no Brasil, gerada pela Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, Ambrozio (2009, p. 1) observa que Nos últimos anos, e até setembro de 2008, o ambiente macroeconômico brasileiro foi bastante favorável. Concomitante com a estabilidade de preços, o crescimento do PIB e do investimento se acelerou. Esse desempenho positivo se refletiu no comportamento do mercado de trabalho, com uma acentuada redução na taxa de desemprego. [...] Enquanto a taxa média de desemprego de 2003 foi de 12,3%, em 2007 esta foi reduzida para 9,3%, e recuou ainda mais em 2008, atingindo o valor de 7,9%. Assim, entre 2003 e 2008 houve uma queda significativa de 4,4 pontos percentuais na taxa de desemprego. Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), esse comportamento positivo também é uma realidade no Estado do Ceará, na medida em que o estoque de emprego formal cearense evoluiu de 645,5 mil, em 1998, para 1,06 milhão de empregos em 2007, com uma tendência nitidamente crescente, propiciando um incremento médio de 46,0 mil empregos/ano e, além do mais, com um ritmo de crescimento que ultrapassou o constatado em nível nacional, evolução que foi fortalecida no triênio , alcançando o diferencial de 13 p.p., em 2007, em favor do emprego cearense. Considerando 1997 como ano-base, o estoque do Ceará é ampliado em 69,1% e o nacional, em 56,0%. Foram gerados no estado 413,9 mil empregos formais, em 1998/2007, dos quais, 234,3 mil, em 2004/2007, o equivalente 56,6% de todo o emprego gerado na citada década. Vide Gráficos 3 e 4. Observar que o Ceará responde por 16% do emprego formal do Nordeste, assumindo a terceira colocação no ranking nordestino, sendo superado pelos estados de Pernambuco e Bahia, e que a participação da Região Nordeste no estoque nacional vem crescendo lentamente, de 16,6% (1998) para 17,5% (2007).

23 Gráfico 3 Estoque de Emprego Formal Estado do Ceará Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/RAIS Gráfico 4 Evolução do Índice de Emprego no Brasil e Ceará Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/RAIS

24 Conforme já explicitado, de acordo com o CAGED, os números do emprego com carteira assinada também demonstram que, no Brasil, houve uma retomada do emprego com carteira assinada, sobretudo a partir de 2004, observada em todas as regiões do território nacional, em que foram gerados apenas 664,130 mil empregos, em , número duplicado para 1,3 milhão, em , atingindo 1,5 milhão, em Analisando os fluxos de admissões e desligamentos ocorridos no mercado de trabalho formal brasileiro, Ambrozio (2006, p. 1) cita que Entre 1996 e 1999, o número de desligamentos superou o de admissões em todos os anos, resultando em uma destruição líquida de cerca de 1 milhão de postos de trabalho. Desde então, esse processo foi revertido. Em todos os anos entre 2000 e 2005, os saldos líquidos de empregos [...] foram crescentemente positivos. Tal qual o verificado em nível nacional, a geração de empregos formais no Ceará apresentou uma significa recuperação, em , em que o número de trabalhadores admitidos superou o de desligados em todos os anos desse interstício, propiciando saldos positivos de emprego e com uma tendência também crescente, delineando uma nova dinâmica na geração de emprego no estado, notadamente nos últimos dois anos (2007/2008), fruto da evolução da economia cearense, que apresentou taxas de crescimento do PIB mais robustas, essencialmente em 2007 e Nesse contexto, a conjuntura econômica nacional/internacional favorável, a retomada dos investimentos, o fortalecimento do mercado interno e a ampliação da elasticidade emprego do produto foram fatores decisivos. Vide Gráfico 5, em que se destacada a evolução anual da geração de emprego no Ceará. No triênio , o saldo de emprego cearense, diferença entre o número de empregados admitidos e desligados, que traduz o total de empregos que são criados na economia, foi de apenas 2,4 mil postos de trabalho, resultado ampliado expressivamente para 65,7 mil novos empregos, em , 64,4 mil, em 2005/2006 e 81,2 mil, no biênio Outro aspecto que reforça a assertiva é que, ao se considerar o resultado para cada dois anos, se no biênio o número de novos empregos foi de 49,9 mil, em , esse número saltou para 64,4 mil vagas com carteira assinada, alcançando 81,2 mil empregos, em 2007/2008. No período estudado ( ), o total

25 de empregos gerados foi de nada menos do que 176,9 mil empregos celetistas, segundo o CAGED. Complementarmente, em termos médios anuais, a geração de empregos no estado foi de 21,1 mil novos empregos, em 2000/2003, 31,9 mil, em 2004/2006, atingindo 40,6 mil empregos/ano, em 2007/2008, números que ganham mais relevância ao se constatar que o saldo médio anual foi de apenas 1,4 mil empregos, em 1995/1999, resultado inconteste da mudança de patamar da capacidade de geração de empregos da economia do Ceará, resultante de uma conjuntura econômica nacional e internacional bastante favorável. Em , a média chegou a 35,4 mil empregos/ano Gráfico 5. Gráfico 5 Número de Empregos Formais Gerados Estado do Ceará Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/CAGED Mesmo nessa conjuntura favorável ao emprego, observa-se que uma característica do mercado de trabalho brasileiro e, em particular, do cearense, é a facilidade com que os empregados são contratados e demitidos, viabilizando altas taxas de rotatividade de mão-de-obra, com consequências danosas ao trabalhador, em que se destacam aspectos correlacionados à qualificação/experiência profissional e à ascensão na

26 empresa. No período , foram quantificados, via CAGED, 1,4 milhão de admissões e 1,2 milhão de desligamentos, para um saldo de 176,9 mil novos empregos, no Estado do Ceará, significando dizer que admissões e desligamentos assumem valores significativamente maiores que o saldo de emprego Tabela A.1, anexa. De fato, o total de trabalhadores admitidos em é quase oito vezes maior que o saldo de emprego do quinquênio e, os desligamentos superam o mesmo saldo em quase sete vezes. De outra forma, o saldo observado equivale a 12,85% das admissões e a 14,75% dos desligamentos, demonstrando que a movimentação de trabalhadores é intensa para o número de empregos gerados na economia local. Outra característica de natureza estrutural desse mercado é a forte concentração das demissões entre os trabalhadores com menos tempo no emprego, independente do ciclo econômico ser de crescimento ou não. A Tabela 3 apresenta números de desligamentos no estado, segundo o tempo no emprego, relativos ao quinquênio , em que esta constatação é notória, posto que, nos últimos cinco anos, a parcela dos desligados com contrato de até um ano de trabalho cresceu de 53,59% (2004) para 55,87% (2008), de forma contínua, e, nesse intervalo de tempo, chega-se a uma participação média de 54,21% dos desligamentos nessa faixa. Na segunda colocação, tem-se a faixa de mais de um a dois anos, com uma representação muito inferior, de 17,69%, equivalente a 1/3 da representatividade da faixa anterior. Em absolutos, ocorreram 304 mil desligamentos no Ceará, em 2008, dos quais, 169,9 mil eram trabalhadores na faixa de até um ano no emprego. Tabela 3 Desligamentos segundo o Tempo de Emprego Estado do Ceará Tempo de Ano emprego Até 1 ano De 1 até 2 anos De 2 até 3 anos De 3 até 5 anos De 5 até 10anos Mais de 10 anos Ignorado Total Fonte: MTE/CAGED

27 Esta característica deve ser estendida para os mercados de trabalho das diversas Regiões Administrativas (RA) do estado, tais como: a RA 10, onde a faixa de até 1 ano de emprego contempla 71% dos desligados; as RAs 1, 8, 12 e 19, com 55% e as RAs 16, 6, 5 e 2, com 48% dos desligados, nesse intervalo de tempo. Mais detalhes na Tabela A.12, anexa. Uma terceira característica do mercado de trabalho nacional ou local, que pode ser destacada, é que, por trás dessa movimentação intensa de trabalhadores, há uma prática empresarial que visa reduzir os gastos com salários, ou seja, de modo geral, demitem para contratar trabalhadores com menores remunerações. Isto é confirmado pelo exposto no Gráfico 6, o qual apresenta os valores anuais da relação entre os salários médios nominais de admitidos e desligados, para o Brasil e Ceará, nos anos de , segundo o CAGED, em que o salário médio foi obtido pelo quociente da massa salarial pelo número de admitidos, no primeiro caso, e pelo número de desligados, no segundo. As Tabelas A.5 e A.6, anexas, trazem alguns elementos sobre o tema. Nesse aspecto, três conclusões são muito ilustrativas dessa realidade: 1. como todos os valores dessa relação são menores que a unidade, conclui-se que os salários de admissão são inferiores aos salários dos desligados, ou seja, os mais recentemente contratados têm um nível de remuneração inferior aos demitidos anteriormente; 2. a partir de 2003, há um movimento de redução dessa diferença, para um patamar de maior igualdade salarial entre os admitidos e os demitidos, no Brasil e no Ceará, isto é, a prática de substituição de empregados com maiores salários por outros com salários mais baixos tem perdido força em decorrência dos reajustes reais de salário, da maior demanda de mão-de-obra, maior lucratividade das empresas, elevação da formalização das relações de trabalho, do crescimento econômico, etc., e 3. no Ceará, esse diferencial é um pouco menor que a média nacional, na maioria dos anos analisados, possivelmente em decorrência da concentração mais vigorosa dos salários, nas faixas inferiores da distribuição, apesar do nível de remuneração inferior à media nacional, indício de que há uma maior equidade salarial entre os desligados e os novos contratados no mercado de trabalho formal do Ceará, mesmo que nivelados por baixo.

28 Esclarecendo um pouco mais essa relação, por exemplo, o valor de 0,92 de 2008, comum ao Brasil e Ceará, deve ser interpretado da seguinte forma: em média, aos trabalhadores contratados são ofertados salários equivalentes a 92% dos salários detidos pelos trabalhadores que estão saindo do mercado. Em 1998, tais valores eram de 0,85, para o Brasil e de 0,86, para o Ceará. Portanto, essa redução foi propiciada pela conjuntura de vários anos de crescimento econômico observados no transcorrer de , nacional ou estadualmente falando. Relativamente a essa temática, em estudo sobre a remuneração do emprego industrial no Brasil, considera-se que esta constatação [...] trata-se de resultado até certo ponto esperado, uma vez que usualmente os trabalhadores desligados encontram-se na empresa há algum tempo, sendo mais experientes que os admitidos. Além disso, entre os desligados, há trabalhadores que estão se aposentando e, portanto, recebendo o máximo de sua carreira profissional. Há, ainda, a possibilidade das empresas estarem praticando rotatividade com a intenção de reduzir o custo da mão-de-obra. (MACAMBIRA, 2006, p. 111). Gráfico 6 Evolução da Relação entre os Salários Médios Nominais de Admitidos e Desligados Brasil, Ceará Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/CAGED

29 Atendo-se ao aspecto espacial, considerando inicialmente números da Relação de Informações Sociais (RAIS), que quantificam o total de empregados celetistas e estatutários, o estoque de emprego do Ceará evoluiu de 645,5 mil (1998) para 1,1 milhão de empregos (2007), o equivalente a uma taxa de crescimento médio anual de 5,66%, com um incremento médio de 46 mil empregos/ano, como já mencionado. Na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), o estoque cresceu de 475,3 mil para 701,5 mil empregos e, na área não-metropolitana, de 170,2 para 357,9 mil, em idêntico período, com taxas de crescimento anuais de 4,42% e 8,61%, respectivamente, ou seja, o total de empregos celetistas e estatutários, no Interior do estado, cresceu quase duas vezes mais rápido. Quantificando os empregos adicionais/ano, constatam-se, em média, 25,1 mil novos empregos na RMF e 20,9 mil, no Interior cearense Tabela 4. Dessa forma, o emprego formal no Ceará apresentou uma tendência consistentemente positiva, independente de área geográfica, sendo que, desde 2003, aproximadamente, 67% do emprego formal localiza-se na RMF, apesar de esta ter perdido espaço para a área não-metropolitana, na medida em que a fração do emprego na RMF declina de 73,63% (1998) para 66,22% (2007). Tabela 4 Estoque de Emprego, segundo Regiões Estado do Ceará Regiões Anos Área Nãometropolitana Ceará RMF RMF/Ceará , , , , , , , , , ,22 Fonte: MTE/RAIS Portanto, segundo a RAIS, houve uma evolução favorável do emprego (celetista e estatutário), independente da área geográfica, mas, na região interiorana do Ceará, este cresceu mais rapidamente, apesar de ter gerado menos empregos, em termos absolutos.

30 Isto implicou em uma maior participação do Interior no estoque de emprego estadual, que variou de 26,37% (1998) para 28,32% (2000), alcançando 33,78% (2007). Mesmo assim, o emprego formal do estado ainda se apresenta muito concentrado na RMF dado que, em , para cada emprego gerado no Interior, dois eram originados na área metropolitana, diante dos 2,3 empregos, em Quanto à distribuição espacial dos empregos gerados, considerando agora os saldos de emprego via CAGED, os quais são restritos aos contratos celetistas, como já citado, o cenário já delineado para o Ceará é altamente favorável. Quanto à RMF, esta foi contemplada com 59,38% dos novos empregos criados no Ceará, em , percentagem elevada para 72,87%, em , atingindo a marca dos 82,94%, em , mesmo porque o emprego na RMF evolui em proporções anuais crescentes no bimestre , conforme Tabela 5 a seguir. De fato, os anos de 2005 (25,1 mil novos empregos) e 2008 (37,3 mil empregos a mais) foram aqueles em que a RMF foi mais beneficiada com as novas oportunidades de trabalho, notadamente em 2008, ratificando, uma vez mais, a concentração do emprego na região. A título de ilustração, em termos médios anuais, foram gerados 40,6 mil postos formais de trabalho no estado, dos quais, nada menos que 33,7 mil estavam localizados na RMF (82,94%), no biênio Especificamente em 2008, foram gerados 41,4 mil empregos celetistas no Ceará, sendo que apenas 4,2 mil se localizavam no Interior, ou seja, de cada 10 empregos criados no estado, somente 1 era destinado ao interior cearense. Em 2005, esta relação era de 5,4 para 1, e, em 2007, de 4 para 1. Essa concentração cada vez maior do emprego celetista, na área metropolitana, é um fenômeno nacional, não um privilégio da RMF, conforme demonstram os números do CAGED, relativos às regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém. Nas palavras de Ambrozio (2006, p. 5), [...] a participação dessas regiões foi decaindo entre 2000 e 2002, passando de quase 47% para menos de 30%. Entretanto, desde então a geração líquida de emprego nas metrópoles se deu de forma mais rápida que no restante da

31 economia. Em 2005, essa participação já era novamente superior a 45%, só que sobre uma base de empregos gerados muito superior à de Atualizando esses dados para o triênio 2006/2008, têm-se: 45,9% (2006), 45,5% (2007) e 46,8% (2008), ou seja, desde 2005, mais de 45% do emprego formal gerado no país localizam-se nas metrópoles brasileiras, concentração esta que foi intensificando-se, paulatinamente, até atingir a proporção de quase 47% do saldo de emprego nacional. Por conseguinte, com relação ao saldo de emprego cearense, o nível de centralização na RMF é bem mais expressivo que a média observada no mercado de trabalho metropolitano do país. Consequentemente, a participação do emprego celetista na área nãometropolitana do estado é declinante, saindo de 35,29% (2000) para apenas 10,09% (2008), número preocupante, mesmo porque a média anual de empregos criados na área não-metropolitana passou de, aproximadamente, 8,6 mil ( ) para 6,9 mil, em Tabela 5 - Empregos Formais Gerados Estado do Ceará e RMF Ano Estado do Ceará RMF Razão RMF/Estado ,71% ,01% ,94% ,23% ,46% ,33% ,46% ,67% ,91% Fonte: MTE/CAGED Essa aparente contradição entre os números da RAIS e do CAGED encontra justificativa no emprego estatutário, que cresceu substancialmente no Interior cearense, nos anos recentes, fazendo com que o emprego, segundo a RAIS, aumentasse mais fora da área metropolitana. Mas, fato é que o emprego com carteira tem contemplado sobremaneira a RMF, em detrimento do Interior do estado, conforme demonstram os saldos de emprego do CAGED, já analisados e apresentados no Gráfico 7, que propiciam uma visualização muito transparente da dimensão da concentração do emprego formal na

32 RMF. Observar que, considerando-se o total de empregos com carteira assinada, gerados no quinquênio , aproximadamente 78% deste foi destinado à RMF. Gráfico 7 Empregos Gerados segundo Regiões Selecionadas Estado do Ceará Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/CAGED Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, em 2007, o Ceará detinha uma População Economicamente Ativa (PEA) (ocupados e desocupados) de 4,1 milhões de trabalhadores, enquanto fora da RMF, entenda-se na região interiorana, este contingente populacional foi estimado em 2,4 milhões, ou seja, a PEA não-metropolitana do estado correspondia a 58% da PEA estadual. Sob esse prisma, a destinação de quase 25% dos empregos formais gerados em 2007 para o Interior, segundo o CAGED, mostra-se baixa, devendo ser implementadas ações que elevem esse percentual, de forma a aumentar as oportunidades de trabalho no Interior e, acima de tudo, a sua qualidade, reduzindo os altos níveis de pobreza, informalidade e precarização do mercado de trabalho, nessa região.

33 Enfim, os números citados ilustram que houve uma ruptura no ritmo de ampliação do emprego formal no estado entre e os anos 2000, notadamente, em , e esta ocorreu de forma descentralizada, sendo gestada em diversos setores de atividade, conforme ilustrado a seguir, cabendo ao Interior do estado parcelas cada vez menores dos empregos formais que surgiram na economia cearense, tendência esta que precisa ser revertida para diminuir os níveis de informalidade do mercado de trabalho no Interior e minimizar o descompasso entre oferta e demanda de trabalho na área não-metropolitana do Ceará. Oportuno lembrar que o trabalho possui uma dimensão social que ultrapassa a econômica. Retomando a citada mudança na dinâmica da geração de emprego no Ceará, considerando-se o quadriênio , conforme Tabela 6, esta foi impulsionada pelo maior número de empregos criados nos serviços (52,3 mil), comércio (41,3 mil) e indústria de transformação (31,3 mil), com participações de 35,91%, 28,38% e 21,47% no total das 145,6 mil novas oportunidades de emprego formal no estado, respectivamente, respondendo por 86% dos empregos gerados. Uma constatação importante é que, exceto a indústria de transformação, em 2001, quando foram eliminadas 1,5 mil vagas, esses três setores de atividade mostraram saldos de empregos positivos em todos os anos do interstício 2000/2008. Por outro lado, a evolução recente do emprego formal cearense demonstra que os melhores anos estão associados a períodos de maior crescimento do PIB, tais como 2004, 2007, quando a economia cearense cresceu a taxas próximas a 5%, e 2008 (6,5%), segundo o IPECE. Os anos de 2004 e 2007 foram aqueles que registraram os maiores saldos de emprego na indústria de transformação, isto é, o setor com a maior geração líquida de empregos, com 12,1 mil e 13,3 mil empregos adicionais. Observar ainda que, apesar de positivos, os saldos da indústria de transformação apresentam-se menores, caindo de 19 mil empregos ( ) para 16,6 mil ( ) e 11,2 mil, em , significando dizer que o setor vinha gerando cada vez menos empregos no Ceará, apesar de o número de contratações ainda superar os desligamentos. No bimestre , há uma reversão de tendência, quando os números do emprego industrial sinalizam

34 uma recuperação, com 20 mil empregos adicionais no biênio, superando o resultado de e atingindo quase o dobro do constatado em 2005/2006 Tabela 6. Em e , os empregos gerados na indústria de transformação superaram o comércio, fruto da recuperação do emprego industrial, notadamente em 2002 e 2004, quando surgiram mais de 12 mil vagas formais/ano na indústria de transformação cearense. Esta situação foi invertida em e , mas apenas em valores absolutos, pois a participação do emprego industrial apresenta novo alento, saltando de 17,39% ( ) para 24,71% ( ) do total de empregos gerados, enquanto a fração do comércio se estabilizou no patamar de 28%, empregando mais que o setor industrial. Tabela 6 Empregos Formais Gerados, por Setor de Atividade Estado do Ceará Setor de atividade Extrativa Mineral Ind. Transformação Serv. Ind. Útil. Pública Construção Civil Comércio Serviços Administração Pública Agropecuária Outros Total Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/CAGED Destaque-se que o total de empregos gerados na indústria de transformação quase duplicou, evoluindo de 11,2 mil ( ) para 20 mil empregos ( ). Os números do comércio são: 18,5 mil e 22,8 mil novos empregos, respectivamente. Deveras importante também foi a recuperação do emprego na construção civil, iniciada em e mantida no biênio seguinte, minimizando, sobremaneira, os saldos negativos de Na realidade, a construção civil registrou saldos negativos, nos três primeiros períodos ( , e ), sendo que o encolhimento desse mercado foi mais forte em , com o fechamento de quase 5 mil vagas. Acompanhando o ritmo de crescimento da economia cearense dos

35 últimos quatro anos, este setor apresentou 12 mil novas vagas no período (8,27% do emprego gerado), sendo 5,2 mil, em , e 6,9 mil, em , conforme Tabela 6. Assim como a construção civil, a administração pública reforçou a geração de empregos formais, invertendo sua tendência de queda, observada em , com a criação de 2,6 mil empregos formais, no biênio Na realidade, os dois últimos anos foram os melhores em termos de emprego formal na administração pública cearense, desde O setor de serviços, por sua vez, mesmo conservando a primeira colocação no ranking dos maiores empregadores, mostrou discreto crescimento no seu saldo de emprego, posto que, em , criou 25,6 mil empregos e, em , 26,6 mil, fazendo com que sua contribuição no saldo global do estado declinasse de 39,80% para 32,83% - Gráfico 8. Gráfico 8 Participação dos Principais Setores Econômicos no Total de Empregos Gerados no Ceará Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/CAGED Quanto à agropecuária, este setor tem contribuído cada vez menos para a formalização do emprego no Ceará, no transcorrer dos anos Sua participação relativa

36 no saldo global foi de 7,10%, em , oscilou em torno de 5%, em , e chegou a 1,93%, em , quando gerou apenas 1,6 mil novos empregos com carteira assinada. Portanto, com raras exceções, os saldos setoriais de superam os observados em , os quais são maiores que os de , demonstrando o grau de sustentabilidade do processo de geração do emprego no Ceará nesses últimos anos. Apesar da geração líquida de emprego positiva em todos os setores econômicos, devem ser destacadas as performances do comércio, da indústria de transformação e da construção civil como os setores econômicos que mais contribuíram para a formalização do mercado de trabalho cearense, nos anos 2000, de acordo com a velocidade de crescimento do emprego. No comércio, esse comportamento é crescente, em termos absoluto e relativo, alcançando 28% dos empregos gerados no estado; o emprego na construção civil experimentou forte recuperação, nos últimos quatro anos; e a indústria de transformação teve o seu melhor momento, em 2007, com 13,3 mil novos empregos, ampliando seu peso para 24,71% ( ), embora aquém do observado em Informações complementares sobre o estoque de emprego, por setor de atividade econômica, para o estado e área não-metropolitana, constam na Tabela A.3, anexa. Quanto ao porte dos estabelecimentos, que geraram o saldo estadual de 176,9 mil novos empregos, os números do CAGED demonstram muito claramente a marcante presença dos estabelecimentos de até quatro empregados, onde foram criadas 148,4 mil novas ocupações, uma representação média de aproximadamente 84%. Considerando-se as representações anuais isoladamente, o conjunto dos estabelecimentos com até quatro empregados teve uma participação relativa na geração de emprego do estado de um mínimo de 76% (2004), a um máximo de 90% (2006), passando por algo próximo a 88%, em 2005 e 2008, uma hegemonia indiscutível e tácita.

37 Por outro lado, as empresas com 500 ou mais empregados geraram 8,3 mil postos de trabalho, no quinquênio já citado, representando apenas 4,7% dos novos empregos. Conclui-se, portanto, que para cada emprego gerado pelas empresas com 500 ou mais empregados, aquelas com até quatro empregados geraram quase 18 empregos. Daí a importância das microempresas para a economia local, no tocante à geração de emprego e renda no estado. Pormenores adicionais podem ser vistos na Tabela A.1, anexa.

38 3 A GERAÇÃO DE EMPREGO SEGUNDO AS REGIÕES ADMINISTRATIVAS Nesse estudo, para os fins analíticos, optou-se por considerar como espaços geográficos as 20 (vinte) Regiões Administrativas (RA) do Estado do Ceará, conforme ilustrado a seguir: Região Metropolitana de Fortaleza - Região Administrativa 1 Macrorregião do Litoral Oeste - Regiões Administrativas 2, 3 e 4 Macrorregião de Sobral/Ibiapaba - Regiões Administrativas 5 e 6 Macrorregião Sertão Central - Regiões Administrativas 7, 12 e 14 Macrorregião de Baturité - Região Administrativa 8 Macrorregião Litoral Leste/Jaguaribe - Regiões Administrativas 9, 10 e 11 Macrorregião Sertão dos Inhamuns Regiões Administrativas 13 e 15 Macrorregião Cariri Centro Sul - Regiões Administrativas 16, 17, 18, 19 e 20. Para visualizar os municípios integrantes de cada RA, vide Quadro 1, anexo. Analisando-se os saldos de emprego por RA, percebe-se inicialmente, e uma vez mais, uma fortíssima concentração da geração de empregos na RA 1, ou seja, na RMF, composta por treze municípios, dado que, do total de quase 177 mil empregos gerados no estado, em , nada menos do que 137 mil estão localizados na RMF, ou seja, 77,48% do saldo total, sendo sua participação no saldo estadual crescente, no triênio , passando de 65,46% (2006) para 89,91% (2008), um indicativo de que o quadro de centralização do emprego na RMF agravou-se recentemente. Além do mais, foram mais de 1 (um) milhão de trabalhadores admitidos e 910 mil desligados na RMF, com parcelas de 76% no resultado estadual de admissões e desligamentos, ou seja, algo em torno de 76% do mercado de trabalho celetista do Ceará está concentrado na RMF Tabela A.8, anexa.

39 Assim, a RA 1 assume, com vantagem, a primeira posição como a mais contemplada com os novos empregos gerados no Ceará, no período citado. Essa ampla folga é justificada pelo fato de que à segunda colocada (RA 19) coube apenas a parcela 3,99% do saldo global (mais de 7 mil empregos), em que seu peso no saldo do estado declina de 5,85% (2005) para 2,66% (2008), e a terceira posição é assumida pela RA 10, com 3,92% do saldo global e quase 7 mil novos empregos. Portanto, as três RAs em que se verificaram os maiores saldos foram as Regiões Administrativas de número 1, na RMF, 19, na Macrorregião Cariri Centro Sul, e 10, na Macrorregião Litoral Leste/Jaguaribe, onde estão localizados 85,39% dos empregos criados no estado, em Para se entender um pouco melhor essa concentração, o IPECE divulgou números da economia da RMF, em 2006, quando o seu PIB chegou a R$ 29,5 bilhões, respondendo por nada menos que 63,61% do PIB estadual, e mantida essa participação, a economia da RMF deve ter gerado uma receita de, aproximadamente, R$ 36,2 bilhões, em 2008, dado que o PIB estadual chegou a R$ 56,93 bilhões. Na sua composição setorial, a agropecuária fica com 0,86%, a indústria, 26,72%, e os serviços, 72,42%. Adicionalmente, dentre as quinze maiores economias cearenses, nove estão na RMF e somente o município de Fortaleza responde por pouco mais de 76% do PIB da RMF e 49% do PIB do Ceará, e em termos das capitais nordestinas, Fortaleza é a segunda economia da região. Em virtude dessa concentração, para se definirem as RAs com maiores saldos de emprego, optou-se como ponto de corte um saldo mínimo de 2 mil empregos, em , um corte arbitrário, mas, a partir de uma análise dos saldos individuais de todas as vinte RAs, possibilitou-se listar as RAs que ocupam as nove primeiras posições no ranking, as quais representam 96,32% dos empregos formais adicionais e 54% dos municípios cearenses, além de propiciar uma análise espacial detalhada do emprego no Ceará, pois elas representam quase metade das vinte RAs do estado e, ao se considerarem somente oito dessas RAs, excluindo a RMF, elas detêm 86,49% do emprego nãometropolitano do estado. Dada essa realidade, essas RAs constituirão o foco central dessa

40 análise, as quais, segundo a relevância na geração de emprego, compõem a lista a seguir: RA 1, RA 19, RA 10, RA 6, RA 8, RA 2, RA 5, RA 12 e RA 16. Observar que enquanto estão nessa lista a RA 1, que conforma toda a área metropolitana de Fortaleza, as RAs 5 e 6, que constituem toda a Macrorregião de Sobral/Ibiapaba e a RA 8, ou a Macrorregião de Baturité, nenhuma das duas RAs da Macrorregião Sertão dos Inhamuns está presente e as demais Macrorregiões foram contempladas com apenas uma de suas RAs, como no caso das Macrorregiões do Litoral Oeste (RA 2), Sertão Central (RA 12), Litoral Leste/Jaguaribe (RA 10) e Cariri Centro Sul (RA 19). Para acessar o número de empregos criados em cada RA, em , assim como a posição de cada uma delas no ranking do emprego estadual, vide Tabela 7. Sobre número de admissões e/ou desligamentos, em cada uma das RAs, vide Tabela A.8, anexa. No extremo oposto, qualificadas como as RAs onde foram gerados menos empregos com carteira assinada, no quinquênio em apreço, estão: RAs 3 e 4 (Macrorregião do Litoral Oeste), RAs 7 e 14 (Macrorregião Sertão Central), RAs 9 e 11 (Macrorregião Litoral Leste/Jaguaribe), RAs 13 e 15 (Macrorregião Sertão dos Inhamuns), e RAs 17, 18 e 20 (Macrorregião Cariri Centro Sul), com um total de apenas 6,5 mil novos empregos no período, uma participação irrisória de 3,68% do saldo estadual, lembrando que estas são constituídas por 85 municípios, um representação de 46% dos municípios do estado. Dentre elas, o quadro mais agudo é observado nas RAs de número 15 (226 novos empregos), 11 (38 empregos) e, na última colocação, a RA 18, onde ocorreu o fechamento de três postos de trabalho com carteira, no transcorrer desses cinco anos. Constituem a RA 15, pertencente à Macrorregião Sertão dos Inhamuns, os municípios de Tauá, Arneiroz, Parambu, Aiuaba e Quiterianópolis. Na RA 11, localizada na Macrorregião Litoral Leste/Jaguaribe, têm-se: Iracema, Jaguaretama, Jaguarubara, Juaguaribe, Pereiro, Potiretama e Ererê e, na RA18, pertencente à Macrorregião Cariri Centro Sul: Crato, Altaneira, Antonina do Norte, Assaré, Campos Sales, Nova Olinda, Santana do Cariri, Araripe, Potengi, Saboeiro, Salitre e Tarrafas. Dessa forma, de modo geral, estes municípios compõem a lista dos mais penalizados pela deficiente criação de

41 empregos com carteira assinada, em suas respectivas RAs, em Em outras palavras, para estes, o crescimento econômico do estado, nos últimos anos, não se traduziu em mais empregos e renda. Assim sendo, tais RAs deveriam ser alvos prioritários das ações de combate à pobreza do governo estadual, programas de transferência de renda e de fomento à agricultura familiar do governo federal, incentivo ao autoemprego, dentre outras que venham a possibilitar o acesso da população ao mercado de trabalho e melhorar os indicadores de pobreza. Tabela 7 Empregos Formais Gerados, por Região Administrativa Estado do Ceará Região Ano Total Ranking RA RA RA RA RA RA RA RA RA RA RA RA RA RA RA RA RA RA RA RA Total Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/CAGED Nessa etapa do presente estudo, detalha-se como o emprego está diluído nos municípios, atendo-se às nove RAs principais, em que são enfatizadas algumas concentrações do emprego em certas RAs. Portanto, como se ilustra a seguir, em termos da distribuição do emprego formal no estado, constatam-se dois tipos de concentração: uma em nível de poucas RAs, e outra, na situação privilegiada de alguns municípios, nas diversas RAs.

42 Na RA 1 (RMF), com treze municípios e um saldo de 137,0 mil empregos gerados, em , seis municípios concentram 130,8 mil empregos (95,50%), quais sejam: Fortaleza, com 108,5 mil empregos (79,17%), Maracanaú (6,5 mil empregos e uma participação relativa de 4,76%), Eusébio (6,4 mil e 4,66%), Horizonte (4,3 mil e 3,17%), Aquiraz (2,9 mil e 2,12%) e Caucaia (2,2 mil e 1,62%). Muito claramente, se o emprego estadual é muito concentrado na RMF, o emprego da RMF mostra-se muito centralizado na Capital. Na RA 19, com seis municípios e um saldo de 7,1 mil empregos gerados, em , dois deles concentram 6,9 mil empregos (98,05%), quais sejam: Juazeiro do Norte, com 6 mil empregos, com um percentual de 85,26% do estoque da RA, e Barbalha, cujos números são 902 e 12,79%, respectivamente. Na RA 10, com nove municípios e um saldo de 6,9 mil empregos gerados, quatro municípios concentram 6,4 mil empregos (92,94%), quais sejam: Russas (3,2 mil e 46,46%), Limoeiro do Norte (2,3 mil e 33,32%), Jaguaruana (588 e 8,48%) e Morada Nova (324 e 4,68%). Na RA 6, com vinte municípios e um saldo de 4,4 mil empregos gerados, apenas três municípios concentram 4,5 mil empregos (101,29%), mesmo porque, em sete deles, houve eliminação de vagas, na medida em que os desligamentos superaram as admissões. Os três municípios em destaque são: Sobral (4,1 mil e 92,34%), Irauçuba (254 e 5,74%) e Varjota (142 e 3,21%). Na RA 8, com treze municípios e um saldo de 4,3 mil empregos, em , 4 mil estão localizados em cinco municípios, o equivalente a 95,5% do saldo regional, quais sejam: Ocara (2,5 mil e 59,33%), Baturité (727 e 16.99%), Acarape (361 e 8,44%), Guaramiranga (189 e 4,42%) e Barreira (156 e 3,65%). Na RA 2, com quatorze municípios e um saldo de 4,1 mil empregos, em , 4,2 mil, ou o equivalente a 102,29% do saldo regional, estão localizados em cinco

43 municípios, quais sejam: Itapipoca (1,1 mil e 27,39%), Pentecoste (847 e 20,53%), Paraipaba (814 e 19,73%), Itapagé (745 e 18,06%) e Paracuru (684 e 16,58%). Na RA 5, com nove municípios e um saldo de 2,2 mil empregos gerados, quatro deles concentram 87,53% do emprego regional, com 1,9 mil ocupações: Ubajara (747 e 33,72%), Tianguá (572 e 25,82%), São Benedito (422 e 19,05%) e Ipu (198 e 8,94%). Na RA 12, com oito municípios e um saldo de 2,2 mil empregos gerados, em , a concentração dá-se em Quixadá (1,4 mil e 63,89%), Quixeramobim (521 e 24,00%) e Boa Viagem (123 e 5,67%), com 93,56% do emprego regional. E, por último, a RA 16, que é composta por sete municípios e um saldo de 2,1 mil empregos, em que somente Iguatu fica com 2,1 mil empregos (98,96%), mesmo porque três municípios apresentaram saldos negativos. Este talvez seja o exemplo mais concreto da concentração do emprego em alguns municípios, em uma mesma região. Embasando ainda mais o raciocínio dessa centralização do emprego em alguns municípios do estado, considerando-se somente aqueles destacados em cada uma das nove RAs, que mais geraram emprego, chega-se a apenas 33 (trinta e três) municípios, responsáveis pela geração de 162,9 mil empregos, o que, em termos relativos, corresponde a 92% do saldo estadual, mas representam apenas 18% dos 184 municípios do Ceará. Em outras palavras, a participação de tais municípios no emprego estadual é cinco vezes maior que sua representação no total de municípios cearenses. Por seu turno, a RMF concentra 77,48% desse montante e somente a Capital, Fortaleza, 61%. A Tabela 8 apresenta uma listagem desses 33 municípios, em ordem decrescente do saldo de emprego, em que seis deles estão localizados na área metropolitana e dez integram o seleto grupo das quinze maiores economias do estado, segundo classificação do IPECE, considerando o valor dos PIBs municipais, no quinquênio

44 As Tabelas A.16, A.17, A18 e A19, anexas, apresentam estatísticas complementares em nível de municípios. Não se deve relegar a planos inferiores o fato de que, mesmo se tratando das nove RAs com melhor performance na geração de emprego, nem todos os municípios desses espaços geográficos apresentaram saldos positivos. Na verdade, no total dessas nove RAs, com 101 municípios, 16 deles experimentaram reduções no emprego formal, em , apesar do crescimento econômico observado no estado. São eles: Granjeiro, São João do Jaguaribe, Senador Sá, Meruoca, Coreaú, Groaíras, Forquilha, Massapé, Santana do Acaraú, Redenção, Uruburetama, Carnaubal, Choro, Cariús, Quixelô e Jucás. Essa realidade deve ser bem mais complexa em inúmeros municípios pertencentes às demais 11 (onze) RAs não beneficiadas com novos empregos formais, totalizando 83 municípios. Tabela 8 Municípios das Nove RAs com os Maiores Saldos de Emprego Estado do Ceará Município Empregos Empregos Município gerados gerados Fortaleza Ubajara 747 Maracanaú Itapajé 745 Eusébio Baturité 727 J. Norte Paracuru 684 Horizonte Jaguaruana 588 Sobral Tianguá 572 Russas Quixeramobim 521 Aquiraz São Benedito 422 Ocara Acarape 361 Limoeiro Norte Morada Nova 324 Caucaia Irauçuba 254 Iguatu Ipu 198 Quixadá Guaramiranga 189 Itapipoca Barreira 156 Barbalha 902 Varjota 142 Pentecoste 847 Boa Viagem 123 Paraipaba Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/CAGED

45 4 O PERFIL DO EMPREGO GERADO, POR REGIÕES E MUNICÍPIOS 4.1 A Questão de Gênero na Geração de Emprego Na análise do total de empregos gerados em , considerando-se inicialmente os números para o estado e a área não-metropolitana, destaca-se a predominância dos homens na obtenção de emprego. Em termos estaduais, no citado quinquênio, dos 176,9 mil novos empregos, 118 mil destinaram-se aos homens (66,75%) e quase 59 mil foram ocupados por mulheres (33,25%). Na área não-metropolitana, os valores foram de 39,8 mil empregos no total, sendo 29 mil para homens (72,88%) e 10,8 mil para mulheres (27,12%) Tabela 9. Atentar para o fato de que se no estado foram duas vezes mais empregos para os homens, fora da área metropolitana, a situação das mulheres é ainda mais difícil, pois foram três vagas masculinas para cada vaga feminina. No interior do estado, a parcela destinada aos homens (72,88%) supera a média estadual (66,75%) em 6 p.p. Tabela 9 Empregos Gerados segundo o Gênero Estado do Ceará e Área Não- Metropolitana Gênero Estado do Ceará Área não metropolitana Masculino Feminino Total Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/CAGED Nas análises de gênero, como o objetivo maior é a caracterização dos empregos gerados, optou-se por focar tais considerações nas nove RAs que mais empregos geraram, posto que elas são responsáveis pelo surgimento de 170,3 mil novas ocupações, em , o correspondente a 96,32% do saldo estadual, mesmo que representem quase 18% dos municípios do estado. A composição de gênero do saldo total dessas nove RAs demonstra que foram 112,1 mil empregos masculinos e 58,2 mil, femininos, com frações de 65,82% e 34,18%, respectivamente, o que dá, em média, uma geração de quase dois novos empregos

46 ocupados por homens para cada emprego reservado às mulheres. Portanto, pode-se inferir que, no mercado formal de trabalho das nove RAs, tal qual o constatado em nível de estado, o volume de empregos criados, em , beneficiou duas vezes mais a força de trabalho masculina, aprofundando ainda mais o déficit de equidade de gênero existente Tabela 10. Tabela 10 Empregos Gerados nas Principais Regiões Administrativas, segundo o Gênero Estado do Ceará Região Gênero Masculino Feminino Total RA RA RA RA RA RA RA RA RA Total Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/CAGED Oportuno lembrar que as mulheres constituem um segmento populacional expressivo e são mais penalizadas pelo desemprego. Em 2007, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), a população economicamente ativa (PEA) feminina cearense foi estimada em 1,8 milhão de pessoas, correspondendo a 42,7% da PEA estadual, com 1,6 milhão de mulheres ocupadas (42% da ocupação do estado) e 150,7 mil desempregadas (52,8% do desemprego estadual), 15,8 mil a mais que os homens. Das 150,7 mil desempregadas, 76,3 mil estavam na faixa de 15 a 24 anos de idade (50,6% do contingente de mulheres em busca de trabalho). Quanto à taxa de desemprego aberto, ainda segundo a PNAD, ela é declinante, em 2006 e 2007, independente de gênero. Em 2006, a taxa masculina foi de 6,38% e a feminina, 9,05% e, em 2007, ambas diminuiram para 5,68% e 8,51%, respectivamente. Dessa forma, a taxa de desemprego feminina supera em muito a masculina, comprovando que as mulheres são mais expostas às situações de desemprego.

47 Verticalizando um pouco a análise, agora em nível das nove RAs, individualmente, em quatro delas, a média masculina superou a participação média masculina geral (65,82%), ou seja, nessas RAs, a obtenção de trabalho entre os homens foi ainda relativamente mais fácil, tais como: RA 2 (72,56%), RA 5 (78,19%), RA 10 (79,48%) e RA 6 (81,68%). Assim sendo, as RAs em que as mulheres encontraram maiores dificuldades de inserção no mercado formal foram as RAs de número 2, 5, 10 e 6, onde os números de empregos masculinos, para cada emprego feminino, foram de 2,6, 3,6, 3,9 e 4,5, respectivamente, ocorrendo na RA 6 o mais elevado nível de discriminação de gênero, em que foram gerados 3,6 mil empregos para homens e apenas 811 para as mulheres, em Na RA 10, tais foram números: 5,5 mil e 1,4 mil empregos, respectivamente. Na RA 2, destacando-se os cinco municípios responsáveis pela geração de empregos na região, essa realidade é mais evidente nos municípios de Paraipaba e Paracuru, com parcelas masculinas no saldo de emprego de 91,65% e 83,63%, respectivamente, além de terem sido fechadas 275 vagas femininas no conjunto dos nove demais municípios da RA2 Vide Tabela A.16, anexa, em que os empregos gerados são detalhados por RAs e municípios, segundo o gênero. Na RA 5, destacam-se os municípios de Tianguá, São Benedito e Ubajara; na RA10, Jaguaruana, Limoeiro do Norte e Russas, além do saldo negativo constatado em Morada Nova; e na RA 6, Sobral é o grande responsável por essa opção masculina, com saldos de 3,4 mil empregos para homens, destinando apenas 707 para as mulheres. A RA 1, em decorrência de sua relevância no emprego do estado, basicamente determinou a média geral das nove RAs. A sua proporção de empregos para homens foi de 64,96%, ou seja, mesmo na mais desenvolvida região administrativa do estado, social e economicamente falando, há fortes indícios de discriminação de gênero no mundo laboral da RMF, sendo 89 mil novos empregos para os homens e 48 mil para as mulheres. Isto fica evidenciado pelos números de municípios como Aquiraz, com 75,57% dos empregos

48 gerados ocupados por homens, Eusébio (80,81%), Fortaleza (62,41%) e na eliminação de 623 vagas femininas ocorrida em Caucaia. Nas RAs 12, 16, e 19, a proporcionalidade dos saldos masculinos é muito similar, variando de 62,13% para 63,49%, parcelas próximas da média global. A exceção fica por conta da RA 8, com um percentual masculino de 48,81%, em outras palavras, dentre as nove RAs, a RA8 é aquela onde o emprego gerado foi mais equitativamente distribuído entre homens e mulheres. Nesse caso, foram 2,1 mil empregos para os homens e 2,2 mil, para as mulheres, significando dizer que para cada novo emprego masculino surgiu também um para as mulheres Tabela A.16, anexa. Na RA 12, a predominância masculina é destacada em Quixeramobim (78,12%), na RA 16, em Iguatu (60,69%), mesmo porque a geração de emprego dessa região é muito concentrada nesse município, e na RA 19, têm-se: Barbalha (73,50%) e Juazeiro do Norte (61,26%). Em síntese, classificando as nove RAs em quatro faixas, conclui-se que os maiores níveis de discriminação de gênero são observados nas RA 6 (Macrorregião de Sobral/Ibiapaba) e 10 (Macrorregião Litoral Leste/Jaguaribe), em segundo lugar, as RAs 2 (Macrorregião do Litoral Oeste) e 5 (Macrorregião de Sobral/Ibiapaba), na terceira colocação, as RAs 16 e 19 (Macrorregião Cariri Centro Sul), 12 (Macrorregião Sertão Central) e 1 (RMF) e o menor é constatado na RA 8 (Macrorregião de Baturité). 4.2 O Perfil Etário dos Novos Empregos Uma característica facilmente perceptível dos empregos formais criados no estado, nos últimos anos, é o seu perfil eminentemente jovem. Se no Estado do Ceará a fração de 82,59% do saldo de emprego registrado em foi absorvida por trabalhadores de 18 a 24 anos (146 mil empregos), no Interior, chega-se a 92,59%, com quase 37 mil empregos. Concretamente, verificaram-se reduções de emprego para aqueles

49 com 40 anos e mais de idade, quer no estado (-11 mil empregos), RMF (-7,5 mil) ou Interior (-3,5 mil). Tabela 11 Empregos gerados por Faixa Etária Estado do Ceará e Área Não- Metropolitana Faixa etária Estado do Ceará Área não metropolitana Até 17 anos a 24 anos a 29 anos a 39 anos a 49 anos a 64 anos ou mais Ignorado Total Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/CAGED Nessa perspectiva, nas nove RAs, o cenário repete-se, sendo 138 mil empregos ocupados por trabalhadores, com idade entre 18 e 24 anos (81,07%), e quase 22 mil (12,81%) por profissionais na faixa de 25 a 29 anos de idade, ou seja, a fração de quase 94% do emprego gerado nestas foi destinada a pessoas com idade entre 18 e 29 anos Tabela A.13, anexa. Um reflexo imediato dessa constatação é a redução das oportunidades de trabalho assalariado com carteira assinada para os trabalhadores de 40 anos e mais de idade. Para esse segmento, no total das nove RAs, foram eliminadas nada menos do que 9,1 mil vagas formais de trabalho. Essa realidade é mais significativa na área metropolitana de Fortaleza (RA 1), com -7,5 mil empregos, em que se destacam Fortaleza, Maracanaú, Euzébio e Horizonte, e na RA 6, com -1,1 mil empregos, nesse caso, em decorrência do que vem ocorrendo em Sobral, onde houve uma concentração maciça na contratação de trabalhadores com até 24 anos, sendo quase 7 mil vagas para aqueles na faixa de 18 a 24 anos. Nesse município, os saldos já são negativos a partir de 25 anos de idade, totalizando 3,2 mil empregos a menos, um processo intenso de substituição de uma mão-de-obra mais velha por outra bem mais jovem, geralmente acompanhado de menores salários. Outros detalhes, em nível de faixa etária, por município, podem ser vistos na Tabela A.17, anexa.

50 As RAs de números 2, 16 e 19 deram ainda mais robustez a esse processo. Nas regiões 2 e 16, 88% do saldo de emprego foi ocupado por empregados de 18 a 24 anos e, na RA19, 78%. Em absolutos, foram 3,6 mil, 1,9 mil e 5,5 mil empregos para jovens, respectivamente. Na RA 2, citam-se os municípios de Itapipoca e Itapagé, na RA 16, Iguatu e, na RA 19, Juazeiro do Norte. O Gráfico 9 apresenta a participação dos empregos ocupados pelo jovens de 18 a 24 anos, nos saldos das nove RAs, lembrando que a RA 6 é a Macrorregião de Sobral/Ibiapaba. A preferência por um trabalhador mais jovem tem-se mostrado uma prática generalizada no mercado de trabalho cearense, nos últimos anos, com raras exceções, uma mão-de-obra mais fácil de ser substituída. Se tal fato é positivo por contribuir para a redução do desemprego juvenil no estado, que é bem mais elevado que o desemprego adulto 6, por outro lado, impõe entraves adicionais à permanência/retorno dos mais velhos ao mercado de trabalho, induzindo-os ao exercício de atividades autônomas para o sustento de suas famílias, em muitos casos, atividades precárias e associadas a ganhos reduzidos. A opção pelos mais jovens, por razões concernentes a uma melhor adaptação às novas tecnologias, às formas de gestão atuais, etc., também pode estar associada à adoção de menores remunerações, relações de trabalho mais precárias e elevada rotatividade, de acordo com análises anteriores dos salários de admitidos e desligados e do tempo de emprego dos desligados, o que seria danoso para a manutenção do padrão de vida das famílias. 6 Segundo a PNAD/07, foram estimados desempregados jovens (15 a 24 anos) no Ceará, para um total de desempregados, ou seja, o desemprego juvenil responde por metade do desemprego estadual, sendo a taxa de desemprego juvenil três vezes mais elevada.

51 Gráfico 9 Participação dos Empregos para Pessoas de 18 a 24 anos nas Nove Principais RAs Estado do Ceará Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/CAGED. Esse quadro tende a afetar o padrão de vida das famílias, com possíveis reflexos no nível de pobreza, dados os entraves à permanência dos mais velhos no mercado de trabalho e aos menores salários ofertados. Assim, oportuno citar que, segundo o estudo Mapa da extrema indigência no Ceará e o custo financeiro de sua extinção, realizado pelo Laboratório de Estudos da Pobreza, do Centro de Pós-Graduação em Economia (CAEN)/ Universidade Federal do Ceará (UFC), apesar de o número de pessoas indigentes (com renda per capita mensal de 1/8 do salário mínimo) no território cearense ter declinado de 1,3 milhão (1995) para 991,1 mil (2007), fato observado também na zona rural, com variação de 797,3 mil para 420,4 mil indigentes (-47,27%), ocorreram ampliações na RMF, de 208,8 mil para 218,3 mil pessoas, e, na zona urbana, de 281,1 mil para 352,4 mil pessoas na situação de indigência. Além do mais, o estudo quantifica que 46% dos indigentes do estado residem em áreas rurais. Por conseguinte, independente da área geográfica do estado, apesar das diferenças de intensidade, é notória a opção dos empregadores locais por uma mão-deobra mais jovem, o que impõe dificuldades adicionais à permanência/retorno dos mais

52 velhos ao mercado de trabalho, contribuindo para elevar a concorrência por uma vaga, ampliar as taxas de rotatividade da mão-de-obra, rebaixar salários, etc. 4.3 Novos Empregos e a Escolaridade Exigida Tal qual na análise do perfil etário, em que os mais jovens foram os privilegiados, a oferta de novos empregos no Ceará passou a demandar trabalhadores mais escolarizados, criando obstáculos cada vez maiores à mão-de-obra com instrução de nível fundamental, em termos de acesso ao mercado de trabalho formal. No Ceará, foram 124,8 mil novos empregos para profissionais com instrução de nível médio completo (70,55%) e, no Interior, 26,2 mil, o equivalente a 65,83% do saldo da região. Dessa forma, os segmentos que mais oportunidades perderam foram aqueles com menor escolaridade. Em , 4,7 mil empregos ocupados por trabalhadores do ensino fundamental incompleto foram suprimidos no estado, fato também ocorrido no Interior (-652 empregos) Gráfico 10. Vide também Tabela A.2, anexa. Essa tendência se mostra mais preocupante ao se perceber que, segundo a PNAD, o número médio de anos de estudo dos cearenses de dez anos ou mais de idade foi estimado em 5,8 anos, contra 6,8, em termos nacionais, em A situação é ainda mais crítica para os homens, que possuem 5,4 anos de estudo, em média, diante dos 6,1 anos das mulheres, e, no meio rural, 3,9 anos, frente aos 6,3 anos da zona urbana. Dessa forma, independentemente de gênero ou de área urbana ou rural, todas as médias de anos de estudos do estado são inferiores às médias nacionais. Além do mais, a proporção da PEA urbana do estado com até sete anos de estudo passou de 47,30% (2006) para 44,57% (2007), ou seja, quase metade da força de trabalho urbana cearense tem, no máximo, sete anos de estudo 7, sendo que, ao se considerar a PEA total do estado, chega-se a uma proporção de 52,93%, em 2007, segundo a mesma fonte. 7 O período de sete anos de estudo é considerado para as pessoas que concluíram a 7ª série do ensino fundamental ou 1º grau ou a 3ª série do médio 1º ciclo.

53 No conjunto das RAs mais relevantes, dos 170,3 mil empregos, 118,8 mil foram ocupados por trabalhadores com escolaridade de nível médio completo (69,76%) e 19,4 mil para aqueles de nível superior (11,37%), conformando uma participação de 81,13% no saldo total, enquanto houve fechamento de vagas para trabalhadores menos instruídos, como se pode verificar nas RAs 1, 2, 6, 16 e 19 Tabela A.14, anexa. Gráfico 10 Empregos Gerados por Nível de Escolaridade Estado do Ceará e Área Não-metropolitana Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/CAGED O Gráfico 11 apresenta a participação dos empregos ocupados por trabalhadores com instrução de nível médio completo nos saldos das principais RAs, destacando-se as regionais 1, 19 e 6, com parcelas superiores a 70% dos empregos gerados. Tem-se algo em torno de 66% nas RAs 2 e 8, e todas as nove RAs apresentam frações superiores a 50%, exceto a RA 10 (33,10%). Números do emprego formal das regionais 1, 19 e 6 ilustram essa concentração. Dos totais de 137 mil, 7 mil e 4,4 mil empregos gerados em , 98,6 mil, 5,5 mil e 3,7 mil, respectivamente, foram ocupados por profissionais com instrução de nível médio completo Vide Tabela A.14, anexa.

54 Gráfico 11 Participação dos Empregos para Pessoas com Instrução de Nível Médio no Saldo das Principais RAs Estado do Ceará Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/CAGED. Fazendo menção aos municípios com maior peso nesse processo, isto é, municípios que mais geraram empregos para trabalhadores de nível médio completo, conforme a Tabela A.18, anexa, têm-se: Na RA 1 - Fortaleza (77,4 mil empregos, 71,39% do saldo municipal), Maracanaú (6,6 mil, 100,74%) e Eusébio (6,2 mil, 97,68%); Na RA 2 - Itapipoca, com um saldo de 1,2 mil empregos (110,44%); Na RA 6 - Sobral reina absoluto, com 3,3 mil empregos (80,69%); Na RA 8 - Ocara, com 1,6 mil empregos (64,14%) e Baturité, com 391 empregos (53,78%); Na RA 10 - Russas apresenta um saldo de 1,3 mil empregos (39,66%) e Limoeiro do Norte (436 empregos e um percentual de 18,88%); Na Ra 12 - Quixadá, com 866 novos empregos (62,44%); Na RA 5 - Tianguá, com um saldo de 459 empregos (80,24%) e Ubajara (251 empregos e uma participação relativa de apenas 33,60% no saldo municipal); Na RA 16 - tem-se Iguatu com 1,4 mil empregos adicionais (64,69% do saldo municipal) e

55 Na RA 19 Juazeiro do Norte e Barbalha, onde foram criados 4,6 mil e 844 empregos, com participações de 75,76% e 93,57%, respectivamente. Constata-se ainda que há sinalizações de que os mercados de áreas mais desenvolvidas, tais como a RA 1 (RMF), a RA 6, localizada na Macrorregião de Sobral/Ibiapaba e a RA 19, uma das RAs da Macrorregião Cariri Centro Sul, são as áreas do estado em que esta demanda por trabalhadores mais escolarizados é mais intensa, significando dizer que mercados de trabalho mais desenvolvidos, mais dinâmicos, exigem uma força de trabalho mais preparada. Não por coincidência, é também em tais regiões onde se localiza expressiva parcela do parque industrial cearense. Em síntese, a tendência ilustrada por tais números aponta para uma exigência cada vez maior de trabalhadores mais escolarizados nas diversas RAs do estado. Assim, cabe às autoridades municipais e estaduais implementarem estratégias de fortalecimento da educação básica, dos Centros Vocacionais Tecnológicos, assim como a realização de cursos de qualificação profissional, a exemplo da construção do Centro de Treinamento Técnico Corporativo, que preparará mão-de-obra para a refinaria, siderúrgica e outros projetos do governo estadual, melhorar as condições de ensino, incentivar o retorno dos jovens à escola, etc., para que a mão-de-obra local possa usufruir mais e melhor das oportunidades de trabalho que o crescimento recente da economia estadual vem proporcionando. Isto se torna ainda mais premente quando se consideram a realidade local da escolaridade média da PEA cearense, diante da média nacional, e os inúmeros investimentos em infraestrutura dos governos federal/estadual agendados para o Ceará. 4.4 A Estrutura Setorial dos Novos Empregos Analisando a estrutura setorial dos novos empregos, considerando-se apenas os saldos das principais RAs, observa-se que os setores que mais geraram empregos, no quinquênio , foram: serviços, com um saldo de 59,6 mil empregos (34,98%), comércio, com 46,4 mil empregos criados (27,24%) e indústria de transformação, com 43,8 mil empregos adicionais e uma fatia no saldo total das nove RAs de 25,71%. Na

56 quarta colocação está a construção civil, com 12,4 mil novos empregos (7,28%), conforme Gráfico 12, uma estrutura bem semelhante à estadual, merecendo destaque a indústria de transformação, pelo desempenho similar ao do comércio. Na análise por RA, a partir da qualificação dos três setores que mais empregos geraram, chega-se às seguintes constatações: 1. apenas na RA 10, a agropecuária surge como a maior empregadora, apesar de ter um papel relevante nas RAs 2 (10,42%) e 5 (28,98%); 2. a indústria de transformação é o setor de atividade que mais frequentemente ocupa a primeira colocação, destacando-se em quatro das nove RAs; 3. a segunda colocação cabe ao comércio, em cinco das nove RAs; e 4. o setor serviços sobressai-se apenas na RA 1 (37,34%) e, principalmente, na RA 8, com uma participação de 76,88%, no saldo de emprego dessa RA, conforme Tabela 12. Gráfico 12 Empregos Gerados nas Principais RAs, por Setor de Atividade Estado do Ceará Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/CAGED Por conseguinte, é evidente o papel desempenhado tanto pela indústria de transformação quanto pelo comércio na geração de emprego do estado, notadamente na área não-metropolitana, tal qual o setor de serviços na RMF. Dos 176,9 mil empregos celetistas gerados em , no Ceará, 43,4 mil são industriais (24,54%), 50,3 mil, comerciais (28,43%), 60,6 mil, nos serviços (34,29%) e 5,9 mil na agropecuária (3,35%).

57 A título de ilustração, em todo o estado, foram admitidos 335,4 mil empregados, na indústria de transformação, 303,7 mil, no comércio, 484,6 mil, nos serviços e 63,9 mil, na agropecuária. Quanto ao número de desligamentos tem-se: 292 mil, 253,4 mil, 423,9 mil e 58 mil trabalhadores, respectivamente, no quinquênio Em maiores detalhes, a Tabela 12 apresenta a estrutura setorial dos saldos de emprego por RA, destacando-se os três setores mais relevantes na geração de emprego, revelando algumas características, como as listadas a seguir. Vide também Tabela A.15, anexa, com os saldos setoriais de emprego para as principais RAs. A indústria de transformação é destaque nas RAs 2 (57,34%), 12 (36,43%), 16 (49,06%) e 19 (40,28%). A construção civil merece menção nas RAs 1 (8,39%), 6 (12,54%), 12 (4,10%) e 19 (4,49%). O comércio apresenta parcelas expressivas no saldo de emprego, em áreas diversas, tais como: RAs 5 (46,32%), 6 (42,09%), 16 (37,49%), 19 (34,15%) e 12 (33,67%). Os serviços são os maiores empregadores nas RAs 8 (76,88%) e 1 (37,34%). A agropecuária é destaque nas RAs 2 (10,42%), 5 (28,98%) e precipuamente na RA 10, com uma fração de 36,23% do saldo de emprego. Tabela 12 Saldo de Emprego Setorial e Classificação dos Setores que Mais Empregos Geraram nas Principais RAs Estado do Ceará Região Ind. Transf. Comércio Serviços Agropecuária RA (3º) (2º) (1º) 747 RA (1º) (2º) (3º) 53 RA (2º) (3º) (1º) RA6 727 (3º) (1º) (2º) 22 RA8 593 (2º) 436 (3º) (1º) 75 RA (1º) 801 (2º) (3º) RA5 267 (3º) (1º) (2º) RA (1º) 731 (2º) 496 (3º) 68 RA (1º) 794 (2º) 360 (3º) -8 Estado Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/CAGED.

58 Para acesso ao número de trabalhadores admitidos e desligados e ao saldo de emprego, por setor econômico, segundo as RAs, vide Tabelas A.9, A.10 e A.11, anexas. A Tabela A.19, também anexa, traz números do emprego por setor de atividade nas RAs, em nível de município. 4.5 O Perfil Salarial dos Novos Empregos Objetivando delinear o perfil salarial dos empregos gerados no Estado do Ceará, no quinquênio , consideraram-se os salários de admissão desagregados por faixas de remuneração mensal, em nível de estado, área não-metropolitana e as regiões administrativas que mais impactaram no nível de emprego estadual, segundo o CAGED. Como variáveis de quebra na análise estadual, gênero e setor de atividade. Inicialmente, qualquer que seja o espaço geográfico sob investigação, uma constatação por demais evidente é que as novas oportunidades de emprego no Ceará foram acompanhadas de salários mais baixos. A eliminação de empregos nas faixas acima de 1,5 salário-mínimo e a concentração das contratações nas faixas salariais inferiores, notadamente até um salário, são evidências muito fortes do acontecido, o que está associado ao perfil salarial vigente no estado, tendo como parâmetro o salário-mínimo, além da política de valorização deste, com reajustes além da reposição das perdas inflacionárias. 8 Vide Gráfico 13. Trabalhando-se com números estaduais, no acumulado de , dos 176,9 mil empregos gerados, 159,3 mil tinham remuneração de até um salário-mínimo (SM), com uma participação de 90,10%, sendo que, nas faixas acima de 1,5 SM, os saldos são negativos, totalizando 22,5 mil empregos a menos. Nessa mesma faixa, foram fechadas 21,2 mil vagas e 86,45% dos empregos gerados eram de até um SM, nas nove principais 8 Conforme consta no site do DIEESE (2009), este comportamento do salário mínimo foi possível devido à mobilização unitária das centrais sindicais do país, que conseguiram, em 2004, a criação de uma Comissão Quadripartite governo, trabalhadores, empregadores e aposentados. Esta comissão elaborou proposta aprovada pelo Congresso de uma política permanente de valorização do salário mínimo que alia a recomposição de seu valor pela inflação entre dois momentos de correção do salário e a variação do PIB de dois anos antes.

59 regiões administrativas do estado. Em absolutos, do total de 170,3 mil empregos gerados na região, 147,3 mil tinham salários de até um SM - Tabela A.4, anexa. Na área não-metropolitana, onde esta realidade é relativamente mais expressiva, mais abrangente, o saldo foi de 39,8 mil empregos, sendo que 48,2 mil estavam alocados na faixa de até um salário (121,17%) e, já na faixa de 1,01 a 1,50 SM, o saldo é negativo (- 6,3 mil), isto é, no Interior do estado a destruição líquida de postos de trabalho é iniciada já a partir dos empregos com salários superiores a 1 SM, enquanto na RMF (RA1) isto ocorre a partir de remunerações superiores a 1,51 SM, além de a proporção de empregos de até 1 SM, de 81,07%, ser inferior aos valores da maioria das RAs Gráfico 13, Tabela A.4, anexa. Vide também Tabelas A.5 e A.6, anexas, em que os saldos são detalhados anualmente, por faixas de salário, para o estado e área não-metropolitana. Essa mesma realidade foi percebida nacionalmente em estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), por ocasião da análise do resultado líquido de admissões e desligamentos por faixas de salários-mínimos, ocorrido no Brasil em out/07-mar/08 e out/08-mar/09, em que é feita menção ao fato de que Convém observar que mesmo antes da crise já diminuía a participação das faixas salariais acima de 2 SM e, depois de outubro/2008, os desligamentos se traduziram também na participação dos trabalhadores com salários entre 1 e 2 SM, que vinham obtendo ganhos no período anterior. Em parte, isso reflete a valorização do próprio salário mínimo, cujos reajustes acompanharam os ganhos de produtividade da economia, enquanto os salários mais elevados não tiveram reajustes semelhantes. Esse movimento poderá se aprofundar com a crise, já que em um contexto de desemprego é mais difícil aos trabalhadores obterem aumentos de salário. (IPEA, 2009, p. 12).

60 Gráfico 13 Empregos Gerados por Faixas de Salário Estado do Ceará e Área Não-Metropolitana Fonte: Elaboração Própria do Autor Baseada em MTE/CAGED Em síntese, em termos da geração de empregos, no Ceará, no quinquênio 2004/2008, o melhor e praticamente o único resultado positivo ocorreu na faixa de até um salário, independente do espaço geográfico, e o pior, no interstício de mais de 2 a 3 salários, onde foram fechadas 8,2 mil ocupações no estado, sendo que na área nãometropolitana o pior resultado foi constatado na faixa de mais de 1 a 1,5 salários (-6,3 mil empregos), isto é, o nível de remuneração do trabalho assalariado formal na área nãometropolitana cearense vem convergindo mais rapidamente para o valor do salário mínimo. Referindo-se às Regiões Administrativas, a concentração de novos empregos com salários de até 1 SM é mais vigorosa nas RAs de números 6 (178,17%), 2 (154,14%), 10 (106,00%), 19 (105,98%) e 16 (101,04%), onde mais de 100% do saldo de emprego detinham esse nível de salário e, dentre estas, com a exceção da RA 16, em todas elas os saldos negativos já surgem a partir de 1,01 SM. Destacando os números do total de empregos gerados por RA e do emprego com remuneração de até um salário, segundo tais RAs, têm-se: RA 6, 4,4 mil e 7,9 mil empregos; RA 2, 4, 1 mil e 6,4 mil; RA 10, 6,9 mil e 7,3 mil; RA 19, 7,1 mil e 7,5 mil e RA 16, a equivalência de 2,1 mil empregos, respectivamente. Na RA 1, devido à sua

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