Sustentabilidade E Acessibilidade Dentro De Um Desenho Permacultural No Núcleo Comunitário Tearte do COMBEM em Lavras - Mg 1

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1 Sustentabilidade E Acessibilidade Dentro De Um Desenho Permacultural No Núcleo Comunitário Tearte do COMBEM em Lavras - Mg 1 BRITO, A. P. F. 2 ; COELHO, S. J. 3 ; ANJOS, D. G. 4 ; MATEUS, M. A. F. 5 Resumo Este trabalho foi resultado de levantamentos preliminares com a construção de planta de situação e planta baixa atualizada, realizada no Núcleo Comunitário Trabalho e Arte, TEARTE do COMBEM (Comissão do bem estar do menor), situado neste município de Lavras MG. O COMBEM tem como metodologia a educação pelo trabalho em que o (a) educando (a) aprende fazendo e suas atividades têm por finalidade o desenvolvimento integral do ser. O núcleo TEARTE do COMBEM trabalha em parceria com a UFLA em execução de dois projetos: Horticultor Aprendiz e Jardineiro Aprendiz. Neste contexto gerouse a proposta de um desenho permacultural para a área. Foram avaliadas a situação atual da área, que apresenta estruturas precárias. Na locação do terreno foram considerados os princípios da permacultura e uma metodologia de desenho desenvolvida para a Zona 1, que situa-se ao entorno da sede (casa); associados a esses foram considerados os elementos edafoclimáticos e necessidade grupo, perante a execução dos projetos. Esta proposta de desenho vem para potencializar a área em suas demandas. Hoje o núcleo TEARTE comercializa em pequena escala os produtos horticulturais produzidos ali. Há também a produção de condimentos, citrus e bananas, em cultivos já instaladas. Pretendese com a identificação de potencialidades, abastecer outros núcleos do COMBEM, e também comercialização com a comunidade, como o caso das hortaliças. Na elaboração do projeto foram indicadas técnicas de construção natural para uma possível reforma nas estruturas, que além de necessária possibilita um chamativo ao visual estético e educacional, afirmando o quanto às energias são menos despendidas nesse sistema 1 Monografia de Pesquisa /Extensão, projeto orientado para Conclusão de curso e obtenção do título de Bacharel em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras - MG, orientado pelo Doutor Prof. Silvério José Coelho. 2 Ana Paula Ferreira de Brito, Engª. Agrônoma pela Universidade Federal de Lavras - MG (UFLA), Srta. Chefe e Cordenação de Laboratórios Multidisciplinares da FASVIPA - Pão-de-Açúcar - AL, .: apfbrito@yahool.com.br 3 Silvério José Coelho, Engº. Agrônomo, Mestre, Doutor, Sr. Prof. Títular pela Universidade Federal de Lavras - MG (UFLA), .: sjcoelho56@hotmail.com.br 4 Diego Gomes dos Anjos, Estudante de Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa - MG (UFV), Sr. atuante no Setor de Fisiologia Vegetal UFV - MG, .: mcz@hotmail.com.br

2 de construção. O Projeto conta com a indicação de placas educativas em alguns elementos do desenho, descrevendo espécies e tecnologias sociais. Ao final espera-se que a proposta seja analisada e discutida com a participação dos adolescentes usufluidores no local. Nesse processo sugere-se uma avaliação para a seleção e inserção dos jovens, para identificação de atividades afim com os mesmos. Palavras chave: Permacultura, TEARTE, Jardinagem 1. INTRODUÇÃO A Permacultura enquanto política ambiental deve-se a uma eminente crise ambiental, e evolui para a visão de um futuro onde comunidades se libertem de sistemas convencionais e decadentes, usando as terras do entorno de suas casas para prover suas necessidades básicas. A expressão foi cunhada por Bill Mollison e David Holmgren, nos anos 70, com a junção das palavras agricultura e permanente, dando a idéia de uma cultura permanente. Tem como conceito básico, princípios éticos e de desenho que estimulam a criação de ambientes equilibradamente produtivos, ricos em alimentos, energia, abrigo, ética e cultura. Projetos desenvolvidos pelo COMBEM (Comissão do bem estar do menor), órgão normatizado pela Prefeitura Municipal de Lavras, como o Horticultor Aprendiz e o Jardineiro Aprendiz, são executados em parcerias com a Universidade Federal de Lavras, por meio do Departamento de Agricultura e do PET Agronomia. O COMBEM é um programa de atendimento ao menor, e desenvolve atividades em quatro núcleos. O núcleo comunitário de trabalho e arte, TEARTE, situa-se no bairro São Vicente, tem como metodologia a educação pelo trabalho, desenvolvendo projetos, envolvendo cerca de 40 adolescentes entre 16 e 18 anos. Dentro da metodologia de aprendizagem desenvolvida pelo COMBEM, pôde-se estudar as potencialidades do local por meio de princípios e ferramentas da permacultura, objetivando o desenvolvimento sustentável como base para os projetos propostos. 2. OBJETIVOS 5 Estudante de graduação em Agronomia pela UFLA, 8º periodo; bolsista do grupo PET- Agronomia

3 Objetiva-se com esse trabalho potencializar a área do núcleo TEARTE do COMBEM Lavras - MG, que assiste crianças e adolescentes da região e oriundos de família de baixa renda, dentro dos princípios e ferramentas da permacultura. A proposta de desenho permacultural para a área vem nesse foco sugerir propostas de reformas para as estruturas ali existentes. Pretende-se assim, construir com os assistidos, um ambiente visualmente atrativo e que permitirá iniciativas de trabalho no campo, por meio de uma educação cooperativista e com base em relações éticas e culturais. Com essa proposta espera-se ainda que a comunidade do entorno seja mais participativa nas ações do núcleo TEARTE do COMBEM. 3 - MATERIAL E MÉTODOS 3.1. Situação e descrição da área A área atual do Núcleo Comunitário Trabalho e Arte, TEARTE do COMBEM de Lavras, possui as seguintes estruturas: dois jardins iniciais (um em cada lado da entrada), delimitados por muretas de concreto. Logo à frente tem-se a estrutura da sede, bem precária, por constituir-se de um barracão que abriga a recepção, diretoria, sala de estudos, cozinha e banheiros. Do lado esquerdo da sede e um pouco mais adiante, tem-se a garagem que é também utilizada como depósito de ferramentas. Ao lado da garagem, situa-se a quadra de esportes, também em situação precária. À direita da quadra têm-se dois ambientes protegidos destinados a produção de mudas de hortaliças como: couve, alface e almeirão, e ornamentais como: trapoeraba roxa, gerânio vermelho e roxo, hortênsia, margarida, dracena, agave, cinerária, íris, lágrima de cristo, espada de são jorge, alho social, kalanchoe, babosa, cosmos, clívea, piléa alumínio, rosa de pedra, sanseviéria, singônio, antúrio, margarida, érika, rudbekia, onze horas, maranta, monstera, samambaia e orquídeas. O telado maior possui um sistema de irrigação localizada, abastecida por uma caixa d água no exterior. No lado direito, existe um pomar constituído por espécies comercias de musa (bananeiras) e de citrus. No final do plantio de citrus e contornando a horta tem-se capim braquiaria e leucenas que se estendem até uma cerca de arame por trás do pomar. A horta é composta por várias espécies como: repolho, couve, couve-brocolis, alface, cenoura, beterraba, almeirão, pimentão, jiló e condimentares como: cebolinha e salsinha. Nos fundos do terreno (final da horta), tem-se uma área de cultivo de mandioca e por fim uma pequena estufa (condições precárias) destinada a produção de mudas de hortaliças; a frente tem-se o galpão de ferramentas e depósito de insumos, também, com estrutura precária. Em meio aos pontos descritos existem espécies

4 arbóreas e frutíferas como: eucalipto, chorão mexicano, sibipiruna, goiabeira, sete cascas, pinus e ipê. Existem mais dois pontos de água na horta Concepção do desenho A metodologia construída teve embasamento teórico científico nos princípios da permacultura no zoneamento da área, e metodologia de desenho com ênfase na zona 1, situada no entorno da sede (casa). A metodologia de desenho, estruturada em tópicos específicos para a zona 1 está descrita a seguir: Localização da sede (casa) com análise do potencial do entorno; Levantamento e identificação de padrões locais da paisagem; Circulação na área com delimitação de caminhos; Avaliação e planejamento das estruturas permanentes (estado atual da sede, quadra, garagem, depósito e possível reforma); Avaliação para a reforma das estruturas; Avaliação do efeito borda na área; Análise, avaliação e otimização do uso da água no local; Jardinagem; inserção dos jardins temáticos, de lazer, utilitários e sensoriais; A construção da metodologia permitiu gerar propostas para os elementos da área, caracterizando suas potencialidades. Figura 1 COMBEM : Núcleo Comunitário Figura 2 Adolescentes e monitores no TEARTE de trabalho e arte - TEARTE

5 4 - CONCLUSÃO Os levantamentos preliminares permitiram obter as plantas baixa e de situação, possibilitando ainda, visualizar as deficiências da área. O mapeamento fotográfico através de câmera digital complementou o levantamento visual e possibilitou maior detalhamento dos ambientes, para posterior análise, avaliação e solidificação de propostas. Em relação aos aspectos sociais, com esta proposta de desenho e nesse processo, espera-se que a comunidade do entorno seja mais participativa nas ações do núcleo comunitário TEARTE do COMBEM. Conclui-se ainda pela necessidade de uma seleção prévia para a inserção dos jovens no projeto proposto, com estruturação psico-pedagógica aos assistidos no desenvolvimento das atividades. Com isso acredita-se na possibilidade de continuação de projetos de interesse dos usuários, e implantação de novas logísticas de ensino aprendizagem. Com a setorização e zoneamento da área por meio dos princípios descritos na metodologia da permacultura, mais o delineamento da orientação Norte, Sul, Leste e Oeste, foi possível propor a criação de ambientes harmônicos e auto-sustentáveis com menor emprego de energia, otimizando os recursos. As tecnologias sociais como a bioconstrução, jardins temáticos e outras, se mostraram pertinentes ao espaço, visto que na área persiste o uso indevido de reservatórios de água, má condução de plantas, e intenso gasto de energia em manejos convencionais e de pouco retorno. A análise de desenho permacultural conduziu a um projeto com uma boa proposta dentro do contexto didático funcional, desenvolvendo um sentido de união entre as pessoas e sistemas, no sentido de transformar a comunidade local e global. Com a implantação do projeto acredita-se que o núcleo TEARTE poderá ser autosuficiente quanto à produção básica de alimentos para uso próprio, com menor gasto de recursos naturais, preservação do meio ambiente, além de poder desenvolver atividades ligadas a comercialização dos produtos ali produzidos e repasse para outros núcleos através de feiras de trocas entre eles. O planejamento foi feito com base na disponibilidade de material encontrado no local, ou de fácil aquisição e todas as espécies de plantas e animais foram escolhidas levando-se em consideração a disponibilidade na área, e na Universidade Federal de Lavras-MG.

6 ANEXOS: Figura 3 - Baixa de Situação Figura 3 - Planta Baixa de Situação

7 5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAMO, H. W. Considerações sobre a tematização social da juventude no Brasil. - < http: // AMO.pdf > acesso em 14/10/2008. BARRES, D; BONNY, S; LE PAPE, Y; REMY, J. Une ethique de la pratique agricole (Agriculteurs biologiques du Nord-Drôme). Paris. Institut National de la Recherche Agronomique BENEVIDES, M. V. A Questão Social no Brasil - os direitos econômicos e sociais como direitos fundamentais - < - acesso em 15/10/2008. BRANDÃO, M.; LACA-B. J. P.; MACEDO, J. F. Árvores Nativas e Exóticas do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte: Epamig, p. CHABOUSSOU, F. Plantas doentes pelo uso de agrotóxicos: novas bases de uma prevenção contra doenças e parasitas: a teoria da trofobiose; 1º. ed., São Paulo, SP. Expressão Popular, p. FABER, J.; RODRIGUES, R. Permacultura, apostila básica para PDC. São Thomé das Letras - MG, FRITJOF, C. As Conexões Ocultas. Idesa: São Paulo, GAGLIARDI, A. S. Potencial ornamental de algumas espécies olerícolas em jardins rurais. Monografia (Graduação em Agronomia), Universidade Federal de Lavras MG, p. GAIARSA, J. A. Amores Perfeitos. São Paulo: Editora gente, < acesso em 14/10/2008.

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