Políticas Públicas e Parcerias com o Terceiro Setor. Claudia Costin
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- Ana Carolina Belo Azevedo
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1 Políticas Públicas e Parcerias com o Terceiro Setor Claudia Costin
2 Percepção recente sobre o Poder Público no Brasil Estado Brasileiro colocado em cheque por motivos éticos, dada a configuração clientelista do sistema político e pela incapacidade de diminuir desigualdades sociais. Gasto social monta a perto de 25% do PIB, comparável com o de países desenvolvidos, porém sem a qualidade que apresentam na prestação de serviços públicos. Consciência do problema integra o processo de solução, mas céticos mantêm que corrupção e fisiologismo são parte da alma brasileira. Maneira de enfrentar a crise do Estado contribui para a piora em seu desempenho.
3 Alguns dados sobre a situação social no Brasil e os gastos públicos Com uma estrutura etária bem mais piramidal que a européia, gastamos os mesmos 12% do PIB em aposentadorias (mais que os EUA). O gasto em Educação é prioritariamente dirigido à Universidade. Carga tributária aumentou de 88 para cá em 15% do PIB.
4 A Crise e a Reforma do Estado Crise multifacetada: Crise Fiscal Crise do Modelo de Intervenção do Estado na Economia Crise Política Crise do Modelo de Gestão
5 As funções do Estado no Brasil Gerar emprego e renda (administração direta e autarquias). Baratear o custo de produção de capital (empresas estatais).
6 As funções do Estado no Brasil Prestar serviços e gerar oportunidades às elites e a setores da classe média em ascensão
7 A crise de gestão e o clientelismo Ora a marca de nosso sistema político sendo o clientelismo (troca de favores e empregos por votos), a preocupação central torna-se: Permitir geração de empregos, mas moralizando o uso destes recursos humanos. Dar condições de boa gestão às iniciativas destinadas à prestação de serviços e geração de oportunidades a elites (Decreto-lei 200).
8 Setores de Atuação do Estado Núcleo Formulador de Políticas Públicas e Funções de Soberania importante fortalecer e capacitar o aparelho do Estado (Secretarias ou Ministérios). Atividades Exclusivas de Estado associadas à implementação de políticas públicas e à regulaçãoimportante capacitar, dar autonomia e fortalecer o aparelho de Estado (agências, autarquias). Atividades não Exclusivas na implementação de políticas públicas-espaço Aberto a parcerias, fortalecendo o vínculo com as políticas formuladas.
9 Fortalecimento do Núcleo Estratégico Profissionalização e Modernização do Serviço Público, na forma de: - Concursos anuais (oxigenação); - Correção de salários frente ao mercado; - Investimento em treinamento. Criação de uma carreira horizontal para atuar na formulação e avaliação de políticas. Envolvimento de segmentos atingidos da população e melhor articulação com o legislativo na discussão de políticas públicas.
10 Fortalecimento do Setor de Atividades Exclusivas de Estado Profissionalização e Modernização; Criação de Carreiras Específicas para cada tipo de atividade; Dotar agências ou autarquias de autonomia necessária à implementação de suas atividades com transparência e responsabilização frente a resultados.
11 Promoção de Parcerias em Atividades Não Exclusivas Avaliar a cada atividade se o Estado tem vantagens em fazer diretamente ou promover parcerias (capacidade de investimento e de gestão); Reforma do Estado 2 figuras institucionais OS e Parcerias Público-Privadas; Vantagens- financiamento privado sem endividamento, flexibilidade de gestão, envolvimento da sociedade.
12 Lei das OS Lei nº 9.637, de trata da qualificação de entidades como organizações sociais e da absorção de atividades originais da Administração por entidades do Terceiro Setor. Na verdade envolve uma parceria expressa no Contrato de Gestão, sob a supervisão de um Conselho. Áreas : ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, cultura, saúde, proteção do meio ambiente Contrato de gestão - instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas à formação de parceria entre as partes.
13 Primeiras Iniciativas Primeiras OS Federais- Laboratório Nacional Luz Síncontron e Fundação Roquette Pinto (TVE); Estado de São Paulo- 18 hospitais administrados por OS, 5 teatros, 4 museus, 1 escola de música, 1 orquestra e projeto de inclusão social pela música (185 pequenas orquestras de crianças e jovens).
14 Parcerias por meio de PPP ou de OS para área social? Principais diferenças: Lei de PPP privilegiou situações em que se busca financiamento para obras ou serviços públicos (mínimo de R$ 20 milhões). O parceiro é privado; Lei de OS busca a capacidade de gestão do parceiro não estatal, não o acesso a financiamento. O parceiro é do Terceiro Setor.
15 Parcerias Público-Privadas e OS PPP OS Obrigação pecuniária do Poder Público Gestão Sim, nas concessões patrocinadas como complementação e nas administrativas como valor total Privada Sim Privada Privatização de equipamentos públicos Investimento Não Parceiro privado Não Poder público Parceria Áreas privilegiadas Documento de parceria Com empresa privada Infra-estrutura Contrato de PPP Com entidade do Terceiro Setor -Educação -Saúde -Pesquisa -Cultura, etc. Contrato de gestão
16 Parcerias na Cultura experiência vivida Necessidade de reestruturar a Secretaria de Culturafortalecer a formulação da política cultural; Dificuldades estruturais na gestão de museus, orquestras e projetos culturais; Crise na gestão da cultura- extinção do Baneser; Acordo com o MPT sentido de urgência; Convencimento da estrutura permanente e das Associações de Amigos da necessidade da reestruturação e das parcerias.
17 Dificuldades no desenho da parceria Identificação de indicadores para a área cultural; Mecanismos de contratação de pessoal neste segmento e custos envolvidos (CLT); Insegurança das Associações quanto à gestão e repasses orçamentários; Temor de feudalização dos espaços.
18 Vantagens e dificuldades Consideráveis economias nas negociações de contratos; Solução de problemas de manutenção e de pessoal que se acumulavam; Facilidade de captar recursos de doações; Demora na estruturação da Secretaria para cumprir seu papel de demandador e avaliador; Descontinuidade passageira no processo de implantação da parceria.
19 Possibilidade de extensão desta forma de parceira a outras políticas públicas Pré-requisito: existência de entidades do Terceiro Setor habilitadas a assumir a gestão de equipamentos ou serviços; Preparação das Secretarias para exercer um papel diferente na formulação, acompanhamento e avaliação do trabalho; Repasses programados de recursos e contratos de gestão concebidos dentro de princípios de responsabilidade fiscal.
20 Em suma, vale a pena investir num Estado Fiscalmente responsável e transparente em sua prestação de contas junto ao cidadão; Estruturado e capacitado a apoiar a formulação e a coordenar e avaliar políticas públicas; Apto a desempenhar atividades de Estado (regulação, fiscalização, funções de soberania); Preparado para construir boas parcerias com a sociedade onde isso for viável e interessante aos interesses públicos.
21 Muito obrigada!
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