UTILITARISMOS, BENTHAM E A HISTÓRIA DA TRADIÇÃO

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1 UTILITARISMOS, BENTHAM E A HISTÓRIA DA TRADIÇÃO Prof. Dr. Rogério Antonio Picoli (CAP/UFSJ) Resumo: O trabalho trata do problema da diversidade de teorias utilitaristas e a sua relação com as interpretações históricas da doutrina. Após uma breve apresentação daquilo que se pode considerar como os laços de família das teorias utilitaristas, busca-se evidenciar a conexão entre a variedade de teorias utilitaristas e os trabalhos de interpretação histórica enquanto estratégia de defesa da doutrina. Destaca-se o lugar central das interpretações históricas dos chamados autores clássicos da doutrina, em particular, as interpretações do pensamento de Jeremy Bentham, considerado o pai do utilitarismo. São questionados alguns pressupostos da leitura tradicional, geralmente aceitos tanto por críticos quanto por defensores da doutrina, que ofuscam ou negligenciam aspectos importantes do pensamento benthamiano como a natureza volitiva da moral, o procedimento de deliberação moral, a defesa negativa do princípio da utilidade e a relação entre ética privada e governo; aspectos que, se levados em conta, parecem revelar um Bentham bastante diferente da leitura tradicional. Palavras-chave: Utilitarismo, Consequencialismo, Jeremy Bentham Adoutrina utilitarista possui uma série de características e qualidades intrínsecas que a tornam um importante objeto de investigação no campo da ética e da filosofia política. Tais características e qualidades são devidas, talvez, ao fato de a doutrina pretender abordar de forma sistemática e completa os diversos aspectos da vida prática. Nesse terreno, o utilitarismo pretende que o conhecimento empírico informe as suas posições normativas, propõe uma teoria do valor e adota uma concepção de natureza humana baseada num conjunto de pressupostos motivacionais pelos quais pretende conciliar comportamento individual e comportamento político. Propõe o critério da maximização da utilidade como norma de ação individual, como critério de justificação das instituições e como critério de justiça política. Propõe uma concepção de racionalidade política. Quanto à forma de governo, proporciona uma justificativa para a democracia representativa e opõe-se à fundamentação contratualista e à idéia de direitos naturais. O caráter abrangente e a aplicabilidade do utilitarismo na resolução de problemas práticos fazem dessa teoria um importante ponto de partida para a teorização. O desenvolvimento da filosofia prática ao longo do século XX parece ter contribuído sobremaneira para que o utilitarismo ocupasse um lugar central no campo das teorias normativas. Desde início daquele século, sob a influência da filosofia analítica, a formulação de teorias e princípios normativos dentro da filosofia moral havia cedido espaço para as análises acerca da validade científica das teorias normativas e o estudo

2 PICOLI, Rogério Antonio -2- sistemático dos diferentes aspectos da linguagem normativa. Esse enfoque metaético praticamente empurrou para um segundo plano os debates e a teorização no campo da ética normativa, principalmente entre as décadas de 1930 e O desenvolvimento das análises da linguagem normativa foi bastante influenciado pelas posições adotadas pelos chamados positivistas lógicos, especialmente, ao longo dos anos de 1940 e Esses teóricos propunham que os enunciados são significativos quando: expressam as verdades necessárias da lógica e da matemática, enunciados analíticos; ou, quando expressam matérias de fato, enunciados sintéticos. A esse último tipo deveria ser aplicado o princípio verificacionista do significado, segundo o qual, para que a proposição seja considerada genuína, deve ser possível reduzir o seu enunciado a uma proposição descritiva representada por uma situação empírica. Enunciados que não se encaixam em nenhuma dessas categorias são enunciados sem conteúdo significativo de um ponto de vista lógico. Assim, os enunciados éticos, sendo de natureza normativa ou prescritiva, seriam apenas pseudo-enunciados, ou imperativos, que: ou são desprovidos de conteúdo, ou, no máximo, expressam sentimentos do proferidor. Diante da dificuldade de se estabelecer uma base racional para o discurso normativo, as investigações acabaram por apontar que o lugar da razão no campo normativo, e nas questões práticas em geral, estaria limitado à escolha de estratégias de ação e à avaliação lógica e empírica de certos sistemas de preferências. Essa restrição ao lugar da razão na ética contribuiu sobremaneira para que o utilitarismo se firmasse dentre as teorias normativas como a mais influente, pela forma simples com que se aplica aos problemas práticos em geral, mas também pela formalização e refinamentos metodológicos decorrentes do desenvolvimento de alguns dos pressupostos do utilitarismo no âmbito da teoria econômica. Além disso, outro aspecto contribuiu para o ressurgimento do interesse pela ética normativa e conseqüentemente pelo utilitarismo. Aqueles teóricos da metaética que buscaram evitar um emotivismo simplista na ética, como Charles Stevenson e Richard Hare, voltaram as suas investigações para a análise das condições necessárias para a construção de acordos morais e a descrição dos estados psicológicos dos agentes envolvidos. Uma das conclusões a que chegaram esses teóricos foi a de que o mero acordo sobre os fatos não é condição suficiente para assegurar uma solução para disputas morais genuínas, a não ser que os agentes adotem desde o início um mesmo

3 UTILITARISMOS, BENTHAM E A HISTÓRIA DA TRADIÇÃO -3- conjunto de princípios valorativos. Ao contrário de algumas éticas intuicionistas que não sustentam um princípio superior que possa servir de critério de decisão em caso de conflito entre princípios éticos normativos ou valorativos, o utilitarismo pretende que o princípio da utilidade um tal critério. Outro fator que impulsionou o interesse pelo utilitarismo foi a publicação em 1971 do livro Uma Teoria da Justiça de John Rawls. Nessa obra, Rawls pretendia formular e justificar, um conjunto de princípios normativos destinados a avaliar a justiça de um determinado arranjo de instituições sociais básicas. Segundo o próprio Rawls, uma tentativa de oferecer uma resposta às deficiências do utilitarismo enquanto teoria da justiça. A oposição Rawls/utilitarismo é marcada não apenas pela análise que Rawls faz das deficiências do utilitarismo em relação à justiça, mas, principalmente, porque a sua teoria alternativa insere-se numa perspectiva deontológica em contraposição à teleológica utilitarista. O intento de Rawls e de outros críticos do utilitarismo de inviabilizar a doutrina parece ter provocado o efeito contrário ao desejado. As objeções formuladas com base em possíveis problemas que o utilitarismo supostamente enfrentaria para dar conta da noção de justiça e os debates em torno das teorias proclamadas alternativas ao utilitarismo reacenderam o interesse pela doutrina e pela reinterpretação dos autores clássico dessa tradição. No que segue sugere-se um conjunto de características como sendo os laços de família que nos permite agrupar um amplo conjunto de teorias e variantes sob o rótulo utilitarismo. Em seguida, argumenta-se no sentido de evidenciar a conexão entre o amplo espectro de variantes e formas de utilitarismos e as estratégias de defesa da doutrina, em particular, o recurso à reinterpretação histórica da doutrina e dos seus expoentes maiores, Bentham e John Stuart Mill. Constatada a centralidade do recurso à reinterpretação histórica e dos autores clássicos da doutrina, aponta-se para o fato de que a interpretação tradicional, ou a recebida, do utilitarismo clássico, assume como pressuposto a coerência e a sistematicidade da doutrina, tal como politicamente era defendida pelos chamados Radicais Filosóficos que tinham Bentham e Mill como os seus mentores. A título de ilustração, é apresentada uma análise de alguns trechos de Uma introdução aos princípios da moral e da legislação em que se evidencia, contra a interpretação tradicional, o caráter volitivo da moral, a defesa negativa que Bentham faz do princípio da utilidade e a relação entre governo e ética privada. Conclui-se apontando a necessidade de uma releitura do pensamento benthamiano não mais à luz da ideologia

4 PICOLI, Rogério Antonio -4- do Radicalismo Filosófico, mas à luz da própria tradição da filosofia moral britânica. A estrutura do utilitarismo como teoria ética normativa Vimos que o contexto da filosofia prática do início do século passado beneficiou largamente a abordagem utilitarista. As vantagens do emprego do utilitarismo como uma teoria da escolha racional naquele contexto eram nítidas, não só pelo grau de generalidade do princípio da utilidade, mas também pela pretensão de que esse fosse o critério último da moralidade. Mas, o que significa, exatamente, dizer que uma teoria é utilitarista? O termo utilitarismo possui uma extensa variedade de significados e tem sido empregado para designar um amplo espectro de doutrinas significativamente distintas e muitas vezes opostas entre si. As teorias podem ser: hedonista ou idealista, de atos ou de regras, quantitativa ou qualitativa, teoria moral ou teoria do valor, normativa ou nãonormativa, da utilidade média ou da utilidade total, de preferências ou de estados mentais, etc. Identificar de forma precisa exatamente o que permite reuni-las sob um mesmo rótulo é uma tarefa difícil, senão impossível. Para delinearmos um esboço preliminar da idéia geral do utilitarismo, vamos tentar caracterizar a doutrina a partir do campo das teorias ético-normativas. Talvez o elemento que possibilite reunir sob um mesmo rótulo as muitas formas de teorias utilitaristas seja, nesse campo, o apelo comum a alguma versão do princípio da utilidade como o critério último da moralidade. Nas diferentes versões desse princípio podemos identificar certos elementos que representam uma espécie de laços de família das diferentes versões da doutrina. Uma versão bastante geral do princípio da utilidade poderia ser: o princípio segundo o qual uma ação (regra, prática ou instituição) é moralmente correta ou está justificada se, dentre as possibilidades, ela apresentar o maior saldo líquido de conseqüências desejáveis sobre aquelas indesejáveis. Essa formulação geral do princípio da utilidade, do ponto de vista da ética normativa, expressa pelo menos duas noções fundamentais comuns aos diversos utilitarismos: a) a idéia de que a correção das ações (das normas, das práticas ou das instituições) depende das suas conseqüências; e, b) a idéia de que o resultado da ação para o bem-estar geral, a sua utilidade, é o que conta no cálculo das conseqüências.

5 UTILITARISMOS, BENTHAM E A HISTÓRIA DA TRADIÇÃO -5- Essencialmente o utilitarismo articula, numa mesma concepção, um elemento formal, o conseqüencialismo, e um elemento substantivo, uma teoria do valor baseada numa concepção de bem-estar. Nas muitas variantes do utilitarismo ético-normativo a idéia geral da teoria do valor proposta é a de que todas as ações afetam em última instância, inevitavelmente e de diferentes formas, o bem-estar das pessoas sujeitas à ação. Isso implica que tudo o mais que julgamos bom não é algo bom em si mesmo, mas representa apenas um meio para a promoção de um único fim: o bem-estar (ou felicidade) de todos. Para um utilitarista o bem-estar (ou felicidade) é a única coisa que se revela intrinsecamente boa, na medida em que representa a causa final das ações. Na cadeia causal das ações o ponto de chegada é o bem-estar geral. O segundo elemento da concepção geral, o conseqüencialismo, corresponde à posição segundo a qual a correção ou incorreção moral das ações deve ser avaliada em função das suas conseqüências. Isso implica dizer que a correção de uma ação independe da quaisquer elementos intrínsecos à própria ação ou de quaisquer outras condições permitidas ou proibidas. É preciso apenas que se tenham em conta as conseqüências da ação na situação considerada. Além do conseqüencialismo e da concepção de bem-estar implicados no princípio da utilidade quando interpretado segundo a perspectiva da ética normativa, considera-se também como pertencentes àquele conjunto de laços de família outras três noções. A primeira é a de que a concepção de bem-estar individual defendida pelo utilitarismo possui uma propriedade agregativa que dá sentido à idéia abstrata de bem-estar geral que, nesse caso, é concebido como o agregado ou o somatório do bem-estar de todos os afetados ou concernidos. A segunda noção é a de que estando a ação moralmente boa relacionada com a promoção do bem-estar das pessoas, então os agentes devem orientar-se para a maximização desse bem-estar ou, pelo menos, não há razões para que não o façam. Essa idéia de maximização parece estar associada a um princípio de racionalidade prática que nos diz que, se algo é bom, então parece irracional optarmos por um curso de ação que o promova menos diante de outra alternativa que o promova mais (LYONS, 1990). A terceira noção é a de que o cálculo exige uma benevolência universal a fim de que os interesses do agente não pesem mais do que os interesses dos demais. Essa parece ser uma noção importante para o utilitarismo na medida em que permite diferenciá-lo de uma posição meramente egoísta ou prudencial e traz consigo

6 PICOLI, Rogério Antonio -6- implicados outros dois elementos: a idéia de igualdade e a de imparcialidade (CARVALHO, 1998, p. 224). A concepção geral apresentada acima enfatiza aqueles aspectos relevantes para a compreensão do utilitarismo enquanto uma teoria ético-normativa, ou o que Amartya Sen e Bernard Williams classificam como teoria da moralidade pessoal (SEN; WILLIAMS; 1990, p. 1-2). Contudo, o escopo da doutrina originalmente pensado pelos primeiros sistematizadores era muito mais amplo, o que tem permitido muitas interpretações e o desenvolvimento de versões mais restritas aplicadas ao governo, à economia e ao direito. Uma explicação para o caráter abrangente e o escopo amplo das abordagens utilitaristas pode ser encontrada na distinção, proposta por Scanlon, entre a tese do utilitarismo filosófico e as formas de utilitarismo normativo. O utilitarismo filosófico seria a tese particular acerca da moralidade segundo a qual os únicos fatos morais fundamentais são aqueles relativos ao bem-estar. A atratividade e a plausibilidade dessa tese, juntamente com a força motivacional desses fatos explicariam a extensa influência do princípio da utilidade. Entre outras razões, porque as alegações sobre o bem-estar são uma classe válida e relativamente superior de pontos de partida na argumentação moral; as exigências morais substantivas, se não estão suportadas por uma referência ao bemestar individual, tendem a ser pensadas como intuições, o que dificultaria uma explicação para os fatos morais (SCANLON, 1990). De acordo com Scanlon, uma vez aceito o utilitarismo filosófico, alguma forma de utilitarismo normativo parece ser imposta sobre nós como a teoria moral de primeiraordem correta e um argumento posterior nos é exigido para se determinar qual forma pode ser aceita (SCANLON, 1990, p ). O utilitarismo filosófico explica como uma pessoa pode ser convencida de que alguma forma de utilitarismo normativo deve ser correta, embora seja ainda bem incerto que forma seja essa. Permanece em aberto não só a forma da doutrina, se um utilitarismo direto ou indireto, de regras ou de atos, mas também e principalmente as bases justificatórias dessa doutrina e todas as implicações normativas. O importante para o nosso propósito aqui é enfatizar que qualquer tentativa de se isolar uma determinada concepção de utilitarismo implica de alguma maneira a adesão a uma

7 UTILITARISMOS, BENTHAM E A HISTÓRIA DA TRADIÇÃO -7- certa interpretação do utilitarismo ou, então, um exercício particular de interpretação histórica. Gerando variantes: reação às críticas e as estratégias de defesa A reação utilitarista pela estratégia do ataque à teoria de rawlsiana (Harsanyi, Arrow e Hare) tem apontado para inconsistências importantes na teoria rawlsiana, seja em relação à superioridade dos princípios propostos, seja em relação ao método de justificação. Mas, são as estratégias de defesa da teoria que se relacionam mais diretamente com o problema da variedade de teorias e a questão da interpretação histórica do utilitarismo. A estratégia de redefinição do termo utilidade (Griffin e Sen) e de elaboração de diferentes formas de se compreender a concepção geral do utilitarismo (Moore, Brandt, Harsanyi e Hare) apontam tanto para a possibilidade de uma adequação do utilitarismo às exigências da justiça quanto para uma rejeição do problema dentro do enfoque pretendido por Rawls. Na perspectiva de análise centrada na história da tradição, que é o foco nesse trabalho, a defesa da doutrina segue a estratégia do revisionismo. Numa versão mais radical dessa estratégia, os autores em geral concordam com a crítica rawlsiana ao utilitarismo clássico de que falta a essa doutrina uma teoria da justiça e, então, partem para uma reconstrução abrangente da história do utilitarismo e apontam para o fato de que as concepções de utilitarismo derivadas dos esforços teóricos dos utilitaristas clássicos (especialmente, Bentham e J. S. Mill) não são as únicas formas históricas da doutrina, tampouco as mais importantes e consistentes. (Geoffrey Scarre e Matti Häyry). Numa outra versão, os autores empregam a estratégia da caridade interpretativa em relação aos autores clássicos. Tal estratégia tem revelado que considerações de justiça e a proteção de certos direitos podem ser, aparentemente de forma consistente, acomodadas nas teorias desses autores (J. P. Kelly e J. Gray). Aqui importa destacar que quando se consideram os diversos enfoques sobre a história da tradição utilitarista empregados por aqueles que buscam caracterizar ou definir uma concepção específica da doutrina, observa-se que a legitimidade das concepções defendidas são, em última instância, dependentes, em maior ou menor grau, do tipo de interpretação que cada autor faz da tradição do pensamento utilitarista. Alguns autores

8 PICOLI, Rogério Antonio -8- recorrem à tradição utilitarista como uma fonte que lhes fornece os elementos e inspira o tipo de atitude teórica e de teoria que pretendem defender. Em geral, esses autores estão preocupados principalmente com a articulação dos elementos extraídos da tradição, ou seja, com a forma como uma determinada concepção de utilitarismo, delimitada pela reconstrução histórica, pode ser reelaborada de maneira a contribuir para uma maior consistência da teoria; esse parece ser o tipo de abordagem adotado pelos principais teóricos do utilitarismo contemporâneo (G. E. Moore, R. F. Harrod, J. C. C. Smart, Richard Hare, Richard Brandt e John Harsanyi). Interessados num outro tipo de abordagem, certos autores preferem definir como objeto de investigação não a doutrina como um todo, mas o pensamento (ou um aspecto do pensamento) de algum autor dentro da tradição utilitarista. A concepção de utilitarismo que emerge a partir desse tipo enfoque (normalmente associado à estratégia da caridade interpretativa) pode ser entendida como uma conseqüência do esforço de reconstrução do sistema de pensamento do autor através da análise do grau de sistematicidade e coerência do conjunto da produção do pensador em questão. Exemplos desse tipo de abordagem são os trabalhos de H. L. Hart e J. P. Kelly sobre Jeremy Bentham; os de J. Gray, D. Lyons e J. Skorupski sobre J. S. Mill e o de J. B. Schneewind sobre Henry Sidgwick. Um terceiro tipo de abordagem (normalmente associado à estratégia mais radical da revisão histórica) parte de uma concepção de utilitarismo num grau bastante elevado de generalidade distinguindo e isolando, em princípio, apenas os elementos mais essenciais da teoria utilitarista; em seguida, volta-se para a história da doutrina buscando identificar a ocorrência desses elementos. Dessa forma conclui, segundo as ocorrências, a favor da existência de diferentes tipos ou versões de utilitarismo que têm em comum apenas um conjunto pouco exigente de laços de família. A tentativa de se isolar uma determinada concepção de utilitarismo a partir de cada uma dessas abordagens, pressupõe de algum modo a adesão a uma certa interpretação do utilitarismo ou, então, implica num exercício particular de interpretação histórica. De um lado, somos solicitados a explicitar em que sentido os termos que estão sendo empregados estão de acordo com essa tradição; de outro, a dizer em que sentido essa interpretação histórica está sendo criticada. O recurso à interpretação ou o retorno à história da tradição parecem inevitáveis e o referencial representado pela interpretação

9 UTILITARISMOS, BENTHAM E A HISTÓRIA DA TRADIÇÃO -9- histórica tradicional da doutrina utilitarista (a forma recebida da doutrina) assume um lugar de destaque na medida em que propõe um conteúdo e uma perspectiva de análise da história da tradição. O problema da interpretação tradicional Em geral, as definições mais abrangentes e sistemáticas do utilitarismo são formuladas com referência ao conjunto de teorias e doutrinas defendidas e difundidas por Jeremy Bentham e John Stuart Mill. Sem dúvida, algum tipo de referência a esses autores é necessário não só porque foram eles os primeiros a fazer uso do termo utilitarismo, mas, também, e principalmente, os primeiros a se empenhar de um modo consciente na formalização e sistematização da doutrina. O fato é que nas interpretações históricas do utilitarismo, sobretudo na versão tradicional, Bentham e John Stuart Mill ocupam um lugar central. Os seus textos não só são adotados como referenciais clássicos, mas constituem, quase que obrigatoriamente, o ponto de partida para qualquer estudo do pensamento utilitarista. Muito embora grande parte das idéias e posições adotadas por esses autores já tivessem sido de um modo ou de outro defendidas por outros pensadores, Bentham e Mill continuam sendo considerados os expoentes máximos da doutrina. Mas a razão de fundo da posição central que esses pensadores vieram a ocupar no campo dos estudos utilitaristas parece estar associada ao fato de terem sido eles os fundadores e os principais líderes do chamado Radicalismo Filosófico: um amplo movimento por reformas legais e políticas na Inglaterra no início do século XIX. Esse é um fato que merece algumas considerações. Mais do que pensadores engajados unicamente em busca de uma doutrina perfeita, Bentham, Stuart Mill e o seu pai, James Mill, foram, principalmente, homens voltados para problemas práticos, formuladores de políticas e, nessa busca, foram os articuladores de uma ideologia sistemática, compreensiva, aspirando uma neutralidade científica e filosoficamente apoiada num único princípio: o princípio da maior felicidade para o maior número. Com base nesse princípio os adeptos do Radicalismo Filosófico promoveriam as reformas políticas e legais necessárias à implantação da sociedade utilitarista na Inglaterra.

10 PICOLI, Rogério Antonio -10- Se na arena política o desempenho e o êxito do radicalismo filosófico não foram proporcionais às expectativas acerca da possibilidade das reformas, o mesmo não se pode dizer em relação à difusão das idéias e dos ideais que propuseram e defenderam. A análise, o programa e o receituário utilitaristas acabaram por exercer uma grande influência no pensamento ético, político, legal e social do século XIX, sobretudo na França e na Inglaterra e, a partir daí, no mundo todo. Dois séculos depois, as idéias do Radicalismo Filosófico seguem exercendo sua influência, a ponto de representar, hoje, o tipo de concepção de vida implícita no planejamento econômico e político da maioria das sociedades. A influência, a importância histórica da ideologia do movimento dos radicais filosóficos e o lugar de destaque e notoriedade dos seus formuladores têm influenciado de forma significativa o modo como a história e o conteúdo do utilitarismo têm sido apresentados nas ciências sociais e na filosofia. Ao menos é o que se verifica desde os influentes trabalhos de Leslie Stephen e Élie Halévy, respectivamente, The English utilitarians e The growth of the philosophical radicalism, ambos publicados na passagem do século XIX para o século XX. Considerados por muitos como as melhores reconstruções históricas e exposições do pensamento utilitarista, os trabalhos de Stephen e Halévy permanecem como pano de fundo da interpretação tradicional da doutrina e obviamente das definições mais abrangentes do termo utilitarismo. Ocorre que se examinamos essas duas obras podemos verificar que o objeto primário das suas investigações é a ideologia do Radicalismo Filosófico embora o foco esteja centrado no núcleo do objeto: a sua base filosófica. Noutros termos, os autores buscam oferecer uma compreensão da base ideológica do Radicalismo Filosófico por meio da exposição da trajetória e da produção intelectual dos formuladores e articuladores do movimento. Esses autores e os muitos que aceitam tal perspectiva de interpretação tradicional do utilitarismo, filósofos ou cientistas sociais, impõem à história da teoria utilitarista um certo tipo de recorte, cujo critério, nomeadamente, a notoriedade e o prestígio público adquiridos pelos articuladores da base teórica do radicalismo filosófico, é determinado mais pelo impacto da doutrina no contexto social e político do que pelo caráter inovador ou solucionador das querelas teóricas do contexto intelectual (PICOLI, 2001; 2002). O não questionamento dos pressupostos da interpretação tradicional tem contribuído para uma leitura muito rasa do utilitarismo benthamiano que enfatiza, dentre outros

11 UTILITARISMOS, BENTHAM E A HISTÓRIA DA TRADIÇÃO -11- aspectos: o caráter a-histórico da doutrina, o individualismo atomista, o hedonismo simplista, a base agregacionista, a lógica da maximização e o cálculo felicífico, o princípio da utilidade como fundamento último da moral e princípio de racionalidade na ética. A seguir analiso alguns aspectos que seguem sendo negligenciados pela leitura tradicional mas que tornam o Bentham recebido incompatível com o Bentham original, sobretudo aquele se apresenta em Uma introdução aos princípios da moral e da legislação. Bentham e a herança humiana: o caráter volitivo da moral Em Uma introdução aos princípios da moral e da legislação (1789), Bentham se propõe a apresentar o princípio da utilidade, a defender que a conduta humana é governada pela dor e pelo prazer, a formular as definições para o princípio da utilidade e para a idéia de interesse da comunidade e a defender que as medidas de governo devem ser avaliadas à luz da utilidade. Em seguida, ele tenta explicar o que significa agir de acordo com o princípio da utilidade e por que o princípio permite um emprego significativo dos termos deve, não-deve, certo e errado. No primeiro parágrafo do capítulo I está a famosa passagem na qual o autor afirma que a natureza colocou a humanidade sob o comando de dois mestres soberanos, o prazer e a dor. Prazer e a dor são apresentados como causas finais no sentido de que a natureza colocou como possibilidades para a ação humana a geração desses dois produtos finais: o prazer e a dor. Bentham parece sugerir que, inevitavelmente, agimos movidos por percepções de prazer e dor; e, no que se refere à esfera da moral, um ato não causa nada exceto percepções diretas ou complexos de percepções de prazer e dor (impressões, paixões, satisfação, felicidade). No plano da prática ou plano volitivo, o princípio da utilidade corresponde, de acordo com Bentham, a um sentimento e esse é um aspecto que se mantém ofuscado pela interpretação tradicional. Trata-se de um sentimento de aprovação do prazer e de desaprovação da dor que dá início às operações mentais e nos leva a aprovar um determinado tipo de ação.

12 PICOLI, Rogério Antonio -12- Na definição do próprio Bentham, entende-se por princípio da utilidade, o princípio que aprova ou desaprova toda ação qualquer que seja de acordo com a tendência que ela parece ter a aumentar ou diminuir a felicidade da parte cujo interesse está em questão, ou, que é a mesma coisa em outras palavras, a tendência a promover ou opor-se a tal felicidade. Digo de toda ação, qualquer que seja, e, portanto, não apenas toda ação de um indivíduo privado, mas também toda medida de governo (BENTHAM, p. 12). 1, 2 Se, no plano do entendimento, o princípio da utilidade significa um princípio ou um critério por meio do qual podemos determinar, definir, ordenar e sistematizar as distinções e os aspectos relevantes que devem ser considerados numa deliberação moral, no plano volitivo ou dos sentimentos, o princípio da utilidade é o princípio psicológico pelo qual se explica o sentimento de aprovação moral. É patente a influência de Hume sobre o pensamento de Bentham. Acerca da lógica da vontade, Bentham faz o seguinte comentário no prefácio de Uma introdução aos princípios da moral e da legislação: Há, ou melhor, deve haver uma lógica da vontade, assim como uma lógica do entendimento: nem são as operações da primeira faculdade menos susceptíveis, nem menos dignas, do que as da segunda. Desses dois ramos dessa recondite arte, Aristóteles viu apenas a segunda; os lógicos que o sucederam, seguindo os passos do seu grande fundador, têm contribuído para que não se veja com outros olhos. Entretanto se alguma diferença pode ser apontada entre esses dois ramos tão intimamente ligados, qualquer que seja a diferença, quanto à importância, ela é a favor da lógica da vontade; visto que é apenas pela capacidade de direcionar as operações dessa faculdade que as operações do entendimento são de alguma importância (BENTHAM, p. 16). Essa última frase é reveladora do compromisso de Bentham com as teses de Hume acerca do papel da razão. Hume expõe a sua posição de maneira clara e precisa em An enquiry concerning the principles of morals. Ele inicia o item i do apêndice I dizendo que a utilidade é apenas uma tendência a um certo fim ao qual não somos indiferentes, 1 2 Todas as traduções nesse texto são de responsabilidade do autor desse artigo. Essa definição é complementada por uma nota na qual ele esclarece o modo como o princípio da utilidade deve ser interpretado: A palavra princípio é derivada do latim principium ( ) É um termo de significado bastante vago e bastante extenso. Ele é aplicado a qualquer coisa que seja concebida para servir como o fundamento ou o início de uma série de operações: em alguns casos, de operações físicas; mas de operações mentais no presente caso. O princípio aqui em questão pode ser tomado como um ato da mente; um sentimento; um sentimento de aprovação; um sentimento que, quando aplicado a uma ação, aprova a sua utilidade enquanto aquela qualidade pela qual a medida da aprovação ou

13 UTILITARISMOS, BENTHAM E A HISTÓRIA DA TRADIÇÃO -13- pois, caso isso ocorresse, também o seríamos em relação aos meios que nos levam a esse fim. Por isso, é preciso que haja um sentimento para que se estabeleçam quais preferências são úteis e quais não são. E esse sentimento, ainda segundo Hume, não é outro senão um interesse pela felicidade dos seres humanos. Mais adiante ele diz: A hipótese de que partimos é clara. Ela mantém que a moralidade é determinada pelo sentimento. Ela define a virtude como qualquer ação ou qualidade espiritual que comunica ao espectador um sentimento agradável de aprovação; e o vício como o seu contrário (HUME, p. 179). Tendo reafirmado que as ações são determinadas por impulsos cuja origem repousa na vontade e no sentimento, Hume passa a considerar o papel reservado à razão na deliberação moral. Ele inicia o item ii do apêndice I com a seguinte proposição: Quando um homem, em qualquer ocasião, delibera sobre a sua própria conduta (...) ele deve levar em consideração as distintas relações, juntamente com todas as circunstâncias e situações particulares das pessoas envolvidas, a fim de determinar qual é o mais elevado dever ou obrigação (HUME, p. 179). Empregamos um procedimento análogo para determinarmos as proporções entre as linhas de um triângulo qualquer; examinamos a natureza daquela figura e as relações entre as diversas partes. Uma pessoa que raciocina teoricamente sobre triângulos e círculos considera as relações como dadas e conhecidas e, então, infere uma relação desconhecida dependente da primeira. Mas isso, diz Hume, é diferente na moral: No caso das deliberações morais, entretanto, devemos estar familiarizados de antemão com todos os seus objetos e com todas as relações que eles mantêm uns com os outros, e determinar, a partir de uma consideração do todo, nossa escolha ou aprovação. Nenhum novo fato deve ser averiguado ou nova relação precisa ser descoberta. Todos os aspectos do caso em pauta devem supostamente estar diante dos nossos olhos antes de podermos emitir qualquer juízo de censura ou aprovação. Se alguma circunstância relevante for ainda desconhecida ou duvidosa, temos que mobilizar antes nossas faculdades intelectuais e investigativas para nos certificarmos dela, e devemos suspender por um certo período toda decisão ou sentimento morais. (...) Mas logo que se conheça todas as circunstâncias e relações, o entendimento não tem mais espaço para atuar, nem qualquer tópico sobre o qual pudesse aplicar-se. A aprovação ou censura que então resulta não pode ser obra do entendimento, mas do coração, e não constitui uma proposição ou afirmação especulativa, mas um ativo sentimento ou sensação. (...) Nas decisões morais, todas as circunstâncias e relações devem ser conhecidas, e a mente, baseando-se na contemplação do todo, sente uma nova impressão de afeto ou desagrado, estima ou repúdio, aprovação ou recriminação (HUME, p ). desaprovação conferida a ela deve ser governada (BENTHAM, 1996, p , n. b).

14 PICOLI, Rogério Antonio -14- Nesses trechos, Hume não está apenas explicitando e reafirmando o papel coadjuvante da razão na moral, ele está, também, apresentando um procedimento pelo qual se atinge uma deliberação moral correta, noutros termos: ele está apresentando uma teoria procedimental da deliberação moral (PICOLI, 2001; 2001). Se retornarmos a Bentham e examinarmos a forma como ele estrutura os capítulos de Uma introdução aos princípios da moral e da legislação, veremos que são exatamente os mesmos aspectos elencados por Hume que orientam o conteúdo e a disposição dos capítulos: a natureza das avaliações morais, o papel da razão nas deliberações morais, o princípio que governa tais deliberações, os objetos envolvidos e as relações existentes entre esses objetos, as circunstâncias gerais e particulares que influenciam as decisões, as situações particulares, etc. Explicitamente, Bentham adere à teoria da aprovação moral de Hume e indiretamente também à teoria da motivação. Então, o que Bentham faz em Uma introdução aos princípios da moral e da legislação é explicitar quais são os objetos, as relações entre os objetos, as circunstâncias, as situações particulares, etc., que os juízes e legisladores penais devem ter em conta ao tomarem as suas decisões. A teoria benthamiana pode ser pensada em termos de uma teoria procedimental da deliberação moral aplicada à legislação e ao direito penal (PICOLI; 2001, p ; 2002 e 2007, p ). É nesse contexto de uma herança humiana que o cálculo felicífico proposto por Bentham deve ser interpretado. Isto é, um cálculo aproximado é melhor que nenhum. Porém, quando considerado fora desse contexto, o cálculo benthamiano soa como uma contabilidade moral, uma ingênua busca por exatidão, objetividade e certeza como se fosse possível a submissão da vontade a um suposto poder imperativo e absoluto da razão quando essa identifica ou aponta as regras e as ações maximizadoras de felicidade. A defesa negativa do Princípio da Utilidade No capítulo II de Uma introdução aos princípios da moral e da legislação, Bentham trata dos princípios que na sua visão competem com o princípio da utilidade. Ele faz uma defesa negativa do princípio da utilidade, já que, no capítulo anterior, havia argumentado que o princípio, por ser um axioma fundamental, não era susceptível de provas. Assim, a

15 UTILITARISMOS, BENTHAM E A HISTÓRIA DA TRADIÇÃO -15- forma de provar a validade do princípio seria confrontá-lo com os princípios alternativos e demonstrar a sua superioridade relativa. Os alvos são o princípio do ascetismo e o princípio da simpatia ou capricho. O princípio do ascetismo falharia como critério de correção no campo do governo, tanto nos assuntos da arte da legislação quanto nos assuntos relativos à administração porque não pode ser consistentemente promovido visto que ele exige a aprovação das ações segundo a tendência que elas parecem ter à diminuir a felicidade. O ascetismo possui uma essência, apresenta caráter despótico quando generalizado como critério de correção. 3 Tal princípio, embora possa ser a opção de um indivíduo isolado, não pode ser generalizado sem transformar um dia num inferno, diz Bentham. Além disso, da perspectiva do governante, o princípio é completamente irracional, porque contraria o impulso natural que dá sentido ao estabelecimento da vida em sociedade: reduzir o risco de sermos a causa do nosso próprio sofrimento. Bentham sustenta que as linhas gerais da prática jurídica da sua época e os vários sistemas de ética desenvolvidos para suportá-las poderiam ser pensados como sistemas que tomam aquilo que chama de o princípio da simpatia como o princípio do certo e do errado. O princípio da simpatia é o princípio que aprova ou desaprova uma ação sem levar em conta a tendência da ação a aumentar ou diminuir a felicidade dos concernidos, mas tão somente o sentimento interno de aprovação do agente (BENTHAM). Na visão de Bentham, o problema da adoção do princípio da simpatia como critério do certo e do errado é que ele não exige um padrão externo para guiar os sentimentos internos de aprovação e desaprovação. Isso faz com que, nos casos em que se deve aplicar uma punição, sejamos guiados apenas pelo capricho, por um desejo irrefletido. Mas o que se espera de um princípio é algo que aponte para uma consideração externa, uma referência, como forma de certificar e guiar os sentimentos de aprovação e desaprovação. Por tratar-se de uma questão de sentimentos, Bentham concorda que não temos como aferir o grau de correção da aprovação ou reprovação. Contudo, é manifesto que os ditados desse princípio [do princípio da simpatia] freqüentemente coincidirão com 3 Qualquer que seja o mérito que uma pessoa possa ter pensado haver em tornar a si miserável, tal noção jamais parece ter ocorrido a quaisquer deles que possa ser um mérito, muito menos um dever tornar os outros miseráveis; não importaria muito se provocada por cada um a si mesmo, ou por uma pessoa a outra.(bentham, p ).

16 PICOLI, Rogério Antonio -16- aqueles da utilidade, embora talvez sem que se pretendesse tal coisa (BENTHAM, p. 29). Ou seja, na maioria dos casos o princípio da simpatia tende a coincidir com o princípio da utilidade; mas, em outros, a adoção do princípio da simpatia em lugar do princípio da utilidade conduziria a erros. 4 Na opinião de Bentham, os teóricos da moral e do direito, quando perceberam que o princípio da simpatia era capaz de, na maioria das vezes, reconhecer um ato danoso, acabaram por aceitá-lo como o critério da moralidade e ignoraram o fato de que o princípio era incapaz de dar qualquer regularidade e previsibilidade às punições. Esse princípio ignora a relação entre a ofensa e a punição. A punição torna-se um capricho daquele que tem o poder de punir. Fica claro, então, porque Bentham rejeita a simpatia. O princípio não possibilita que sejam impostos limites ao emprego da força num caso de punição. Para Bentham, o princípio da utilidade era um critério mais preciso que o da simpatia. O tipo de defesa que Bentham faz do princípio da utilidade é essencialmente negativo e parece ter sido defendido a partir de uma perspectiva que assume o imperativo da falibilidade humana. O princípio deve ser aceito como um axioma válido porque não há outro que possa servir como critério comum, público, para a avaliação da conduta tanto do governante quanto do governado. 5 Essa leitura evidencia que não se pode esperar que o princípio da utilidade seja o substituto rivalizante do imperativo categórico kantiano uma vez que tanto a natureza da moral quando a concepção de racionalidade prática dos dois autores são completamente distintas. Somente uma leitura de Bentham pelas lentes de Kant poderia conferir uma face absoluta e imperativa ao princípio da utilidade, mas é evidente que as pretensões de Bentham são bem mais modestas. 4 5 O princípio da simpatia e antipatia é mais sujeito ao erro do lado da severidade. É por aplicar punição em muitos casos em que não se deve aplicar nenhuma; em muitos casos em que merece alguma, é por aplicar mais do que merece.(bentham, p. 29). Mas não é nunca, então, de nenhuma outra consideração do que as de utilidade que nós derivamos as nossas noções de certo e errado? Eu não sei, não me importa. Se um sentimento moral pode ser originalmente concebido de alguma outra fonte que não uma visão da utilidade, é uma questão. Se examinando e refletindo sobre, puder, de fato, ser realmente perseguido e justificado em alguma outra base por uma pessoa refletindo consigo mesma, é outra. Se uma questão de direito pode ser justificada numa outra base, por uma pessoa dirigindo-se a uma comunidade, é uma terceira questão. As duas primeiras são questões de especulação; não importa, comparativamente falando, como elas são decididas. A última é uma questão de prática: a decisão sobre ela é de uma importância maior que qualquer outra possa ser (BENTHAM, p. 28).

17 UTILITARISMOS, BENTHAM E A HISTÓRIA DA TRADIÇÃO -17- Ética e governo: as artes de guiar a conduta No cap. XVII de Uma introdução aos princípios da moral e da legislação, Bentham define a ética em geral como a arte de direcionar as ações dos homens para a produção da maior quantidade de felicidade possível àqueles cujos interesses estão sendo considerados. A ética privada é definida como a arte de o indivíduo conduzir as próprias ações. E a ética no sentido público é a arte do governo que inclui: de um lado, a arte da administração, a arte do governante conduzir as ações dos governados por meio de medidas de natureza circunstancial ou provisória; e, de outro, a arte da legislação, a arte do governante conduzir as ações dos governados por meio de medidas de natureza permanente. Uma das acusações que John Rawls faz ao utilitarismo é a de que a doutrina pretende generalizar para toda sociedade um critério de ética pessoal. Enquanto essa tese se aplica adequadamente à interpretação que Henri Sidgwick oferece do utilitarismo como uma teoria da ética pessoal, o argumento não se ajusta muito bem ao pensamento benthamiano. Para Bentham, a ética privada é regulada por um sentimento de dever para consigo mesmo e por um sentimento de dever para com o próximo. Se a felicidade do indivíduo depende de uma conduta que não afeta a felicidade de mais ninguém, exceto a sua própria, ele deve olhar apenas para os seus próprios interesses. Se a felicidade desse indivíduo depende de uma conduta que afeta a sua própria felicidade e também a felicidade das outras pessoas, ele deve consultar os interesses de todos os afetados pela ação (BENTHAM, p. 282). O corre que essa consideração dos interesses dos afetados envolve: por um lado, a probidade, isto é, a avaliação se a ação impede a diminuição da felicidade dos afetados; e, por outro, a beneficência, isto é, a avaliação se ela aumenta a felicidade dos afetados (BENTHAM, p ). No campo da ética privada, a arte da legislação pode no máximo uma auxiliar. No caso dos deveres para consigo mesmo definidos no âmbito dessa ética privada, um legislador pode apenas auxiliar o indivíduo quanto à observação dos seus interesses particulares (prudência) apenas nos casos em que existe uma dificuldade de compreensão ou uma má avaliação por parte do agente, ainda assim a interferência deve se dar somente por meio de advertência, não de punição. Como diz Bentham, no âmbito dos deveres para

18 PICOLI, Rogério Antonio -18- consigo mesmo: Tudo que ele [o legislador] pode fazer é aumentar a eficácia da ética privada dando força e direção à sanção moral (BENTHAM, p. 284). Ainda no terreno da ética privada, no que diz respeito aos deveres do agente para com o próximo, os casos de beneficência devem ser deixados para a ética privada, porque os interesses de beneficência não diminuem, mas promovem os interesses dos outros. Apenas um único caso a interferência do legislador no campo da ética privada é absolutamente necessária: as regras de probidade são aquelas, em que é mais necessária a assistência por parte do legislador e em que, de fato, a sua interferência tem sido mais extensiva (BENTHAM, p ). Probidade para Bentham significa a oposição aos atos de um agente que potencialmente constituem ofensa à propriedade do outro. É principalmente em relação a esses deveres que o legislador pode guia o indivíduo. Existem poucos casos em que seria conveniente punir uma pessoa por ferir-se a si mesma, porém existem poucos casos, se existir algum, em que não seria conveniente punir uma pessoa por prejudicar o próximo (a propriedade do próximo). Com respeito ao ramo da probidade, a interferência do legislador não pode ser dispensada em absoluto. Para que a propriedade seja respeitada por um indivíduo preocupado com a sua conduta ética privada é necessário que uma lei crie a propriedade. Se a lei não existe, o dever de probidade não se coloca para a conduta ética privada. A partir dessa consideração, Bentham define o campo da legislação penal. A arte da legislação no seu ramo penal cuida da especificação de regras gerais que asseguram aos indivíduos a posse sobre certos tipos de bens e, ainda, cuida da prescrição de conseqüências artificiais, punições, para os atos de violação dessas regras. Conclusão A interpretação tradicional do utilitarismo delimita o escopo da doutrina a partir de Bentham e dos Mills definindo uma concepção de utilitarismo enquanto base teórica do Radicalismo Filosófico. O caminho que leva os autores contemporâneos a aceitarem essa perspectiva da interpretação tradicional, na qual Bentham e Mill são tidos como os referenciais teóricos do utilitarismo, parece intuitivamente óbvio. Pois, dada a pretensão de cientificidade das teses do Radicalismo Filosófico, algo explicitamente reivindicado por Bentham e Mill, seria de se esperar que, em meio à farta produção intelectual desses

19 UTILITARISMOS, BENTHAM E A HISTÓRIA DA TRADIÇÃO -19- filósofos, existisse um conjunto de teses filosóficas bem fundadas e organizadas a partir das quais se justificaria todo o sistema de crenças, categorias e formas de análises e de cálculos daquela ideologia. O lugar central que as questões interpretativas ocupam desde há muito no campo dos estudos utilitaristas nos revela que a tarefa de identificar nos referenciais clássicos da doutrina (Bentham e J. S. Mill) uma base filosófica compatível com as pretensões da ideologia do Radicalismo Filosófico tem sido algo particularmente difícil. Aliás, o desenvolvimento da doutrina utilitarista, desde os radicais filosóficos, em particular a partir de John Stuart Mill, tem sido marcado pela renúncia sucessiva de algumas das pretensões daquela ideologia, juntamente com a redução do escopo de aplicação da doutrina, em favor de tentativas de formalização e explicitação da consistência de sua base filosófica. Desde que a legitimidade de uma variante do utilitarismo normativo, em geral, está suportada por um trabalho de reconstrução histórica da doutrina e dos seus pensadores clássicos, talvez seja mais rico e revelador colocar em suspenso a perspectiva de análise da interpretação tradicional. A centralidade dos quatro aspectos do pensamento de Bentham examinados nesse trabalho, quais sejam, a natureza volitiva da moral, o procedimento de deliberação moral, a defesa negativa do princípio da utilidade e a relação entre ética privada e governo, nos leva a um certo distanciamento da interpretação recebida e a reivindicação de coerência e sistematicidade da doutrina. São removidos do centro do utilitarismo benthamiano a normatividade imperativa da racionalidade na ética, o caráter absoluto do princípio da utilidade enquanto fundamento da ética privada, a objetividade estrita da leitura agregacionista e o formalismo do cálculo felicífico. Feita a crítica, fica o desafio de remontar o utilitarismo benthamiano a partir dessas novas bases. Referências: BENTHAM, Jeremy. An introduction to the principles of morals and legislation. 2. ed. Londres: Reimpressão: Buffalo: Prometheus Books, BRANDT, Richard B. Morality, utilitarianism, and rights. Cambridge: Cambridge University Press, CARVALHO, Maria. C. M. de O utilitarismo, os direitos e os deveres morais. In: Peluso, Luis Alberto (org.). Ética e utilitarismo. Campinas: Editora Alínea, 1998.

20 PICOLI, Rogério Antonio -20- GRAY, John. Mill on liberty: a defence. Londres: Routledge & Kegan Paul, 1983 HALÉVY, Èlie. The growth of philosophic radicalism. Tradução inglesa por Mary Morris. Clifton: Augustus M. Kelley Publishers, HARSANYI, John. Morality and the theory of rational behaviour In: SEN, Amartya; WILLIAMS, Bernard (ed.). Utilitarianism and beyond. Cambridge: University of Cambridge, HART, H. L. A. Essays on Bentham. Oxford: Oxford University Press, HÄYRY, Matti. Liberal utilitarianism and applied ethics. Londres: Routledge, HUME, David. Uma Investigação sobre os Princípios da Moral. Tradução por José O. de Almeida Marques. Campinas: Editora da Unicamp, KELLY, P. J. Utilitarianism and distributive justice: Jeremy Bentham and the civil law. Oxford: Clarendon Press, LYONS, David. As regras morais e a ética. Tradução de Luís Alberto Peluso. Campinas: Papirus Editora, PICOLI, Rogério A. O Utilitarismo à Luz da Tradição: os predecessores e Bentham. Dissertação de Mestrado. Instituto de Filosofia. PUC-Campinas, Orientadora: Profa Dra Maria Cecília Maringoni de Carvalho.. A herança humeana, a lógica da vontade e o método experimental: uma reinterpretação do utilitarismo benthamiano. Phronesis (PUCCAMP), v. 4, n. 2, p. 9-54, Sobre o governo em Jeremy Bentham: o risco das partes e o traçado do todo. Tese de doutorado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, USP, Orientador: Dr. Cícero Romão Resende de Araújo. ROSEN, Frederick. Jeremy Bentham: recent interpretations, Political Studies, v. 30, n. 4, SCANLON, Thomas M. Contractualism and utilitarianism. In: Amartya Sen; Bernard Williams (ed.). Utilitarianism and beyond. Cambridge: Cambridge University Press, SCARRE, Geoffrey. Utilitarianism. Ted HONDERICH (ed.). Problems of Philosophy. London: Routledge, SCHNEEWIND, J. B. Sidgwick s ethics and victorian moral philosophy. Oxford. Oxford University Press, SEN, Amartya; WILLIAMS, Bernard (ed.). Utilitarianism and beyond. Cambridge: University of Cambridge, SIDGWICK, Henry. The methods of ethics. Indiannapolis; Cambridge, EUA: Hackwett Plubishing Company, SKORUPSKI, John (ed.). The Cambridge companion to Mill. Cambridge: Cambridge Univesity Press, SMART, J. C. C.; WILLIAMS, Bernard. Utilitarianism: for and against. Cambridge: Cambridge University Press, SMART, J. C. C. An outline of a system of utilitarian ethics. In: SMART, J. C. C.; WILLIAMS, Bernard. Utilitarianism: for and against. Cambridge: Cambridge University Press, 1973.

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